Os Reis - A ascensão ao Trono escrita por Safira


Capítulo 2
2.Fantasmas.


Notas iniciais do capítulo

Bom... é mais um. Agradecimentos nas notas finais :) ;)



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Fantasma. sm sobrecomum 1. Imagem falsa, ilusória, que se apresenta à nossa fantasia; espectro; 2. coisa apavorante; 3. sombra, simulacro.

...

O vento de primavera entrou por sua janela, não se lembrava de deixa-la aberta ou muito menos de ligar a luz do quarto, abriu os olhos e viu que a luz que estava irritando seus olhos era do sol. Definitivamente o dia anterior foi cansativo e acordar cedo estava fora de seus planos, como sempre está, porém sua mãe já mais a deixaria acordar tão tarde.

Olhou o relógio na cômoda e pulou da cama, estava atrasada e se ela gostaria de viver mais um dia deveria se aprontar logo. Fez sua higiene matinal, vestiu um vestido de cor jade tomara que caia e seu salto verde jade, fez uma maquiagem leve de tonalidade esverdeada para combinar com o resto da roupa e com seus olhos e por fim passou uma base para esconder as olheiras de seus olhos. Constatou olhando o espelho que aquele dia ela estava muito longe de ser ela mesma com aquelas roupas e maquiagem.

Apressadamente dirigiu-se para frente do castelo, desceu os intermináveis degraus até o local onde seus pais a esperavam.

— Você está belíssima, como uma flor Haruno. – O pai fez uma reverência e pegou sua mão.

A menina curvou o corpo para o pai e logo em seguida para a mãe com um lindo sorriso.

— Desculpe o atraso.

— Poderia melhorar a meu ver, porém não creio que nossos convidados concordem com minha opinião. – A mãe virou a cara.

— Não ouça sua mãe. Vamos, seus convidados estão esperando na copa.

A menina não entendia ao certo o motivo de tudo aquilo, o pai dizia que era apenas um café matinal com velhos amigos onde eles conversariam coisas sobre o governo, mas por outro lado a mãe se mantinha ansiosa e ríspida quanto o comportamento da menina naquele dia. O que passava em sua cabeça quando entrou na copa era que simplesmente não havia nenhum motivo obvio para ela estar em um destes cafés da manhã para falar de negócios.

— Mebuki, Kizashi, que prazer reencontra-los.

Uma mulher abraçou seus pais e um homem também.

— Esta deve ser a famosa Sakura!

A mulher olhou para ela e sorriu, a menina retribuiu o sorriso e se reverenciou como sua mãe mandara fazer quando visse. Aquela mulher, que apesar de não saber o nome, sua mãe falara já muito dela, de como devia causar boa impressão, as descrições da mãe sobre os convidados presentes se mostraram impecáveis quando a menina viu todos sentados na mesa já comendo e mantendo uma conversa amigável entre eles.

Seus olhos percorreram a mesa de forma cautelosa e parou em um adolescente que fazia brincadeiras com um homem sentado ao seu lado.

— Se eu fosse você eu pararia de encarar. – O garoto ao seu lado aconselhou.

Olho brevemente para rostos conhecidos como os de sua família que estavam presentes na mesa para depois olhar educadamente para o menino ao seu lado, ele tinha sua idade.

— Mas claro eu não sou você.

— Por que me chamas de “você”?

— E como eu deveria te chamar?

— As pessoas me chamam de Vossa Alteza, mas pode me chamar de Sakura. – Lembrou-se brevemente de sua mãe e em como ela gostaria que a menina agisse.

— Tudo bem. Vossa Alteza deveria parar de olhar.

— E quem acha que eu deveria fazer isso?

— Eu. Sasuke, mas pode me chamar de Vossa Alteza.

— Toda vez que você fala ironia é como se estivessem atirando e pisando no meu cérebro.

— Eu não estou insultando sua inteligência se isso que acha.

— Não? – Levantou uma sobrancelha.

— Não. Minha mãe disse que hoje iria ser divertido, mas estou começando a não acreditar nela.

— Por quê?

— Porque eu te conheci.

A menina revirou os olhos e comeu o resto de sua refeição em silêncio.

...

Olhou para o horizonte do jardim, ele tinha sobrevivido à manhã inteira ao lado da menina rosada. Já era tarde quando seus familiares e o dos Haruno foram para o jardim para conversar, ele se mantinha o mais afastado que a etiqueta permitia o que não era muito, mas a sorte pareceu brilhar a seu favor quando todos pareceram se dispersar sobre a grama verde cheia se flores.

Viu o irmão mais velho sair de seu lado e ir cumprimentar algumas pessoas, seus olhos passeavam calmamente sobre cada pessoa e imaginava em sua cabeça como seria estar sozinho naquele jardim.

— Não é algo agradável. – A voz da rosada soou em seus ouvidos.

— O quê?

— Todos que olham este imenso jardim se imaginam por alguma vez na vida se podem ficar sozinhos aqui e como seria a sensação. Imagino que com você não foi diferente.

— Você já esteve aqui sozinha por um tempo?

— Mais tempo do que eu gostaria.

— E como foi?

— Como poderia ser: Solitário.

— Você não faz esse tipo. – Ela negou com a cabeça. – Mas algo me diz que você faz. – Ela fez uma careta. – Quero dizer... Vossa Alteza Sakura.

— Só Sakura, quase ninguém me chama assim hoje em dia.

— Tudo bem... Sakura. Desculpe-me por mais cedo, por te falado que meu dia seria chato com você do lado eu realmente não quis dizer isso, ou melhor, eu quis, mas não foi daquele jeito.

— Tudo bem eu entendo. Estou acostumada a ser o problema.

— Você não foi o problema e acho que nunca será. O problema é que eu não quero ser um fantasma.

— Fantasma?

— Eu não quero ser o que a lei diz para ser, eu quero ser eu porque eu quero ser assim não um punhado de palavras vazias ditas ao vento.

— Entendo. Você não quer ser a ilusão de algo que claramente você não é.

— Isso. Acho que ninguém nunca tinha entendido esse meu ponto de vista.

— Vamos fazer um trato?

— Depende.

— Eu sou um fantasma, não posso mudar isso, não posso escolher para onde vou passar à tarde ou que música vou escutar hoje, mas você pode ser mais. Promete para mim que vai tentar ser mais? Mais do que música... Mais do que pensar... – Olhou em seus olhos negros.

— Prometo fantasma.

— Desculpe interromper a conversa, mas... Sakura mamãe está chamando para que nós possamos nos despedir de algumas pessoas.

— Claro Sasori. Prazer Sasuke.

Viu a menina se distanciar, algo em sua imaginação dizia que ele não se lembraria do rosto dela em alguns anos ou muito menos de sua voz, pois a voz é a primeira coisa que esquecemos com o tempo, em sua imaginação ele guardaria o jardim dela e como ela foi capaz de entender seus pensamentos com poucas palavras trocadas ou se o destino fosse um pouco mais amigável com ele, ele se lembraria de como ele se sentiu solitário quando ela se foi assim como ela deveria se sentir quando ficava ali sozinha. Ele certamente não começou a gostar dela, mas por outro lado certamente compreendeu que não precisava ser o fantasma que tanto abominava e que ele tinha sim escolhas. Seus pais o chamaram e ele se despediu dos pais dela e do irmão ruivo dela e deixou ela por último, sem últimas palavras trocadas, apenas um sorriso largo dela e um tímido sorriso de lado dele, um beijo na mão e um “até logo”.

Ele só não tomaria as decisões certas e inevitavelmente esqueceria o que aconteceu naquele dia.

...

Passaram-se exatamente duas horas e meia desde que todos os convidados tinham ido embora. Ela estava na biblioteca com seu irmão mais velho, em sua mente ela passeava entre suas lembranças enquanto seu irmão lia algo sentado ao seu lado.

— Sasori... Fantasmas existem?

— Se existissem minha flor, eu seria um. – Ele olhou para Sakura com um sorriso calmo.

— Mas você não está morto.

— A morte nem sempre vem fisicamente ou visualmente.

— Então está me dizendo que não é porque vemos as coisas que elas estão vivas ou até mesmo existem?

— Mais ou menos isso.

— Então me explica.

— Você não entenderia. Um dia você entendera com seus próprios olhos e nesse dia você saberá que muitas coisas que você ama já não estão mais aqui.

— Existe um modo dos mortos voltarem à vida?

— Uma vez morto você nunca mais é o mesmo. – Falou com propriedade. – Se você voltar de seja lá o que tiver quando morremos você só será um fantasma vagando.

— Sem alma?

Ele fez carinho em sua cabeça, ela gostaria de entender o quanto antes.

— Fantasmas são na verdade aquilo o que as pessoas gostariam que fossem. São uma ilusão somente. Como nós.

— Nós?

— Vovô costumava me dizer isso. Somos fantasmas sempre que fingimos algo que não somos.

— Entendo.

Ele dá de ombros.

— Você anda lendo muitos livros de fantasia. Relaxa Sakura disto nada existe. Histórias para pessoas não dormirem. 

Sendo verdadeiras ou não, o único fato que ela conseguiu ver que era real era que fantasmas eram histórias para pessoas não dormirem, pois ela não dormiu naquela noite e muito menos na noite seguinte.


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Notas finais do capítulo

Hoo minnnnaaa, mais um cap ai para você meus amores... gostei muito do comentário que recebi da Giovana Souza e agradeço muito a ela por ser nossa primeira fã a comentar!!
bejokas...



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