Addiction escrita por Catherine


Capítulo 2
Capítulo Dois


Notas iniciais do capítulo

Decidi postar mais um hoje, por não saber quando vou ter tempo de escrever o próximo. Anyway, obrigada à Babs por comentar, fico realmente feliz *-*
Bem, espero que gostem do capitulo e não se esqueçam de me darem a vossa opinião :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/492111/chapter/2



Natasha abriu o armário e começou a atirar as roupas de Clint para dentro de uma mala. Estava decidida a cortar todas as pontas soltas da sua vida, e ele era uma delas. Tinha que parar de fingir que ainda estavam juntos, fosse deixando as roupas dele no meio das suas, ou a escova de dente que ele costumava usar na casa de banho. Suspirou cansada quando terminou de arrumar as coisas, atirando ainda alguns CDs para o interior, antes de levar a mão ao pescoço. Sentiu vontade de chorar ao tocar no pendente de ouro que ele lhe tinha oferecido e sentou-se, fraca demais para se manter em pé.

Anos de relacionamento terminados sem explicação algumas semanas atrás.

Nunca se tinha sentido tão sozinha.

Tony parecia ter acordado com a missão de irritá-lo.

Começou logo pela manhã, acordando surpreendentemente cedo para ele, e despertando todos na Torre ao som de Highway to Hell com a ajuda de Jarvis, quer dizer, todos menos Thor, que ainda dormia no sofá como uma verdadeira pedra. Claro que no dicionário de Tony Stark, aquela era uma boa maneira de acordar, mas o Hulk não concordou com ele e Bruce teve que se controlar ao máximo para não deixá-lo sair.

Depois, enquanto tomava o pequeno-almoço, já muito mais controlado, Tony apareceu a cantarolar e parou na sua frente, fazendo piadas sobre Natasha e perguntando se tinha sonhado com ela. Bruce corou o que piorou a situação, mas não de vergonha como Tony insinuava, e sim de raiva. Sentia-se capaz de parti-lo ao meio.

Evitou almoçar com ele e Pepper, sabendo que teria de aturar mais algumas das suas piadinhas. Thor continuava a dormir, se ele não respirasse podiam bem pensar que ele estava morto depois de todas as tentativas de Tony para acordá-lo.

Suspirou, olhando para o teto do quarto.

– Jarvis, o Tony já saiu?

– O Sr. Stark deixou a Torre à quinze minutos.

– E quando volta?

– Ele disse que voltava tarde. Posso avisá-lo quando ele regressar, Dr. Banner.

Sorriu, satisfeito por finalmente estar sozinho – Ótimo, obrigado Jarvis.

– Clint? – Perguntou incerta, segurando o telemóvel com força.

Tasha? – Parecia sonolento e houve uma pausa em que ele falou com alguém, antes de voltar a falar com ela – Aconteceu alguma coisa?

– Preciso que venhas buscas as tuas coisas, arrumei tudo numa mala.

Oh.

Uma hora mais tarde ele estava parado à sua porta e Natasha preparou-se antes de abri-la. Clint fitava-a com um sorriso. Tinha as mãos nos bolsos dos jeans e os cabelos molhados pingavam sobre a camisola vermelha, devia ter acabado de tomar banho. Durante uns segundos, perguntou-se se ele tinha estado com Maria Hill, depois, estapeou-se mentalmente por se torturar a si mesma com essas questões. Não estavam mais juntos, não devia querer saber da vida particular dele. Afastou-se e caminhou para a cozinha. A mala estava perto da porta, bastava ele pegá-la e ir embora. Simples assim, sem mais conversas, sem dor.

Colocou café numa caneca e parou, com o coração a bater freneticamente no peito, antes de puxar uma segunda e enchê-la também. Ao virar-se, Clint estava sentado na mesa e não parecia nem um pouco contente. O vestígio do sorriso de antes completamente desaparecido.

Bruce estava irritado.

Não conseguia descobrir qual era o problema na sua pesquisa e não queria ligar a Tony para uma segunda opinião. Estava fora de questão aturar mais algumas das piadinhas dele, principalmente estando naquele estado. Frustrado, deixou-se cair sobre a cadeira e passou a mão pelos cabelos, bagunçando-os.

– Pretendias que agarrasse a mala e fosse embora sem sequer conversarmos?

– Sim – Respondeu, encolhendo os ombros antes de se sentar na cadeira á frente dele. Estendeu-lhe a caneca, mas Clint nem sequer lhe tocou e limitou-se a fita-la enquanto Natasha tomava um longo gole de café.

Ele soltou um suspiro - A tua mania de decidir tudo sozinha às vezes irrita-me Nat.

– Ainda bem que já não estamos juntos então – Retorquiu, abrindo um sorriso sarcástico. Ele levantou-se rapidamente, jogando a cadeira para trás. Natasha fechou os olhos com o barulho, tentando abstrair-se enquanto tomava outro gole.

– Nunca me perguntaste o porquê de querer acabar o que tínhamos.

– Porque nunca tivemos nada Barton – Dize-lo magoava-a mais do que a ele, tinha certeza disso. Abriu os olhos para encará-lo, mas arrependeu-se. Clint parecia ter acabado de levar um estalo e olhava-a incrédulo. O olhar magoado dele fê-la desviar os olhos para a caneca.

– Pensava que te conhecia – Disse-lhe, virando-se para sair – Não fiquei contigo porque um dia quero ter filhos, e estás tão envolta no teu próprio veneno, Viúva, que nem isso me poderias dar – Disse, cuspindo num tom arrogante.

As palavras atingiram-na como um soco. Natasha permaneceu na cozinha, encarando a caneca ainda cheia de Clint até que esta parasse de fumegar e pelo segundo dia consecutivo, chorou.

Não sabia dizer se Tony se fazia irritante o tempo todo, ou se era naturalmente irritante, mas apostava na segunda hipótese. Tinha passado a tarde a ligar-lhe, e sendo que não atendia, usou outra abordagem. Naquele momento a Torre parecia um concerto de AC/DC. A voz do vocalista berrava por todos os lados, juntamente com a de Jarvis a pedir que ligasse ao “Sr. Stark”, ao que Bruce não cedeu, é claro. Então, o Doutor fez o que qualquer pessoa que convive com Tony Stark faria numa situação daquelas, trancou-se no banheiro e rezou para que não se conseguisse ouvir a gritaria do lado de fora.

Ao terceiro toque, sentiu vontade de explodir o telemóvel.

Esticou o braço para o pegar da mesinha e atendeu, ainda com a voz arrastada pelo choro – Sim?

Natashalie! – Quis manda-lo à merda quase de imediato, mas mordeu a língua e controlou-se.

– Stark.

Estou a tentar falar com o Bruce à horas e ele não atende, podes lá passar?

Silêncio.

Natashalie? Tasha? Nat? Estou a sentir um dejá-vu.

– Chego lá em vinte minutos, espero que esse não seja um plano louco de nos aproximar.

Prometo que não é, só quero que lhe digas que só vou voltar amanhã – Riu e Natasha soube imediatamente que não iria sair coisa boa da sua boca a seguir – E não façam nada estranho na minha mesa! Ou em qualquer outro lugar da casa!

– Stark! – Gritou furiosa, mas ele já tinha desligado.

Tinha adormecido no chão da casa de banho de Anthony Stark. O pensamento quase que o fez rir. Levantou-se, sentindo dores no corpo todo e abriu a porta lentamente, tentando decidir se já era seguro sair. Puro silêncio. Sorriu, ajeitando os óculos, e caminhou até à cozinha.

Nada melhor que um bom chá e um livro.

Tinha acabado de se sentar, segurando uma chávena fumegante de chá de camomila, quando Jarvis anunciou que a Srta. Romanoff ia subir. Surpreso, atrapalhou-se e acabou por virar tudo em cima de si, manchando as calças e queimando-se. Foi enquanto tentava inutilmente secar as calças com um pano, que Natasha apareceu.

– Problemas doutor? – Perguntou, erguendo a sobrancelha enquanto ele corava e se atrapalhava ainda mais com o que fazia.

– Sou um pouco desastrado.

Ela olhou para as suas calças e abriu um sorriso – Estou a ver. Queimou? – Deu um passo na direção dele, mas Bruce afastou-se, não queria força-la a aproximar-se dele, não quando sabia que ela o temia.

– Não foi nada demais.

Natasha não queria admitir, mas ele afastar-se incomodou-a. Pensou que fosse o troco por tentar ao máximo estar sempre longe dele, e suspirou, encostando-se ao pilar – Devias ir mudar de roupa e cuidar da queimadura, Bruce – Ele olhou-a surpreso, talvez por ela o chamar pelo primeiro nome, e voltou a olhar para si mesmo.

– Acho que tens razão.

– De qualquer maneira apenas vinha avisar que o Tony só volta amanhã.

– Está bem.

Olhou para ele, esperando que dissesse mais alguma coisa, mas vendo que Bruce estava concentrado nos seus próprios pensamentos, decidiu que o melhor era ir embora. Virou-se e começou a andar, quando foi travada pela mão que segurava o seu pulso.

– Espera – Voltou-se, surpresa, e Bruce largou-a como se tivesse apanhado um choque, dando alguns passos para trás – Pensei que quisesses algum chá antes de ir embora.

Estupido, em que estavas a pensar? Repreendeu a si mesmo, enquanto esperava pela resposta. Natasha fitou-o confusa e surpresa, e então soltou uma gargalhada.

– Não pensei que me fosses oferecer chá depois de te queimares Doutor.

Ele relaxou de imediato e riu, observando o quão mais bonita ela ficava quando sorria. Era como se todo o seu rosto ficasse abruptamente iluminado – Se aceitares é só esperares que mude de roupa.

– Por mim tudo bem.

Natasha balançou as pernas, sentada no banco do balcão enquanto esperava por Bruce. Viu-o sair do elevador um pouco incerto num par de jeans e camisa azul e sorriu, tentando passar-lhe alguma segurança.

– Então, o chá é de quê? – Perguntou ao mesmo tempo em que ele pegava o bule e duas chávenas, colocando-os sobre o balcão.

– Camomila, espero que gostes.

– Admito que seja mais fã de café, conheço pouco sobre chás – Retorquiu, fitando-o enquanto ele se sentava longe de si. Pensou em comentar o facto, mas desviou-se do assunto – Para que serve?

– Relaxar.

– És um homem nervoso Bruce? – Brincou, mas ele olhou na sua direção com um sorriso irônico no rosto, os olhos oscilando de cor entre o castanho e o verde que ela tanto temia. O ar escapou-se-lhe dos pulmões.

– Mais do que imaginas.

Natasha tinha praticamente evaporado pouco depois. O silencio cortante instalou-se entre eles enquanto bebiam o chá e ele só a voltou a ouvir quando se despediu dele, indo na direção do elevador como se a sua vida dependesse disso.

E talvez dependesse mesmo.

Perto dela, o Hulk queria escapar a cada segundo. Parecia que ele a via como uma ameaça, e Bruce tinha medo de perder o controle e acabar por magoá-la. Apesar disso, sentiu-se estupido pela maneira com que tinha falado, sabendo que a assustou.

Terminou o chá, desejando mais do que nunca que Tony estivesse por perto para conversar com ele e acalmá-lo.

No caminho para casa, tinha pisado tão forte no acelerador que bem podia tê-lo feito atravessar o metal do carro até encontrar alcatrão. Sentia o coração bater descontrolado e o medo começava a turvar-lhe a vista. Parou, não sentindo mais forças de conduzir, e encostou a cabeça ao volante, tentando controlar a respiração.

Bruce Banner era um homem perigoso. Hulk ou não.

As batidas no vidro fizeram-na saltar do banco. Baixou-o, pronta a resmungar com quem quer que fosse que a estivesse a incomodar naquele momento, quando encontrou olhos azuis estranhamente familiares.

– Tens de parar de me assustar Capitão.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!