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Capítulo 71
Capítulo 71:


Notas iniciais do capítulo

Uma boa leitura!!



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– Eu não acredito que ela falou isso. – Ben conversava com Marcelo no quarto, enquanto terminava de se arrumar.

– Disse, e disse em alto e bom som. – O garoto gargalhava sem se conter.

– A Anita realmente é uma incógnita. – Ben alegou, traçando uma forma em sua mente de entender quais seriam os pensamentos da garota em tal momento.

– É né, e tu gosta da incógnita. – Marcelo alfinetou, evitando se preocupar com o que o amigo pensaria a respeito. – Porque faz e acontece e não desgruda dela, quando vê já tá perto de novo. – Afirmou. – Aliás, e quando vocês tiverem mesmo que irem cada um pra um canto de novo, como vai ser, você vai sentir falta, ou isso tudo é tipo. – Retrucou sorrindo com malicia.

– Uhm e se eu soubesse, no fundo o que mudaria, se antes quando ela me queria, fico tudo como tá, agora mudaria o que mesmo. – Ben respondeu com certo desdém.

– Velho, você sabe que você só tem mais uma chance de fazer a Anita admitir, que no fundo ela tá tão afim quanto você né. – Marcelo opinou.

– Como assim, o Maluco. – Ben retrucou sem lhe dar muita importância, enquanto mexia no celular.

– Pensa comigo. – Disse Marcelo, virando em direção de Ben, e lhe encarando com atenção. – A casa vai estar cheia, todo mundo ocupado com uma coisa, ninguém vai ficar muito perto da Anita, é tem a Meg, mais na loira eu posso dar o meu jeito. – Exclamou ele com um sorriso bobo.

– Ahn, sei, entendo esse teu jeito, só pra me ajudar inclusive. – Riu Ben, tirando os olhos do telefone, para fitar o amigo.

– Óbvio, to pensando em você. – Garantiu o garoto, sorrindo um pouco debochado.

– O que eu acho, é que você já bebeu além da conta, antes da festa começar, é isso, tá viajando aí. – Afirmou Ben, achando que as ideias de Marcelo não dariam em nada.

– Viajando tá você, né sua anta. – Ralhou ele. –Ben acorda, você já ficou com a Anita, se ela tem namorando ou não, isso também já não tem mais importância, ok, ela pode até ter demorado pra escorregar a primeira vez, mesmo pensando no namorado dela, mais a questão é que ela ficou com você. – Alegou.

– Marcelo do céu. – Ben só conseguia rir das teorias loucas do amigo.

– Tá pra parar com o drama, vocês já se pegaram, se você vai usar essa desculpa, pra não chegar perto dela, não cola, cê vai pensar do mesmo jeito, você já se envolveu com ela, pelo menos agora, faz as coisa direito, se joga de vez, pra não ter que ficar nenhuma barreira não ultrapassada. – Aconselhou ele.

– Você só esqueceu de uma coisa, o gênio de teorias de relacionamentos, a Anita, pode ter uma carinha doce, um sorrisinho leve, mais não é mole não, mora uma fera ali dentro. – Retrucou Ben, percebendo que os colocar os devaneios do amigo em prática só lhe traria confusão.

– É né, que você fez questão de provocar, convidando a Amanda pra festa, cara ela vai ter matar, pensando bem. – Marcelo alertou, impaciente.

– Eu não convidei a Amanda pra festa, eu não tive nem tenho nada com a Amanda por sinal né, a gente se encontrou por acaso trocou duas palavras, foi só isso, e por sinal eu descobri que ela trabalha com a Vera, só isso. – Ben afirmou categórico.

– Ah conta outra, vai dizer que no fundo você não sentiu nenhum prazer em saber que ela vinha na festa, só pra você dar uma cutucada na Anita, você não é tão ingênuo assim meu caro, bem que tu gostou. – Rebateu Marcelo, sorrindo descrente.

– Marcelo vamos parar por aqui, né melhor. – Desconversou ele.

– Olha só você não é burro, você sabe quando alguém tá correndo atrás, e essa Amanda aí, esta, aliás, falando em correr atrás a Alice tem me mandado e-mail direto querendo saber de você, acho que ela tá querendo voltar, espera não, não, quanto esta o saldo agora, Amanda, Alice, Anita, dois e meio, já que você diz que a Anita não conta porque não quer nada contigo. – Ele riu de forma desesperada, ao constatar as trapalhadas que envolviam o amigo.

– Ela tem me ligado sim, eu não tenho atendido, não estou com cabeça não. – Ben respondeu apenas.

– Bom se eu tivesse no teu lugar, eu ia a luta, não teria mais nada a perder mesmo, então, pelo menos eu voltaria feliz pra casa, até porque passar alguns minutos do lado da Anita, não é nenhum sacrifício, pelo contrário é uma dadiva. – Alegou ele audacioso.

– Ah vai entrar na fila, lembra que eu peguei a senha primeiro, apesar que eu acho que ela, era bem capaz de te passar na minha frente. – Brincou ele ao amigo.

– Pensa comigo, o cara lá tá todo, todo, esperando a Anita voltar, pra próxima viagem dos dois for pra comunicar o casório dos dois, com certeza. – Retrucou Marcelo, querendo que Ben intercedesse de alguma forma.

– Marcelo você quer me ajudar ou piorar minha situação. – Ben ironizou, não gostando de lembrar da situação.

– Quieto, deixa eu continuar, você quer vingança maior, e prova maior, do que você e ela aqui, numa bem boa, enquanto ele tá lá solitário, eu sei que você é sempre honesto, sincero, mais faz uma loucura uma vez na tua vida Ben, para de pensar no resto. – Afirmou ele aconselhando, quase ordenando que o amigo tomasse uma atitude.

– Oi to atrapalhando. – Ronaldo chegou aporta, com um sorriso amistoso.

– Não pai, entra aí, a gente só tava jogando conversa fora. – Ben quis contornar, já que não sabia o que Ronaldo havia escutado de fato.

– Bom eu, vou deixar vocês no momento pai e filho, me deu uma saudade do meu agora. – O garoto disse em um tom dramático. – Ai Ben pensa no que eu te disse, ou realmente eu vou entrar na fila, e se bobear eu pego a gata antes de você. – Alfinetou ele sorrindo brincalhão.

– Gata, que gata, de quem vocês estão falando. – Ronaldo questionou com curiosidade.

– Ninguém pai, maluquice da cabeça desse aí, tem gata nenhuma. – Corrigiu Ben.

– Então eu sou cego, to descendo. – Marcelo alfinetou as risadas.

– Confesso que eu fiquei curioso pra saber quem é a garota que te rendeu esse sorriso todo. – Ronaldo questionou, constatando certa alegria no garoto.

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– E aí Sofia. – A loira houve um cochicho em seu ouvido, ao som de uma voz bastante familiar.

– Sidney. – Sofia vira para ele, esboça um sorriso largo, mas logo se arrepende, e o desmancha aos poucos para que ele não perceba.

– Você tá linda, parece até uma boneca, tamanha é a beleza. – Elogiou o garoto a fitando com um olhar encantado.

– Você lembra, quando eu era pequena, e a gente corria aí pela rua, você me chamava de Barbie, só pra me irritar. – A garota falou materializando a lembrança em sua mente.

– Não era pra te irritar. – Contornou ele. – Quer dizer até era, você sempre fica ainda mais linda brava, mais do que já é, mais é que você era sempre tão linda, que nem parecia de verdade mesmo. – Afirmou Sidney sorridente.

– É, achei que você nem viesse. – Sofia quis mudar o rumo do assunto, ao perceber uma sensação de descontrole lhe rondar.

– É eu realmente tive que voltar pra São Paulo as pressas, mais eu não poderia deixar de vir. – Sorriu ele enquanto respondia.

– Tem certeza que você teve motivo pra voltar. – A loira indagou, não se segurando, queria saber se o garoto foi embora mesmo, foi por conta da discussão dos dois, e da forma até hostil que ela havia o tratado.

– Tenho. – Garantiu Sidney novamente. – Vamos sentar em algum lugar pra gente conversar, mais a sós. – Ele pediu simpaticamente. – Eu senti tua falta. – Garantiu olhando nos olhos dela.

– Tá, tem umas mesas no quintal, vamos dividir uma delas. –Sofia sugeriu, alegre pelo convite do menino.

– Então bora, tenho várias novidades pra te contar. – Afirmou o garoto, estendendo um braço a ela.

– Tá bom né, mais vai ter que valer a pensa hein. – Disse Sofia, enganchando seu braço ao dele, e os dois foram caminhando entre risadas até o quintal.

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– E aí procurando o que. – Perguntou Ben, ao pegar Anita na cozinha remexendo numa gaveta.

– A chave da dispensa. – Explicou, sentindo uma sensação de incomodo, que ela preferiu ignorar, ao sentir a respiração e a voz do garoto, próximos a seu ouvido. – Sumiu. – Disse ela confusa.

– Pra que você quer. – Questionou Ben, parando ao lado dela.

– Pra que, que você acha Ben. – Anita retrucou sem paciência para o questionamento dele, as perguntas com respostas evidentes de Ben, realmente eram o que mais lhe tiravam do sério. – Pra abrir a dispensa. – Afirmou ríspida, tirando suas atenções da gaveta se erguendo para encara-lo.

Ele sorriu antes de responder. – Tá comigo. – O garoto disse retirando as chaves do bolso. – Eu esqueci no bolso, quando eu fui ajudar meu pai colocar as bebidas de reserva no freezer. – Justificou.

– E porque não falou antes. – Proferiu Anita, Ben parecia às vezes alguém que queria somente tira-la do sério, chegando sempre nas horas mais erradas, com os questionamentos mais óbvios.

– Ué to falando agora. – A garota apenas revirou os olhos, incomodada. - Eu não sabia que você tava procurando as chaves né. – Defendeu Ben, Anita apenas o encarou sério.

– Agora sabe. – Disse ela, pegando as chaves da mão dele e saindo. - O que você ainda quer hein. – Anita afirmou ao vê-lo andando atrás dela.

– Nada você vai querer me proibir de andar pela casa agora. – Ben ralhou, se escorando na parede ao lado da porta.

– Bem que eu queria. – Disse ela destrancando a porta e virando para encara-lo. – Te proibir de pisar nessa casa, mas infelizmente eu não posso. – Esbravejou Anita de cara fechada, não ter que conviver com Ben, por toda vez que ela resolvesse pisar na casa da família, realmente podia ser muito cômodo, e um motivo a mais para ela não ficar tanto tempo sem visitar a todos.

– Ah Anita, pensa que assim você vai se acostumando com a minha presença. – Respondeu ele, com cinismo. – Afinal, você pode me expulsar da tua vida mais da família não, olha que chato. – Afirmou ele, ao observar ela franzir a testa se irritando. – Até porque, você pode até não me mandar o teu convite de casamento, mais eu vou estar lá, do mesmo jeito. – Acrescentou escondendo o riso.

– O que? – Anita ficou sem entender, se concentrando em um longo suspiro.

– Ué como da família, eu vou acabar sendo convidado. – Explicou Ben. – Ah não ser que você prefira que eu esteja no altar. – Provocou, sorrindo.

– Hum, vai sonhando. – Falou Anita virando-se para ir embora. – Nesse caso meu caro. – Ela foi se aproximando mais dele com malicia. – Das duas uma, ou a igreja vai estar vazia, ou o teto vai cair na cabeça de todo mundo quando a gente disser sim. – Dissimulou debochada.

– Porque você tem medo que assim te bata uma vontade de fugir do altar. – Ben continuou. – Mais bem que eu iria gostar de esperar você nele, sendo o noivo. – Provocou, sendo levado a imaginar a cena em sua mente, mesmo sem querer, Anita preferiu olhar para um canto qualquer da parede atrás dele, como forma de não responder.

– Olha só passa manhã tá, hoje eu estou muito ocupada. – Respondeu ela, travando uma batalha em sua mente pra esquecer seus devaneios.

– Tá pode deixar eu não vou esquecer. – Ironizou. - Hein aonde você vai. – Alertou ele, escondendo o riso, enquanto ela fazia um gesto de se afastar.

– Pra bem longe de você. – Anita rebateu, descompensada.

– E a dispensa Anita, a Vera tá esperando. – Riu Ben, do semblante de poucos amigos dela, quando voltou a olhar para ele.

– Ben me deixa em paz, por favor. – Pediu Anita voltando e abrindo a porta.

– O que? – Eu não estou fazendo nada, nem ralei em você. – Afirmou ele desconversando.

– O que você ganha me tirando do sério toda hora, me fala. – Disse Anita, não gostando. – Já não basta o destino ter brincado com a gente, quando obrigou nós dois a ocupar essa casa aqui de novo, e contra a nossa vontade. – Jogou Anita, estressada com o rumo das coisas, que com certeza não era o planejado por ela.

– Você tá levando muito a sério isso tudo, só acho. – Ben pronunciou de volta.

– E você fica fazendo isso de propósito, pra me irritar. – Esbravejou Anita, entrando no local e procurando com o olhar o que a mãe havia lhe pedido.

– Eu já disse e repito você tá se incomodando porque quer tá. – Insistiu ele. – Ou porque não consegue, não ficar. – Quis Ben desvendar.

– Sai daqui. – Ordenou ela o empurrando para fora. – Some da minha frente, e vê me esquece. – Disse Anita alterada insistindo fazer com que Ben saísse.

– Não. – Se recusou Ben retirando as mãos da garota que o empurrava. – Eu não vou sair. – Disse ele, fechando a porta, e trancando com as chaves.

– Some da minha frente agora. – Anita proferiu, de uma forma que soou quase como um grito. – Acabou a palhaçada, cansei. – Disse Anita passando apreçada por ele para abrir a porta.

– Eu não vou sair. – Afirmou Ben colocando sua mão sobre as delas que segurava a maçaneta, enquanto apenas os olhares dos dois se cruzavam.

– Você esta ciente de que isso aqui pode não acabar nada tranquilo. – Retrucou ela, insistindo em abrir a porta mesmo com ele impedindo, definitivamente trancar-se com o garoto em qualquer lugar não era seu sonho, pelo menos se ela ainda quisesse mantar distância, e Anita quis acreditar muito que manteria o controle de suas ações.

– E não vai adiantar fazer escândalo a não ser que você queria que a festa inteira veja. – Afirmou Ben a afastando da porta e a segurando pelos punhos.

– A escândalo! – Debochou Anita tentando soltar suas mãos sem sucesso. – Que foi tá com medo da tua convidada de honra, descobrir que você vem pra festa com ela, mas é comigo que você se tranca na dispensa. – Anita acusou, já não controlando sua ira. – Eu não tenho culpa nenhuma dela ser idiota tenho, então me erra. – Disse ela com altivez.

– Oi, do que você tá falando. – Perguntou ele, não compreendendo do que se tratava.

– Do que eu to falando. – Anita disse afoita. – Da Amanda, ela não veio atrás de você, ou você acha mesmo que ela veio aqui pelos nossos pais. – Soltou Anita, furiosa com negação dele.

– Ah é isso, pelo amor de deus Anita. – Ben não entendeu a irritação dela. – A Amanda trabalha com a tua mãe, você acha mesmo que ela não viria. – Justificou ele.

– Claro e como ela não viria. – Anita zombou. – E me solta. – Disse ela se debatendo, ele acabou cedendo. – Depois daquela legenda magnifica de vocês. – Falou ela referindo-se a foto que Meg a mostrou. – “Encontrando velhos amigos, que nos trazem sempre grandes bençãos. – Recitou ela já enlouquecida, Ben apenas balançou a cabeça negativamente.

– Como você viu isso. – Questionou ele.

– A Meg, você esqueceu que não cortou relações com ela. – Afirmou Anita.

– Ah claro, e aí a Meg tinha que te mostrar lógico. – Falou sarcástico. – Pra encher ainda mais a tua cabeça. – Previu ele, pelos olhares de retaliação dela. – Se bem que, você faz isso muito bem sozinha, sempre fez. – Disse ele com certo rancor que transpareceu na fala.

– Não, a Meg te conhece o suficiente pra não precisar fazer isso, não é. – Ela defendeu a loira.

– Claro, concordo, e você tira sempre as tuas conclusões mesmo, pra que acusar a Meg. – Proferiu Ben irônico, enquanto sentava ao chão escorado a parede.

– Ótimo com certeza. – Anita caçoou cruzando os braços.

– Que foi ficou com ciúmes é. – Alfinetou Ben, com ela de cara fechada.

– Eu? – Ciúmes, de você, não se acha não tá. – Afirmou ela negando, mesmo não sabendo se era verdade que ela não estava com ciúmes. – Até porque nesse caso a Amanda seria reincidente, não é. – Aí eu teria que te dar um caderninho, pra você fazer uma listinha, porque só assim pra mim me lembrar de todas, pra sair por aí, cobrando as contas antigas que você fez, enquanto eu pensava numa maneira fácil de cortar os meus pulsos, olhando pro teto do quarto lá em cima, teria inclusive que começar por essa casa né, pela Sofia. – Acusou Anita, enquanto lhe encarava com as mãos na cintura, a um Ben que não esboçava nenhuma reação. – E depois você não é nem um pouco galinha, pena que eu descobri isso tarde demais, eu admito eu era burra, fácil de levar. – Rebateu ela, desapontada. – Só que dessa vez você vai ter que ter um pouco mais de jogo de cintura, porque meia dúzia de palavras audaciosas e com segurança, não vão me levar. – Garantiu, Ben apenas ficou com uma expressão de surpreso.

– Olha não sei com exatidão, mas com certeza quando eu estou com alguém sério, eu costumo respeitar a pessoa em questão, o que não é o caso nesse momento. – Ben afirmou em sua defesa. – Porque eu estou solteiro, e sem ninguém pra dar explicações. – Garantiu, Anita fechou a cara. – Porque tá me crucificando mesmo, não é você que tem um namorado, que nem imagina o que você anda fazendo por aqui, e com quem. – Ben não resistiu, ao ver um misto de ciúmes e impaciência lhe rondar.

– Deixa de ser patético, você tá colocando de um jeito como se eu tivesse planejado isso. – Argumentou Anita tensa. – Então quer dizer que se você tivesse com alguém não tentaria me dar uns beijos. – Devolveu ela sem poupá-lo. – Não fui eu que me tranquei aqui com você. – Soltou no ar e sentou ao lado dele.

– Não sei. – Sorriu Ben. – Quanto o assunto é você, eu realmente nunca sei de muita coisa. – Alegou. – Quando eu to com você, e como se toda vez eu fosse atingido de surpresa, por uma daquelas chuvas de verão que a gente nunca espera, só acredita quando já tá caindo água do céu. – Declarou ele a encarando.

– Já me chamaram de coisas piores, mais não joga a culpa disso aqui pra cima de mim, eu não queria, e continuo não querendo, a gente faz muito mal um pro outro, e você sabe disso. – Retrucou Anita abalada.

– E você que se permitiu dar trela até pro meu amigo. – Cobrou Ben, sem se importar com o que ela falaria.

– O que. – Anita surpreendeu-se. – Tá falando de quem. – Indagou ela, ele ficou mudo apenas. – Ah Marcelo, quem falou que eu dei em cima dele. – Ela perguntou não gostando da colocação dele. - Posso saber?

– Eu vi, aquele dia lá na praia, vocês super contentes juntos. – Jogou Ben, desaprovando a situação.

– Ah e a gente não pode ser amigo, porque você não quer. – Anita constatou. – É isso. – Perguntou ela.

– Não, mais você não acha que esta passando do ponto não, até porque você sabe que no fundo a Meg tá afim dele. – Alegou Ben.

– E eu não faria isso com ela, e definitivamente eu não vou discutir a relação que eu não tenho com você, quem manda na minha vida sou eu, e você não tem nada a ver com o que eu faço. – Disse Anita taxativa. – E nunca, mesmo que eu tivesse um interesse nele. – Afirmou. – Já você eu duvidaria, você tem experiência nisso, não é. – Anita provocou. – Pegar a garota do melhor amigo, a irmã da ex. – Anita disparou não o poupando.

– Quer saber. – Ben falou, se aproximando um pouco mais dela.

– Ah o que. – Anita desdenhou.

– Eu acho que você seria capaz sim, de dar trela pro Marcelo, só pra cobrar isso tudo aí, afinal eu não posso negar que o Marcelo é um cara legal, bacana. – Disse Ben a fitando. – Talvez se o interesse dele pela Meg não existisse. – Esclareceu o garoto, fazendo Anita sorrir irônica.

– Bom pelo nisso você acertou. – Afirmou ela. – Mas corrigindo algumas coisas, se eu tivesse sozinha, de bem com a vida, quem sabe porque não, afinal como você mesmo disse o Marcelo parece ser uma pessoa bacana, e antes que você pergunte eu estou falando do meu namoro com o Gustavo. – Admitiu Anita. – Mais pode ter certeza que eu nunca faria isso pra te atingir, seria perda de tempo. – Desdenhou Anita, Ben apenas ficou sem silêncio.

– Acho que você não precisa mais se preocupar com ele, já foi. – Ben riu.

– Tá vendo porque eu to certa em dizer que a gente faz mal um pro outro, perto nós só somos dois egoístas, que mais respondem os próprios instintos do que se preocupam com suas atitudes. – Anita afirmou irritada.

– Essa parte aqui da casa não tinha, não é, ou eu estou muito enganado. – Ben mudou o rumo do assunto completamente.

– Não, é a parte da casa que foi reformada. – Esclareceu Anita. – Mais acho que tem uma parte que esta do mesmo jeito lá atrás, ou seja, quase caindo. – Riu Anita.

– Você não sentiu falta não. – Perguntou Ben, olhando para ela.

– De você, eu não. – Falou Anita distante, fitando as paredes do local.

– Não e isso, da reforma, de ajudar, você sempre sonhou tanto com isso, e na real quando eles reformaram você tava longe. – Afirmou Ben esclarecendo, enquanto lembrava de algumas ideias contadas pela garota, nas longas conversas que sempre uniram os dois.

– Eu fiz um projeto lembra. – Questionou Anita, escondendo a bola fora que havia dado a instantes anteriores. – Aquele que a Sofia usou, pra se auto promover com você, mostrando que era uma pessoa legal, que na verdade quem não merecia atenção era eu, afinal eu estava sendo muito egoísta e criança, em não ter ajudado em nada, e bancando a revoltada pelos quantos. – Supôs Anita, gostando de ver uma ruga de irritação se formar no rosto do menino.

– Você vai falar do passado mesmo. – Ponderou Ben, percebendo certa razão nas palavras dela.

Anita apenas o observou por alguns segundos. – Eu não, aliás, não vou falar mais nada. – Disse ela, levantando e ajeitando o vestido.

– Trouxe uma bebida pra você. – Disse Marcelo chegando com dois copos e alcançando um a Meg.

– Olha sendo gentil, por que. – Brincou ela, enquanto observava a festa do lado de fora do casarão.

– Porque eu não posso, na maioria das vezes eu sou. – Afirmou Marcelo, sorridente.

– Claro. – Concordou Meg. – Aliás, você cruzou com a Anita. – Questionou a loira. - Essa garota sumiu. – Comentou ela.

– Não. – Respondeu ele. – E também faz maior tempão que e não vejo o Ben. – Marcelo falou ficando intrigado.

– Ai isso tá estranho. – Meg proferiu, ficando empática diante da situação.

– Será que eles foram tirar o atraso. – Falou ele brincalhão.

– Na boa. – Meg riu. – Eu não sei por que eu perco meu tempo com você. – Repreendeu a garota não gostando.

– Ué gente, também não é tão improvável assim, aqueles dois não sabem o que querem da vida mesmo. – Marcelo quis justificar.

– Ai não, eles estão é brincando a com própria sorte, isso sim. – Meg ficou apreensiva.

– Gente tudo bem. – Falou Ronaldo chegando até os dois.

– Tudo, a gente pode ajudar em algo. – Se ofereceu Marcelo.

– Viram a Anita por aí. – Perguntou ele, apressado.

– Não, mais por que. – Meg devolveu.

– El ficou de levar um açúcar pra Vera, lá na cozinha da empresa, mas ainda não apareceu por lá. – Explicou ele. – Ela ligou perguntando. – Justificou.

– Ele deve estar fazendo isso então, por isso que a gente não viu ela. – Afirmou Meg. – Né Marcelo. – Ela disse para coagi-lo a confirmar.

– Sim, sim, deve. – Falou ele, ao notar o pedido da loira.

– Bom eu vou levar o açúcar pra Vera, ela deve ter ido resolver outra coisa e esqueceu. – Pensou Ronaldo.

– É. – Disse Meg desconfortável.

– Ai não. – Pronunciou Marcelo preocupado.

– Será que não é melhor a gente ir ver isso. – Sugeriu Meg também preocupada.

– É melhor a gente dar uma esperada, até porque a gente nem sabe o que tá havendo mesmo, vai ver os dois nem estão juntos. – Repensou Marcelo.

– Anita você não quer ajuda não, olha que não vou oferecer mais. – Afirmou Ben, enquanto ela tentava alcançar o pacote com açúcar do alto da estante sem sucesso.

– Não, tá todo sob controle. – Afirmou Anita, se recusando ao dar o braço a torcer, já parando quase nas pontas dos pés, sem equilíbrio algum.

– Ai meu deus. – Revirou Ben os olhos sem paciência para a teimosias dela. – Não é o que parece sabia. – Afirmou ele, se levantando de onde estava caminhando até a porta e destrancando. – Tem certeza. – Ponderou ele, parando do lado dela.

– Vem cá porque ao invés de me irritar perguntando sempre a mesmo coisa. – Anita rebateu se esgueirando mais para ver alcançava. – Você não vai e pega, precisa o que, que eu admita que preciso da tua ajuda. – Acusou ela impaciente com ele.

– E porque você não pode dizer que sim, vai cair algum pedaço por isso, admitir que as vezes você precisa ser ajudada. – Esbravejou o garoto incomodado, pensando consigo mesmo, porque ela era tão teimosa, podia segurar qualquer situação sozinha, como ela fez no passado, mas pedir ajuda, principalmente, e quando se tratava dele parecia algo impossível de ser feito pela menina.

– Ai esquece. – Resmungou ela. – Eu to quase conseguindo mais um pouquinho e da. – Afirmou ela apoiando um dos pés na prateleira de baixo da estante. – Peguei. – Falou ela alcançando. – Ai... – Ela disse vendo seu pé desequilibrar por conta do salto.

– Eu avisei. – Afirmou Ben a amparando antes que ela caísse, desconcertado com o choque inesperado de ambos.

– Avisou coisíssima nenhuma tá. – Anita retrucou não admitindo.

– Você se machucou. – Perguntou ele se preocupando, a garota apenas assentiu que não, enquanto os dois se encaravam.

– Foi só meu pé que desequilibrou, mais não foi nada. – Se despertou ela, ainda sentindo o toque das mãos do garoto a sua cintura. – Você pode voltar agora pra festa, a Amanda deve estar te esperando. – Anita disse entre caretas, enquanto suas pernas pareciam bambear ainda mais do que antes, definitivamente ela não tinha vocação nenhuma para dividir qualquer tipo de proximidade com Ben que fosse.

– Eu não vim aqui pra pegar pacote nenhum. – Admitiu ele, em um momento de confusão de seus pensamentos, enquanto fitava o rosto a sua frente, os olhos ao seus, um semblante de quem se perguntava o que ele queria realmente. - Eu já te falei que eu não tenho nada com a Amanda, tá pra parar de implicar com a garota. – Reclamou Ben, exausto da afirmação, sentindo o perfume da garota devido a proximidade dois inebriar seus pensamentos.

– E também nunca teve, não é. – Anita se irritou ainda mais, cutucando o ombro dele. – Tadinha dela tão injustiçada, e você também. – Rosnou Anita com raiva, pensando consigo mesma, o porquê que tudo se tornou tão enrolado para os dois, como se tentar de novo fosse como remar contra a correnteza forte de um rio.

– E eu já disse pra você parar de ser tão ciumenta, isso não é legal. – Ben implicou se divertindo com a situação, surpreendente como a garota ficava incrivelmente ainda mais linda quando fechava a cara, brava com alguma coisa.

– Cala a boca. – Esbravejou Anita. – Me deixa passar. – Afirmou ela.

– Anita. – Pronunciou ela sorrindo debochado. – É você que tá me prensando contra a parede não ao contrário. – Riu ele da confusão dela, pressionando ainda mais as mãos dele nas costas da garota e lhe puxando para mais perto. – E já que você esta tão interessada nisso, porque não vem calar você. – Disse ele em tom abusado, Anita apenas deu de ombros para a situação.

– Anita, Ben. – Ronaldo abriu a porta e ficou espantado com a cena, a enteada ali parada a centímetros de seu primogênito, pra não dizer com distância nenhuma quase colados um no outro, as expressões de quem estavam apreciando a situação de quando ele abriu a porta, agora parecia ter sumido e dado lugar a um sorriso que era antes de audácia e consentimento, virou um sorriso sem graça que foi se desmanchando até sumir do rosto de ambos.

– Ficou legal os arranjou né, foi que fiz. - Brincou Marcelo, na mesa em que ela e Meg conversavam.

– Com o auxilio da Anita, não é. – Meg respondeu.

– É sim, mais não me desmerece. – Riu ele.

– Gente, é oi, desculpa atrapalhar, mais alguém sabe do Ben. – Amanda perguntou se aproximando deles.

– Não, a gente tá com esse mesmo problema, Ben sumiu. – Falou Marcelo de forma simpática.

– Ah bom. – Amanda pronunciou sorrindo de volta.

– Oi pai tudo certo. – Ben tratou de disfarçar, deixando suas mãos livres de novo e se esquivando para o lado e se afastando de Anita.

– Claro. – Afirmou, percebendo o sorriso sem graça do filhos que ficou evidente. – E aqui, com os dois. – Perguntou Ronaldo intrigado.

– Tudo ótimo, melhor impossível. – Anita viu uma sensação estranha prevalecer.

– Anita a Vera. – Ronaldo exclamou achando mais sensato não prolongar suas impressões.

– Ah sim, eu já tava indo lá, eu tive uns problemas pra encontrar a chave, e depois eu não podia alcançar. – Anita tratou de se justificar. – Vê se pode. – Sorriu ela para disfarçar.

– É e eu vim ajudar ela. – Afirmou Ben como desculpa.

– Eu encontrei com o Ben no corredor por acaso. –Disse Anita, confirmando a suposição de Bem, sentindo uma raiva imensa de si mesma por ter se deixado parar naquela situação, fazendo seu constrangimento aumentar ainda mais.

– Claro afinal o que mais os dois estariam fazendo trancados na dispensa em plena festa não é, a não ser que quisessem privacidade. – Ronaldo falou meu irônico, fazendo os dois ficaram com os semblantes desmanchados com a situação.

– Privacidade não. – Anita soltou as palavras de sua boca em um impulso, mas ficou ainda mais arredia depois que fitou os olhares de Ronaldo, também o que ele devia estar pensando, que seu juízo fosse nenhum, e que o filho era um impulsivo de marca maior, que estava quase beijando a enteada em um cômodo minúsculo e totalmente vazio, ela quis manter em sua mente que não beijaria o garoto até pra ver se sua sensação de desconforto melhorava, mas ela sabia que estava mentindo, foi se assustando ainda mais em imaginar que Ronaldo poderia ter chegado dois segundos depois e ter visto tal cena, Anita preferiu acreditar que poderia morrer caso isso acontecesse do que ter que encarar Ronaldo.

– Trancados não, né pai, a porta estava aberta qualquer um podia ter entrado aqui. – Ben alegou, agradecendo a si mesmo por ter abrido à porta momentos antes.

– Bom eu vou levar isso aqui pra mamãe. – Disse Anita tratando de sai dali, mesmo não sentindo que sus pernas poderiam lhe seguir, lhe dando uma resposta positiva quão bambas elas estavam.

– Deixa que eu levo. – Falou Ronaldo apanhando o pacote da mão dela.

– Tá então. – Anita concordou sem graça. – Mais pede pra ela vir logo de volta tá. – Anita sugeriu.

– Claro, as meninas da cozinha estão ajudando lá, só precisam de um toque da Vera. – Afirmou Ronaldo sorrindo para os dois, enquanto Ben passava as mãos nos cabelos desconfiado dos olhares do pai para eles.

– Vamos. – Disse Ronaldo, Anita e Ben apenas seguiram Ronaldo.

– Você já foi melhor com desculpas. – Cochichou Ben no ouvido de Anita disfarçadamente enquanto eles deixavam o local, ela preferia ignorar por sua vez, para que as coisas não piorassem.

– Será que ele percebeu. – Anita perguntou, enquanto ela e Ben caminhavam entre algumas pessoas.

– Não sei, também não tinha nada pra perceber, não é. – Ben respondeu taxativo.

– Não, jamais, mais ele pode tirar conclusões erradas, também. – Anita exclamou expondo seus pensamentos.

– Ai eu não posso garantir nada. – Afirmou Ben se defendendo, com ela o fuzilando com o olhar.

– E aí sumid... – Pessoas. – Marcelo tentou contornar o deslize, ao perceber a presença de Amanda sentada de frente para Meg.

– Oi gente. – Anita disse sentando ao lado de Meg.

– Tava aonde, querida amiga. – Meg questionou sarcástica.

– Resolvendo uma coisa. – Anita inventou.

– E resolveu. – Meg perguntou novamente.

– Não, e nem vou resolver mais. – Balbucio Anita, pedindo com o olhar que ela parasse, com o festival de perguntar indiscretas.

– E você foi dar uma volta aonde Benjamim. – Marcelo falou ao amigo.

– Marcelo. – Ben disfarçou o sorriso. – Vai ver se eu estou lá na esquina, vai. – Ironizou ele se negando a responder.

– Tá bom isso aqui, deixa eu ver. – Disse Anita tomando o copo que era de Meg. – Nossa cruzes, tá muito forte. – Reclamou Anita.

– Cuidado não vai ficar babada. – Marcelo alfinetou, debochando.

– Eu não, mais você pelo visto tava tentando embebedar a Meg. – Anita rebateu a altura.

– Cuidado hein, pode virar um problema isso. – Ben se divertiu com a cara de brava da loira para Marcelo.

– É vai que você não curte muito o resultado. – Falou Anita, achando graça dos olhares dos dois.

– E já eu to adorando. – Meg respondeu ríspida.

– Vem cá, vocês dois não têm mais o que fazer não, do que ficar atrapalhando o lado dos outros. – Marcelo achincalhou os dois. – Vão procurar um canto pros dois, os malas. – Disse ele.

– Pessoa ingrata é uma coisa lastimável mesmo não é gente. – Anita se fez de ofendida.

– E os dois são o que. – Marcelo resmungou, Anita e Ben apenas riram.

– Bom gente eu vou dar uma volta pela festa. – Disse Amanda se retirando-se da mesa, ao se sentir deslocada.

– Vai lá. – Meg falou com um sorriso para ela.

– Anda, bora, some os dois também. – Marcelo disse autoritário.

– Eu não estou a fim, vou ficar por aqui. – Ben implicou.

– Vai ter volta hein, te prepara, isso não vai ficar assim não, pode escrever. – Marcelo ameaçou.

– Eu vou sair pra buscar alguma coisa pra eu comer, mas eu já venho. – Anita informou, ignorando os pedidos de Marcelo, arredando a cadeira para levantar.

– Vai atrás dela, não era isso que você queria, ficar a sós com ela. – Marcelo sugeriu a Ben, em uma tentativa de se livrar da presença do amigo. – Tá esperando o que. – Disse ele, querendo ficar sozinho novamente com Meg.

– Marcelo sossega, menos bem menos tá. – Ben afirmou, bem-humorado.


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