– Ai Sidney ficou demais, o jeito que enfeitaram a praia pro desfile. – Afirmou Sofia a ele, quando os dois estavam chegando.

– É ficou lindo mesmo. – Sidney concordou com um sorriso bobo, mas na verdade pela alegria de Sofia que transparecia em seus olhos e sorrisos para todo lado.

– Que foi. – Questionou ela, percebendo ele meio desatento.

– Nada, é vamos sentar. – Sugeriu ele, querendo disfarçar seu fascínio.

– Tá vamos. – Sidney disse, e os dois foram em direção às cadeiras para sentarem-se.

– Olha já vai começar. – Sofia afirmou com animação.

– Vai, vamos prestar atenção então. – Respondeu ele querendo focar suas atenções, para alguma coisa que não fosse ela, na verdade ele não entendia o porquê daquilo, não queria começar a se iludir de novo devido ao encantamento que ele teve pela garota no passado.

Desfile acabando, Sidney não parava de prestar atenção na empolgação de Sofia, que parecia não conseguir parar quieta só por um momento, e ele ficava a observando como se estivesse hipnotizado por cada gesto dela.

– É sério, se eu tivesse que escolher uma peça dessas pra ganhar, eu estava ferrada, comprar então, eu iria acabar comprando tudo. – Sofia proferiu com os dois se levantando.

– Ele riu. – Ah nem vem, comprar tudo, eu tenho certeza que de vez em quando você faz isso. – Brincou ele.

– É, posso dizer que eu abro uma exceção uma vez ou outra. – Ela confirmou rindo. – Mais não vem implicar, não tá. – Disse a loira o encarando.

– Tá certo, eu vou pegar alguma coisa pra gente tomar. – Sidney comunicou, trazendo duas taças, uma para ele e outra para a garota.

– Obrigada. – Agradeceu ela sorridente.

– Sidney oi. – Uma mulher chamou sua atenção.

– E ai Laura, arrasou, estava tudo perfeito. – Respondeu Sidney cumprimentando ela.

– Meu marido, Eduardo. – Apresentou ela.

–Prazer. – Sidney falou. – Bom Sofia, uma amiga. – Apresentou ele sorridente.

– Oi tudo bem, eu adorei as tuas peças. – Sofia tentou ser simpática.

– Muito obrigada. – Ela agradeceu.

– A Sofia também desenha e muito sabia. – Sidney entregou.

– Imagina gente, eu não faço nem um terço do teu trabalho, mas quem sabe um dia. – Falou a loira.

– Quem sabe um dia você não me mostra os teus desenhos. – Afirmou ela.

– Sério, seria uma honra. – Sofia disse lisonjeada.

– Fala com o Sidney pede meu telefone pra ele, é nós marcamos. – Laura confirmou. – E Sidney manda um abraço pro teu pai, e, por favor, manda ele aparecer. – Ela disse ainda.

– Claro, pode deixar. – Respondeu o garoto.

– Bom com licença, eu vou falar com os outros convidados. – Disse ela retirando-se.

– Sidney você não tinha me dito que você conhecia a estilista. – Sofia indagou, meio espantada.

– Eu não, meu pai, eles são amigos, porque faz diferença. – Perguntou ele com um sorriso.

– Não, nossa, ela parece ser tão legal. – Sofia exclamou.

– Legal e muito talentosa. – Ele concordou. – Bom, mas agora que tal, nós partimos pra aquele outro programa, a dar um mergulho. – Sidney a convidou empolgado.

– Ah pode ser, eu só preciso me trocar. – Sofia aderiu a ideia dele.

– Eu também, nos encontramos depois então. – Falou ele.

– Combinado. – Ela respondeu, saindo em seguida.

Minutos depois os dois conversavam, sentados a areia da praia olhando para o mar.

– Ai eu acho que faz muito tempo, que eu não me distraio tanto. – Sofia confidenciou.

– Ah tá quer dizer que minha companhia é tão chata, que até se distrair, você se distrai. – Sidney ironizou bem-humorado.

– Não, seu chato, ultimamente meu passado tem me assombrado muito Sidney, e eu não tenho andado muito tranquila. – A loira argumentou rindo dele.

– É porque, isso é bom ou ruim. – Questionou ele a fitando por um instante.

– Acho que as duas coisas, sei lá. – Afirmou Sofia, enquanto encarava o mar meio revolto.

– Tem alguma coisa a ver com a volta do Ben. – Perguntou ele movido por um impulso.

– Acho que tem, mais a ver com a Anita, e lógico de alguma forma com ele, principalmente por ela. – Ela desabafou, voltando seus olhares para ele.

– Certo eu acho que eu entendi, mas você não é o tipo de pessoa que se lamenta pelo o que perdeu. – Sidney afirmou.

– O problema não foi o que eu perdi, mas o que eu fiz os outros perderem, e o que eu deixei de ter. – Ela se justificou, com certo aperto no peito. – Sidney eu não sou uma pessoa, que gosta de certas fraquezas, ou que sempre se arrepende do que faz e se lamenta, mas eu fiz algumas coisas que hoje, acho que eu preferia que não tivesse acontecido. – Explicou Sofia.

– É, acho que entendi. – Respondeu ele.

– Tá mais eu não quero falar disso, ok. – Sofia falou, querendo mudar o rumo da conversa.

– Tá, então eu quero te dar uma coisa. – Disse ele alcançando uma sacola a ela.

– O que é isso. – Perguntou ela, meio confusa.

– Abre, acho que você irá gostar. – Sidney afirmou, pedindo para ela olhar o que era.

– Eu não acredito. – Sofia proferiu com um sorriso de espanto, quando abriu o embrulho e viu algumas peças do desfile dentro da sacola.

– Bom como você disse que gostou de tudo, eu não escolhi muito. – Sidney afirmou contente pela alegria dela.

– Sidney, eu não sei nem o que dizer, muito obrigado, mas ela te deu as peças, antes mesmos de serem comercializadas. – Sofia indagou com felicidade.

– É, você ficou falando tanto que gostou das peças, que eu acabei falando com ela. – Justificou ele.

– Muito obrigada. – Falou ela com um abraço.

– Só de ver você sorrindo desse jeito, já é um agradecimento, eu acho que eu nunca esqueci, o quanto mais linda você ficava quando tava feliz de verdade. – Sidney soltou sem pensar, parando para encara-la, que estava com os olhos meio confusos.

– Sidney, a coisa que eu tenho mais medo hoje, é sofrer, ou fazer alguém sofrer de novo, eu não sei o que te fala. – Disse ela, vendo uma confusão pairar sobre seus pensamentos.

– Sofia, eu não sei o que essa nossa aproximação significa, mais quando a gente tá assim, juntos, de boa um com o outro, tirando as partes de quando nós brigamos por tudo claro, eu me sinto com uma alegria e com uma esperança tão grande, em achar que a vida pode ter os seus concertos de vez em quando. – Desabafou ele, em meio a um suspiro.

– A gente já se magoou demais, eu não sei se quero começar tudo de novo, mas eu também gosto da tua companhia, do jeito que às vezes você tenta ser legal comigo. – Sofia também confessou, se envolvendo nos olhares de Sidney.

Os dois ficaram ali olhando um para o outro, mudos, até que Sidney quebrou o silêncio, que era sufocado apenas pelo barulho do mar. – Eu também não sei o que isso quer dizer, nem sei se eu to ciente de onde isso vai dar. – Ele proferiu confuso.

A loira não respondeu nada, apenas continuou o encarando, com o olhar perturbado, principalmente quando o garoto levou seu rosto mais para perto do seu, ela apenas sorriu discretamente e também aproximou-se um pouco mais dele, ele afastou uma mexa do cabelo dela, o colocando atrás da orelha, e os dois uniram seus lábios em um beijo, movido por um bocado de saudade, com ar de lembranças do passado boas e ruins, um beijo que foi se tornando empolgado com o passar dos segundos. Eles pararam o beijo e se olharam em silêncio por um instante, apenas sentindo o vento frio, que se misturava com calor que fazia por ali, bateram em seus rostos.

– Eu acho, que eu até demorei pra fazei isso, sabia. – Sidney confidenciou com um sorriso.

– É eu acho que eu também. – Sofia o olhou, sorriu, e voltou-se para encarar o mar.