Tomorrow 7 escrita por Small Boat


Capítulo 9
O capítulo final - parte 1


Notas iniciais do capítulo

Bem vindas ao primeiro gostinho do capítulo final de Tomrrow 7! Depois de cinco anos sem atualizações, ela está de volta com o início do fim!

(este capítulo contém apenas o rascunho feito em 2017, as novas atualizações serão adicionadas a partir do próximo)



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Dia 25, segunda-feira

8h antes

O dia estava uma correria. Assim que eu desligava uma ligação, o celular voltava a tocar. E foi assim o dia inteiro. Ainda bem que as coisas da decoração do evento estavam todas nas mãos de Thomas. 

Thomas. Ele havia me pedido em casamento sábado, na frente de todo mundo na reunião de ex-alunos do BJ. E eu havia aceitado. Estava feliz, pois ninguém fazia eu me sentir tão bem quanto ele e eu o amava por isso. 

Contudo, estava apreensiva, pois guardava um segredo dele. Algo que poderia mudar essa proposta. Achava, às vezes, que pudesse ter aceitado rápido demais ao pedido de casamento, considerando tudo o que havia acontecido com meu ex-marido. Mas tentava me manter positiva sobre isso. Além do mais, agora estava em casa novamente - por mais que tudo ao redor ainda me remetesse a Josh -, podia pensar com mais calma.

Estava animada e ansiosa para a noite. Seria hoje que meu projeto tomaria nome e poderia ter tantos patrocínios e tantas ajudas que no momento, seriam bem-vindas. As condições dos investimentos não estavam tão boas, considerando que Josh foi o investidor principal.

Mas esse capítulo da minha vida já estava encerrado. 

Estremeci ao lembrar dele.

Meu celular tocou – pela milésima vez no dia. Era Thomas.

— Amor, estou saindo agora para almoçar, deixei Jonathan cuidando de tudo. Onde você está? – a voz dele era grave, porém completamente amável.

— Estou em casa, revisando a programação e o discurso. – minha voz saiu mais embargada do que eu gostaria.

— Está tudo bem? – perguntou ele, preocupado.

— Sim, só estou meio estressada com essas coisas do evento de mais tarde, nada demais. – menti.

— Não se preocupe, li o discurso e está maravilhoso. – ele fez uma pausa. - Bem, estava pensando em a gente almoçar juntos. Esteja pronta em quinze minutos, eu buzino quando chegar!

Não tive tempo de protestar, ele havia desligado. 

Não queria encará-lo agora, apesar de saber que cedo ou tarde teria que contar o segredo. 

Corri para o quarto, vesti um vestido roxo, simples e ajeitei o cabelo com a mão. Calcei um salto bege e pus um batom não muito chamativo e então, ouvi a buzina.



Thomas estava encostado na sua BMW com a porta do carona aberto. Ele estava usando um terno escuro de corte italiano e sorria para mim, o que o deixava ainda mais sexy.

Então, a lembrança do segredo veio à tona novamente, e senti um calafrio percorrer a espinha.

— Adivinhe só, – ele veio até mim e me deu um beijo intenso e demorado. – reservei o seu lugar favorito no seu restaurante favorito!

— Como conseguiu a esta hora? – perguntei surpresa.

— Tenho meus contatos. – ele sorriu de lado. 

Thomas acenou para que eu entrasse no carro, e eu o fiz. Ele fechou a porta e entrou no carro. 

 

7h30 antes

O restaurante estava lotado. As mesas estavam cheias de comidas, bebidas e pessoas bem vestidas conversando e rindo.

Um homem careca nos recebeu educadamente e nos levou até a única mesa vazia que restava no restaurante. 

— Senhor, como pedido, será servido o melhor champanhe da casa! – ele sorriu para Thomas. Aparentemente se conheciam. Provavelmente foi com ele que Thomas tratara de arranjar um lugar bem no topo da lista de reservas do restaurante.

— O melhor champanhe, hein? – falei tentando me distrair, porém ainda sem olhar nos olhos de Thomas.

— O melhor para a melhor. – ele segurou minha mão direita que estava sob a mesa. – Kat, você está mesmo bem?

— Sim, sim. – tentei não soar nervosa. – Só pensando no evento. – sorri.

— Amor, você não consegue mentir para mim. – ele me lançou um olhar profundo, que me deixou mais nervosa ainda. – Primeiro, está suando frio e está pálida. Segundo, fomos amigos por vários anos, e considerando que metade desse tempo eu era apaixonado por você, digamos que isso contribuiu para eu prestar cada vez mais atenção em você.

Eu tentei me acalmar. Eu queria colocar tudo pra fora – nos dois sentidos. Mas não podia correr o risco de estragar tudo agora. O casamento, o evento e mais ainda minha vida. Thomas sempre foi uma pessoa de grande importância na minha vida, não queria perdê-lo agora. 

— Sabe que pode confiar em mim. – falou ele.

— Tom, eu... – respirei fundo. Não tinha mais desculpas para dizer, não tinha como fugir, mais tarde o veria no evento novamente. E o que ele acharia se eu fugisse no meio de um almoço? – Estou grávida. – prendi a respiração e fechei os olhos, pronta – não o suficiente – para ouvir o que ele tinha para dizer.

— Mas como se... 

Arqueei as sobrancelhas e ele entendeu.

— Josh. – falou ele com amargura.

E eu assenti com a cabeça.

— Kat. – ele sorriu melancólico. – Não acredito que estava nervosa por causa disso. Katarina Guimarães, eu te amo e o que mais quero é te fazer feliz. E se isso envolve um bebê à caminho, eu não me importo de quem seja, mas vou amá-lo como se fosse meu. Vou amar você sempre, não importa o que aconteça.

Meus olhos arderam ao ouvir o discurso de Thomas. Estava a ponto de chorar, mas reprimi as lágrimas. Os olhos dele expressavam igual emoção. Eu queria levantar e beijá-lo e abraçá-lo, e nunca mais largar dele.

— Por que não me contou antes? – perguntou ele, também reprimindo as lágrimas.

— Eu pretendia contar a você só depois do evento, porque achei que não fosse reagir bem e, digamos que eu não gostaria de ter acabado de terminar um noivado e ter que fazer um discurso alegre na frente de todo mundo. – baixei a cabeça.

Eu o olhei de novo um pouco envergonhada e me sentindo boba por ter confessado aquilo. E então ele beijou minha mão e disse:

— Percebe quão louco isso soa? – ele riu. – Eu não ia desistir desse casamento por nada! Eu esperei anos por isso, Senhor! – brincou ele. E nós rimos por longos segundos.

— Desculpe, prometo que não vou mais esconder nada de você. – falei. – Acho que fiquei tão preocupada pensando em milhões de reações ruins que não pensei em... Você, como você é.

Minutos depois, o garçom trouxe os nossos pratos – que por sinal estavam deliciosos, e nós comemos e conversamos besteiras do dia a dia.

 

6h antes

Thomas me deixou no cabeleireiro. Minutos antes Myka havia me mandado uma mensagem avisando que ela e as meninas já haviam chegado.

O salão era enorme e cheirava a shampoo e esmalte. 

— Finalmente! – gritou Mari, que estava com o cabelo enrolado em bobes e segurava uma bolsa. – Bia e Myka estão lavando o cabelo, daqui a pouco, elas estão aqui. – ela me abraçou forte.

— Desculpe a demora, estava almoçando com Thomas. – sorri.

— Uau! Como vai o casal? 

— Estamos bem. – senti minhas bochechas corarem. – Contei a ele a novidade. 

— Novidade? Que novidade? Tem mais novidade? – Mari sentou-se em uma das cadeiras em frente ao espelho e Lisa, nossa cabeleireira mais fiel, desenrolou o cabelo dela.

— Estou grávida! – anunciei.

— O que?! – gritaram Myka e Bia, que já entravam no salão principal, com toalhas nos ombros. 

— É isso mesmo, gente. – eu sorri e recebi mais abraços calorosos. – Desculpem não ter contado antes. Eu quis falar com Thomas antes.

— Tudo bem, Aninha! – falou Myka. – Desde quando você sabe?

— Há seis dias. – respondi.

Bia soltou um grito estridente. 

— Podemos comprar roupas para ele, logo! Ele... Ou ela. – falou ela mais empolgada que eu.

Por mais que o filho fosse geneticamente de Josh, eu já considerava Thomas mais parte disso do que Josh. Eu amava o bebê que agora crescia em mim.




3h antes

Mari me deixou em casa e fui direto para o quarto dar os toques finais no discurso e me vestir. Em meia hora já estava pronta para ir para o local do evento. 

Jonathan gritava para lá e para cá, indicando onde as pessoas deveriam colocar as mesas ou enfeitar certo local do palco.

— A rainha chegou! – Gritou ele ao me ver.

— Aqui estou eu, bebê. Como estão as coisas?

— Estão perfeitamente atrasadas... – eu o olhei com espanto. – Porém, já estou dando um jeito nisso, não se preocupe, vá ali atrás definir o lugar de cada convidado. – Ele apontou para trás do palco.

Thomas confiava em Jonathan, e eu confiava em Thomas, então procurei relaxar e fui fazer o que ele me pediu.

Atrás do palco era escuro e praticamente invisível e não tinha ninguém. Fiquei assustada, mas resolvi chamar por alguém que pudesse estar lá e pudesse me ajudar com as plaquinhas da mesa. 

Chamei, mas ninguém respondeu. No entanto, ouvi uma batida abafada e resolvi procurar de onde vinha o barulho.

A batida ficava mais alta e mais rápida à medida que eu andava. O meu coração acelerava no mesmo ritmo.

Lembrei, então, da lanterna do meu celular e a acendi.

O local estava cheio de equipamentos de som, restos de tecidos usados na decoração e algumas cadeiras empilhadas. Mas a batida vinha de uma dessas caixas.

Aos poucos me aproximei e ouvi um som. Parecia alguém.

Corri para tentar abrir a caixa, tive que bater na tranca algumas vezes com uma cadeira para que ela se desmanchasse.

Havia sim uma pessoa ali dentro.

Era Thaís. Amordaçada, ferida e assustada.


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