Jake My Bugg escrita por Becky


Capítulo 8
Emma, Dakota e A Carta.


Notas iniciais do capítulo

Eu disse que esse seria o último capítulo, mas vou fazer um Epílogo a seguir. Espero que vocês gostem deste capítulo. Não me batam



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Querido diário, bom dia.

O grande dia é hoje. Se estou nervoso? Não. Nenhum pouco. Eu marquei com a Emma na torre, as três da tarde. Eu vou chegar antes, claro. Porque se ela chegar antes de mim, não vai deixar eu fazer o que pretendo. Estou começando a me sentir culpado pelo que vou fazer. Mas não arrependido. Por ela, vale a pena.
Aliás, preciso contar algumas coisas. Faz umas duas semanas, eu e Emma brigamos. Então fui até uma festa na casa de um sonserino. E conheci uma garota. O nome dela era Dakota Price. Era a garota mais bonita que eu já havia visto em toda a minha vida. E ela era como eu. Sonserina, não sorria, nem era toda carinhosa.

Eu dormi com ela.

Eu queria dizer que estavamos bêbados ou algo assim. Mas não estavamos. Pelo contrário. Não tinha bebido nada naquela festa. Eu gostava de me lembrar dos meus atos, mesmo que me arrependesse deles depois.
Emma me perdoou, depois de tudo. Mas não pude mais esquecer Dakota. Esse é só mais um motivo para que eu possa me matar hoje a tarde. Porque sei que se continuar aqui, com Emma, ou vou terminar com ela, ou vou traí-la novamente. E não posso fazer isso com ela. Ela merece muito mais.

Muito mais.

–*-

Jake não pode escrever mais nada a partir dali. Seus olhos já estavam marejados demais, e sua mão tremia mais do que o previsto, não deixando ele continuar a escrever. Por isso, ele pegou a faca que roubara da cozinha do castelo, e a escondera dentro da jaqueta que usava. Também pegou tinta, uma pena, e um pedaço de pergaminho. Precisava escrever uma carta para Emma. Precisa explicar seus motivos.

Jacob subiu até a torre de astronomia, já com os olhos sem lágrimas. Sentou-se bem no meio da torre, e começou a escrever a carta, destinada a Emma:

"Emma Decody.

Eu sei que você não vai entender. Não importa o que eu escrever, você sempre vai desejar que isso seja um sonho. Te conheço bem. Mas tenho certeza que você me perdoará um dia, assim como me perdoou esses dias atrás, pelo que aconteceu com Dakota. Eu sinto muito. Mesmo.

Se está lendo essa carta, eu provavelmente já estou morto. E não se sinta culpada. Eu estou fazendo isso porque acho injusto uma pessoa tão boa quanto você, viver apenas até os 27 anos. E eu, uma pessoa que sempre desperdiçou a vida, viver muito mais. Por isso, quero que fique com meus pulmões. Sim, eu estou abrindo mão deles por você. No verso da carta vai achar a minha assinatura. E eu juro, se negar os pulmões, eu te mato. Não dê uma de Julieta, por favor. Até porque eu não sou tão nobre quanto o Romeu. Nem tão corajoso.

Eu quero que desfrute sua vida. Quero que lembre de mim, mas que não ignore as outras pessoas. Você é forte. E jovem. Parece clichê, mas você vai encontrar outro alguém. Sei que vai. Mas ceritifique-se de encontrar alguém que não fume desta vez. Vá por mim, vão brigar menos.

Mais uma coisa. Por favor, fique longe da minha mãe. Ela é uma velha louca e bêbada, que só pensa no dinheiro. Tenho medo do que ela pode fazer quando souber que meus pulmões forão para você. Ela é louca, mas não idiota. Ela vai te culpar. Então por favor, não acredite em nenhuma palavra dela. Tome cuidado. E mais uma vez me desculpe.

Eu te amo."

Quando acabou, ele dobrou a carta e segurou-a com a mão esquerda. Com a direita, pegou a faca. Posicionou-a em um lugar que comprometeria o coração, mas não os pulmões. Queria-os intactos. Ele quase não tinha coragem para apertar a faca contra o corpo. Pensava em Emma. E secretamente, também pensava em Dakota. Jacob suspirou, e pensou em desistir.

Foi quando ele ouviu passos, e quando seus olhos focaram em uma pessoa no topo da escada, ele apertou a faca contra si.

–JAKE!

Ouviu a voz dela invadindo-lhe. Seus olhos quase não focaram os de Emma. Ela correu até ele, e puxou-o para seu colo. Ela chorava, e ele também. Jake tentava se concentrar nos olhos dela. Não podia morrer sem ter certeza da cor deles. Ele sentia que sangrava. Seu corpo todo estava quente, e entorpecido.

Verdes, castanho-dourados...?

Ele piscava, e não conseguia mais ver Emma, apesar de ouvir a voz dela pedindo para que ele ficasse. Ela também gritava por ajuda.

A última coisa que Jake fez, foi gastar todas as suas forças, para abrir os olhos uma última vez, e focar nos dela novamente, só para poder sussurrar:

–Eu te amo.


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