POV.VIOLETTA

Acordei com o barulho chato do despertador. Hoje estava um dia consideravelmente bom, quase não tinha nenhuma nuvem no céu e os raios solares estavam começando a aparecer.

Decidi tomar um banho para despertar. Fui em direção ao banheiro e resolvi ligar a banheira, fazia tempo que não entrava nela.

Meu banho foi um tanto quanto rápido. Depois de ficar um tempo descansando resolvi lavar meu cabelo e meu corpo. Sai do banheiro, me enxuguei e fui em direção ao closet.

Depois de vários minutos escolhi uma roupa confortável para passar o dia. Resolvi optar por uma calça jeans, uma blusinha e sapatilhas.

Eu não gosto muito de usar calças, prefiro vestidos e saias, mais hoje seria necessário.

Hoje será um dia corrido, por conta do novo tratamento de Sofia e por conta dos meus trabalhos de faculdade.

Bem que eu queria ter alguém que pudesse me ajudar uma hora dessas. Tinha largado um pouco os estudos graças a minha bela família e agora estou literalmente ferrada.

Tenho tantos trabalhos para entregar e provas que até já perdi a conta. Nem sei mais por onde começo, estou quase largando a faculdade de arquitetura e indo prestar música. Pena que essa matéria para os meus pais é inaceitável.

Desde pequena eles sempre falavam que aprender a tocar algum instrumento era uma ideia estúpida e que não acrescentaria nada em nossas vidas. Como eles estavam errados.

Sempre ouço musica para me acalmar e pretendo aprender um instrumento como o violão ou piano.

Voltando para o assunto, hoje será um dia puxado...

Meu estomago estava começando a roncar, então me apressei em terminar de arrumar minhas coisas.

Encontrei minha família já terminando de comer. Meus pais estavam de saída e Sofia já estava literalmente pronta para ir ao hospital.

Tomei meu café e fomos direto para a rua.

Hoje o hospital estava mais movimentado do que o normal. Devia ser por conta dos novos médicos que estavam vindo para Barcelona de vários lugares do mundo.

Demos entrada no hospital de novo e fomos rumo a uma sala especializada.

Depois de uns 10 minutos entrou um homem vestindo um jaleco branco. Não conseguia parar de olhar pra ele, como aquele médico era bonito.

Resolvi me concentrar somente em responder suas perguntas. Já estava babando demais por ele sem ao menos o conhecer.

O Doutor não parecia ser velho, na verdade parecia que ele tinha somente alguns anos a mais do que eu, o que me fez pensar se ele era realmente formado em medicina.

Fui despertada dos meus devaneios pela doce e calma voz dele:

– Olá menininha!

– Oi doutor. – respondeu Sofia

Provavelmente ela devia ter amado ele. Normalmente a Sofi fica meio tímida quando conhece outros médicos.

– E ai, posso saber seu nome?

– Eu me chamo Sofia doutor. – falou dando um lindo sorriso.

– Prazer Sofia, sou seu novo médico e me chamo Léon, Léon Vargas. – disse me apresentando com um sorriso – E a senhorita, é a mãe dela?

Mãe?De onde ele tirou isso?Parece que sou tão velha assim?

Bom, considerando que fico com ela quase 24 horas por dia, posso ser até considerada mãe.

Fiquei meio tímida quando ele perguntou aquilo. Me pegou desprevenida.

– Não – afirmei dando um risinho tímido – Sou a irmã.

– Muito prazer... Como é seu nome?

– Violetta, Violetta Castillo. – respondi.

Ele esboçou um suave sorriso no rosto e depois se concentrou na consulta. Não sei por que eu achei que não era formado em medicina. Ele é excelente!

O Léon realizou todos os procedimentos e ainda fez uma sessão de quimioterapia para Sofia.

Quando estávamos indo quase embora, ele quis falar somente comigo. Deixei a Sofi brincando e o acompanhei até sua sala.

– Bom ,senhorita Violetta...

– Pode me chamar só de Violetta se preferir – dei um risinho fraco.

– Tudo bem Violetta ...Eu fiz alguns exames e como provavelmente você deve saber ,ela tinha um tumor no cérebro até tempos atrás.

– Tinha?Como assim, ela não tem mais?

– Não mais naquela região, o que diminuem os riscos, mas encontramos um novo tumor em um novo local da cabeça.

– Meu Deus outro tumor?É grave?

– Não é tão grave assim, mais os riscos são muitos. Poucas pessoas sobrevivem.

Quando ele disse isso parecia que meu mundo tinha caído, o chão sumiu e tudo começou a ficar escuro. Resolvi me sentar para tentar me acalmar. Ele percebeu que comecei a passar mal e rapidamente me ajudou a sentar no sofá.

– Calma Violetta, tente se acalmar.

– Minha irmã não pode morrer Doutor. Ela não pode me deixar. – disse chorando.

– Ei – falou ele se sentando ao meu lado. – Ela não vai ok, vai dar tudo certo e logo sua irmã terá uma vida normal.– disse ele me abraçando.

Pela primeira vez me senti segura nos braços de alguém, parecia que só existíamos nós dois no mundo e essa sensação foi muito boa. Nunca havia sentido algo assim antes.

Pela primeira vez me senti segura nos braços de alguém, parecia que só existíamos nós dois no mundo e essa sensação foi muito boa. Nunca havia sentido algo assim antes.

Fomos interrompidos pela minha querida irmãzinha que queria ir embora logo. Quando ela nos viu ficou meio desconfiada mais não falou nada.

– Bom acho melhor eu ir – falei meia sem jeito. – Tchau Doutor, e obrigada por tudo.

–Tchau Violetta, não tem pelo que me agradecer. Só fiz meu trabalho.

– Tchau Dr.Léon – disse Sofia se pronunciando pela primeira vez.

– Tchau princesa, olha não se esqueça de fazer o que eu te pedi viu. Te vejo amanhã.

– Pode deixar.

– Tchau Doutor.- disse.

– Pode me chamar de Léon se preferir Violetta.

– Tudo bem... Tchau Léon Vargas.

Saímos do hospital quase na hora do almoço. Sofia definitivamente amou o Léon, pois não parava de falar nesse um segundo se quer.

Pra falar a verdade parei de prestar atenção no que ela falava há muito tempo. Fiquei pensando nos lindos olhos verdes e cabelos castanhos do Léon.

Algo nesse homem mexeu comigo e não foi só a beleza física. Tudo bem que nem sei quantos anos ele tem mais não consigo parar de pensar nele.

Fui despertada pelos meus devaneios pelos gritos da Sofia.

– VIOLETTA

– Ai que susto Sofi, o que foi?

– Você estava prestando atenção em mim?

– Bom... Na verdade não.

– Eu percebi – disse ela em um tom de reprovação.

– E sobre o que estava falando?

– Sobre o Léon – afirmou rindo.

–Você deve ter amado ele né!Não para de falar um minuto só.

– Eu não fui a única a amar ele, como você diz. Eu vi o clima que estava rolando entre vocês.

– Clima?Tá ficando louca em maninha?

– Clima sim. E aposto que você estava esse tempo todo pensando nele também.

– E-eu não, magina – disse um pouco insegura.

– Viu?Tava pensando nele. - Ai Sofi tá bom, você é muito nova pra falar de relacionamentos.

Como ela é esperta!Não vou confessar que estava pensando nele mais é inevitável. Por que esse médico bonitão foi entrar na minha vida?...