Me Note escrita por Luna


Capítulo 3
Como se parte um coração.


Notas iniciais do capítulo

Então gente, esse é o último capitulo que eu posto todos os dias, agora é de 4 em 4 dias, então segurem a ansiedade e comentem o que estão achando e o que querem que aconteça! ;)



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Estávamos na Oitava série agora. Após aquele dia, sempre que a oportunidade surgia, eu infernizava um pouquinho a vida do Thiago, respondia as idiotices que ele falava na aula com alguma frase venenosa, dedurava ele para os professores, o fazia tropeçar na Educação Física... Uma vez até passei cola na cadeira que ele estava sentado, mas, por algum motivo, ele nunca mais fez nada contra mim ou Hana. Depois que passei cola na cadeira e ele não teve reação alguma, o deixei em paz. Já estava gastando energia demais e me arriscando demais por causa daquele garoto.

O ano letivo acabou, vieram as férias, com elas, as festas com Hana e a descoberta dos meninos. Uma descoberta na qual Hana se saiu muito bem, com muito mais desenvoltura que eu. Durante as férias, Hana ia a festas todos os dias, eu só a acompanhava nas sextas, sábados e domingos. Ela ficava com um boy diferente em cada festa, eu não fiquei com quase nenhum. Não conseguia conceber a ideia de ter meu primeiro beijo apenas por atração física, não era a recordação que eu gostaria de guardar. Meu passatempo nas festas era deixar os garotos correrem atrás de mim, sem ter nada em troca. Quando Hana se esgueirava para algum canto com sua conquista da noite, eu apenas ficava fugindo dos meus perseguidores. A maioria desistia de mim antes da metade da festa, mas alguns poucos resistiam até o fim e para esses, eu dizia meu nome e celular. Um deles fez contato, o Bernardo. Ele era um fofo, nos conhecemos duas semanas depois das férias começarem e nossas conversas eram fáceis e divertidas, eu realmente pensei que estava me apaixonando e que o sentimento era mutuo. Nós conversávamos por sms e ao longo da semana nos encontrávamos. Não deixei de sair com Hana, mas em algumas festas eu o levava e em outras, fazia com que ela fosse embora mais cedo comigo. Nós nunca chegamos a namorar, mas havia algo de sério em ele ter sido o primeiro cara a me beijar que tornava tudo aquilo mais comprometido e ele entendia isso.

O primeiro beijo rolou depois de uma semana que nos conhecíamos, foi num lual que a Hana me arrastou e eu arrastei ele. Estávamos dançando. Eu desengonçada como sempre, tropecei em uma pedrinha e me apoiei nele. Ele me sustentou em seus braços e me deu um beijo carinhoso. Depois, sempre que nos beijávamos, ele era carinhoso e controlado, a definição de fofo. Era uma relação tranquila, sem brigas, sem momentos de paixão louca, como um sonho. E, como em um sonho, eu acordei. As férias se desenrolaram calmamente, eu o via toda a semana, Hana se acostumara com a presença dele em nossas vidas e previa um relacionamento pós-férias. Eu não podia deixar de transparecer uma certa alegria com essa possibilidade, mas então o último dia das férias chegou e nós nos despedimos como em qualquer outro dia.

Ele não deu noticia pelas próximas duas semanas e eu comecei a ficar preocupada. Passei a deixar mensagens de bom dia e boa noite para ele todos os dias, na esperança de que algum dia ele respondesse. Uma semana depois, alguém respondeu. O telefone tocou e não era ele. : - Oi, posso saber quem é você?- Perguntou uma voz feminina - Meu nome é Liana, posso falar com o Bernardo?- Perguntei, com a esperança de que fosse uma irmã ou prima. - Ele não está aqui agora, eu sou a namorada dele. Posso saber por que você anda mandando mensagens pra o meu namorado todos os dias? Namorado. Agora o silêncio fazia sentido, ele tinha namorada, eu fui só uma distração de férias. - Me desculpe, acho que estava mandando para o número errado. Tchau. Menti, desligando o celular antes que ela pudesse dizer mais alguma coisa. Aquela foi a primeira vez que gostei de alguém, de verdade, quase tive a oportunidade de amá-lo, se não fosse aquela descoberta. Aquilo me marcou, me fez saborear o gosto da amargura e da traição como nunca havia sentido antes. Terminei a sétima série sendo uma menina, iniciei a oitava como uma garota completamente diferente.

Como eu imagino o Bernardo:


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