Amor Por Acaso escrita por TatiHufflepuff


Capítulo 51
Capítulo 51




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/492255/chapter/51

Uma semana havia se passado desde o beijo entre Rony e Hermione. Após a breve conversa que tiveram no hospital, o ruivo decidira dar espaço a ela. Achava que depois de bombardeá-la com todas aquelas informações, seria melhor deixá-la digerir tudo o que havia acontecido até ali.

Agora que estava ciente de seus sentimentos, Rony se sentia extremamente nervoso em pensar no que havia pedido a Hermione. Sabia que havia uma grande chance dela não aceitar, e, se esse fosse o caso, ele respeitaria a decisão e seguiriam como amigos.

Mas e se ela aceitasse? Quando a opção passou em sua mente, ele se desesperou.

Nunca havia tido um relacionamento e sua experiência era de apenas pequenas sessões de beijos mais quentes com meninas com quem havia ficado há tempos atrás. E a verdade é que não tinha a menor ideia do que faria caso ele e Hermione passassem dos beijos. Lembrou então das inúmeras vezes que Neville implicara com ele dizendo que deveria treinar seus beijos em uma laranja. Começou Começou a achar que, talvez, o amigo tivesse razão.

Começando a sentir uma leve pontada de desespero em ser completamente inexperiente, resolveu então fazer a única coisa que estava ao seu alcance no momento: Usar a internet a seu favor.

Olhou para o relógio e se perguntou se Neville demoraria a voltar da casa de Hanna. Resolvendo arriscar e sentindo as orelhas esquentarem, abriu o navegador do notebook e começou a procurar qualquer informação que pudesse ajudá-lo a se sentir menos nervoso e mais preparado.

Perdeu a noção de quanto tempo passou pesquisando e tirando dúvidas nos milhares de sites que encontrou. Sua concentração deu lugar ao desespero quando ouviu a porta do quarto abrir junto com a voz de Neville que falava no telefone.

Tentando esconder a ansiedade, começou a fechar as milhares de abas com rapidez torcendo para que fosse o suficiente. Quando virou sua cadeira para encarar Neville, sentiu que suas orelhas iriam incendiar a qualquer segundo.  O olhar do amigo era inconfundível, ele havia visto o assunto em uma das abas.

—Tudo bem vó, eu te ligo mais tarde... – Respondeu Neville ainda no telefone, mas sem tirar os olhos de Rony — Também te amo. – Disse antes de desligar.

— Então... – Começou Rony torcendo para que o amigo não comentasse nada — Como foi a visita na casa da Hanna hoje?

— Foi ótima, mas não pense que falar da Hanna vai desvirtuar o assunto. – Respondeu simplesmente enquanto apontava para a tela do computador — Você é lento até pra fechar abas! Não era mais fácil fechar o navegador de uma vez?

O ruivo encarou o amigo sem dizer uma só palavra. Como não pensou nisso enquanto fechava as abas? Sentia-se realmente estúpido.

— Vai me contar o que está acontecendo? – Perguntou Neville se jogando na cama.

— Será que podemos falar sobre isso depois? – Pediu o outro. Sabia que não conseguiria fugir do assunto, mas queria ter notícias de Hanna e seu afilhado primeiro.

— Pra mostrar a você como sou um homem maduro, vou atender seu pedido. – Falou Neville enquanto ajeitava seus travesseiros e se deitava na cama confortavelmente.

— Como está a Hanna?

— Está bem melhor. – Respondeu Neville visivelmente aliviado — O médico foi lá hoje pra uma revisão. Os remédios estão fazendo efeito e o bebê está finalmente fora de perigo.

— Isso é muito bom, cara!

— Sim, mas ele reforçou que a Hanna vai ter que ficar em repouso absoluto até chegar a hora do parto... – Explicou após respirar fundo — Ela decidiu trancar o período e ficar na casa dos pais, por isso que demorei a voltar. Depois que o médico foi embora, aproveitamos pra conversar um pouco.

— Os pais dela aceitaram ela trancar o período numa boa? – Perguntou Rony curioso.

— Sim. – Disse simplesmente — A verdade é que não tinha muita saída. Ela não pode fazer esforço e não pode se estressar.

— E o que mais vocês conversaram?

— Bom, eu e Hanna tínhamos que contar aos pais dela que não vamos ficar juntos... – Começou ele — Eles não gostaram muito disso, mas eu assegurei que não abandonaria a Hanna e nem o meu filho. – Ele fez uma breve pausa, agora que sabia que teria um menino, sempre que falava do bebê, parava para saborear aquele momento, pois parecia ainda mais real — A Hanna foi muito legal e explicou aos pais que nós dois somos amigos e que eles podiam confiar na minha palavra.

— Realmente foi muito legal da parte dela. – Concordou ele.

— Eu sei... O fato é que eu e Hanna sabemos que o que tínhamos não era nada sério. – Comentou Neville — Somos amigos e vamos criar nosso filho juntos, mas não precisamos estar namorando pra isso. – Explicou ele calmamente — Você sabia que ela conversou com a Luna?

— Sério? – Perguntou Rony curioso.

— As duas conversaram quando eu tive que vir até a faculdade para explicar nossa ausência nas aulas. – Explicou ele — Pelo que a Hanna me contou, ela disse pra Luna que ela não precisava se preocupar, que sabia que nós dois nos gostávamos e que ela não me forçaria a ficar com ela nem nada do tipo. – Fez uma breve pausa antes de prosseguir — Eu e Luna conversamos antes dela voltar pra casa.

— E como está a situação entre vocês? – Indagou. A verdade é que sabia que Luna havia apoiado Neville desde o início da gravidez de Hanna, mas nunca tinha perguntado ao amigo o que realmente estava acontecendo entre eles.

— Você sabe que a Luna é uma pessoa única, não é? – Questionou e prosseguiu sem esperar a resposta — Ela tem me ligado todos os dias pra perguntar como estão as coisas. Disse que vai me apoiar e que está louca pra conhecer o bebê.

— Eu não esperava menos da Luna... – Disse Rony sinceramente.

— Eu a convidei pra me acompanhar ao casamento do seu irmão. – Confessou o rapaz, parecendo nervoso pela primeira vez desde que a conversa começara — Eu... Eu gosto mesmo dela, sabe?

— Nunca pensei que viveria o dia em que Neville Longbottom, o Don Juan da biologia seria pai e estaria apaixonado... – Implicou Rony, sendo interrompido por uma almofada que ia de encontro ao seu rosto.

— Ora, não me enche! – Exclamou Neville, sentando em seguida — Falando sinceramente, cara... Eu estou apavorado com isso tudo. – Confessou sério.

— Cara, eu ficaria impressionado se você não estivesse, isso sim. – Disse ele sinceramente enquanto se levantava da cadeira e se sentava na ponta da cama do amigo.

— E se eu não for um bom pai? – Perguntou ele sem parar pra respirar — E se o meu filho olhar pra mim e começar a chorar? E se eu não souber como cuidar dele? – Questionou enquanto passava as mãos no rosto visivelmente desesperado.

— Ei, Neville, se acalma! – Pediu o ruivo energicamente — Eu sei que você está com medo, eu também estaria, mas não tem como você ser um pai ruim…

— Você acha mesmo? – Questionou ele com a voz levemente embargada — Eu mal sei cuidar de mim, cara!

— Isso é visível... Afinal, se você soubesse se cuidar, talvez não estivesse nessa situação. – Disse sincero fazendo uma breve pausa — Sabe, quando o Gui contou pra família que a Fleur estava grávida, todos ficamos muito felizes...

— Sim, eu me lembro... – Afirmou Neville passando uma das mãos no rosto.

— Naquela noite, quando fui até a cozinha pegar água, acabei ouvindo uma conversa dele com o meu pai... – Recordou Rony — Ele estava apavorado! Na verdade, os medos dele eram bem parecidos com os seus. – Frisou ele — E você sabe o que o meu pai disse a ele?

— Não, o que? – Perguntou Neville encarando o amigo.

— Que quando ele soube que a mamãe estava grávida dele, ele também ficou apavorado. – Contou ele tranquilamente — Mas que quando mamãe colocou o Gui nos braços dele pela primeira vez, ele teve certeza que saberia o que fazer quando chegasse a hora.

— Poxa, cara... – Começou Neville sem conseguir prosseguir.

— Eu sei, cara... Eu sei. – Disse Rony simplesmente enquanto dava tapinhas no ombro do amigo — Você sempre diz que meu pai é um homem ajuizado, então escute o que ele disse. – Aconselhou o ruivo — E saiba que eu farei o que puder pra ajudar meu afilhado.

— Obrigado, cara... – Agradeceu Neville abraçando o amigo — Estamos nos abraçando com muita frequência esses dias, não é? – Questionou enquanto se afastavam.

— E se alguém vier me perguntar sobre isso, eu negarei até a morte. – Implicou o ruivo.

Os dois riram e continuaram em silêncio por alguns instantes. Rony fez menção de se levantar da cama na tentativa de encerrar o assunto, mas logo viu que não seria possível.

— Roniquinho, agora que você não tem mais pra onde fugir... – Começou Neville mantendo uma expressão maligna — Pode começar a explicar o que você estava fazendo quando eu cheguei?

— Precisamos mesmo? – Perguntou ele sentindo as orelhas voltarem a queimar.

— Eu acabei de me abrir pra você aqui, acho que mereço um pouco de crédito, não?

Rony encarou o amigo calmamente. Sabia que a probabilidade de ser zuado por Neville era enorme, mas ele estava certo – e ele negaria isso até a morte – precisava conversar com alguém.

Respirou fundo e contou para o amigo tudo que havia acontecido entre Hermione e ele durante os dias que ele esteve fora. Assim que terminou de narrar a situação toda, olhou para o outro e esperou que se manifestasse.

— Cara... Você deixou de ser molenga! Finalmente! – Exclamou ele levantando da cama e fazendo a dancinha da vitória.

— Sabia que você não ia levar a sério… - Rony comentou um pouco cansado.

— Eu estou levando a sério! – Exclamou ele — Mas convenhamos, é algo a ser comemorado... Afinal, tem meses que estou jogando na sua cara que você está apaixonado pela Hermione.

— Tudo bem, Longbottom, o que você quer que eu diga?

— Algo como: Oh, Neville, você é um ótimo amigo, você estava certo o tempo inteiro e eu sou um idiota... – Disse ele imitando a voz do amigo — Pra mim, isso é o suficiente, mas se quiser, pode fazer aquela fonte de cerveja na entrada do dormitório também.

— Você estava certo, Longbottom. – Disse Rony com os dentes cerrados — E isso é o máximo que você vai conseguir.

— Tudo bem, cada um se contenta com o que tem. – Concluiu o moreno — Mas voltando ao assunto, ela ainda não deu nenhuma resposta sobre o assunto?

— Não... Eu resolvi dar espaço a ela. – Contou ele — Foram muitas informações de uma vez só.

— Na verdade ela só não quis enxergar, né? – Indagou ele — Me pergunto se a Mione é tão tapada quanto você.

Rony não respondeu. Se ateve apenas a lançar um olhar mortífero para o amigo que riu largamente.

— Agora me diz, por que raios você estava procurando informações na internet quando podia vir conversar comigo?

— Justamente pra não precisar falar com você sobre isso. – Confessou simplesmente.

— Assim você me ofende... – Disse Neville fazendo se de vítima — Olha, pode falar comigo, prometo que não vou zuar.

O ruivo olhou para ele com um olhar desconfiado. Por fim, resolveu confiar em Neville.

— Tudo bem... – Disse finalmente — A verdade é que eu estou com medo.

— Mas medo de que exatamente? – Perguntou Neville confuso.

— De não saber o que fazer na hora... – Começou ele — Eu não tenho experiência nessas coisas. E se eu for muito ruim e ela não gostar? – Perguntou com as orelhas pegando fogo — Cara, eu nunca gostei de ninguém antes... A Hermione é a primeira garota que eu me interesso de verdade.

— Eu sei disso. – Falou simplesmente — Cara, a verdade é que é normal ficar nervoso. Eu pensei que fosse enfartar quando aconteceu comigo, e olha que eu nem gostava da garota como você gosta da Mione.

— Cara... – Foi só o que ele conseguiu dizer antes de afundar o rosto nas mãos.

— Olha, Rony... – Começou Neville pensativo — Um conselho que eu te dou é: Use camisinha…

— Você não pode estar falando sério! – Exclamou o ruivo incrédulo.

—Estou falando muito sério! Você já viu o preço de um pacote de fraldas? – Indagou ele chocado — O pacote de camisinha é mil vezes mais barato!

— Você realmente não consegue levar nada a sério, né? – Perguntou Rony irritado.

— Desculpa, cara... – Começou ele — Embora meu conselho seja muito válido, a verdade é que eu só tenho uma coisa pra te dizer.

— Se for mais uma de suas piadas, prefiro que não fale nada. – Afirmou o ruivo enquanto se levantava da cama e ia em direção ao seu computador. Talvez fosse melhor voltar para as milhares de pesquisas, mesmo sabendo que até então não haviam ajudado em nada.

— Cara, me escuta! – Chamou ele segurando o amigo pelo ombro. Quando Rony o encarou, ele prosseguiu — A única coisa que eu posso dizer é: Fique tranquilo, você vai saber exatamente o que fazer quando chegar a hora.

Rony olhou para Neville e sorriu timidamente. Por mais que odiasse admitir, o amigo estava certo.  

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Amor Por Acaso" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.