Tales of Lost Love escrita por Dani Schirmer


Capítulo 2
Breaking Point.




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Ate que escutei duas batidas na porta e então quando olhei havia uma menina usando calça jeans e bota de neve, um cabelo loiro perfeito e olhos azuis, era a pequena Katherine, a única que tinha conhecido e assim mesmo só tinha visto uma vez, no enterro da minha avó.

– Posso entrar? – Ela falava suavemente.

– Claro, a casa é mais sua do que minha. – Limpo minhas lagrimas e tento sorrir.

– Sinto muito pela sua mãe Charlotte, se precisar conversar com alguém, conte comigo. – Ela se sentou na beirada da cama e sorriu.

– Muito obrigada. – Deixo um suspiro escapar. – Sempre achei que vocês usavam vestidos e mais vestidos o dia todo.

– Somente em festas oficiais, ou algo que a corte esteja reunida. – Ela abre um pequeno sorriso. – Somos pessoas normais.

– Minha mãe morreu defendendo esse reino, meu avo esta na guerra, isso tem que acabar. – Abraço um travesseiro.

– Todos os soldados voltaram para casa, ouvi nosso pai dizer algo sobre um tratado de paz. – Ela se levantou da cama e ficou me olhando. – Você quer ir fazer algumas compras? Talvez ajude a você se distrair um pouco.

– Não vai adiantar nada eu ficar chorando aqui, não vai trazer ela de volta. – Limpo as poucas lagrimas que ainda restavam e levanto da cama. – Obrigada Katherine, você esta me deixando melhor.

Quando sai da casa com Katherine um motorista abriu a porta de um carro e ela entrou, eu sempre tinha me virado por conta própria, não estava acostumada com essa mordomia, mas ela me puxou para dentro com ela.

– Se alguns fotógrafos ficarem tirando fotos não se assuste, nossa vida é rodeada disso, temos alguns seguranças também, e minha festa de debutante esta chegando. – Ela parecia muito animada.

– Parece ser divertido. – Eu tentei sorrir, mas eu sabia que no fundo estava odiando aquilo tudo.

Quando o carro parou enfrente ao shopping o motorista abriu a porta e ela saltou primeiro, mas eu tive a mesma coragem.
Assim que coloquei o pé para fora do carro, havia algumas pessoas paradas e alguns seguranças abrindo passagem para Katherine, todos os fotógrafos tiravam fotos dela, mas quando me perceberam ficaram sem entender quem eu era.

Depois de algumas horas fazendo compras com ela em lojas que eu nunca sonharia em comprar voltamos para casa, mas meu corpo pedia para ficar sozinha e chorar, meu corpo pedia pelo colo e carinho da minha mãe.
Entrei em casa e corri para o meu quarto, fiquei deitada na cama e não hesitei em chorar, lembrei-me do nosso ultimo Natal, do Jake, da nossa felicidade de tudo, meus pensamentos foram destruídos por algumas batidas na porta, mas eu não abri e nem falei nada, fiquei em silencio.

– Filha chegou uma carta para você, vou passa-la por debaixo da porta.

Tudo estava silencioso de novo, levantei da cama e peguei a carta que estava no chão, à letra era de Jake, e então meu coração doeu e voltei a chorar.
A carta de Jake só fez-me sentir mais vazia e mais sozinha, só nos falávamos por cartas, ele lutava na guerra ao lado da minha mãe.

Quando sai do quarto de manha eu não aguentava mais chorar, meu coração já doía menos, mas as palavras de Jake ainda pesavam e então quando cheguei a sala avistei meu avo parado e usando sua farda, eu corri o abracei com força.

– Minha pequena flor. – Ele me deu um beijo na testa. – Eu sinto muito, eu teria te ligado, mas não saberia como lhe dar essa noticia.

– E o Jake? – Tento controlar minhas lagrimas.

– Jake Hook? – Ele abre um pequeno sorriso. – Ele vai ficar bem, vai morar comigo em La Thulie.

– Você vai para lá? - Afasto-me dele.

– Eu só passei para lhe dar um beijo. – Ele volta a andar em direção a porta. – Qual quer coisa me liga.

Ele vai embora e me deixa com á duvida e angustia novamente, olho para os lados e vejo algumas pessoas com roupas de empregados, e percebo que meu pai também estava ali, com certeza ali não era meu lugar, eu não queria estar ali.
Sai de casa e fiquei andando pelo enorme jardim, eu não conseguia tirar da minha cabeça o sorriso da minha mãe, o seu jeito de ser, e nunca tinha entendido por que meu pai havia nos trocado por essa vida na Monarquia, se eu não era importante para ele, por que me procurava, por que mandava presentes, e acima de tudo, por que não me deixou quieta na minha vida.

Fiquei parada olhando para o nada quando senti a presença de alguém atrás de mim, quando me virei havia uma menina loira, olhos azuis, usava uma saia e uma blusa, ficava me encarando como se eu fosse algum tipo de animal.

– Você é a Charlotte? – Sua voz era de desprezo.

– Stephanie certo? – Tento sorrir.

– Não pense que você vai chegar aqui e se fazer de coitada por que perdeu a mãe, você não vai e nunca vai ser uma princesa. – Ela me olhava de cima a baixo. – Meu recado esta dado.

Minha vida já estava um inferno e agora ainda teria que aguentar uma princesa mimada achando que é a rainha da terra, mas eu tinha meus princípios, eu era mais forte do que ela imaginava.

Depois de quase um mês morando naquele lugar, eu estava em ponto de enlouquecer, a escola era um inferno, eu não tinha amigos, não tinha mais vida, e a minha vinda para essa casa tinha virado um escândalo no mundo de noticias, todos se perguntavam quem eu era, e a onde eu estive, sair de casa para ir para escola e da escola para casa era insuportável, não queria ter que andar com seguranças, não queria ter que me esconder, não queria isso para mim.
Eu era filha de um príncipe, um príncipe que me escondeu de todos e agora quer fazer o papel de pai, eu tinha que aguentar os jornais especulando sobre mim e minha mãe, tinha que aguentar a filha nojenta dele e a minha madrasta, e eu ia provar a todos que eu era forte como minha mãe, eu era uma guerreira e não iria abaixar a cabeça para ninguém.
Sai de casa sem seguranças, eu tinha roubado a chave de uma das motos do meu pai, não iria deixar de ser quem eu sou por ele, eu iria atrás da minha felicidade e ela estava em La Thulie.

Quando parei a moto enfrente a casa do meu avo, não havia ninguém na rua, sem seguranças, sem fotógrafos, sem ninguém e isso era um alivio.
Fiquei um tempo esperando alguém abrir a porta e então o avistei, Hook, ele usava uma jaqueta de couro e um cachecol preto, fazia um tempo que não nos falávamos e um dia ele significou muito para mim.

– Diz que me perdoa. – Eu tentei controlar o choro.

– Te perdoar pelo o que? – Sua voz era de repreensão. – Por você não ter ido ao enterro da própria mãe, por não ter respondido minhas cartas? Por eu me sentir um idiota por um dia ter voltado somente para lhe ver?

– Quando você foi embora naquela manha sem se despedir, você quebrou meu coração. – Limpo algumas lagrimas. – Eu não queria aceitar que você tinha me abandonado.

– Se eu sobrevivi à guerra foi por você, para voltar para você. – Ele chega mais perto, perto o bastante para eu escutar sua respiração. – Mas agora você esta muito ocupada sendo princesa.

– Não fale assim, eu não tive opção. – Minhas pequenas lagrimas tinham se tornado um rio.

– Todos nos temos opções, eu tive a opção de ir para a guerra e ser salvo pela sua mãe, e você teve a opção de aceitar a ser uma princesa. – Ele se afasta. – Você não é a mais a mesma menina pelo qual me apaixonei.

O deixei falando sozinho e voltei a andar em direção a moto, mas já havia fotógrafos ali e eu não tinha percebido, amanha a minha discussão com Hook seria capa de revista, e desses mesmos fotógrafos que fariam aquilo um escândalo me impediam de chagar a moto.

– Vocês querem uma noticia? Vou dar uma para vocês. – Subo na moto e fico olhando para todos eles. – Vão para o inferno.

Quando cheguei em casa todos estavam reunidos jantando, mas passei direto e me tranquei no quarto, as palavras de Hook estavam doendo ate agora, e aqueles jornalistas, tudo estava fora do rumo.

Quando o dia amanheceu sai do quarto para ir para a escola, mas meu pai estava sentado no sofá e não parecia estar nada feliz.

– Charlotte venha cá.

– O que foi? – Parei na frente dele e revirei os olhos.

– O que foi isso? – Ele joga na mesa há minha frente varias revistas.

– São revistas e adoram falar da vida dos outros. – Deixo um riso sarcástico escapar.

– “Plebeia ou Princesa: O que será que ela esconde?”, “Escândalo Real: Possível princesa é vista discutindo na rua.”, “De onde ela saiu?”, e tem muitos outros, para que você foi ir ate lá, para que você foi sozinha ate lá? – Ele estava furioso.

O deixei falando sozinho e sai de casa, entrei no carro e fui para a escola, mas não tive coragem de saltar ao ver mais jornalistas parados me esperando, eu não queria entrar em guerra com meu pai, mas também não aguentaria mais aquilo.

Estava quase no ultimo tempo de aula quando a diretora entrou na sala e me chamou, como toda adolescente eu senti certo medo, mas quando comecei a chegar perto da sala dela e avistei Hook sentando, eu sabia que não era coisa boa.

– Vou deixa-los a sós. – Ela abriu um pequeno sorriso. – Alteza. – Ela fez referencia e saiu da sala.

– Alteza? – Ele se levanta e parecia estar com raiva. – Charlotte, seu avo pediu para eu vir falar com você, mas acho que não valeu tanto a pena assim.

– Jake olhe para nos, não paramos de brigar um segundo e tudo o que eu queria era te abraçar e chorar. – Deixo uma pequena lagrima cair.

– O que aconteceu com a doce Charlotte pelo qual eu voltei machucado, com quem eu tive a melhor noite da minha vida? – Ele limpa minha lagrima e se aproxima.

O abracei e fiquei ali quieta ate que....


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