She will be loved escrita por Mermaid


Capítulo 3
Two worlds collide


Notas iniciais do capítulo

Oláa, lendjos do meu coooore
O que estão achando? Comentem :3



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East Brianne Street, 643; eu estava lá. Aguardava Savannah em frente a sua - suposta - morada. Fazia alguns minutos que eu tinha apertado a campainha, e me perguntava se: a) ela teria me passado o endereço errado, ou b) a campainha estava quebrada.

Ouvi um barulho de chaves, e em seguida vi a maçaneta da porta se movendo.

– Merda, a chave emperrou de novo - ouvi a voz de Savannah. - Kylie, é você que está aí?

Levei meu rosto a uma distância menor da porta, na esperança de que ela pudesse me escutar:

– Sim, sou eu, mas o que aconteceu?

– A chave emperrou na fechadura, não consigo destrancar a porta.

– Ah, droga. Precisa de ajuda?

– Claro, né - pelo barulho que a porta fazia, dava pra perceber que ela estava sendo bastante brusca com os objetos.

– Você tá sendo agressiva, vai com calma. Não é com força que você vai abrir isso, é com jeito.

A porta se abriu.

– Qual foi a lógica disso? - ela me perguntou.

– Sei lá, minha mãe que vivia me dizendo isso.

– Você também é agressiva com as coisas?

– Às vezes - dei um sorriso torto.

– Hm... E o meu celular?

– Ah, ele tá bem! Pegou febre, mas eu dei uns remédios pra ele e ele ficou melhor - eu brinquei, e ela riu. - Tá aqui - estendi meu braço esquerdo, a entregá-la o aparelho.

– Obrigada por trazer ele pra mim... Você mora muito longe?

– Nem. Meu prédio fica a algumas quadras daqui... Até que é perto.

– Quer entrar? - ela se afastou, me dando passagem, e eu assenti.

Adentrei o lugar, observando cada detalhe que havia ali dentro. Era um loft; simples, decorado e que me pareceu bem aconchegante.

– Você mora aqui sozinha? - perguntei, reparando no grande espelho que revestia uma das paredes... Ele refletia o espaço vago que tinha na sala, e dava uma sensação de maioridade ao lugar. - Espera aí, você dança?

– Sim, eu moro sozinha. E, hm, eu faço mais do que dançar, sabe? Eu vivo a música. E a música vive em mim, então eu dou mais vida pra ela... Dançando. Eu posso morar aqui sozinha, e me sentir muito sozinha, muito vazia. Aí eu danço pra preencher esse meu vazio... E você?

Aquelas palavras me encantaram. Talvez ela não fosse apenas uma psicopata, certo?

– Eu sou cheerleader do meu colégio, mas é só por causa da dança. A minha vida é tão agitada, e eu tenho sempre tantas pessoas ao meu redor, que pra mim ela é vazia e sozinha.

Eu queria ter dito muito mais do que aquilo, por ter me encontrado tanto no que ela tinha acabado de dizer... Mas aquilo foi tudo o que eu disse.

Ela se sentou no chão, com as pernas cruzadas, e eu fiz o mesmo. Ficamos em silêncio por um tempo, nos entreolhando, pensativas.

Até que ela me ofereceu café e eu aceitei.

***

– E esse aqui, você já leu? É um dos meus autores favoritos - ela me perguntou, estendendo o livro "Cidades de Papel" a minha frente.

Algumas horas já haviam passado, e estaríamos conversando sobre o segundo assunto que encontramos em comum: livros. Ela tinha uma estante cheia deles, e me jurava ter lido todos.

Aquilo me deixou muito contente, e eu esperava poder ter amizade com Savannah. Estava torcendo para que aquilo não acabasse depois de eu ir embora, naquele dia, porque pela primeira vez eu tinha encontrado alguém que parecia me entender.

– Ah, eu não li. Mas queria muito ler! Também adoro John Green, mas acho que li poucos livros dele... Quais outros, dele, você já leu?

– Olha, acho que todos. Outra coisa que eu faço muito nessa vida é ler - ela sorriu. - E eu posso te emprestar, se você quiser.

– Sério?

– Sério! Pega aqui - ela entregou-o a mim.

– Muito obrigada... Eu leio rápido, então não vou demorar muito pra te entregar de volta.

– Tudo bem, pode levar, e quando terminar é só devolver. Nem precisa ter pressa.

– Então obrigada, de novo - eu fiquei sem graça pela oferta, e ela riu.

Puxei meu celular para fora do bolso de minha calça, para ver que horas eram.

18:57

– Olha, não é o truque do shopping, mas já são quase 19h e eu ainda preciso estudar pra um teste amanhã, do colégio...

– Você vai embora? Tá bom, eu entendo... Inclusive, eu também tenho aula amanhã, e preciso terminar uns trabalhos. Foi ótimo te conhecer, e passar parte do meu dia com você. Você já sabe o meu endereço, pode voltar sempre que precisar de alguma coisa.

Ela me guiou até a porta, a abriu - com mais delicadeza, dessa vez - e, quando eu estava prestes a ligar o carro...

– Espera! - ela gritou para mim.

Saí do veículo, virando-me para ela novamente.

– Oi?

– Quer dançar comigo?

– Dançar com você? Como assim?

– Você pode vir aqui em casa, amanhã, pra gente treinar alguma coreografia e não passar o dia inteiro sozinhas. O que acha? - vibrei, e estendi um grande sorriso.

– Ótima ideia! Que horas?

– A hora que você quiser... Bom, eu estudo de manhã e volto pra casa por volta das 14h.

– Praticamente o mesmo horário que eu, estudo no mesmo turno, mas saio de lá pelas 13h30. Aí eu almoço, e venho pra cá. Ok?

– Aham, vou escolher a música e pensar em alguma coreografia. Até amanhã, então.

– Até - nos despedimos mais uma vez, ela entrou em casa e eu fui para a minha.

Savannah Young

Entrei em casa, fechando a porta atrás de mim, e reparei no sorriso que surgia em meu rosto. Isso não acontecia há muito tempo. Talvez ela seja mesmo diferente - pelo menos das outras pessoas, e isso já é um bom começo.


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