- Eu quero que aquele calhorda apodreça no inferno. – naruto escutou a imprecação de Kushina, mesmo a portas fechadas.

Uma outra risadinha feminina foi escutada.

- Vossa Excelencia disse o mesmo quando o conheceu. E no entanto...

- A única coisa boa que aquele traste fez na vida foi o meu filho. e mais nada!

- Hime-sama, não deve se exaltar, lembra-se?

- Não devo me exaltar? Que grandessíssima...

Um palavrão que fez naruto descolar o ouvido da porta foi pronunciado. Ele até mesmo corava ao pensar naquela palavra... E no entanto, aquela mulher de aspecto tão doce o falava com uma grande naturalidade.

O loiro se virou, para sair, quando percebeu que Ryu o encarava, as mãos nos bolsos.

- Tsc... eu devia bater na porta e contar para a Kushina-madrinha-sama que voce estava escutando.

- Voce fez a mesma coisa que eu.

Eles falavam aos sussuros. Ryu revirou os olhos.

- Bem, mas ficar escutando a conversa da madrinha não vai ajudar em nada. Voce precisa vir comigo, para...

A porta do aposento foi aberta. Uma mulher de idade aproximada a Kushina os encarava. Usava um quimono amarelo, os cabelos negros em um coque enfeitado com flores.

- O que vocês dois estão fazendo aqui?

- Oi, gostosa. Vim aqui te dar um trato, não posso?

- Ryu! – o tom repreensivo não deixava duvidas que ela não gostara. – já fez o que hime-sama mandou?

-  Já, não se preocupe. Eu também aproveitei para pegar as roupas daquele  filho da mãe do...

- Ryu!

Ele revirou os olhos.

- Mas que conseguimos... fazer aquilo... Conseguimos!

- Ryu! – Naruto observava  com um certo interesse aquela cena. A mulher pareceu estar perdendo a paciência. Ela era muito parecida com Ayame, o que fez naruto desconfiar que talvez fosse a mãe da jovem.

É o nome do carinha mais sexy desse império...

- Faça Ryu entrar. – a voz de Kushina soou clara.

- Quer saber onde mesmo eu gostaria de entrar? – A pergunta em um sussurro foi feita por Ryu para a mulher, que o pegou pela orelha e o levou até Kushina, que usava um quimono azul escuro, com pequenos lírios bordados na gola.

O aposento era uma sala confortável, bastante iluminado. Suas paredes eram forradas com livros. Varios tapetes pelo chão, uma mesa ampla, vários pergaminhos, livros abertos em cima dela. Dois vasos idênticos enfeitavam a mesa que a imperatriz trabalhava.

Ryu fez uma reverencia. Naruto, aproximou-se da imperatriz, e a beijou no rosto.

- Olá, mamae. – assim que as palavras saíram, ele sentiu uma coisa estranha dentro de si. Era a primeira vez que as pronunciava, na vida. E embora ele soubesse que não eram dirigidas a pessoa certa, sentiu-se emocionado, quando Kushina o encarou, um sorriso de encantamento no rosto.

- Como voce está, meu filho?

- Ai como o amor é lindo! – Ryu colocou as duas mãos no peito, fazendo uma expressão exagerada. – Quando eu tiver um filho, vou querer abraça-lo e beija-lo o tempo todo, como Kushina-madrinha faz com esse daí. =

Kushina havia segurado a mao de Naruto, apertando-a enquanto Ryu falava.

- É mesmo, Ryu?

- É claro! E aproveitando a chance... já que os conselheiros fazem tanta questão de que a senhora case com um cara daqui, que tal pensar na minha proposta, madrinha? E assim matamos dois coelhos com uma kunai só.

- Dois coelhos? – ela ergueu uma sobrancelha. – que seriam quais?

- Um eu já disse. o outro é darmos um pai para o haijame-chan e...

- AHH... CALA A BOCA, TEME!

Naruto perdeu a calma.

- Venha me fazer calar... benzinho. – Ryu atirou um beijo para Naruto, que pulou por cima da mesa. Os dois começaram uma luta de taijutsu. Kushina suspirou, enquanto pensava que Naruto e Haijame, alem da aparência física, tinham o temperamento muito quente.

- Pela disposição de Haijame, quem poderia dizer que ele esteve quase morrendo, a apenas dois dias? – Kushina questionou, um breve sorriso nos lábios. Chamar esse garoto de filho, não era tão difícil assim no final. A mãe de Naruto deveria possuir muito orgulho dele.

- Emiko, a mulher que conversava com Kushina, olhava  a luta dos dois, com uma certa atenção.

- Kushina-sama. – falou apreensiva, de repente.

- O que é Emiko?

- Esse... não é Haijame.

Kushina riu nervosamente.

- Do que está falando, Emiko? Como não é meu filho? estávamos juntas quando ele chegou, desmaiado, sendo carregado por Ryu... Voce mesma verificou que ele estava sem chakra.

- Sim. Mas... o modo como ele caminhou da porta até sua mesa...

- Andou sobre as duas pernas, como um homem.

- Não. – Emiko negou com a cabeça. – PAREM VOCES DOIS! – ela berrou, quando bateram em uma estante e vários livros caíram. – perdoe-me, hime-sama. –  fez uma breve reverencia. Pegou os dois vasos e indo até os dois, acertou um em cada cabeça. Os dois caíram no chão, esfregando o local da batida. Emiko ajoelhou-se, pegando o rosto de Naruto, encarando-o com atenção.

- Emiko, o que significa isso?

- Não há duvidas que ele se pareça com Haijame-kun... mas... – Emiko largou o rosto de Naruto, que agora a encarava assustado. Pegou as mãos dele. – que dia, garoto, voce nasceu? Quantos anos voce tem? – as apertou com força.

- Emiko, voce é minha médica particular a mais de vinte anos! Sabe muito bem que dia Haijame nasceu! – Kushina sentiu-se incomodada. – Voce que fez o parto, lembra-se?

- Que nome ele deu a voce? – Emiko sussurrou. – vamos, querido, por favor, me responda! Que dia voce nasceu?

- Emiko!

- Hime-sama, esse garoto não é Haijame! haijame pode ser parecido com o pai, tendo os mesmo olhos azuis – conforme ia falando, Emiko começou a passar a mao pelo rosto de Naruto – os mesmos cabelos loiros espetados, a altura parecida, mas Haijame não anda como o pai! Já esse... – Emiko olhou para a ruiva, que tinha os olhos estreitados.

Cada palavra que Emiko pronunciara, ela mesma já havia se dito durante a vida do filho. os mesmos olhos azuis, os mesmos cabelos loiros espetados, a altura parecida... Até o modo de lutar era parecido. Minato lhe ensinara varias de suas técnicas... até mesmo aquela pela qual ficara conhecido como Relampago Amarelo. E a técnica que ele criara e ensinara ao sensei. Rasengan.

O andar de Haijame realmente era diferente do de Minato. Mais coisas em comum entre eles ela não suportaria. Ela continuava amando o ex-marido, como no dia do casamento deles. mas após a separacao do casal, ela ordenara a seus subordinados, que qualquer noticia referente ao quarto hokage, fosse vedada.

Quando se apresentara, ele dissera, cheio de orgulho “Sou Naruto, o próximo Hokage de Konoha”. Da mesma forma que Minato. Kushina vira Naruto andar. Se estivesse de costas, ela acharia que era Minato, como no dia que seu filho nascera.

- Quando voce nasceu? – Emiko voltou a insistir, os olhos com lagrimas. Lembrava-se perfeitamente do parto, ao contrario de Kushina, que fora obrigada a dopar, pela crise nervosa que tivera, com a visita do hokage.

- Dia dez de outubro. – Naruto respondeu, enquanto se chutava internamente. Ele DEVIA ter pedido quando o tal Haijame havia nascido.

Emiko ofegou, como se tivesse levado um soco no peito. Largou naruto e ergueu-se. caminhou, lentamente até Kushina, que não conseguia entender nada. Felizmente, Naruto de Konoha, como ela o chamava, nascera no mesmo dia que Haijame.

- Emiko, sugiro que me de uma explicação extremamente convincente sobre o que está acontecendo aqui!

A médica ajoelhou-se, curvando-se.

- Imploro pelo seu perdão, Hime-sama... No dia que Haijame nasceu, eu cometi um crime terrível...