Antes de Ir escrita por Bruna Gonçalves


Capítulo 2
Atropelada


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Fiquei realmente feliz por vocês estarem lendo a minha fanfic. Foi mágico ver os comentários!
Muito obrigada mesmo!

Aproveitem o capítulo!



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Acordei com o sol queimando meus olhos. Sentei na cama e remoí cada palavra que eu tinha dito no dia anterior, pensando se eu deveria ligar para Gale e me desculpar, dizer que estava voltando para casa e que tudo iria se resolver.

Não, eu pensei, se eu voltar, ele não vai deixar que eu saia de casa de jeito nenhum.

Me levantei, tomei um banho quente e fui até a recepção, para fazer o chek-out. Quando cheguei ao meu carro, contei o dinheiro que eu tinha. Três mil dólares, um bom jeito de começar. Pensei um pouco, e decidi comprar um café no pub da Grasy Sae. Ela era uma senhora que me conhecia desde criança. Ela tinha o melhor café com leite sem lactose, as rosquinhas mais doces e os melhores ovos com bacon de toda Westivew. Era o meu lugar preferido antes de começar a namorar Gale e ter que largar tudo, menos o meu emprego no Restaurante do Plutarch.

Enquanto dirigia, observava as pessoas com suas vidas pacatas: o Sr. e a Sra. Snow sentados no banco da praça, dando comida aos esquilos; uma garota ruiva que eu chama de FoxFace andando com seus três filhos e seu carrinho de bebê; Haymitch saindo do cabeleireiro e Effie o observando com cara de boba pela vitrine; Tresh enchendo os pneus de sua bicicleta, tentando, inutilmente, esconder o hematoma horroroso no braço; Clove encostada no muro de tijolos de uma livraria, beijando e rindo com seu novo namorado chamado Cato.

Uma das desvantagens de morar em cidades pequenas era que todo mundo conhecia todo mundo. Por exemplo, eu sabia que o Sr. e a Sra. Snow tiveram vários problemas durante o casamento, mas superaram, e estavam mais felizes do que nunca; que FoxFace teve os trigêmeos com o primeiro namorado, e teve mais uma filha com o noivo, e agora, com vinte e dois anos, tinha três meninos e uma bebezinha para cuidar; que Haymitch e Effie saíram para jantar algumas vezes, mas ele nunca dava o primeiro passo, e ela sempre pedia para ele passar no salão para dizer alguma coisa banal, só para vê-lo todo o dia; que Tresh tinha se metido em uma briga em uma boate por causa de uma garota bêbada que estava sendo abusada; também sabia que Clove namorava Cato escondido dos pais, por que o garoto usava piercing e alargador em uma das orelhas e tinha uma tatuagem em homenagem a Clove, mas seus pais não suportavam “marginais”.

Por isso eu odiava tudo aquilo. Todos sabiam da vida de todos, e tudo só se tornava cada vez menos íntimo e pessoal.

Estacionei o carro em frente ao pub e tirei a chave. Não sei exatamente o que me deixou entorpecida quando entrei no estabelecimento. O cheiro do café fresco, do bacon fritando, das rosquinhas sendo polvilhadas com açúcar e dos ovos sendo mexidos invadiram minhas narinas, fazendo meu estômago roncar e meus sentidos se aguçarem. Vi Grasy preparando os lanches dentro da cozinha, pela janelinha, e corri até lá.

– Grasy! Meu Deus, que saudade! – eu exclamei, sentando no banquinho giratório e colocando meus cotovelos na madeira enseirada.

– Há quanto tempo, Katniss! Como vai?

– Bem. Estou melhor do que nunca.

– Tem certeza? Quero dizer, não que eu seja de fazer fofocas, mas eu fiquei sabendo que você e o Gale terminaram.

Eu cerrei minhas sobrancelhas.

– Foi a cobra da Glimmer, não foi?

Glimer era a “melhor amiga” de Gale, e ela tentava fazê-lo terminar comigo porque era apaixonada por ele.

– Foi. Mas não preciso dizer que vocês dois não combinavam, preciso? Sempre achei que você era areia demais para o caminhãozinho dele. – ela disse, com um meio-sorriso.

– Bem, eu não vim para falar do meu relacionamento, não é? Eu vou querer...

– O de sempre. Eu sei. – ela sorriu e foi para dentro da cozinha.

Enquanto eu esperava, fiquei observando o movimento do pub. Muitas pessoas que frequentavam aquele lugar ainda estavam lá, tomando o mesmo café e comendo as mesmas rosquinhas e croissants desde quando eu era uma criança. Vi um homem entrando pela porta, fazendo o sino tocar e a luz do dia invadir o estabelecimento escuro.

Como se fosse uma ideia, aquela luz me trouxe inspiração: fiz uma lista de dez itens em um guardanapo de tudo que eu queria fazer naquele período que mudaria minha vida. Apenas dez itens que eu nunca consegui fazer nos meus vinte e oito anos de vida.

Tomei o café da manhã rapidamente e corri para o Restaurante do Plutarch. Expliquei toda a minha situação, e tudo que ele disse foi um "te desejo sorte" e um "sentirei saudades de você".

Antes de sair para uma viagem inesquecível, fui até um mercadinho e comprei alguns mantimentos.

Mas, como estava com pressa e as sacolas estavam pesadas, corri até o outro lado da rua, onde meu carro estava estacionado. Com um susto, ouço um freio e sinto uma pancada que me derruba no chão, fazendo latas e utensílios voarem para todos os lados. Antes de apagar, vejo um homem saindo da Porsche e ajoelhando-se ao meu lado.


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Notas finais do capítulo

E aí?
Gostaram?
Mereço reviews?

Beijos
o/



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