Vida Real escrita por heypedroh7


Capítulo 30
Injustiças




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No dia seguinte...
Maria Mello – Gente, e essa história toda da Magali?
Irene – Que história?
Maria Mello – De ela querer ficar com o Titi.
Mônica – Ela me disse, e disse também que depois que ele beijou a Dorinha, ele só serviria pra ela como amigo e olhe lá.
Mila – Duvido.
Irene – Duvida do quê?
Mila – Se ele fosse pedindo pra ficar com ela, ela aceitaria sem pensar duas vezes.
Maria Mello – Mas o Titi é escroto, só liga pra aparência.
Irene – A Magá não é feia.
Maria Mello – Não mesmo, a Dorinha que é. E eu não me refiro à deficiência dela tá? Que fique claro.
DC – Do que vocês estão falando?
Mônica – Daquele rolo todo da Magá querer ficar com o Titi, e daí depois ele vai e beija a Dorinha.
Bom, eu não sei se eu me surpreendia por elas estarem preocupadas com a Magali, que há muito não era comentada nos assuntos delas. Ou por a Mônica estar falando comigo direito, parecendo que já havia esquecido do mal entendido que aconteceu.
DC – Ah, sim. Mas... O que vocês estão falando?
Mônica – Até agora não chegamos a nenhuma conclusão, só estamos comentando mesmo.
Maria Mello – Tirando o consenso de que o Titi é um escroto.
DC – Não acho. Cada um fica com quem quer. Óbvio que eu tentei ajudar a Magali, mas não deu né gente? Não podemos fazer ele ficar com ela por pena, ou enfiar ela pela boca dele a dentro.
Titi – Eu ouvi meu nome aí, do que vocês estão falando sobre mim?
Irene – Uma palavra: Magali.
Titi – Ahn?
Mila – Hello meu filho, a Magali estava querendo ficar com você.
Titi – Eu percebia isso há um tempo atrás. Até achei que ela estivesse querendo trair o Quim.
DC – Não existe mais “Quim e Magali”...
Irene – Não?
DC – Não, mas isso não vem ao caso. Titi, você ficaria com a Magali?
Titi – Não, gente. Pra mim ela é só e somente uma amiga. Não gosto de ficar com amigas.
Maria Mello – E a Dorinha é o quê? Uma inimiga?
DC – Ele quis dizer amigas próximas tipo a Magali, sua mula.
Mila – Então por que ficou enrolando ela?
Titi – Eu não enrolei ninguém. Só disse que não sabia.
DC – Não sabia do quê?
Mila – A Magali perguntou se ele ficaria com ela, e ele disse que não sabia.
DC – Ok, isso ela não me contou.
Titi – Isso não é enrolar. Eu só não sabia mesmo se ficava com ela ou não. Não quero relacionamento sério agora.
DC – Mas ela só queria ficar.
Mônica – Gente, olha, se ele não quer ficar com ela, é melhor parar essa conversa por aqui, do que insistir mais ainda. Senão vai acabar virando uma coisa forçada.
DC – Bom, isso é verdade, então, melhor deixar isso pra lá, não acham?
Notei que a Carmem estava sentada no canto da sala, sozinha.
DC – Ei, o que foi?
Carmem – Nada não...
DC – Carmem! Eu sei muito bem que tem alguma coisa aí nessa cabecinha que você não quer contar.
Carmem – Ah, eu tô me sentindo excluída nessa turma.
DC – Como assim?
Carmem – A Denise vive querendo botar todo mundo contra mim de qualquer forma. Eu fico com fama de piranha, metida, mas tudo isso é culpa dela.
DC – Mas vocês não eram amigas?
Carmem – Nunca fomos, a Denise tem essa de “vou ser sua amiga, pra não ser inimiga” entende? Eu fico mal com isso, aí ficam falando por aí que eu iludi o Jeremias, e que agora tô namorando o RDJ pra botar ciúme nele. Eu amo o Roberto, não troco ele por ninguém. Que culpa eu tenho se o Jeremias gosta de mim? Pareço fria e seca falando desse jeito, mas eu realmente não posso fazer nada. Fico muito triste quando fica todo mundo contra mim, parecendo que eu sou a vilã da história toda.
DC – Ei, não fica assim... Eu não estou contra você, pode anotar isso.
Carmem – Obrigada mesmo DC, mas...
DC – Mas...?
Carmem – Ano que vem eu vou sumir dessa escola, sumir desse bairro.
DC – Por quê?
Carmem – Apagar todo mundo das minhas redes sociais, sem querer manter nenhum contato com ninguém.
DC – Todo mundo? Até eu?
Carmem – Todo mundo mesmo.
DC – Por que isso?
Carmem – Não quero mais nenhuma lembrança dessa gente, dessa escola, dessa vida que eu levo aqui. Sabe? Eu quero recomeçar uma vida nova, em um outro lugar, feliz com quem eu amo, sabendo que essa pessoa me ama também.
DC – Não faz isso, Carmem...
Carmem – Já estou decidida, DC. Pode deixar que de você eu só vou levar lembranças boas.
DC – Carmem...
E naquele momento se esvaiu uma lágrima do meu olho, pelo meu rosto. E pude perceber que nela também. É triste pensar em se afastar de pessoas queridas. Vocês aqui já sabem que eu carrego esse fardo comigo, de pensar em um dia perder todo mundo. E eu sei como ela estava se sentindo, mas era um mal necessário.
Carmem – Eu... posso passar o recreio hoje com vocês?
DC – Claro que pode, mas por quê? E as suas amigas?
Carmem – Outras falsas também. Falavam mal da Denise e agora andam com ela pra cima e pra baixo.
DC – Ah, tudo bem. Pode passar sim. Nem precisava pedir, sua boba. Todos nós gostamos de você.
– PÉÉÉ –
DC – Olha o recreio aí.
Carmem – Vamos descer?
Irene – O que houve que o DC só tá colado com a Carmem desde que começou a aula?
Mônica – Ele estava com a gente no começo, quando estávamos comentando sobre aquilo da Magá.
Irene – Será que ela vai se arrastar com a gente pro recreio?
Mônica – Ai, credo, não fala assim, Irene. Ela é super gente boa.
Irene – Eu sei...
No recreio...
Magali – DC, o que houve? Tô sentindo um clima estranho entre vocês.
DC – Clima estranho? Não houve nada...
Magali – Pode ser só impressão minha então.
Titi – Ei gente, olha esse aplicativo que irado! É tipo verdade ou consequência, só que pelo celular. E é o próprio aplicativo quem faz as perguntas e manda as consequências. É super maneiro!
Carmem – Ah vamos jogar?
Mila – Também quero!
Irene – Vamos jogar gente!
DC – Bora, bota esse treco pra funcionar aí então, Titi!
Magali – Mas, como assim?
Maria Mello – Ai Magali, deixa de ser lerda. É um jogo, ele manda e a gente obedece o que estiver escrito. Sacou?
Titi – Vamos lá gente! Quem vai ser o primeiro?
DC – Eu!
E foi mais um recreio normal, dessa vez com a Carmem ao nosso lado. E não é que aquele joguinho era legal mesmo? Tive que cheirar o pé da Carmem, e sentar no colo da Magali, enquanto que a Irene teve que tirar a meia do Titi com a boca. A Mila teve que sussurrar o nome dela sensualmente no ouvido da Mônica, e a Maria não teve que fazer nada. Foi divertido até. Deu pra esquecer os problemas mesmo que por uns trinta minutinhos.


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