Goodbye, Meemaw. escrita por Nathacha Fernandes


Capítulo 3
Poema


Notas iniciais do capítulo

Olá meninas, espero que gostem desse capitulo.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/492437/chapter/3

Eu hoje tive um pesadelo
E levantei atento, a tempo
Eu acordei com medo
E procurei no escuro
Alguém com seu carinho

A noite não foi uma das melhores, varias cenas de horror vinha em sua mente, ele estava com medo, mas de quê? Em algum momento ele acordou, estava suado e com medo, olhou para o lado e viu aquele corpo sereno ao seu lado e não hesitou em abraça-la para fugir daquele medo que se apoderou de seu corpo. Conseguiu dormir um pouco melhor... Mas mediante a situação, poucas coisas podem melhorar.

– Sheldon... Amy...

Ao longe eles ouviram algumas batidas na porta e a pronuncia de seus nomes. Ele foi o primeiro a abrir os olhos e se dar conta de que estava muito próximo dela. E ela aos poucos foi percebendo o mesmo e descobrindo que gostava daquilo.

– SHELDON!

E a porta foi aberta de uma vez. Eles rapidamente se levantaram e ficaram dos seus respectivos lado da cama.

– Sim, mãe?

– Vamos rápido, recebi uma ligação do hospital, temos que nos apressar.

Eles rapidamente se arrumaram e seguiram para o hospital, estavam com tanta pressa e com tanto medo que esqueceram do café da manhã.

E lembrei de um tempo
Porque o passado me traz uma lembrança
Do tempo que eu era criança
E o medo era motivo de choro
Desculpa pra um abraço ou um consolo

Já no carro Sheldon estava muito quieto, triste... como se uma parte dele estivesse indo, mas indo para onde?

–x-

Mais uma vez ele tinha sido perseguido pelos valentões do colégio. Ele corria, corria com todas suas forças, mas foi em vão... eles o alcançaram.

– Então Dr. Esquisitão, para onde vai com tanta pressa.

– Creio que isso não seja da conta de vocês. – Pobre Shely, resposta errada.

– O doutor tem uma língua um pouco grande, não é rapazes? – e o bando confirmou – O que fazemos com pessoas de língua grande?

– BATEMOS – responderam em coro.

Vários movimentos, dois meninos seguraram os braços do pequeno Shely e um terceiro começou a esmurra-lo. Depois de cansados o soltaram no chão e pegaram o dinheiro da merenda.

Sheldon ficou um bom tempo ali parado tentado recuperar suas forças e sua coragem de voltar para casa, definitivamente não iria para a escola naquele estado. Então decidiu pegar um ônibus e ir para o único lugar em que seria atendido com carinho e sem nenhum discurso religioso.

Toc, toc, toc.

E uma senhora de cabelos loiros e sorriso contagiante abri a porta.

– Oh, Shelly, o que foi isso que aconteceu com você? – e a adorável senhora foi logo levando-o para dentro de casa. – entre, vá tomar um banho enquanto eu preparo alguma coisa para você.

Ele foi andando para o banheiro ainda mancando, foi uma grande surra, mas em nenhum momento ele havia derramado uma só lágrima. Quando terminou foi direto para a cozinha. Ela já tinha preparado um delicioso achocolatado Yoo-hoo e o esperava com alguns biscoitos.

– Então, mocinho, vai me contar o que aconteceu?

– O mesmo de sempre, uns valentões me seguiram, me bateram e levaram minha grana. Mas dessa vez não foi depois da aula... Foi antes – ele abaixa a cabeça e respira um pouco.

– Você perdeu aula?

– Não me lembre isso. Aqueles valentões, mas falta só mais duas semanas e isso finalmente vai acabar.

– Shelly, venha cá – Meemaw abre os braços e espera que ele vá ao seu encontro, o que não demorou muito.

Ali naqueles braços ele se permitiu chorar tudo que havia guardado durante anos.

–x-

Pouco tempo depois eles já estavam no hospital pedindo a autorização a enfermeira para poderem visitar sua querida Meemaw.

– Ainda não estar no horário de visitas. – a enfermeira insistia.

– Nós recebemos uma ligação do médico dela, tenha um pouco de Deus nesse seu coração. – rebatia Mary Cooper.

Amy se aproxima um pouco de Sheldon e segura sua mão, quando ele percebe sente uma força brotando dentro dele.

– Com licença, mas eu não viajei de avião para ficar aqui esperando um capricho seu... Então, ou você me coloca dentro daquele quarto ou verá uma revolução nascer dentro desse hospital.

A enfermeira viu o quanto ele estava exaltado, os olhos e Sheldon estavam vermelhos e suas mãos tremiam.

– Okey, tudo bem, mas só podem entrar de dois em dois.

– Sheldon, vamos. – Mary foi logo se prontificando para ir com o filho.

– Mãe, se não muito incomodo queria que Amy fosse comigo.

– Eu? – Amy fica surpresa.

– Sim, agora vamos. – Sheldon segura sua mão e vão ao encontro de Meemaw.

Hoje eu acordei com medo
Mas não chorei nem reclamei abrigo
Do escuro, eu via um infinito
Sem presente, passado ou futuro
Senti um abraço forte, já não era medo
Era uma coisa sua que ficou em mim (que não tem fim)

Com Amy ele tinha uma força que não sabia de onde brotava, a situação era muito sensível, mas quando ele se via perto dela sentia que podia suportar tudo... Até a sua primeira grande perda.

A enfermeira deu passagem para que o casal entrasse no quarto. E lá estava ela, sua amada Meemaw, a pessoa que ele mais amava e que melhor o entendia. Ela tinha uma expressão de medo e dor, mas um singelo sorriso brotou nos lábios daquela senhora quando viu o seu netinho entrar no quarto.

– Pensei que você não iria vim ver essa velha caquética. – ela fala devagar em um tom brincalhão.

– Em qual mundo você vive para achar que eu iria fazer isso? – ele chega mais perto da cama e vai logo abraçando-a.

Amy achou aquilo impressionante, foi à primeira vez em que viu Sheldon sendo natural sem aquele jeito robótico Sheldon de ser.

– E quem seria essa adorável menina que entrou com você, Shelly? – ela questiona o neto, mas já sabia da resposta.

– Ah, oh... essa é Amy Farrah Fowler, digo, Doutora Amy Farrah Fowler, ela é minha namorada. – e da um pequeno sorriso para a avó.

Amy se sentiu lisonjeada, essa era uma das raras ocasiões que Sheldon a apresentava com um sorrisos, um sorriso novo que não era o sorriso do Coala.

– Você escolheu a dedo em Shelly? – Meemaw estava encantada com Amy – Espero que você esteja tratando bem ela, viu mocinho.

– Claro que a trato bem... – ele pensa um pouco.

– Tem certeza, Shelly? Você tem uma personalidade um pouco diferente... O que para você é excelente para ela pode ser uma tortura. – a idosa falava como se já tivesse passado por uns bons bocados com a personalidade do neto.

– Bem... pode ser que... talvez eu não a tenha tratado tão bem assim. – ele fala com a cabeça baixa.

Amy sentia naquele momento que Sheldon realmente amava e respeitava aquela senhora. E só ela conseguia entender o neto e talvez seja por isso que ele a ame tanto.

– Pois trate de cuidar bem dela. Onde já se viu um homem destratar uma mulher linda como essa.

Uma tosse logo em seguida e alguns apitos nos aparelhos.

– Me prometa Shelly, que você vai cuidar bem dela.

Mais uma tosse e algumas alterações de som nos aparelhos e uma respiração cada vez mais pesada.

– Ela é a pessoa certa, eu posso sentir.

– Como você pode saber, Meemaw?

– Eu apenas sei. Ela pode fazer yoo-hoo para você quando os valentões tiverem atrás de você.

– É... Ela pode. – ele olha para Amy com um pequeno sorriso, pois sabia que muitas vezes ela tinha feito isso.

– Então... Me prometa que cuidará bem dela, você cuidado bem dela o Nobel ficará cada vez mais perto de você e não mais longe como você acha, Shelly.

O ar começa a faltar, a respiração está cada vez mais pesada.

Estar bem, eu prometo cuidar bem dela.

Nisso ele pega a mão da namorada e atrás mais para perto e com a outra mão segura a da sua avó.

– Vai doer, Amy? – Ela pergunta para a neurocientista.

Amy abre a boca para dizer o que vai acontecer em todo o organismo dela no instante em que a morte chegar, mas algo lhe diz que esse não era o momento.

– Não, não vai doer... Nós estaremos aqui.

– Então tudo vai ficar bem... Eu não terei medo. – Meemaw então segura a mão de Amy...

E os três ficam em um circulo, no meio Meemaw, Amy e Sheldon ao seu lado.

Os olhos começam a pesar.

O sorriso começa a se desfazer lentamente.

O aperto de mão ocila de forte para cada vez mais fraco.

Ela já põe muita força para respirar.

Os aparelhos vão lentamente mudando de som.

Pi, pi, pi, piiiiiiiiiiiiiiiiiiii.

Uma lagrima solitária escorre pela a face de Sheldon.

De repente, a gente vê que perdeu
Ou está perdendo alguma coisa
Morna e ingênua que vai ficando no caminho
Que é escuro e frio, mas também bonito porque é iluminado
Pela beleza do que aconteceu há minutos atrás


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Poema é uma música do Cazuza (sou fanzaça dele e não me importa que ele tenha morrido). Essa música ele fez assim que voltou do sepultamento da avó dele... E foi isso que me inspirou a fazer essa fic e matar a pobre Meemaw. Não me matem por isso. :)

Segue o link da música cantada por Ney Matogrosso: http://www.kboing.com.br/ney-matogrosso/1-70012/



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Goodbye, Meemaw." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.