POV.LÉON

Que menina linda, e olha que não estou falando da Sofia mais sim da irmã dela, Violetta. Esse nome mexeu comigo de um jeito que nem eu posso explicar.

Tudo bem que não é o mais profissional da minha parte ficar pensando na irmã de uma paciente mais infelizmente não posso evitar. Não que pensar nela seja uma coisa ruim mais, também não sei se é uma coisa boa.

Eu nunca me senti assim com relação à família dos meus pacientes, e o que ocorreu agora está me deixando confuso.

O que aconteceu para eu agir daquela forma?

Devia ter sido o fato de eu vê-la chorando desesperada, mas sempre vejo isso e nunca me senti assim. Podem até me chamar de uma pessoa fria e sem coração mais é necessário, pelo menos em período de trabalho.

Já vi tantas coisas na minha carreira como médico, que hoje me sinto indiferente.

Algo naquela doce mulher mexeu comigo e eu simplesmente não sei. Prefiro ficar no controle da situação mais desta vez, isto está fugindo das minhas mãos.

Quando a vi passando mal,chorando,senti uma necessidade inexplicável de poder proteger e dar todo o carinho que ela precisa. Meu Deus o que está acontecendo comigo?

POV.VIOLETTA

Finalmente em casa!Não estava aguentando mais minha irmã ficar me enchendo por causa do Léon.

Que coisa chata viu. O que a faz pensar que rolou uma química entre nós?

Ele só me ajudou em um momento que eu estava precisando, só isso. É o que um médico faria não é?

Tudo bem que os outros médicos nunca fizeram isso, mas...

Não sei, simplesmente não sei o que está acontecendo!

Resolvi fazer meus trabalhos de faculdade para ocupar um pouco a cabeça. Confesso que não estava dando muito certo, pois toda hora vinha à imagem do novo médico de Sofia. Ainda bem que finalmente, depois de quase três horas e meia conclui todos os trabalhos que faltavam.

Já estava ficando tarde então fui tomar um longo banho e me aprontar para ir para a faculdade.

Quando terminei tudo já estava praticamente atrasada então sai correndo de casa. Graças a Deus cheguei a tempo para fazer a prova.

Parecia que as aulas não acabavam mais, e para ajudar, eram as piores aulas do mundo. Nem tentei prestar atenção, pois sabia que não iria conseguir e também não estava nem um pouco a fim de estar lá.

A única salvação daquele lugar era a Francesca. Ela prestava o mesmo curso que eu, mais pelo menos gostava do que fazia.

Nem me preocupei de falar do Léon pra ela, pois sabia que se falasse alguma coisa, minha vida viraria um inferno. Não que já não fosse, mais ficaria pior.

Por um milagre o sinal bateu indicando o final das aulas estava morrendo de sono. Queria sair logo de lá então me apressei ao máximo.

Fui embora a pé, pois ainda não sabia dirigir. Para a minha sorte, começou a chover muito.

Fiquei desesperada, não queria ficar toda molhada mais estava sentindo que isso iria acontecer. Estava andando pelas ruas de Barcelona quando um carro para do meu lado...

POV.LÉON

Ocorreu tudo muito bem no meu primeiro dia de trabalho, fiquei surpreso como as pessoas daqui são simpáticas. Essa cidade é incrível.

Estava exausto!Tudo no hospital estava movimentado e hoje foi um dia bem corrido.

Meu turno acabou bem tarde, umas onze horas da noite. A única coisa que queria era ir para meu quarto de hotel, tomar um longo banho e me jogar na cama.

Peguei meu carro e fui rumo ao hotel, no meio do caminho começou uma tempestade bem forte. Estava difícil de dirigir graças a chuva, não estava vendo quase nada. A única coisa que vi foi uma garota correndo com alguns livros de escola e uma bolsa.

Fiquei com pena de vê-la naquele estado e resolvi ajudar. Estacionei meu carro ao seu lado e quando abaixei meu vidro tive uma surpresa:

– Violetta?

– Léon? – disse assustada – o que está fazendo aqui?

– O que você está fazendo aqui?Acabei de sair do hospital e você?

– Eu acabei de sair da faculdade – falou esboçando um suave sorriso.

– Atá – disse meio tímido – Entre aqui, está chovendo muito e você pode pegar um resfriado.

– Não, não precisa. Posso muito bem me cuidar sozinha.

– Violetta, olha o seu estado, por favor!

– Não quero te atrapalhar.

– Pra onde você vai?

– Para o hotel a cinco quadras daqui.

– Eu também vou pra lá – falei sorrindo

– Você está hospedado lá?

– Sim, e pelo visto você também.

– Bom, na verdade não – sorriu. – Eu moro lá. Minha família é dona daquela rede de hotéis.

–Nossa que legal. – disse um pouco surpreso. – Agora que sei que você mora lá, não tem como dizer não ao meu convite. Vamos entre no carro.

– Tá bom então.

Ela entrou no carro e ficamos o caminho todo em silencio, nenhum de nós ousou dizer nenhuma palavra. Ainda bem que chegamos bem rápido no hotel.

– Está entregue Madame – disse.

–Madame?- falou em um tom de deboche.

– Sim-dei um sorriso. –Já que moramos no mesmo lugar agora, devíamos nos conhecer melhor não acha?

– Hum não sei, não costumo ter amizades com os médicos da minha irmã.

– Esqueça que sou médico, simples assim.

– Eu acho que é impossível isso.

– Não custa tentar. Vamos fazer assim,aqui ninguém se conhece,acabei de chegar nesse hotel e vi você.

–Olá – disse

– Oi – respondeu ela rindo. – Muito prazer, como se chama?

– Léon, Léon Vargas e você?

– Violetta, Violetta Castillo.

– Prazer Violetta, quantos anos?

– Vinte e um.

– Eu tenho vinte e três – disse com um sorriso sapeca.

E assim ficamos quase a noite inteira, conversando como se fossemos amigos há muito tempo, não parávamos de rir em nenhum minuto se quer.

Infelizmente tínhamos que acordar cedo então decidimos dormir. Fui para o meu quarto e não conseguia parar de pensar na Violetta de novo.

Como pode existir uma mulher tão perfeita assim?

Será que estou apaixonado por ela?Será que ela sentiu as mesmas coisas que senti hoje com sua presença?

Espero um dia saber...