A Arte da Alma escrita por GF


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Favoritem a história. Isso ajuda muito. Obrigado e boa leitura.



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Depois de tudo que aconteceu, Gin e Estela - com a ajuda da tirolesa - atravessaram boa parte da cidade, parando próximo à praia e que por sorte não havia sido ainda atingido pelos homens em guerra.
– Estamos seguros aqui!? - perguntou Estela, sempre olhando para todos os lados na má esperança de encontrar algum soldado cubano ou uruguaio.
– Por enquanto, Estela.
Ela parou, assustada por ser chamada pelo verdadeiro nome.
– Como você sabe meu nome?
– Te reconheci. Vi uma vez sua foto na televisão, e sei também que é filha do presidente de Cuba.
– Então sabe também que eu trafico arma?
– Sim. Não ligo. Já são nove horas da noite e temos de nos apressar. Vamos nos refugiar no navio que está chegando ao porto.
– VOCÊ ESTÁ LOUCO? Aquele navio serve de suporte para aviões militares.
– De acordo com as estratégias mais viáveis de ambos os lados da guerra, o navio vai ser atacado amanha à noite, logo há muito tempo pra gente.
– Vou confiar em você. Mas como vamos entrar sem sermos vistos.
– Vou amarrar a corda em uma faca e lançar contra o arco frontal do navio.
– Tem certeza de que vai dar certo?
– Tenho. Já fiz meus cálculos.
Estela e Gin se aproximavam cada vez mais do navio e tinham mais convicção, a cada chegada, que não se tratava apenas de um navio. Era algo muito maior, além, misterioso e perigoso. O excesso de adjetivos nele contidos os assustavam.
Como ele planejou, entraram no barco e deram de costas pra um guarda que não os perceberam - por sorte.
– Você está maluco, Gin. Mal entramos e quase fomos pegos.
– Relaxa. Precisamos de uma roupa idêntica a que eles estão usando.
– Como?
– Me espere aqui mesmo, atrás dessa caixa de armas.
– O que pensa em fazer?
– Apenas espera.
Saiu em disparado correndo e apunhalou o guarda, quebrando seu pescoço. Chorou um pouco por um momento por ter tirado uma vida inocente, porém foi fácil despir o guarda e arremessar o corpo contra o oceano. Há minutos o navio já tinha saído do porto e estava rumo ao continente africano. Gin e Estela não sabiam que estavam saindo do continente, mesmo sendo um pouco quanto óbvio.
– Voltei!!
– Que roupa é... Essa? - Estela debochando das vestimentas de Gin.
– Matei um guarda e peguei pra mim. Agora você. Há uma soldada próxima a cabine do comandante desse navio. Ela está sozinha, ainda. Se você se apressar.
– Quer que eu mate ela?
– Tem outra saída?
– Não. - Estela o obedeceu com um silêncio e não demorou muito para fazer o mesmo com a soldada o que seu amigo fez com o guarda. Retornou.
– Qual o próximo passo?
– Agir normalmente. Como se fossemos soldados desse navio.
– Mas... Eles vão perceber?
– Apenas abaixe a cabeça.
Em postura ereta, os dois sincronizados foram até a cabine.
– Tem certeza que quer fazer isso? - sussurrou Estela à Gin, ao lado do comandante que estava guiando o navio.
– Sim. Estou analisando a lógica desse sistema de direção. Quando acabar, vamos tirar ele daqui e vai restar eu e você guiando essa coisa.
– E pra onde você vai nos levar?
– Para o único país que a guerra não chegou e não vai chegar.
– Qual?
– Brasil.
– Mas já saímos do continente americano.
– Como?
– Estamos nos aproximando do continente africano, pelo radar.
– Mas que merda.

O comandante percebeu a conversa, porem não escutou absolutamente nada:
– O que vocês estão cochichando?
– Isso!
Gin pegou uma arma e deu um tiro na boca do comandante, que caiu ao chão de olhos abertos. Uma poça de sangue se formou e Estela ficou chocada:
– Com treze anos você é mal dessa forma.
– Ou ele, ou a gente. Estamos neutros nessa guerra. Todos são nossos inimigos, não temos aliados.
Os dois foram surpreendidos sonoramente com um estrondo vindo da dorsal do navio. Uma explosão.
Um soldado correndo veio até a cabine e viu que o comandante estava morto. Estela o puxou e fechou a porta da cabine, colocando uma arma na cabeça dele:
– O que você quer? Estamos no comando agora.
– Estamos sendo atacados por aviões de pequeno porte.
Gin analisou a situação e com certeza de algo perguntou:
– Qual país está nos atacando?
– Rússia.
– E quantos aviões são?
Mais uma explosão ocorre.
– Meu Deus! Vamos morrer! São dezenas deles.
– Sabe comandar esse navio?
– Creio que sim.
– Todo seu. Estela, o deixe aqui. Vou ver o que vou fazer. Fique com ele.
Estela estranhou, mas aceitou numa boa.
Correndo junto com os soldados, Gin viu a distancia dos aviões.
– Merda. Não posso usar minha magia aqui e agora.
Ele pensou e pensou, correndo contra o tempo e com medo da aproximação dos aviões com relação a uma destruição total do navio.
– Todos vocês!! Para o interior do navio.
– Você está maluco? Temos que pegar nossas armas e derrubar esses aviões.
– Não tem chance. Não há um avião de pequeno porte nesse navio. Eu sei do que faço.
– De onde você veio?
– Sou irmão do comandante. Agora, organize o restante e coloque todos no interior do navio. É uma ordem.
– Positivo!
O soldado acenou e assim fez.
Quando estavam todos dentro do navio, Gin começou seus cálculos.
"A distancia de um e outro é de aproximadamente 15 metros. Um deles esta na distancia de 27. Se eu conseguir fazer esse desviar de alguma coisa e diminuir sua distancia para 12 metros, o restante também reduzira; para 8. Duas bazucas. Eu preciso de duas.
No momento, Gin lembrou da caixa de armas na qual estava escondido e viu que tinha algo lá. Correndo, pegou as duas e colocou no ombro.
– Que merda pesada!! Ainda bem que são as mais leves e mais precisas.
Novamente, começou a raciocinar:
"O que tem distância 27 é o A1. O da direita, A2. É isso!"
A1 desviou do primeiro projétil, o que fez com que todos os aviões reduzissem a distância de um para o outro pela esquiva.
– Agora se eu explodir o do meio, A2, pela pressão do ar todos vão explodir, em efeito dominó. - se preparou, mirou, atirou, explodiram. - Isso!! Salvei o navio!!
Um soldado viu tudo que tinha ocorrido e avisou aos demais, que saíram do interior e aplaudiram a inteligência de Gin. O que ninguém esperava é que haviam seis aviões do mesmo nível dos demais já destruídos em contramão, ou seja, vindo da direção oposta. Vários mísseis teleguiados atingiram o navio, e um deles no meio dos soldados.
Muitos morreram.
A maioria.
Gin foi lançado ao mar pela pressão da explosão.
Estela, ninguém sabe.
O navio, afundou.
Uruguai perde Cuba, que perde para Rússia.


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Notas finais do capítulo

Não deixem de favoritar a história... Tchaaau :)



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