No começo, ele jurava que achava que era uma excelente ideia ir andar de cavalo com seu namorado. Olhe a palavra-chave ali, 'começo'. Pois agora que estava segurando as costas de Akashi com força para não cair do cavalo que atualmente galopava em alta velocidade – algo que ele achava ser rápido demais – não tinha tanta certeza assim se ele gostaria de continuar com aquela ideia.

— S-s-seijurou--

Ele tentou mais uma vez, decidindo que seria a última. O vento estava forte demais para que sua voz baixa alcançasse os ouvidos do outro, que se encontrava entretido naquela atividade que fazia seus braços tremerem, tanto de frio quanto de medo, medo de cair. Utilizou um dos braços que estava agarrado como uma corda no torso do ruivo para cutucá-lo com força – ou pelo menos a força que tinha naquela situação.

Finalmente percebendo os movimentos de seu amante, o avermelhado começou a diminuir a velocidade, até que estivessem em nada mais do que um lento galope, algo que o azulado apreciava muito mais, por mais que a sensação do vento contra seu rosto fosse agradável – se você tirar a possibilidade de cair, o balançar do cavalo e o próprio cavalo, hipismo seria sua atividade favorita.

— Tetsuya? Alguma coisa errada?

O azulado deu um suspiro, uma última tremida, e voltou a sua forma normal. — Seijurou-kun, não me faça passar por isso de novo! É assustador. Por favor, vamos parar de correr tão rápido assim.

Uma expressão levemente aborrecida passou pelo rosto do avermelhado, mas isso foi em um milésimo de segundo, antes dele mudar a mesma para um sorriso aquecedor. — Desculpa, Tetsuya...eu fiquei muito animado. Faz um bom tempo desde a última vez que corri. Podemos voltar de cavalo se você quiser...mais devagar.

Kuroko manteve a mesma expressão. — Não, muito obrigado. Basta de cavalos por hoje, Akashi-kun. Eu vou andando mesmo.

— É bem longe, você sabe, não é?

— Eu tenho estamina o suficiente.

— Tetsuya, nós dois sabemos que isso é uma mentira. Venha, fique aqui atrás de mim. Se estivermos indo muito rápido é só me avisar que eu paro. — ele estendeu sua mão para o azulado, que já havia saído da sela do cavalo, deixado aquele pesadelo para longe. — Eu prometo que não vou mais rápido do que um galope, tá bom?

Com um suspiro, o mais baixo admitiu sua derrota. — Tá bom. Você prometeu, viu, Seijurou-kun? — pegou a mão do outro, subindo no cavalo.

E por mais que não gostasse muito de andar de cavalo, ele usou aquela chance para ficar a viagem inteira com seu rosto enfiado nas costas do namorado, apreciando o calor que ganhava com aquele simples toque, uma sensação de proteção que não poderia ser extinguida por nada. Muito menos o vento batendo em seu rosto e o trote contínuo do cavalo.