Dia seguinte.

– Ai meu deus! – Minha cabeça, acho que eu morri. – Dizia Anita, sentada a cama, logo depois de levantar se sentindo pesada devido os exageros do dia anterior.

– Também né dona Anita, a senhorita quase passou do ponto ontem. – Meg riu da amiga.

– Quase? Será que foi quase Meg. – Se perguntou ela. – Porque analisando com mais clareza as coisas, eu pirei ontem, e não sei porque tem uma pessoa que esta sempre no meio delas. – Disse Anita confusa consigo mesma.

– Ah e nem me diz quem é. – Ironizou a americana, laçando um olhar a Anita como se quisesse dizer que ela jamais desconfiaria.

– Ai tenho que arrumar minhas coisas minha mala, meu deus. – Falou Anita, mal sabendo por onde começar. – E você hein, não vai dar jeito, olha que depois vamos nos atrasar. – Questionou ela percebendo toda a calma da loira.

– Na verdade eu não vou voltar com você. – Disse a loira.

– Mais como assim, deixa eu entender vai fazer o que aqui. – Anita quis entender, seus pensamentos já estavam confusos e a amiga lhe soltava uma daquelas.

– Ah o Marcelo me pediu pra ficar mais uns dias, se vai ficar chateada. – Meg respondeu apreensiva.

– Olha, pra quem disse que não tinha nada com o gato. – Anita brincou, no fundo feliz pela amiga, alguém tinha mesmo que sair daquela viagem com um pouco de alegria e ela estava quase convencida de que essa pessoa não seria ela.

– Mais e você, tem mesmo que voltar. – Meg. – Perguntou a loira.

– É, minhas férias acabam mesmo daqui 2 semanas, mais eu acho que vai ser bom me afastar um pouco, pra clarear minhas ideias de vez, eu to precisando de decisões sensatas mesmo. – Explicou Anita sua decisão que já estava programada.

– Hum então isso significa que você não tá descartando a possibilidade de pegar um avião e baixar em Nova York atrás do Ben, se bater aquela vontade. – Meg quis entender melhor. – A cara da Cícera se isso se concretizasse, iria ser épica. – Meg riu.

– Não sei Meg. – Anita disse com verdade na fala. – Eu acho que eu posso te garantir é que eu to pronta pra fazer o que eu sentir, que tenho que fazer daqui pra frente – Alegou ela. – Agora se fosse pra ver a Cícera entrando em colapso, olha mesmo que eu não tivesse certeza, acho que eu pensaria mais nessa hipótese. - Anita riu despreocupada.

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– E ai tudo certo. – Marcelo sentou ao lado de Anita no sofá, que tinha acabado de voltar de uma caminhada para acordar de vez.

– E porque não estaria, tá todo mundo hoje preocupado comigo não é. – Anita foi meio irônica.

– Não é que sei lá, você andou exagerando ontem né e literalmente. – Caçou ele sorrindo divertido. – Confesso que eu achei que você estaria na maior ressaca. – Se justificou.

– Anita riu. – Eu não bebi tanto assim tá, eu devo ser fraca pra bebida mesmo, por isso o efeito foi rápido. – Anita procurou explicar seus excessos.

– Aposto que passou a noite bebendo água, porque só assim justifica. – Marcelo disse. – E olha que eu acertei. – Ele falou, apontando para a garrafa com água mineral que ela segurava.

– Deixa de ser chato. – Anita resmungou. – Ai abre pra mim. – Pediu ao não conseguir.

– Só pra você não achar que eu sou mal educado. Riu ele, desenroscando a tampa da garrafa e entregando a ela.

– Valeu, e eu nunca te achei mal educado ok. – Anita afirmou sorridente.

– Vem cá, a Meg falou muito mal de mim ontem. – Riu ele ao perguntar.

– Muito, não sei se seria exagero, mais que não foi pouco isso também não foi, seria modéstia minha colocar assim. – Anita respondeu com uma gargalhada. – O que te deu hein. – Indagou.

– Sei lá, nem eu sei, mais relaxa que ela já me deu o troco, e direitinho. – Falou ele.

– Só vendo viu, depois a complicada sou eu. – Anita retrucou. – Isso tudo pra admitirem que estão afim um do outro. – Zombou Anita. – Mais acho que ela tem novidade, que você vai amar. – Contou a garota sem mais detalhes.

– Mais não é. – Zombou ele. - O que. – Perguntou Marcelo ficando curioso.

– Pergunta pra ela. – Anita disse se negando a contar.

– Você chegou a ver o Ben hoje. – Perguntou ele não sabendo paradeiro do amigo que parecia ter desaparecido.

– Eu não, porque que eu veria, é pra provocar isso. – Anita não gostou muito da pergunta.

– Não, é só que eu não vi a hora que ele levantou hoje, só por isso. – Disse ele. – É mais ontem você, viu, você sabia bem onde ele tava quando sumiu da festa.

– Marcelo qual foi. – Anita riu debochada. – Paro hein. – Pediu ela, batendo no braço dele, ao perceber Pedro, que estava sentando no outra poltrona vendo TV prestando atenção na conversa dos dois.

– Tá bom, não tá mais aqui quem pensou. – Respondeu ele escondendo o riso.

– E a aí Anita a curou a ressaca. – Implicou Vitor rindo, quando a garota foi sentar –se a mesa para compartilhar o café da manhã com todos.

– Hum e quem te falou que eu estava de ressaca Vitor. – Desdenhou Anita.

– Ah não sério, porque eu também tive essa mesma impressão. – Reforçou Giovana segurando o riso.

– É só que ela ainda não descobriu se foi por conta da bebida ou por conta dos doces. – Marcelo falou implicando com a garota.

– Pior é gente que andou apanhando ontem. – Anita devolveu debochada, servindo um copo com suco de laranja, Marcelo apenas se calou voltando às atenções para seu café. - E me diz o que adianta essa falação de vocês, eu não tenho mais idade pra ficar levando bronca não, meus amores, já foi isso. – Anita afirmou.

– E ai gente, me falem qual foram os babados da festa ontem. – Giovana perguntou animada.

– E lá teve, eu nem vi. – Vitor disse tomando um pouco de café.

– Claro que teve gente, sempre tem, de alguns eu já sei, agora o melhor é ouvir os outros. – A ruiva disse.

– Eu não sei de nada. – Meg garantiu.

– Hum e nem eu. – Anita reforçou.

– Ah mais eu sei, e olha tem uns que foram daqueles. – Marcelo provocou olhando para o amigo.

– É Marcelo jura, conta aí, agora eu fiquei curiosa. – Anita alfinetou debochada, o lançando um olhar irônico.

– Vai Marcelo, o que você tá esperando. – Insinuou Ben, desaprovando as palavras anteriores do garoto.

– Ah não. – Disse ele ao perceber toda ironia dos dois.

– Ah vai conta, começou, termina agora, agora que a minha curiosidade tá a mil – Giovana afirmou.

– Não gente, to fora, eu e que não quero ter o meu pescoço arrancado, e nem meu corpinho esbelto jogado em nenhuma sarjeta por aí, pelos dois envolvidos. – Defendeu o garoto. – Imagina que desperdício!

– É realmente, olha que teria gente que concordaria com você. – Anita riu, recebendo cutucões de Meg.

– E quem seria. – Sofia indagou, se sentindo curiosa.

– Ninguém especifico. – Anita respondeu escondendo o riso.

– A gente, qual é de vocês, mania de contar as coisas pela metade. – A ruivinha se estressou.

– Ué se Anita não quer dizer, quem foi, tá na cara que ela disse por ela. – Soltou Vitor.

– Eu, oi? –Ela riu atrapalhada. – Vem cá, se confundiram na hora de fazer o suco, devido a zona e colocaram outra coisa além de água nele. – Anita disse. – Pirou Vitor eu hein. – Afirmou ela. – Sempre sobra pra mim. – Indignou-se a garota.

– E você quer que eu pense o que. – Vitor continuou a zombar.

– Nada ué, você já pensou demais, por si só , só acho. – Anita pronunciou em um tom indignado.

– Ah Anita, olha se isso fosse verdade, eu juro que casava com você, e te amava pra sempre. – Brincou Marcelo. – Mais como não dá, né, meio impossível isso, tipo uma montanha ser de cabeça pra baixo, é melhor a gente ficar como está pra evitar confusões. – Contornou ele.

– Ah mais realmente não existe coisas impossíveis, já pensou se vira realidade. – Pedro caçoou. – Já dizia a matemática, nada é zero improvável de se concretizar. – Filosofou ele.

– Hahahah amei. – Giovana se contorcia de rir.

– Me deus. – Anita ficou espantada. – Como falam besteira, socorro. - Disse a garota rindo apoiando os cotovelos na mesa, e levando as mãos ao rosto.

– Gente, gente. – Marcelo tentou chamar atenção. – Deixar claro que eu não estou tendo nada com a Anita. – Se justificou ele, antes que a suposição se tornasse um fato para todos.

– Não fica quieto, não explica que vai ficar pior. – Anita disse estendendo o braço para interrompe- lo.

– Não, mais é que, vão pensar besteira, ai você já viu onde vai dar. – Explicou Marcelo rindo.

– Não, não, chega tá você não é bom nisso, não sei onde vai dar, nem quero saber, ou melhor em lugar nenhum, sem mais. –Anita procurou finalizar o assunto.

– Mais, mais, é que. – O garoto disse pausadamente.

– Marcelo fica quieto. – Pediu Meg.

– Não, você não, assim é covardia. – Ele lhe lançou um sorriso travesso.

– Quer que eu repita, você fala demais garoto. – Meg riu.

– Marcelo, menos, contenha-se, daqui a pouco você fala uma bestaria bem maior. – Ben se manifestou, zonzo de tanto escutar a falação do amigo que estava sentando ao seu lado.

– Ah não, você também, já é apelo. – Marcelo fingiu descontentamento.

– Quem não conheça que te compre, né. – Riu Ben.

– Estou sendo ridicularizado. – Marcelo se fez de ofendido.

– Ou proibido de abrir a boca talvez – Brincou Anita.

– Vocês são cruéis. - Não falo com os dois, só com a Meg. – Retrucou ele.

– Ah tá vendo sentiu e diferença. – Anita caçoou, fitando Ben.

– Nenhuma né, e depois, eu saio por aí contando os segredos dos outros... Eu... – Eu. - Ben disse, direcionando a indireta ao amigo.

– E quem disse que é dos outros. – Devolveu Marcelo rindo, querendo se defender.

– Ah não, olha que agora eu acho que eu fiquei interessada. – Anita debochou

– Anita olha só. – Meg disse se intrometendo. – Não é só porque vocês são sorrateiros que todo mundo é. – Sussurrou Meg se apoiando nela.

– Nossa, eu acho que eu nunca mais vou ter minha consciência limpa depois dessa. – Anita afirmou discretamente para ela, que apenas escondeu o riso.

– Porque que de repente a gente foi sumariamente excluído da conversa. – Pedro disse, percebendo os quatro.

– Jamais, impressão tua, meu anjo. – Anita afirmou.

– É que ficou meio proibido, só isso. – Marcelo riu.

– Gente, por favor, parou, até meu de um calor agora. – Disse Anita, não aguentando mais rir se apoiando no ombro de Meg. – Mudar de assunto, por favor. – Pediu ela.

– Também acho. - Meg a apoiou.

– Gio, me dá, esse prato com bolo dai, faz favor. – Anita pediu.

– Oh sua lesada, acorda dá o prato pra Anita. – Vitor disse, percebendo a irmã nem aí, com a cabeça totalmente longe.

– Ai Vitor, cala a boca, to terminado de comer, não tá vendo, coisa chata. – Reclamou ela. – Não sei como a Clara te aguenta, credo, pena dela. – Giovana especulou.

– Da pra parar de falar mal do meu namoro tá. – Ordenou ele. – Pirralha. – Rebateu o garoto.

– Tua mãe. – Devolveu Giovana.

– Hei, calmem, eu só quero o prato, não quero que vocês se matem não. – Anita precisou intervir.

– É que ser irmão desse aí, não é fácil não Anita. – Giovana disse alcançando.

– Não, não é fácil tomar café nessa casa gente, socorro, quando vê algo voa em cima da gente. – Anita brincou.

– Ou quase isso. - Pedro disse, já acostumado.

– Ai por isso que eu odeio essa falação. – Sofia afirmou.

– Acho que é mais fácil você admitir que sempre acorda de mau humor. – Vitor retrucou.

– Ai Vitor, não vou nem responder. – Sofia respondeu ainda sonolenta.

– Sofia nessa parte eu tenho que concordar com o esfomeado aqui. – A ruivinha afirmou e todos acabaram rindo.

– Ah Ronaldo fazia muito tempo que eu não via essa mesa tão animada. – Disse Vera observando a falação ininterrupta de todos.

– É, quem diria que a gente sentiria falta de uma coisa, que a gente sempre reaprendia. - Comentou ele, envolvendo um braço por cima da esposa e lhe abraçando.

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– Você não vai nem tentar convencer a Anita a ficar. – Questionou Marcelo ao amigo que lia algo no computador.

– Digamos que isso foi o preço que eu paguei por o que houve ontem. – Respondeu Ben, parando para encara-lo. – Eu me dei por conta que, o que eu sinto pela Anita, ou o que eu senti pela Anita, não nasceu pra que eu usasse pra cobrar algo dela, que ela não quer fazer, eu não posso usar esse sentimento pra isso Marcelo, agora quem tem que decidir é ela, e se ela decidiu voltar, acho que eu já tenho a resposta que eu queria. – Se justificou ele.

– E você vai conseguir lidar com isso brother. – Marcelo questionou.

– Eu já lidei antes, não lidei, quando foi muito pior perder ela, a Anita não me pertence Marcelo, agora mais do nunca. – Afirmou Ben, mexido com todos os acontecimentos.

– Quem sabe as coisas, não se encaminham, não é, e vocês não continuam se falando e com o tempo. – Marcelo tentou animar o amigo.

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– E aí já fez as alas. – Perguntou Meg entrando ao quarto.

– Não, sei lá, to meio com preguiça, vai ver é a ressaca por ontem se manifestando. – Anita respondeu sentando na cama remexendo nos cabelos.

– E já contou pro Ben. – Indagou ainda.

– Não, porque eu contaria, que eu saiba o Ben não tem o direito de interferir no meu direito de ir e vir, da forma com eu bem entendo. – Anita desdenhou, no fundo com certa agonia no peito por sua partida.

– Não, é que sei lá, vai que ele tenta te impedir, apesar deu achar que o Ben, não faria isso agora, ele relutaria até o último momento, começaria correr atrás do avião invadindo pista, e gritando ‘Anita não vai’... - Meg brincou.

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– Oi mãe vim me despedir. – Disse Anita batendo a porta do quarto de Vera, já prevendo que seria difícil segurar a emoção por sua partida.

– Já Anita, mas não está cedo ainda. – Vera sentiu certa angustia contida pela partida da filha, ela nunca imaginou que fosse ser tão bom ter a garota perto de si tantos dias, para agora ter que passar por um sentimento tão conflitante.

– Preciso chegar meio cedo no aeroporto mesmo, ou com o transito perco o avião. – Anita se justificou indo abraça-la de forma calorosa. – Fica bem tá e aproveita bastante a viagem com o Ronaldo, vocês merecem. – Pediu ela.

– Oh meu amor eu vou sentir tanto a tua falta filha. – Alegou Vera não querendo soltar a filha para que ela não se fosse.

– Mãe calma, eu vou pra Londres, não pra nenhuma região em guerra cuja eu não posso voltar mais. – Falou Anita brincalhona como forma de amenizar toda a tensão.

– Você acha que pra mim é bom ver você partir, pois se eu pudesse teria todos vocês debaixo deste teto pra sempre do meu lado. – Afirmou Vera a lançando um sorriso terno.

– Mais como você sempre disse dona Vera, as mães acabam criando os filhos para o mundo, infelizmente. – Alegou a garota.

– Adorei que você veio, e principalmente que você está bem, feliz, realizada, que ver o Ben de novo, não te trouxe nada de tão significativo, algum sentimento angustiante que fosse não suportável. – Proferiu a mãe, Anita apenas escondeu que não concordava, Vera estava certa em muitas coisas ditas naquela frase, mas em relação a Ben parecia que ela sempre errava, mesmo não percebendo.

– Você tem razão mãe. – Respondeu Anita apenas, talvez angustiar Vera naquele momento não fosse à forma mais amigável de se terminar aquela visita. E também o que ela diria? Que se envolveu com o filho de Ronaldo novamente, que fez tudo errado, e mais uma vez escondeu isso de todos. - Bom eu vou descer pra me despedir do resto do pessoal. – Anunciou ela, cortando seus pensamentos confusos, ela não pode deixar de se sentir vitoriosa de alguma forma boba, pela encontro, por toda a coincidência que tornava a uni-la a Ben, talvez saber que toda força que um dia Vera teria depositado na relação do enteado com Sofia, por conta da falsa gravidez, lhe fez sentir vontade de gritar a Vera, que foi ela que balançou o coração do moreno novamente, mesmo que isso não combinasse nem um pouco com seu modo de agir e nem a fizesse sentir orgulho por tal pensamento descabido.

– Eu vou com você. – Sorriu a mulher ao falar.

– Eu posso te escrever sempre. – Giovana questionava a irmã, já saudosa por sua ida.

– Sempre, aliás, como você sempre fez, tudo bem, eu admito que as vezes eu levava semanas pra te retornar, devido a falta de tempo e também preguiça de entrar na internet. –Anita garantiu fazendo uma força enorme tentando evitar que seus olhos se enchessem de lágrimas.

– Tchau Anita, boa viagem. – Desejou Vitor seguido de um abraço apertado.

– Tchau Sofia, e se você quiser me ligar também pode fazer isso, eu não vou desligar na tua cara não. – Afirmou ela se despedindo da loira. – E visitar também, afinal como uma boa estudante de moda você deve saber que Londres é dos pontos mais famosos nesse aspecto. –Anita sorriu ao convite, enquanto fitava Ben, por trás do abraço na irmã, escorado na parede da cozinha parecendo distante, apenas observando a cena como se estivesse fora dela, ela se perguntou como agiria na vez de se despedir do garoto.

– Quem sabe, não é. – Respondeu Sofia soltando Anita, e lhe tirando de seus devaneios.

– Tchau, e óh você ficou me devendo a parceira pra aquele projeto de arquitetura que você me mostrou. – Cobrou Marcelo a abordando.

– Tem certeza que você não escolheu a faculdade errada. – Anita alegou sorridente a ele.

– Olha minha mãe adoraria saber disso, ela nunca se contentou por eu seguir a profissão do meu pai. – Retrucou Marcelo. – Valeu o encontrou de verdade, bom eu te dei meu e-mail não é, então quando quiser só entrar em contato, eu vou adorar bater um papo com você de novo. – Informou ele a abraçando.

– Eu não vou esquecer não. – Disse ela.

– E também considera aquilo que eu te disse ontem. – Pediu o garoto discretamente ao sussurrar no ouvido dela.

– Tem certeza de que não está um pouco tarde pra isso. – Afirmou Anita em um misto de brincadeira e ironia.

– Você melhor do que ninguém sabe, que isso de estar tarde não existe, é coisa de gente que não corre atrás do que quer e eu sei que esse não é o teu caso. – Marcelo respondeu taxativo e lhe lançando um sorriso sábio.

– Talvez. – Ele pronunciou fazendo mistério.

– Eu te ajudo com a mala. – Sugeriu ele.

– Tchau Ronaldo. – Falou Anita se despedindo uma última vez do padrasto.

– Tchau Anita. – Ronaldo respondeu de volta, com a voz serena. – E boa viagem pra você e pra mamãe, e gente vocês comportem não é, se não esses dois não põem o pé para fora. – Falou ela, recebendo alguns “sins” como resposta outros apenas assentiram positivamente. - Tchau gente. – Disse ela novamente tentando conter sua emoção.

– Tchau Anita, vai com deus. – Alguns disseram em coro antes de Anita sair logo atrás de Marcelo que carregava sua mala.

Quando ela saiu no portão perto ao táxi, que já estava estacionado, ela pode avistar Ben parado a encarando fixamente, enquanto ela andava, ela pode apenas trocar pensamentos conflituosos consigo mesma percebendo seu coração disparar, sem que ela conseguisse evitar.

– Então, eu acho. – Proferiu ele quando ela se aproximou. – Isso é um adeus. – O garoto questionou como se já soubesse.

– Adeus? - Murmurou Anita fazendo uma cara de quem tentava adivinhar se ele estava certo. – Eu diria que é um até logo. – Garantiu ela, sorrindo a ele. – Acho que você sabe que essa coisa de despedidas e principalmente que irão durar pra sempre, não é algo que eu goste. – Declarou a garota, com a voz calma.

– Se cuida. – Pediu Ben, trocando olhares confusos e ao mesmo tempo carinhosos com ela.

– Você também. – Anita devolveu, lhe dando um abraço forte, que parecia que tinha tirado a noção de tempo de ambos. Ronaldo fitou os ‘filhos’, parecendo ver aquela velha nuvem de desconfiança que pousou em sua mente, devido a cena na dispensa durante a festa, estar voltando em sua cabeça e dessa vez com mais certeza ainda, fazendo com que ele pensasse em o que realmente única aqueles dois.

– Então tchau. – Disse Ben percebendo que tinha que soltar a garota, mesmo que ele não sentisse nenhuma vontade.

– É tchau. – Confirmou Anita, com um beijo no rosto do garoto que em contrapartida se sentiu a vontade para retribuir o gesto.

– E você bom, nós vemos semana que vem então. – Anita disse caminhando até Meg, que parecia chorosa.

– Sim, nos vemos, me liga quando chegar tá. – Meg respondeu com outro pedido.

– Pode deixar. – Anita afirmou já abrindo a porta do táxi enquanto Marcelo ajudava o motorista o pôr sua mala no porta-malas.

– Anita, Anita, espera. – Pedro saiu de dentro de casa gritando pela irmã mais velha.

– Que foi. – Anita indagou, deixando uma lágrima escapar neste momento.

– Eu fiz pra você. – Afirmou o pequeno lhe entregando um papel, contendo um desenho com todos da família. - Pra você nunca esquecer da gente. – Opinou ele.

– Eu nunca vou esquecer de vocês, nem que eu quisesse. – Anita se abaixou um pouco para encara-lo. – Eu vou guardar tá, e vou sempre olhar pra ele. – Prometeu Anita lhe abraçando. – Eu amo muito todos você, e isso sim vai ser pra sempre. – Balbuciou ela baixinho só para o caçula ouvir. Os segundos que se seguiram pareciam estarem em câmera lenta, Anita falou uma última vez com todos e entrou no táxi rumo ao aeroporto, enquanto sentia seu coração apertado e sua respiração encurtar, diante de uma emoção que ela não conseguia ao certo segurar, e talvez aquele episódio sim, teria sido um adeus como Ben a colocou.