Encontros, desencontros e novos encontros escrita por LoveSeries


Capítulo 103
Capítulo 103:




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— Realmente, eu devo ter caído numa daquelas marés de azar que duram no minimo cem anos, eu desafiei e sorte deve ter sido isso, quebrei espelho, passei debaixo de escada, cruzei no caminho de algum gato preto, porque não é possível que eu me meti nessa roubada, e pior patrocinada por você, é o apocalipse agora eu sei... – Ben reclamava em frente ao casarão enquanto os dois se arrumavam para partir.

— Ah Ben para de “mimimi” e te orienta vai. – Anita ordenou de cara fechada e já insatisfeita,  abrindo a porta do motorista do carro e jogando sua bolsa até o banco de trás nada paciente por ter que ouvir o rapaz reclamando. – E não fala assim dos gatos, eles são uns amores, dão muito mais valor pra gente do que uns carinhas que tem por aí, que na primeira oportunidade estão reclamando que nem você. – O Luy, por exemplo, é quase um lorde inglês. – sorriu ela com um ar saudoso.

— Ah fácil...  – o rapaz iria continuar suas justificativas por não estar nada satisfeito, mas se calou ao processar a última frase da arquiteta. - Perai quem é Luy. – ele quis saber a encarando assustado o que fez a garota dar uma leve risada.

— É um fofo lindo, que alegra minhas manhãs quando ele aparece na cozinha todo manhoso querendo café da manhã, até cura meu mau humor matinal por levantar tão cedo, ele me faz companhia no sofá, come pipoca, olha filme comigo, adora chocolate, me faz sorrir quando eu to triste, me faz companhia quando tá muito frio na cama, tudo bem que eu não deixo ele dormir comigo, porque eu só muito espaçosa, e quando  ele tenta acaba no chão tadinho. – Anita diz cheia de deboche, olhando a expressão minuciosa de Ben lhe encarando parecendo ficar cada vez mais tensa.

— Meu deus, e eu é que pensei que a tortura deste dia seria o transito infernal, e a cara de raiva do teu pai caso me visse. – Ben se apoiou no capo do carro nada tranquilo. – Olha Anita, um na jogada eu até encarava, numa boa sério, mais você nunca ouviu aquele ditado não, um é pouco, dois até é bom, agora três aí complicada. – ele ponderou com a face séria voltando a olhar para Anita, que com os braços cruzados, somente conseguindo rir dele sem controlar.

— E você é bobo só isso. – ela ria ainda mais ao se aproximar.

— Você tá achando engraçado, porque eu não estou não dona Maria você pode parar com isso. – o rapaz a criticou retirando os óculos escuros em um gesto nervoso. – Vem cá teu namoradinho brasileiro não era bom suficiente, a segunda opção estrangeira era mais viável, você mudou muito não. – ele disse em um tom desanimado e em parte irritadiço.

— É eles não se davam bem não. – Anita gargalha ainda relutando em contar a verdade a Ben. – Digamos que não de um jeito tão literal, o Gustavo tinha alergia ao Luy. – a moça diz enquanto Ben finge nem se interessar pelo papo olhando os carros passando na rua. – E não vem tirando o teu da reta não tá, ninguém mais do que você me ensinou a ser infiel. – acusa Anita as risadas, sentando sob o capo ao lado dele.

— Ah entendi, você faz e eu pego a culpa pra vida, é desse jeito eu morro mesmo. – Ben ironiza nada convencido.

— Para Ben.  – Anita não consegue parar de rir empurrando o ombro dele.

 - Olha só, só pra você saber eu ainda não entendi onde que está a piada. – ele rebateu descontente, ao constatar que era exatamente ele o motivo de todo riso da moça.

— Olha pra ser sincera eu namoraria o Luy sim, ele tem cara de ser um ótimo namorado, só que isso é meio que incompatível sabe por quê. – ela acha melhor mesmo desfazer qualquer mal entendido.

— Hãm por que. – Ben questiona com uma ponta de desdém.

— Olha ele é bastante companheiro sim, amigo, leal, brincalhão, só que só tem um problema, ele anda de quatro, o esporte preferido dele é brincar com uma bolinha pela casa, o programa favorito é olhar o transito da sacada do apartamento e os pombos, ele tem um hábito estranho de arrotar bolas de pelo, e ele é preguiçoso pra caramba não pode ver uma almofada que já saí se deitando o dia inteiro. – Anita explica risonha. – Ele é um gato mesmo, no sentido literal da palavra, tem quatro patas, de cor preta e angorá, com aquele olhinho verde quase amarelo, tão fofinho,  eu e a Meg achamos ele pequeninho, lá na rua perto de casa ainda filhote em um dia de frio, levamos pra casa  só pra achar um dono, mas ele entrou pra família. – ela revela com um sorriso, fazendo o suspiro aliviado de Ben também conter falta de paciência por ter  sido enganado.

 - É, iguais os teus né, e perfeitamente da mesma cor, o olhar da persuasão em pessoa, ninguém consegue te olhar no olho e não se convencer de tudo que você diz, não é, tipo o que você fez com meu pai e com a Vera lá dentro, e comigo não vou nem comentar. – Ben aproveitou para criticar reclamão. - Você tirou o dia pra me zoar não é possível. – o rapaz maneou a cabeça não acreditando no fato e nem no que havia pensado.

— Eu nada. – Anita riu de toda preocupação dele. – Você é que tá lento hoje. – ela tenta segurar o riso.

— Claro né Anita, nem dormir toda noite você me deixou, não sei por que que eu ainda caio na tua. – Ben afirmou meio que rindo.

— Simples, porque você gosta, gosta muito, não é pouco não. – Anita respondeu em tom de provocação em sussurro querendo evitar que algum curioso que estivesse passando pela rua lhe escutasse.

— O que faz de mim o burro da situação. – o rapaz acusou-se. – Porque essa viagem é uma furada e eu estou mesmo na pior, no fundo do posso. – ele disse se erguendo.

— Ben, pensa que se você não for. – Anita ponderou dando a volta a abrir a porta do carro novamente e sentando –se no banco.

— O que, meu pai vai me botar de castigo. -  implicou ele, seguindo o gesto de também sentar-se no banco do carona.

— Não, pior, ele vai achar que você tá com medo de ficar sozinha comigo, tadinho ele vai ficar tão preocupado achando que você ainda pode estar apaixonado por mim, você não vai passar recibo não né. – Anita brinca sorridente. – Ele pode achar que você tá com medo de ficar sozinho comigo, imagina coitado, cheia de ideia ruim na cabeça...

— Da licença, eu vou ali morrer e venho depois tá. – Ben não curte nem um pouco a provocação e ameaça sair do veiculo.

— Não, a porta tá trancada. – Anita riu da constatação dele que o olhou sério apenas.

— Mais afinal de contas, que diferença uma hora meu pai vai mesmo pensar isso, porque afinal eu não estou de fato apaixonado por você. – o garoto não confia nem um pouco no argumento distorcido dela para coagi-lo.

— Olha que se me acontecer alguma coisa na estrada você vai morrer de culpa. – Anita debocha.

— Não se preocupa, até porque eu sei o quanto você é frágil, descuidada, papelão hein menina, nunca esperava isso de você, logo você tão contra á manipulações. – o rapaz também debocha.

— Ah se for por uma boa causa, porque não. – Anita sorri travessa aproximando seu rosto do dele e lhe roubando um beijo.

— Você não vai me fazer achar isso tudo normal. – Ben garantiu que não se dobraria.

 - Olha pelo lado bom a gente pode passar o dia juntos, e quando chegar ninguém vai desconfiar de nada, a gente nem vai ter que pensar numa desculpa. – Anita exclamou alegremente.

— Mais será que meu pai e a Vera não podem ficarem preocupados, afinal você tão frágil, e eu tão irresponsável, afinal eu já não te coagi a fazer tudo que eu quisesse uma vez, e se rolar de novo, olha que pode não dar certo. – o rapaz diz brincalhão se rendendo a beijá-la em seguida.

— Ou pior pro Ronaldo né, que nem imagina a roubada que enfiou o filho e o carro dele, não foi você que disse lá dentro que eu não presto, então melhor você tomar cuidado. – a garota rebateu de volta fugindo do beijo dos dois, enquanto ele lhe olhava frustrado.

— É até foi, mais foi no bom sentido. – Ben respondeu com um sorriso atrevido apoiando as mãos à cintura dela e a beijando novamente.

— Então melhor a gente ir não é, pelas minhas contas você já está me enrolando há uns vinte minutos. – Anita afirmou se separando dele.

— Tem certeza, porque eu tenho no mínimo umas oito horas sozinho com você pra encher tua paciência por isso. – Ben ainda tentou relutar a respeito da ideia maluca.

— Tenho absoluta, na pior das hipóteses, eu te deixo no caminho. – Anita afirmou travessamente ajeitando o cinto de segurança.

— Ok, mais espera só uma coisa. – Ben alegou em um tom exagerado,  tocando de leve no braço dela  ao vê-la girando a chave do carro.

— Hãm  que foi, qual a exigência agora, se tá se querendo demais pro meu gosto,  eu não tenho a menor vocação pra homem cheio de manias não, você para hein. – Anita bufou impaciente olhando a rua pelo retrovisor.

— Você tem mesmo certeza que sabe dirigir, só pra eu ter certeza não é, porque o Caetano querer me matar é uma coisa, agora eu ter que morrer junto com você nessa situação aqui, é demais pra mim. – Ben fez piada com a menina que ajeitou os cabelos impaciente.

— Homem é tudo igual mesmo né, acha que mulher nunca sabe nada, mais só pra você saber não é só a gente que sai batendo carro por aí, vocês são muito piores. – Anita exclamou de cara amarrada. – Eu quase gabaritei minha prova de direção tá, só não foi melhor,  porque eu fiquei bem nervosa naquele dia, agora para de reclamar porque eu não pretendo te matar não, até porque essa culpa eu não quero, e eu tenho muita pena do Ronaldo que vai sentir muito pelo carro dele.  – a garota disse irônica.

— Tá bom né, de qualquer forma eu vou botar o cinto, né vai que... – Ben retrucou sem se render apenas recebendo um olhar furioso dela. – Porque não pode viajar na estrada sem cinto, você não quer levar uma multa né bonita, imagina só. – desculpou ele contornando, enquanto Anita pareceu por os óculos escuros sem a menos vontade de discutir, mais preocupada com o transito.


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