Must be love escrita por Isha Dur


Capítulo 2
Chicago


Notas iniciais do capítulo

Me deu um ataque de bondade e resolvi postar um capítulo para vocês hoje, aproveitem!



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Imagine dragons - On Top Of The World

Capítulo 2 - Chicago

Ás oito horas da manhã, o despertador tocou me lembrando de que teria que sair com Tobias.

Levantei-me e fui tomar banho. Como era final de verão o tempo ainda estava quente, então coloquei o chuveiro na água gelada.

O que se usa para andar por Chicago com seu vizinho gato? Pensei. Olhei meu guarda roupa e me senti frustrada. Christina estava certa, eu realmente preciso de roupas novas.

Por fim, decidi usar uma calça branca canelada, uma regata azul e a minha sapatilha preta. Prendi meu cabelo em um coque com alguns fios soltos, peguei meus óculos escuros e uma bolsa transpassada com alguns itens – dinheiro, celular, cartão de crédito e o exemplar de Dom Quixote.

Era oito e quarenta, ainda dava tempo de tomar café da manhã.

Desci até a cozinha e aparentemente ninguém havia acordado ainda. Comi uma barrinha de cereal e um copo de leite, escrevi um bilhete para minha mãe dizendo que havia saído com Tobias e finalmente saí.

Mesmo sendo de manhã, o clima já estava bastante quente, agradeci por não ter trago nenhuma blusa de frio, seria um peso á mais.

Na casa de Marcus parecia que ninguém havia acordado ainda, então fiquei receosa de tocar a campainha.

Vamos Tris, se ele disse que estaria pronto ás nove, ele vai estar pronto á nove.

E no momento em que eu ia apertar a campainha, a porta se abriu quase me causando uma síncope.

Tobias riu da minha reação e deu um gole no seu café.

– Bastante pontual.

– Não gosto de me atrasar. - respondi colocando uma mecha atrás da orelha.

– Vamos?

Ele pegou a chave do carro e colocou a xícara em cima da mesa de centro.

– E seu pai? – perguntei andando até o carro.

– Ele nem sonha que eu estou saindo á essa hora. Era para eu e ele sair ás dez. – ele respondeu abrindo a porta pra mim.

– Ele não vai se zangar? – perguntei assim que ele entrou no carro.

– Vai. – ele respondeu sorrindo enquanto dava partida.

***

– Você sabe para onde estamos indo? – perguntei á Tobias, porque ele já havia passado do centro de Chicago á dez minutos, e o melhor lugar para conhecer Chicago é indo até o centro.

– Eu sei o que você está pensando. Você está pensando que eu iria ao centro, nós andaríamos em algumas lojas, eu compraria algumas roupas para você, depois almoçaríamos em um restaurante super chique, iríamos ao cinema, assistiríamos a um filme romântico e fossemos embora. – ele estava certo, exceto na parte de ele comprar roupas para mim e assistirmos um filme romântico.

– Na verdade não, esperava mais que fossemos aos pontos turísticos. – menti.

– Eu não sou um cara que visita pontos turísticos, tiram fotos e postam no instagram com duzentas hashtags.

– O.k, e eu posso saber onde estamos indo? – perguntei impaciente.

– Na verdade, chegamos. – ele disse parando o carro em frente á uma lanchonete em uma parte mais afastada da cidade. Havia algumas lojas espalhadas pelo lugar e mais longe um condomínio de apartamentos. Mas a lanchonete não tinha nada de especial, ela se chamava “La Eiffel” e tinha um desenho da torre Eiffel em todas as portas.

A lanchonete estava parcialmente vazia, só havia um homem de bigode e chapéu sentado em uma mesa perto da janela e uma atendente careca sentada atrás do caixa.

Sentamos duas mesa depois do homem bigodudo e a garota careca veio nos atender.

– Ei, Quatro! Fiquei sabendo que você se mudou para Chicago. – Quatro? Será que ela havia confundido Tobias com algum outro rapaz?

– Pois é, Lynn. Vim morar com o meu pai. – Tobias/Quatro respondeu.

– E quem é ela? – ela perguntou ainda com a cara fechada.

– Essa é Tris Prior, Tris essa é Lynn. Fiz curso de violão com ela.

Resolvi não oferecer a minha mão para ela apertar, ela era do tipo de garota que não se entrega mãos, ou quando entrega é capaz dela quebrar todos os seus ossos.

Ela deu um pequeno sorriso, não era bem um sorriso, seus lábios se repuxaram – um pouco, um pouquinho – para cima.

– Então, o que vocês irão querer? – ela perguntou pegando um bloco e uma caneta.

Abri o cardápio e, oi? O cardápio só tinha pratos mexicanos. Aquela lanchonete que tinha o nome em francês e todo o tema também francês, só servia pratos mexicanos.

Olhei para Tobias e ele me olhava rindo.

– Eu vou querer chilli com pimenta extra. – ele disse abaixando o cardápio.

– E você? – Lynn me perguntou.

– Uma porção de tacos.

Ela murmurou um “Uhum” e saiu.

– Sério? – eu perguntei á Tobias indicando o cardápio.

– Eu disse que não sou do tipo de cara que visita pontos turísticos.

– Mas também nunca pensei que você fosse o tipo de cara que vai a uma lanchonete francês-mexicana.

Ele riu e disse:

– Lynn é uma garota legal.

– Quatro? – eu perguntei querendo saber por que Quatro.

– É, meu apelido.

– Por que?

– Porque na época em que eu fazia aulas de violão, durante oito meses eu só conseguia tocar os quatro acordes mais difíceis, os dois mais fáceis eram impossíveis para mim e fácil para os outros, então Lynn e o seu grupo começaram á me chamar de Quatro, daí o apelido pegou.

Ficamos conversando durante um tempo sobre a lanchonete francês-mexicana até nossos pedidos chegarem.

Eu pedi uma porção de tacos esperando vir cinco tacos pequenos como o da foto, porém vieram cinco tacos quase maiores do que eu. Eu não iria comer todos aqueles tacos.

– Você não vai comer esses tacos. – Tobias disse lendo a minha mente.

– Não, não vou.

– Mas eu vou. – ele pegou um taco e mergulho metade no seu chilli e enfiou na boca – Céus, isso nunca fica ruim!

– É bom?

– É como ambrosia para os deuses! – ele respondeu enfiando a outra metade do taco no chilli e enfiando na boca.

Peguei um taco e mergulhei um pequeno pedaço no chilli e cautelosamente enfiei na minha boca.

Maldito Tobias que pediu pimenta extra!

Ele começou á rir ainda com o taco e chilli na boca e me ofereceu água. Agora o homem do bigode nos olhava.

– O que achou? – ele perguntou quando eu pousei o copo na mesa.

– Muito bom! – disse pegando o outro pedaço do taco e mergulhando no chilli.

E assim foram as duas horas seguintes, nas primeiras cinco vezes eu tive que beber água, mas depois eu me acostumei á ardência.

Quando os tacos e o chilli acabou, pedimos outra porção dos dois. Aquele era o melhor almoço das dez horas que eu já havia tido na minha vida.

***

– Para onde nós vamos agora? – perguntei assim que Tobias deu partida no carro.

– Uh, parece que alguém gosta de se divertir. – ele disse com um sorriso brincando no rosto.

Dei um murro no seu braço e ele jogou o carro para o outro lado da rua me fazendo gritar:

– Seu idiota!

Ele apenas gargalhou mais ainda e ligou o rádio. Estava passando: One Republic – Counting Stars

– Ai Deus! Essa é minha música favorita! – gritei fazendo-o jogar o carro para o outro lado da minha novamente, só que desta vez estava vindo um carro na direção contraria e por sagrados dois segundos eles não se colidiram.

– Céus, Beatrice! – ele me repreendeu, mas ele estava rindo então não levei como uma bronca – Você quase nos matou!

Eu estava em choque ainda, mas ele começou á cantar a música e eu comecei á relaxar. No fim, estávamos cantando a música-suicida em plenos pulmões.

***

Depois de vinte minutos, chegamos ao centro comercial de Chicago e ele estacionou o carro em frente á uma loja, na verdade um brechó.

–Um brechó? – perguntei colocando o óculos na cabeça.

– O melhor brechó de Chicago! – ele respondeu pegando minha mão e me conduzindo para dentro da loja. Do brechó.

O brechó era um lugar bastante grande para falar a verdade. Ele tinha fileiras e mais fileiras de roupas ao redor da loja inteira. Em um canto havia casacos de pele amontoados, em outro, bandeiras diversificadas de vários países e de todo os tamanhos, e assim continuava a loja que – pelo incrível que pareça – estava apinhada de pessoas. Eu nunca havia visto um brechó com tanta gente.

– Quanto dinheiro você tem? – Tobias perguntou soltando minha mão.

– Trinta e oito dólares e quarenta e cinco centavos, e só. – respondi verificando.

– E só?! Trinta e oito dólares e quarenta e cinco centavos em um brechó é ouro! Vamos ás compras!

O que exatamente eu gostaria de comprar em um brechó? Talvez eu devesse levar o casaco de pele encardido que estava no topo da montanha.

– O que você vai comprar? – perguntei á Tobias que estava vestido com o casaco de pele encardido e uma cartola de 4 de julho.

– Nós poderíamos fazer uma aposta. - ele disse com um sorriso maroto no rosto.

– Que tipo de aposta? – perguntei cruzando os braços na frente do peito, eu adorava apostas.

– Quem consegue montar o look mais “nada a ver”, com vinte reais.

– Por que vinte reais?

– Porque nunca sabemos quando vamos precisar de seus dezoito dólares e quarenta e cinco centavos.

– Valendo! – gritei e corri rumo ás bandeiras.

Por que diabos eu vim direto às bandeiras? Pelo o que eu saiba, ninguém costuma vestir bandeiras. Porém, isso não se aplicava á apostas de brechó.

Comecei á procurar alguma bandeira que não fosse de países. Havia tantas bandeiras, devia haver alguma que me ajudasse.

– Touché! – gritei puxando uma bandeira do tamanho uma TV de 42 polegadas. Ela era preta com listras roxas e havia o desenho de uma criança com cabeça de tigre lambendo um pirulito de sangue, e havia uma a frase onde se lia: morte é bem-vinda. Meio sado masoquista, mas o.k.

Eu não via Tobias pela loja, certamente ele estaria mais fantasiado do que antes.

Continuei andando pela loja e em dez minutos achei um vestido com enchimento nos peitos, um chapéu com um urubu empalhado em cima e uma bota de plataforma de dez centímetros com zíper nos dois lados e na frente. Cada coisa que se acha em um brechó.

Eu podia estar meio nada a ver, mas não estava o bastante. Tobias podia ganhar de mim facilmente dependendo do que ele usasse. Era ruim andar com aquela bota pela loja, então eu a retirei e fiquei descalço já que eu havia guardado minha sapatilha na bolsa.

***

Já havia passado uma hora desde o começo da aposta, eu tinha conseguido um óculos do tamanho do meu rosto, um casaco de couro com alguns pelos na borda e na gola – que estava me causando uma coceira insuportável no pescoço! -, uma luva de beisebol do tamanho super gigante e um colar de perolas de varias camadas. Eu estava pronta para detonar Tobias Eaton!

Eu o achei na seção dos sapatos de couro com um sapato social de oncinha, o casaco encardido, o chapéu de 4 de julho, uma blusa de couro com enchimento que o fazia parecer gordo e uma cueca samba-canção verde com corações roxos.

– Você está terrível! – ele disse gargalhando fazendo a família que estava ao nosso lado nós olhar assustados – E essa bandeira não é meio sado masoquista?

– Você está parecendo meu tio Rick, e acredite, isso não é um elogio! – disse me juntando á sua risada.

Ficamos insultando um ao outro até a dona do local vir nos expulsar ameaçando chamar a policia se não tirássemos as roupas. Pagamos e voltamos ao carro – Tobias me obrigou á ficar com aquela roupa, apenas para diversão, mesmo naquele calor infernal que estava fazendo.

***

Era 14:45 da tarde e Tobias estava me levando á um bar no centro da cidade, mesmo eu dizendo á ele que eu nunca havia bebido na vida.

– Relaxa, nós não estamos indo á um bar para beber. Aqui é um dos pontos onde o ônibus turístico passa, e eu estava pensando em realmente fazermos um tour por Chicago. – ele disse estacionando o carro em frente á uma boutique.

No momento em que desci do carro, senti meu rosto queimar por ter tantas pessoas olhando para mim, certamente é por culpa dessas roupas ridículas, maldito Tobias!, pensei.

Atravessamos a rua e entramos em um bar pequeno, mas bastante organizado. Tobias se dirigiu ao homem que estava no caixa e eu sentei-me à mesa mais perto da porta.

– O ônibus vai passar ás três, mas não sei informar quando acaba e onde para. – ele disse me entregando uma garrafa d’água.

– Tudo bem, qualquer coisa voltamos de ônibus ou á pé. - eu disse dando um gole na água, até agora eu sentia o gosto de chile e taco na minha boca.

Ás três em ponto, o ônibus parou na porta do bar e eu e Tobias subimos. Todas as pessoas que estavam no bar se levantaram e entraram no ônibus também, pelo jeito, aquele era o ponto principal de ônibus de passeio.

– Sabe, eu não gosto muito de altura. – Tobias disse se remexendo desconfortavelmente na cadeira.

Coloquei minha mão sobre a sua e apertei levemente.

– Relaxa.

As pessoas que entravam, ficavam nos olhando de um modo estranho, certamente por causa das roupas, pensei novamente.

O ônibus então começou á andar e eu tirei meu celular da bolsa.

– O que você ta fazendo? – Tobias perguntou.

– Eu quero tirar uma foto, para poder guardar esse momento.

A foto, na verdade, ficou bastante tosca. Tobias estava com um sorriso amarelo por causa do seu medo de altura e eu estava sorrindo deixando todos meus dentes á mostra – não citarei que estava fazendo chifres com os dedos no Tobias. Mas foi a melhor foto que eu já havia tirado. Em toda a minha vida.

***

Durante o tour inteiro, Tobias ficou rígido no seu assento com a respiração pesada, somente quando fizemos a primeira parada no shopping foi que ele relaxou um pouco.

– Nós vamos descer? – perguntei guardando meu celular.

– V-vamos. – ele disse rápido e se levantando.

– Teremos meia hora de intervalo, depois desse tempo nós iremos partir, mesmo que faltem pessoas! – O motorista gritou quando todos estavam saindo.

Tobias e eu entramos em um bar e trocamos de roupa, ele queria fazer o tour inteiro com aquelas roupas, mas combinamos que o calor era insuportável. Deixamos as roupas no banheiro, levei apenas a bandeira para poder me lembrar deste dia para sempre, não que um dia eu fosse esquecer, mas só para ter uma prova viva de que isso realmente aconteceu.

Compramos uma lata de refrigerante e dividimos entre nós dois e entramos no ônibus novamente. Quando partimos, somente um casal que havia entrado no shopping ficou, ou porque quiseram ou porque eram realmente lerdos e haviam esquecido a hora.

Tobias estava um pouco mais relaxado e conversava animadamente sobre sua vida na sua antiga cidade, Nova Iorque.

– Lá era muito legal pra falar a verdade. Eu morava com a minha mãe, mas ela arranjou um novo marido que eu não suporto, então decidi vim morar com o meu pai. Não é a melhor alternativa, mas eu ainda não posso morar sozinho já que eu não sou maior de idade. E como é a sua vida?

– Eu me mudei para cá com 12 anos, antes nós morávamos em Connecticut, mas meu pai recebeu a proposta de emprego, largamos tudo e viemos morar em Chicago. Seu pai é colega de trabalho do meu pai desde que nos mudamos.

– E amigos? Você tem amigos?

– Claro que tenho amigos! – respondi um pouco ofendida – A primeira pessoa que eu fiz amizade foi com Christina, ela sempre foi um pouco mal em matemática, então eu a ajudava nos deveres de casa, ai um dia ela me convidou para sua festa de aniversário e lá eu fiz amizade com Will, Albert, Cara e Zeke. Zeke é seu irmão mais velho, mas ela também tem um irmão mais novo, Uriah. Hoje ela e Will namoram, e Will é irmão de Cara. Al é um cara legal, de verdade. Mas também tem Peter, ele é a pessoa mais insuportável e desagradável do universo, você vai odiar ele, eu espero. Ele sempre está com seu grupinho, Drew e Molly, são cobaias que só fazem o que ele manda.

– Vocês são inimigos?

– Não diria inimigos, mas eu os odeio como um.

– Então eu posso andar com você e seu grupo?

– Você não gostaria de andar com um grupo de bocós. Fala sério, você tem mais o tipo galante, que sai para festas todas as noites.

– Eu gostaria de andar em um grupo de bocós, seria uma ótima experiência. – ele respondeu sorrindo.

– Então seja bem vindo!

***

Ás seis horas o ônibus fez sua última parada, onde todos tiveram que descer. Paramos duas quadras do bar onde estacionamos o carro, então fomos caminhando até lá.

– Como você sabe tanto sobre Chicago? Eu moro aqui há quatro anos e nem sabia que tinha ônibus turísticos!

– Só tem aos domingos e você não tem cara que sai aos domingos. – ele respondeu rindo.

– Ta, ta, eu não saio aos domingos, mas voltando ao assunto, como você sabe tanto sobre Chicago?

– Eu passava os finais de semana com meu pai, mas você nunca me viu lá porque meu pai dizia que viajava nos finais de semana para poder me esconder em casa, e aos domingos ele saia comigo cedo para andar por Chicago e ás três da tarde, ele me levava para esse tour, pegávamos o ônibus nesse mesmo bar – ele apontou para o bar ao nosso lado -, mas eu não sei qual é os locais que ele irá passar ou quando ele termina porque ele sempre mudava a rota. Ele me levava á esse tour apenas para dizer que é um bom pai, o que na verdade só piorava as coisas, eu tinha medo de altura e eu odiava ter que fazer isso todos os domingos. E quando acabava ele me colocava em um táxi para Nova Iorque. Ele tinha vergonha de mim. – Tobias terminou de falar com uma carranca, deixando suas feições duras mais destacadas.

O que se diz á uma pessoa nessas horas? Que o pai era um idiota? Senti meu rosto esquentando e resolvi falar a melhor coisa que se pode dizer nessas horas: nada.

Ele deu partida no carro e ligou o rádio. Continuamos em silêncio, ouvindo apenas a voz do Adam Levine em ‘‘She will be loved’’.

Ele virou na rua do nosso condomínio – casas cinza idênticas de dois andares em duas fileiras, com jardins impecáveis e carros reluzentes na porta – e disse:

– Aqui é tudo tão artificial. – e eu entendi o que ele quis dizer: era como uma vida dos sonhos refletidos em casas e carros, famílias perfeitas, mas no fundo vazias, não há sentimento ou emoções, é como se vivêssemos em torno de estudarmos, nos formar na faculdade, trabalhar, ganhar dinheiro, construir uma família e assim por diante. Tudo se resumia á ganhar dinheiro.

– Dinheiro. – eu respondi olhando-o e percebi em como Tobias não era superficial. Tobias era do tipo de garotos que come tacos com Chile, que vai á um brechó e faz uma aposta de quem se vesti pior. Tobias era natural.

– Dinheiro. – ele afirmou estacionando o carro na frente de sua casa.

Desci do carro e me despedi de Tobias indo em direção á minha casa. A luz da cozinha estava ligada, significa que minha mãe estava preparando o jantar.

Toquei a campainha uma vez e meu pai abriu a porta com uma carranca.

– Primeiro o shopping, depois saidinha com o tal de Tobias Eaton?!

Subi as escadas e pude ouvir meu pai gritar meu nome no andar de baixo.

Me despi e entrei no chuveiro. Esse era um daqueles dias que virão á se tornar uma das suas melhores memórias.

Tobias era um cara legal que sabia se divertir, agradeci por ele ser meu novo amigo.

Voltei ao quarto e vesti apenas meu roupão, depois fui organizar meus materiais para o colégio, que começava amanhã.

Não desci para o jantar, apenas me deitei na cama. E pensando no dia de hoje, adormeci.


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Notas finais do capítulo

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