Dark Water - Herdeiros De Netuno (hiatus) escrita por Vine Azalea


Capítulo 7
Interrogatório de Jhynn Maicoom


Notas iniciais do capítulo

A identidade de um dos integrantes do Triangulo de Neptune é revelado nesse capítulo. Me inspirei nesse capítulo no livro Divergente - que eu estou lendo atualmente - e desculpa a demora para postar.



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Acordo com um impacto sobre o rosto. Estou norteada e a dor começa a tomar conta de toda a minha cabeça. “Onde eu estou?” Me pergunto, mas não reconheço esse lugar nem dos meus piores pesadelos. O impacto se repete desta vez do outro lado do meu rosto. É um tapa, dos fortes.

A mão que me acerta é pálida como cinzas, e as veias que cobrem o braço são negras como carvão. As mãos parecem surgir do nada, me golpeando com força com pausa de apenas alguns segundos. Ouço múrmuros mas estou tonta de mais para diferenciar uma palavra da outra.

– Jhynn Maicoom. – Finalmente entendo a voz, que parece gemer de angústia, pronunciando o meu nome com raiva. – Fada da terra, que insolentemente entrou no portal e veio atrás de nós, porque?

Antes que eu pudesse abrir a boca para responder algo, recebo outro tapa no rosto. Sinto o suor escorrendo na minha testa até a minha boca inchada, meu cabelo está molhado e sujo. – Como eu poderia vir atrás de você se eu nem te conheço?!

– Mas você veio atrás de Matilde, Nicole, Daiana e Rick. – Ele precisou mencionar os nomes para eu me lembrar de como vim parar aqui. Mas aqui onde? E tudo começou por causa da Matilde. E por que ele não mencionou Roger?

– E com o Roger. Roger Maicoom.

Ele solta um gruído, como se engasgasse.

– Onde está o Roger? – Apesar de não ter forças, eu grito o mais alto que consigo. Ele suspira e me acerta um soco no estomago.

– Garota mimada, Skyler e Clark não ti deram educação? Fadinha de merda!

Recebo outro soco, mas não sinto a dor. Não sinto nada, fico presa na surpresa em descobrir que o desconhecido sabe o nome dos meus pais.

– Quem é você? – Digo, quase sem voz.

– Quem é você?

– Jhynn Maicoom. – Respondo, mesmo que seja óbvio.

Será mesmo? – Ele pronuncia as palavras como se fosse uma gargalhada.

– O que você quer dizer com isso? – Questiono, mais com raiva do que realmente curiosa.

– Não importa o que eu quero dizer com isso, importa quem és.

Fico pensando na resposta, depois de um tempo procurando palavras em minha mente, solto as mais grosseiras que encontrei na minha mente.

– Você é louco. Não deve passar de um renegado.

Sinto minha barriga arrebentar, em uma dor aguda e continua. Olho para baixo e me vejo sangrar. Ele me furou? Estou com cinco cortes na barriga, aparentemente profundos. Se eu fosse uma renegada também me ofenderia, ser um renegado significa que foi expulso de um reino ou da sua espécie.

– Contenha suas palavras, sua vadiazinha. – A voz dele parece calma novamente.

– Me solta e eu irei lhe mostrar quem é vadia. – Disse sem pensar, e agora que pensei no que disse percebi que foi uma má ideia. Fico esperando para apanhar ou ter um membro quebrado ou talvez arrancado. Mas nada acontece, apenas ouço uns sons estranhos, mas comuns. Som de animais se rastejando, cobras! Centenas de cobras estão entrando na caverna. A caverna que antes estava com a maior parte coberta sobre sombra, agora esta iluminada fracamente, como se fosse pela lua. Parte da caverna, assim como o chão é de metal, e outra parte é de pedra e uma vegetação como os corais. A apenas uma entrada ou saída, um buraco perto do teto por onde estão despencado todos os tipos de cobras.

Fecho os olhos e tendo me acalmar. Nunca tive medo de cobras, mas também nunca vi tantas. Sinto algumas se rastejarem sobre minhas pernas e ouço outras passando pela parede onde estou presa por correntes. Se eu tiver sorte – coisa que eu não tenho muito – uma cobra pode acabar soltando as correntes, penso. Mais por desespero do que por lógica. Abro os olhos e só então percebo que a caverna está lotada de cobras até os meus joelhos e não para de descer mais. O que irá acontecer, irei morrer sufocada por cobras ou esmagada? Bom, é melhor do que ser picada, penso. Em menos de 3 segundos levo uma mordida na coxa. A dor não é tão grande quanto imaginei – mordidas de cachorro doem mais – mas foi o suficiente para fazer eu me contorcer. Ao abrir os olhos novamente vejo que tem o “nível” de cobras já bate no meu peito. Se eu já estava desesperada antes, agora estou a ponto de ter um ataque cardíaco.

Começo a gritar por socorro, mesmo sabendo que pode ser inútil. Algumas cobras se enroscam na minha perna, enforcando a mesma. Grito de uma forma que eu nunca gritei na vida, acho que nunca senti dor como aquela. Meus braços começam a ser picados e eu coloco meu rosto em baixo da minha axila, tentando proteger minha face. Meu corpo adormece de tanto veneno, sinto que vou desmaiar a qualquer momento. Podia jurar que sentia as gotas de veneno circulando no meu sangue até chegar ao meu coração. Apesar de estar dormente, ainda sinto dor. Dor é pouco para o que eu sinto. Minha perna se quebra e a outra esta quase, as cobraças conseguem chegar ao meu rosto e me mordem a vontade, uma delas até mesmo entra na minha boca. Após um segundo tudo para, estou morta.

Retomo a consciência e vejo que não estou mais onde eu estava. Agora estou deitada no chão frio de uma sala de ferro enferrujado, parece o interior de uma embarcação. O lugar fede a peixe e a sangue. Minha cabeça dói como se meu cérebro estivesse derretendo em ácido, e só então eu me lembro das cobras e tudo mais. O pânico volta a tomar meu corpo e eu tremo como se estivesse nua no ártico. Relembro de cada dor, cada angústia, cada picada, de tudo, como se estivesse acontecendo novamente.

A porta de metal se abre rangendo, ergo a cabeça para ver quem é e percebo que eu estava chorando e ponto de criar uma pequena poça de lágrimas no chão. O temor aumenta sobre o meu corpo ao ver quem entra. A voz da pessoa que me agredia não era de um homem, era de uma mulher. – Pelo visto você sobreviveu ao meu feitiço, pequena Jhynn. – Uma mulher com quem eu convivi na infância, alguém que eu conheci e podia dizer que amava. Hedite Maicoom, minha falecida tia. Mãe do Roger.

– Hedite? Não é possível. – Mas penso que é possível sim. – Por quê?

– Não sou Hedite, sou Naga. - ela fez uma breve pausa, até que enfim respode– Por que você pode ser a Herdeira.


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Notas finais do capítulo

Herdeira do que? Descobrirá nos próximos capítulos xD
Não no próximo, em outros que virão em breve.



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