Addiction escrita por Catherine


Capítulo 1
Capítulo Um


Notas iniciais do capítulo

A continuação vai depender do que vocês acharem, mas estou realmente entusiasmada em escrever sobre os Vingadores apesar do pouco tempo que tenho :)



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Nova Iorque, 1 ano depois do ataque



Natasha parou do outro lado da rua, abraçando o casaco contra o corpo numa tentativa de parar o frio enquanto observava os inúmeros jornalistas que se aglomeravam na frente da mansão Stark. Sabia que não devia ter vindo. Pensou, franzindo o nariz. Preparava-se para girar os saltos vermelhos e ir embora, quando viu Clint sair de uma limusine de braço dado com Maria Hill, sorrindo e acenando para os jornalistas, como se fosse alguém importante. Exibido.

Sentiu o sangue ferver quase que de imediato e de repente, o frio não a incomodava mais. Não queria acreditar que ele tinha ultrapassado tão bem o relacionamento deles, não quando ela ainda se remoía á noite com saudades, contudo ali estava a prova, nua e crua.

Clint tinha-a esquecido.

Caminhou, dando passos decididos na direção da larga passadeira vermelha e controlou a vontade de revirar os olhos quando passou por eles, quase atirando o casaco negro em cima do empregado que Tony tinha contratado para receber os convidados.

– Natasha Romanoff – Disse, entregando o convite sem esperar que ele confirmasse e prosseguindo para dentro da mansão.

Parecia que Tony tinha chamado Nova Iorque inteira para o seu aniversário. Típico dele.

As pessoas moviam-se de um lado para o outro, rindo de piadas sem graça e pendurando-se nas figuras mais importantes como sanguessugas que eram. Viu Nick Fury a alguns metros acompanhado de Phil Coulson e uma mulher com ascendência asiática. Reconheceu-a como Melinda May e ficou surpresa por vê-la ao fim de tantos anos. Preparava-se para caminhar na direção deles quando alguém se lançou sobre ela, quase a atirando ao chão com o impacto.

– Tony! – Natasha recompôs o logo o vestido que tinha escolhido para a ocasião e cumprimentou Pepper, que estava demasiado ocupada a repreender o namorado. Stark pendurou-se no braço esquerdo de Natasha e puxou Pepper com o braço livre. Claro que os convidados não tardaram em comentar a ousadia de Tony Stark por andar de braço dado com duas belas mulheres – Estás muito bonita Nat – Agradeceu o comentário de Pepper e sorriu-lhe, as duas tinham-se tornado amigas ao fim de três anos de convivência e ela mal sabia dizer como a mulher aturava Tony.

– Parece mesmo uma Viúva Negra – Pepper riu do trocadilho, mas Natasha revirou os olhos – Vais atacar alguém hoje Natashalie?

– Se não te calares, vou atacar-te a ti Stark.

– Outch, essa magoou, é assim que se fala com o aniversariante?

Revirou os olhos - Estás a fazer com que me arrependa ainda mais de ter vindo.

Ele riu-se, claramente divertido – O Legolas não anda a dar conta do recado?

– Não tenho nada com o Barton – Sibilou nervosa, separando-se dele e afastando-se. Atrás de si, ainda podia ouvir Pepper repreendendo Tony pelos seus comentários.

Bruce sentia-se deslocado. Não era o tipo de homem que se destacava no meio de uma multidão, não com Steve Rogers, Thor ou Tony Stark por perto para chamar todas as atenções. Quase revirou os olhos quando um grupo de mulheres riu como hienas sobre algo que Thor tinha dito, mas sentiu pena do deus ao ver que parecia não entender do que se riam. Era como ver um cordeirinho cercado de lobos, prestes a ser comido. Steve parecia quase tão deslocado quanto ele, apesar de estar rodeado de pessoas visivelmente interessadas no que ele dizia, o Capitão parecia perdido nas próprias memórias. E Tony, bem, era Tony. Que havia a dizer? Tinha nascido para ser o centro das atenções.

Sentou-se no bar e pediu uma bebida, dirigindo-se ao laboratório para escapar do barulho, mas não antes de dar uma ultima olhada na festa e suspirar. Quase que podia sentir o Hulk na parte de trás da sua nuca, coçando para sair com o seu nervosismo.

Natasha pegou um dos copos de champanhe que os empregados andavam a distribuir e virou-o de uma só vez. Nervosa, continuou a fitar Clint, e Maria colada a ele como um chiclete preso ao sapato. Bufou, pegando outro copo e virando-o rapidamente como fez com o primeiro, mas quando chegou ao terceiro, já nem conseguia beber, quase espumando de raiva depois de Clint olhar na direção dela e sorrir. Que grande lata. Deu um gole e pulou quando lhe tocaram no ombro. Virou-se para trás, encontrando os olhos azuis de Steve Rogers fitarem-na em confusão.

– Não fazia ideia que bebias tanto, Natasha.

– Apeteceu-me.

Ele desviou o olhar até Clint, antes de contemplá-la novamente – Sei, e isso não tem nada haver com o agente Barton?

– Qual é o vosso problema? Estou cansada de dizer que não temos nada! – Explodiu. Steve pareceu surpreso, mas recompôs-se logo de seguida.

– Desculpa, não queria aborrecer-te, pensei mesmo que estivessem juntos.

– Não, não mais – Sussurrou a ultima parte lançando um ultimo olhar a Clint, antes de voltar a falar – Agora desculpa Capitão, acho que me chamaram no outro lado da sala.

Porque aceitei vir mesmo a esta festa? Perguntou-se, enquanto se dirigia ao elevador.

Estava a pouco mais de meia hora no laboratório a ver os novos projetos de Tony, quando ela apareceu. Natasha. Incrivelmente sexy num vestido preto até ás coxas, e com saltos altos vermelhos, parecia vestida para matar. Primeiro, pareceu não ter reparado nele, depois, ao vê-lo, deu um passo para trás, visivelmente surpresa por encontra-lo lá.

– O Stark não me disse que vinha, Doutor – A voz dela parecia falhar.

Bruce baixou o olhar, apercebendo-se que ela ainda se sentia apreensiva perto dele – Ele consegue ser bastante persuasivo quando quer alguma coisa. O Tony também não me disse que vinha agente Romanoff.

Ela encolheu os ombros, antes de se aproximar da mesa e sentar-se num dos bancos, mantendo a distancia dele – Como disse, ele consegue ser persuasivo, Dr. Banner.

– Bruce.

– Perdão?

– Gostava que me chamasses Bruce – Ele não sabia o que o tinha feito agir de maneira tão estúpida, e quase bateu nele mesmo por tamanha burrice. É claro que ela nunca lhe chamaria pelo primeiro nome, isso era ter um maior grau de intimidade do que ela gostaria de manter com um monstro. Repreendeu-se novamente ao olhar para ela e ver o quão surpresa e nervosa parecia.

– Eu... Bom – Pigarreou, antes de continuar – Nesse caso quero que me chames Natasha.

Natasha.

Ela nunca admitiria o quão tinha gostado no seu nome na boca dele, e do quão nervosa isso a deixava. Mexeu-se no banco, incomodada, e viu-o sorrir na direção dela, sarcasticamente.

– Não vou transformar-me no Hulk, se é disso que tens medo.

Arregalou os olhos, mas não respondeu. A verdade é que tinha realmente receio de estar perto dele, não conseguia evitar, sentia-se assim desde que ele a tinha atacado. Natasha Romanoff não tinha medo de homem algum, mas Bruce Banner não era simplesmente um homem, era algo mais.

– Como pensei – Disse, interrompendo os seus pensamentos e dando um suspiro cansado. Depois, levantou-se saindo do laboratório e deixou-a sozinha. Na mente de Natasha, a única coisa que passava era o olhar ressentido que Banner lhe tinha lançado antes de sair.

No fim da festa sobravam Bruce, Tony, Pepper e Thor, que tinha adormecido no sofá e que ninguém conseguia acordar. A ruiva despediu-se do namorado e do cientista, pedindo desculpas por deixa-los e foi para o quarto. Tony encarava-o já à algum tempo e Bruce revirou os olhos.

– Podes perguntar.

– Aconteceu alguma coisa na festa? Pareces irritado.

– Como sabes?

– Os teus olhos oscilam entre o verde e o castanho.

– Oh.

– Então...

Suspirou, derrotado – Encontrei a Natasha no laboratório.

Tony arregalou os olhos – Não fizeram sexo selvagem na minha mesa, pois não? Quando a conheci não pensava noutra coisa – Bruce rosnou em resposta e recebeu uma gargalhada. Não que a ideia de fazer sexo com Natasha fosse assim tão má, ela era uma mulher atraente, mas ouvir Tony dizê-lo tinha-o tirado do sério inexplicavelmente – Calma, não queremos o verdão a passear aqui a esta hora.

– Ela tem medo de mim.

– A Viúva? Ela não tem medo de nada, a não ser de cair nos meus encantos.

– Podemos falar a sério? – Perguntou, entrando em desespero.

Tony suspirou – A Natasha tem medo do que não consegue controlar – Fez uma pausa – E ela sabe que não consegue controlar as ações do Hulk – Bruce suspirou, abatido, e Tony deu-lhe umas palmadinhas nas costas – Vamos lá, vais ficar melhor com um chá à la Tony.

Natasha estava sentada na cozinha. Tinha saído da festa decidida a ir dormir pouco depois do encontro com Bruce no laboratório, mas desde que tinha chegado a casa que não conseguia pregar olho. Após as primeiras horas de tentativas frustradas, desistiu.

Encarava a chávena de chá há quase uma hora, vendo o fumo desaparecer até que a bebida ficasse completamente fria. Deu um gole e suspirou. Estava amargo.

Quando deu por si, chorava e sentia-se uma estupida. Tinha agido mal com Bruce, apercebeu-se disso mais tarde e era esse o motivo de não conseguir dormir. Ela tratava-o de forma diferente e sabia que isso o magoava. Mantinha-se afastada, por receio não do homem, mas da criatura.

O Hulk deixava-a aterrorizada.

Era certo que era uma grande ajuda para a equipa, mas Natasha não conseguia evitar pensar nas enormes mãos verdes a virem na sua direção, atirando-a como uma boneca de trapos, prestes a esmaga-la. Tinha feito o seu melhor para que ele não notasse o seu incomodo, mas Bruce era um dos homens mais inteligentes que conhecia, era impossível ele não descobrir. A relação deles era algo formal, fria, diferente da amizade distorcida que tinha com Clint, ou da relação cordial que mantinha com o Capitão e Thor. Tony, ela até considerava um amigo, apesar de tirá-la do sério.

Mal podia imaginar como Bruce se devia sentir, recebendo olhares de medo de toda a parte quando sabiam o que ele era, o que ele podia fazer, o que ele podia ser.

Queria remediar o seu erro, mas como? Teve uma ideia e enxugou o rosto, antes de procurar o telemóvel na bolsa. Percorreu a lista até chegar ao numero que pretendia e pensou duas vezes antes que se arrependesse do que ia fazer, por fim, ligou.

Natashalie? Sabes que são seis da manhã? – Resmungou a voz do outro lado da linha.

Mordeu o lábio, não acreditando no que estava prestes a fazer – Tony, preciso de um conselho – Silencio. Ao fim de um tempo, ela pensou que ele tivesse desligado – Tony? Estás ai? Stark?

Estou aqui – Ele respondeu mais acordado – Fui pego de surpresa, mas então, o que se passa para a famosa Viúva Negra precisar dos meus maravilhosos conselhos às seis da manhã?

– Sem piadinhas – Fez uma pausa, nervosa – Quero deixar de ter medo do Hulk, mas não sei o que fazer e acho que estou a magoar o Bruce. Ajuda-me.

Acho que devias tentar conhecer o Bruce, invés de pensares nele apenas como o verdão.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado :)



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