Nós estávamos em um campo florido, era um dos lugares mais lindos que eu já tinha ido. Tudo parecia tão perfeito, naquele momento os problemas desapareceram.

Mas era só um sonho.

Num pulo eu acordei, fui correndo me arrumar, pois iria à casa do Austin fazer o trabalho que não tínhamos começado. Eu recebi uma mensagem dele perguntando se eu iria, então respondi que sim.

Arrumei-me, tomei meu café e fui para casa do Austin, bom eu não me lembrava muito bem como era a casa do Austin, até porque eu não lembrava muita coisa do dia da festa, a não ser do beijo que o Austin me deu e de ter conhecido o Petter pela primeira vez.

Chegando na casa do Austin, vi que não tinha ninguém na casa, ele abriu a porta para mim e me chamou para entrar.

— Você está sozinho?

— Mais ou menos, mas porque a pergunta?

— Ah nada, só curiosidade.

— Na verdade o meu pai está aqui, só que ele está no escritório, ele quase nunca sai de lá.

— E então você está melhor? Digo depois do dia da festa você se conformou com o que está acontecendo?

— Sim, não sei como te agradecer por ter me ajudado aquele dia.

— Não foi nada.

Então nós fomos para o quarto dele, e ficamos fazendo o trabalho, a empregada dele nos chamou para lancharmos, e ela fez uns cookies que estavam ótimos. Depois de ter terminado o trabalho ele estava ansioso para me contar algo.

— Eu quero te mostrar uma coisa.

— O que é?

— Você confia em mim?

— Claro que sim.

— Então feche os olhos.

Então eu fechei, o quarto do Austin tinha uma porta que dava para o jardim. Então ele abriu a porta e me levou para o jardim. Ele estava segurando em minhas mãos. Então ele disse:

— Já pode abrir.

— Meu Deus Austin, aqui é lindo.

— Eu vinha para cá todas as vezes que me sentia sozinho.

Eu nunca tinha visto um campo tão lindo, era idêntico o do meu sonho, porém eu estava com o Austin e não com o Petter. Tinha um muro coberto com hera, mas o muro tinha um buraco escondido, como uma passagem secreta.

Eu estava tão maravilhada com aquele campo que não pensava em mais nada, a não ser ficar ali com o Austin. Nós deitamos na grama e ficamos vendo os formatos das nuvens, e tudo estava tão perfeito naquele momento. Nós viramos o rosto um para o outro e então, ele colocou uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha.

— Becca, você é especial, você é perfeita, você me entende e não me vê só como o Austin o mais conhecido da escola.

— Eu não sou tudo isso Austin, sou só sua amiga.

— Eu não quero que você seja minha amiga.

— Não?

— Não. Quero que você seja mais do que isso, eu estou gostando de você, estou gostando mesmo como nunca gostei de ninguém assim antes.

— Eu também gosto de você, mas não sei se ficaria bem para você ficar com uma novata como eu.

— Não me importo com o que os outros pensam.

— Eu não sei Austin, tudo é novo para mim ainda, e eu não estou pensando em me relacionar agora que mudei de cidade.

— Tá, tudo bem.

— Você vai ficar chateado?

— Não.

— Saiba que eu gosto muito de você, muito mesmo, mas como amigo.

Depois daquilo vi que falei besteira, e fui logo me despedindo.

— É acho que já está tarde, eu preciso ir.

— Eu te levo até a porta.

Então ele me levou até a porta, e tinha uma lágrima pedindo para sair dos seus olhos, mas estava sendo presa com tanta força que nem por um enorme vento sairia de lá.

Eu dei um beijo na bochecha dele e me despedi.