– Meg, você não pode levar essa mala aqui, dentro do avião, tá maluca. – Anita reprendia a loira no corredor do avião.

– Anita! - Minha mala quase se perdeu uma vez, e eu não vou deixar isso acontecer de novo, poxa as minhas melhores roupas estão aqui, que, aliás, eu comprei com meu dinheiro suado, eu é que não vou deixar essa companhia extraviar minhas coisas. – Meg disse com teimosia. – E nem vem tá, não é futilidade, é zelo com minhas coisas. – Completou a loira vendo a cara amarrada de Anita.

– Eu não to crendo, só você mesmo. – Anita cochichou para ela.

– Moças, com licença. – Marcelo pediu as duas, quando as viu trancando o corredor e não os deixando passar.

– Passa, eu não estou te atrapalhando. – Meg respondeu irritada.

– Mais vocês estão trancando o corredor, pelo amor de deus gente, isso aqui é um avião, um lugar tecnicamente público. – Marcelo encarando Meg, afirmou.

– É, pois você é que parece pensar ao contrário. – Meg retrucou, com cara de brava.

– Marcelo, passa logo que eu quero me sentar. – Ben deu uma dura no amigo.

– Tá bom, ranzinza você, parece até um velho de oitenta anos, nem um velho é chato igual você às vezes. – Marcelo disse incomodado.

– Não enche, Marcelo passa logo. – Ben resmungou tenso, não conseguindo impedir que seus olhos, olhassem Anita por um instante.

– Loira. – Ele falou sorrindo para Meg. – Morena, morena, fiquei na dúvida, bom com licença. – Falou Marcelo para Anita, que acabou deixando uma risada escapar.

– Toda. – Anita respondeu, achando graça do garoto, mas seu semblante mudou quando ela encarou o rosto de Ben.

– Se tá dando corda pra esse idiota, Anita, garoto abusado, ridículo, mal conhece a gente. – Meg afirmou para Anita, irritada.

– Ah Meg, até que ele é engraçado vai, e bem bonitinho também. – Anita disse achando graça dela.

– Nem reparei, Anita vem cá, que foi, tá querendo pegar o amigo do Ben pra se vingar é. – Meg debochou dela.

– Ah e dai, o Ben não ficou com a Sofia no passado, sendo amigo do Sidney. – Ela falou sem se importar.

– Anita, e o Gustavo, você seria capaz. – Meg indagou curiosa.

– Nem me fala no Gustavo, já me ligou umas cem vezes, você acredita. – Disse ela irritada. – Mais só pra me vingar, eu não seria capaz Meg, isso não convém com meu caráter, mais se rolasse um interesse verdadeiro, que não é o caso, até porque eu acho que ele tá interessado numa certa loira. – Anita afirmou encarando Meg.

– Que? – Meg disse espantada. – Em mim, ai Anita só o que me falta, garoto idiota e abusado. – Meg desdenhou.

– Ihh, você tá xingando ele de mais pro meu gosto. – Anita debochou implicando.

– Vamos sentar, consegui colocar minha mala. –Meg mudou o rumo do assunto.

– Tá bom, já entendi tudo. – Anita afirmou sorrindo, percebendo que ela podia estar interessada no garoto.

– Cara, é muito gata. – Marcelo suspirava, sentado ao lado de Ben.

– Quem a Anita. – Ben perguntou aéreo, com o pensamento nela.

– Não, quer dizer também, ela é linda, mais eu não vou furar o teu olho, aliás, eu achei que tinha feito isso lá no aeroporto quando tu abraçou a Meg. – Marcelo confessou.

– Eu não acredito, você se apaixonou. – Ben respondeu e ele, rindo.

– Eu não, eu só achei ela bonita, bacana, tá meio metida também. – Ele tentou negar seu encantamento pela garota.

– Hanm tá sei, você não engana não. – Ben falou sem acreditar.

– Eu não sou você, que até hoje é apaixonado pela Anita, na boa você precisa ter visto a tua cara, por ter dado de cara com ela daquele jeito. – Marcelo disse com o tom de voz baixo.

– Para de falar besteira. – Retrucou Ben incomodado. – Eu, não, ah vai te cata. – Ben se enfureceu, sem saber como se defender.

– Relaxa, porque não é muito difícil de te entender, ela é perfeita. – Marcelo afirmou de forma sincera.

– Ah fui com você, quando a gente chegar, você me acorda. – Ele falou escorando-se para trás no banco, e colocando os fones de ouvido.

– Isso dorme ai, o bela adormecida. – Marcelo resmungou.

– Ai que droga. – Anita suspirava impaciente.

– Que foi, tá tudo bem. – Meg perguntou, percebendo o estado tenso dela.

– O que você acha. – Respondeu ela em meio ao nervosismo.

– É deve ter sido, muito louco ver o Ben assim. – Meg tentou ser compreensiva.

– E quem disse que eu estou assim por ele, eu to cansada da viagem já esta longa de mais. – Anita negou taxativa.

– Ai Anita, eu vi no teu olho, você tremeu quando viu o Ben. – Afirmou Meg, vendo a negação dela.

– Ai cala a boca, Meg, me deixa esquecer isso pelo menos até esse avião descer, por favor. – Anita pediu sob tensão, olhando para a janela.

– Tá me desculpa, mais eu só quero te ver feliz. – Meg respondeu, vendo ela olhando para fora, com o olhar perdido.

Algum tempo depois.

– Até que enfim, chegamos, chegamos Anita. – Meg disse feliz, quando saiu na rua, movimentada e barulhenta.

– Meg, ali um táxi. – Anita falou quando avistou.

– Então vamos, porque eu to doente por um banho. – Meg suplicou.

– Nossa temos que achar um táxi. – Ben afirmou percebendo que não havia nenhum por ali.

– Ali as meninas, estão entrando em um. – Marcelo apontou quando as viu. Vamos dividir com elas, até porque vamos pro mesmo lugar. – Marcelo sugeriu.

– Não sei, se é uma boa ideia. Ben resistiu em aceitar.

– Porque Ben, deixa de ser chato, eu falo com elas. – Marcelo afirmou o empurrando.

– Oi meninas, é será que a gente pode ir com vocês, não tem mais táxi aqui, é quase hora do almoço acho que tão cedo nós não encontramos um. – Marcelo justificou as olhando.

– Não, dá teu jeito. – Meg disse sem se importar.

– Mais poxa, a gente vai pro mesmo lugar que mal tem nisso. – Marcelo usou como argumento.

– Também acho, o Marcelo tem razão, que falta de educação é essa. – Ben perdeu a paciência com a negação delas.

– Sabe que é, definitivamente nós não queremos conviver com gente insignificante. – Anita se meteu.

– É só uma carona, tá bom, não custa vocês dividirem com a gente. – Ben retrucou irritado, encarando Anita.

– E você acha que eu me importo, pensa o que você quiser. – Anita debochou. – E olha, boa sorte, achar um táxi aqui há essa hora é quase um milagre, vocês vão precisar. – Ela disse com malicia, tirando os óculos para encara-lo.

– Patético isso. – Ben alfinetou impaciente.

– Bora Meg, o Grajau nos espera. – Anita murmurou ajeitando os cabelos, e colocando os óculos novamente e entrando no táxi.

– Tchau gente, até mais. – Meg falou rindo da cara dos dois.

– Eu não acredito que elas deixaram a gente, a ver navios aqui por pura implicância. – Ben afirmou com um sorriso irônico.

– Caramba, essa ai é a menina meiga que você disse, nossa ela tá mais pra uma gata em forma de furacão, aí, se você tiver interesse nela ainda, tá ferrado, porque ela vai pisar em você, como se você fosse um tapete persa, e com um sapato de solto agulha ainda, não é. – Marcelo disse e ele pensativo.

– Cala a boca, e vamos achar um táxi. - Retrucou ele nervoso.