Konoha High School. 20:30 da noite. 04 de abril.

Finalmente acharam a enfermaria, demoraram um certo tempo, pois a escola parecia estar diferente. A loira ajudou o moreno a deitar-se em uma das macas - que eram um tanto quanto pequenas, mas não deram muito importância a isso - enquanto procurava algo nas gavetas para estancar o sangue que não parava de sair.

– Vocês devem estar se perguntando o que está acontecendo. - Temari e Shikamaru levaram um susto ao verem um menino que aparentava ter a mesma idade que eles.

– Quem é você? - a loira perguntou pondo-se na frente do moreno machucado

– Deidara. - sorriu de canto - Eu estudava em KHS.

– Estudava? - o Nara franziu as sobrancelhas

– É. Antes de ter sido vítima da lenda. - seus olhos eram inexpressivos.

– Que lenda? - o casal indagou confuso e temeroso

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– Isso é realmente bizarro! - comentou apalpando o sangue seco nas paredes. - Nem sabia que existiam essas salas.

O casal não havia percebido ainda que a porta estava fechada. A morena olhava os berços com sangue, alguns travesseiros jogados no canto e marcas de mãos nas paredes.

– Por que não existem! Eu não sei o que está acontecendo, mas essa não é a nossa escola! - o loiro exasperou passando as mãos pelos cabelos

– Impossível, Naruto, a gente não saiu da escola! - a Hyuuga tinha os olhos arregalados. Virou-se para falar com o garoto, mas sua voz morreu no percurso.

– Vocês continuam em KHS. Porém na época em que aqui era uma creche. - um menino que parecia ter a mesma idade deles afirmou - É a lenda da escola.

– Lenda? - o Uzumaki e a menina se entreolharam receosos.

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– Não era por aqui a escada de emergência? - Gaara deu de cara com uma sala de brinquedos

– Eu não me lembrava de ter essa sala na escola. - Ino franziu as sobrancelhas. Ela já tinha tirado seus saltos e agora carregava os sapatos.

– Faz tempo que não aparece tanta gente aqui. - viraram-se ao ouvir a voz de um homem. Ele tinha um aspecto de tubarão. Na visão da loira, era nojento.

– E você é? - o ruivo perguntou irritado como o modo que ele olhava para sua namorada

Kisame sorriu de canto. Um sorriso cínico. A tensão no ar aumentou, como também a temperatura. Ino sentiu um calafrio passar por sua espinha. Apertou fortemente seu sapato. Ela protegeria o namorado, custe o que custar.

– Eu sou aquele que matará vocês dois! - e riu. Riu de um modo maligno. O ruivo apertou mais ainda o enlace na cintura da garota. Ele não estava gostando daquilo.

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Sasuke e Sakura ouviram os gritos de Neji e correram para onde vinha os sons. Encontraram o mesmo caído sobre o corpo de uma garota. Ao contrário da escola inteira, ali parecia não ter mudado. O banheiro estava no mesmo lugar.

– N-Neji? - a rosada foi a primeira a se pronunciar

– Ela se foi... - ouviram um murmúrio - E eu não fiz nada pra impedir.. Eu não mereço viver... Não mereço... - as palavras saíam entrecortadas, o que dificultava o entendimento. A Haruno não estava compreendendo quando reconheceu a cabeleira achocolatada da amiga.

– Tenten! O que você fez com ela? O que aconteceu? Por que ela não se mexe? Tenten! Já chega dessa brincadeira! Acorda! Tenteeeen! - gritou correndo até a garota empurrando-o e balançando o corpo da amiga.

– Ela morreu Sakura! Ela morreu... morreu... - gritou com raiva deixando sua voz morrer no final. Raiva de si mesmo, raiva daquela situação, raiva por não ter conseguido salvá-la. - Tudo porque eu deixei ela chegar perto daquele garoto... - as lágrimas voltaram aos olhos do Hyuuga

– Que garoto? - Sasuke perguntou se aproximando dos dois

– A lenda... - ouviram uma voz próxima a eles. Viraram-se e avistaram um jovem com uniforme parecido com os deles.

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Há quarenta anos atrás, a KHS era uma creche. Ela cuidava de crianças de até oito anos. Tinha apenas dois professores, sendo uma a diretora. Konan tinha o costume de falar com voz de criança pois achava que assim teria uma relação melhor com os pequenos. O outro professor, Pain, seu marido, odiava crianças e quando a esposa não estava presente, maltratava-as e as obrigava a fazer trabalhos sujos. No dia 04 de abril, um grupo de três alunos da escola vizinha invadiu a creche, acontece que neste dia, as crianças iam dormir lá, como uma noite do pijama. Esses três adolescentes mataram todos os presentes, inclusive os dois professores. E como uma marca, arrancaram o dedo anelar de todas as vítimas e esconderem em algum lugar. Desde então, todos que ficam na escola depois das 19:30 do dia 04 de abril estão sujeitos a serem assassinados por esses adolescentes.

– E não tem como acabar com a maldição? - Hinata indagou apertando a mão do loiro

– Se vocês encontrarem os dedos e devolverem as crianças, elas poderão descansar em paz e irão embora.

– Só precisamos devolver os dedos, então? - Sasuke perguntou sério.

– Quase isso, mais do que devolver os dedos, terão que lutar pra sobreviver.

– Como assim? - Temari não conseguia entender

– Os espíritos dos assassinos continuam na escola.

– Assassinos? - Ino levou as mãos até a boca

O homem-peixe tornou a sorrir cinicamente enquanto sacava uma espada e em uma rapidez incrível lançou contra o ruivo. A loira, por instinto lançou seu sapato na cabeça de Kisame enquanto que o outro par se chocou com a espada.

– Desgraçado! Eu não vou deixar que você machuque o Gaara! Volte pro inferno! Desgraçado! Desgraçado! Desgraçado! - o homem caiu e a Yamanaka aproveitou a deixa para bater em sua cabeça com o salto até que sua cara ficasse irreconhecível.

Gaara olhava assustado. Os olhos, a expressão dela não condiziam com sua namorada. Ficou com medo de que ela o atacasse também.

– Vamos achar esses dedos logo. - Ino afirmou saindo do local, o ruivo, ainda transtornado, a seguiu.

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Shikamaru gemeu de dor. Por algum motivo desconhecido, quanto mais enrolava o ferimento para que parasse o sangramento, mais sangrava. Deidara havia afirmado que ficaria cuidando do moreno enquanto a loira ia pegar o rolo no outro compartimento. A Sabaku ficou desconfiada, mas não tinha escolha. Precisava dar um jeito naquele sangramento. Então, retirou sua atenção do jovem por um minuto e foi buscar mais fita. Um leve tremor ocorreu fazendo com que algumas coisas caíssem. Quando voltou, encontrou-o morto. Seu corpo inerte na maca e sua cabeça no chão. Estilhaços de vidro por todos os cantos. Gritou horrorizada. Pôs as mãos no rosto implorando para que aquele pesadelo acabasse. O jovem loiro não estava mais na sala.

– Não.. ele não... por que isso tá acontecendo? por que ele morreu? por que não me levou junto? Shikamaru... por que você me deixou? por que? por que? POR QUE? EU QUERO SAIR DAQUI! NÃO AGUENTO MAIS! - começou a chorar. Chorar por se achar incompetente. Chorar pela morte de seu amado. Chorar por não ter dito que o amava. Chorar por ter sido tão orgulhosa. Chorar por não saber mais o que fazer. Chorar porque queria morrer também.

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– Nara Shikamaru fora do jogo! - a voz de criança ecoo novamente.

– O que significa isso? - Hinata tinha os olhos arregalados e o coração acelerado.

– Que mais um morreu. - o homem que explicou sobre a lenda, disse.

Ambos sentiram seu coração parar. Tenten e Shikamaru haviam morrido?