A menina que não sabia chorar escrita por Ella
Notas iniciais do capítulo
Se eu pudesse voltar o tempo.
Eu me senti tão mal por ter dito aquilo para o Austin, vi que ele ficou triste com aquilo, bom nenhum menino gostaria de ouvir aquilo de alguém, ele estava precisando de apoio e em vez de eu ajudar eu estraguei tudo. Então eu decidi ligar para ele.
— Oi Austin.
— Oi Becca, tudo bem?
— Tudo e com você?
— Também.
— Então, eu pensei no que você tinha me dito hoje e acho que eu devia dar uma chance para nos conhecermos melhor.
— Sério?
— Aham, então o que você vai fazer amanhã?
— Nada, e você?
— Também nada, quer ir ao cinema comigo?
— Sim, eu te busco as sete.
— Tá, até amanhã.
— Até!
Já tinha anoitecido, eu já tinha jantado e tomado meu banho, eu estava me arrumando para ir ao cemitério. Todos já estavam dormindo, e eu estava esperando a hora certa de ir. Então era a hora, fui até a garagem, peguei a bicicleta e fui para o cemitério. Deixei a bicicleta do lado de fora, pulei o muro e lá estava Petter.
— Oi Petter.
— Oi Becca.
— Posso te fazer uma pergunta?
— Você já fez uma.
— Muito engraçado você.
— Brincadeira me pergunte.
— Porque eu só te encontro aqui no cemitério à noite?
— Seria muito estranho um menino ficar no cemitério de dia.
— Ao contrário, ficaria estranho um menino ficar no cemitério de madrugada. Seus pais sabem que você sai à noite sem avisar ninguém?
— Não, e seus sabem?
— Não, mas não conte nada a ninguém.
— Tudo bem, esse será o nosso segredo dentre muitos outros que iremos ter.
— Iremos?
— Nunca se sabe!
— Você é mesmo uma caixinha de surpresa.
— Você ainda não viu nada.
— Você parece triste.
— Amanhã...
— Amanhã o que?
— Amanhã irá passar um cometa aqui na Terra, mas eu não vou conseguir ver.
— Por que não?
— Talvez seja porque eu não tenha um telescópio.
— Porque não me disse antes? Eu tenho, eu irei trazer não se preocupe você irá ver esse tão precioso cometa.
E logo em seguida uma estrela cadente passou.
— Faça um pedido.
— Pronto.
— O que você pediu.
— Se eu contar não irá se realizar.
— Você não vai fazer isso comigo vai Petter?
— Sim eu vou, haha.
Então eu o dei um empurrãozinho, e começamos a rir do nada.
— Seus olhos...
— O que tem eles?
— Eles tem um brilho tão intenso.
— Ah obrigada.
Eu fiquei sem graça naquele momento, totalmente sem reação, e ele ficou minutos olhando para meus olhos.
— Sinto que você é especial Becca.
— Também sinto que você é especial.
— Mas com você é diferente.
— Mas então, vamos trocar de assunto, eu estou ficando sem graça.
— Tá, de que quer falar?
— Você não me falou de você. Onde você estuda, onde mora, quantos anos você tem, o que gosta de fazer...
— Não vou falar coisas para uma estranha.
— Eu estranha? Não comece com isso Petter.
— Tá, eu estudava na Homestead High School, moro perto da praia, tenho 17 anos, e eu gosto de ver estrelas no cemitério anoite com uma menina completamente estranha.
— Novidade.
Ficamos horas e horas conversando sobre o nada, até o amanhecer.
— Meu Deus, já amanheceu, preciso ir antes que o pessoal acorde.
— Eu também.
— Quer uma carona na minha bike?
— Não, haha eu vou ficar um pouco mais, mas obrigado pela carona.
— Até porque eu não iria conseguir te carregar.
— Me chamou de gordo?
— Não, você entendeu.
— Até amanh... Quer dizer até anoite.
— Até.
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