Dear Madness escrita por M Lawliet


Capítulo 2
Pesadelos


Notas iniciais do capítulo

Olá O/
Aqui quem fala hoje é a Lady Watson e vim postar um novo capítulo para vocês.
Espero que gostem da história e apreciem nossa forma de conduzi-la. Deem sugestões, críticas construtivas, enfim. Tentaremos melhorar o máximo possível sempre ^u^
Ps: tentaremos também aumentar os capítulos =)
Boa leitura.



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Nathalie abriu as pálpebras com dificuldade, como se algo pesado demais a tivesse incapacitado de fazer qualquer movimento considerado fácil às outras pessoas.

Mexeu todos os músculos, constatando que podia levantar sem problema algum, e piscou devagar, notando que estava deitada sobre a própria cama. Sob seus dedos trêmulos sentia o lençol de cetim que sempre considerara seu favorito e então moveu-o para o lado, sentando e olhando ao redor.

O cenário era novo, mas as sensações que ele causava à garota já lhe eram conhecidas. Um conforto, mas ao mesmo tempo apreensão pelo desconhecido; a vertigem, a loucura e a incerteza: tudo parecia misturar-se dentro de sua cabeça em um labirinto de imagens difusas e lembranças obliteradas.

Em volta, nada além de árvores retorcidas que causavam-lhe náuseas inexplicáveis. Eram figuras enegrecidas e esquálidas, contrastando com a imensidão de cor azul cobalto no céu opaco, porém com ausência de estrelas. A jovem encostou os dois pés no chão para levantar-se quando notou que uma névoa densa o cobria até a altura de seus tornozelos. Encontrava-se - estranhamente - descalça, mas aquilo não era problema.

Era como andar sobre as nuvens, com uma sensação de inconstância que lhe dava um frio na barriga.

– Olá? - ela tentou, mas sua voz era apenas um eco no silêncio do bosque.

Analisando tudo aquilo da forma mais racional possível, concluiu que tratava-se de um sonho - apenas um sonho. Devia ter cochilado enquanto terminava a lição. Isso acontecera várias vezes, já constatara.

–Nathalie...

A adolescente virou-se na direção da voz. Um som que trazia até ela lembranças do primeiro sonho. E tão de repente lá estava ele. Chester, na forma de um ser tão esquálido e tenebroso quanto o local em que estavam. A jovem cobriu a boca com as mãos, incapaz de esboçar qualquer outra reação diante da criatura que rondava sua mente.

– Não apenas Alice, mas todos nós. - ele sussurrou.- Precisamos de você, Nathalie.

A garota engoliu em seco, sentindo o olhar de Chester pesar sobre si. Seus olhos elétricos pareciam vibrar em uma intensidade alarmante como ondas de energia que a perscrutavam de forma indecisa. Ela era como uma presa frágil diante dele; daquele lugar; diante das sombras que erguiam-se às suas costas, brincando com sua sanidade.

De súbito, o mundo inteiro girava à sua volta. Seus olhos não conseguiam fixar-se em um único ponto. O foco sumira em um passe de mágica e dera lugar a um pesadelo feito de luzes piscantes e sons confusos, junto à aromas que a menina jamais houvera sentido antes.

Sentia-se completamente perdida em meio àquilo.

Cobriu os ouvidos com as mãos e fechou os olhos, em uma tentativa falha de acordar. Só queria sair dali. Correr. Atravessar os troncos das árvores e chegar ao outro lado na esperança de que encontrasse uma luz que a guiasse de volta para casa.

Ela simplesmente desejava voltar para casa.

Nada mais.

Gritou, então, a plenos pulmões, sentindo a força fugir de seu corpo e a inconsciência tomar-lhe por completo, como uma larva prendendo-se ao casulo.

– Nathalie!

A adolescente abriu os olhos, assustada, quando sentiu mãos segurando-a pelos ombros. Ainda ofegante, tratou de focalizar sua visão até então embaçada para enxergar a pessoa que lhe falava.

– Você está bem? - o tio da garota perguntou em tom preocupado. - Outro pesadelo?

Nathalie anuiu timidamente, ainda atordoada demais para pensar em outra coisa.

Estava em sua cama. Em seu quarto. Longe de tudo aquilo.

Estava salva.

– Desculpe, tio - murmurou. - Estou bem... juro.

O senhor lançou-lhe um olhar reconfortante, dando leves tapinhas em seus ombros.

– Se precisar de algo, me chame.- ele disse, mas sua voz saia de um jeito um tanto que baixo, como se aquilo fosse simplesmente mentira.

Nathalie simplesmente concordou, tentando, ao máximo, esboçar um sorriso enquanto aquiescia serenamente. Observou enquanto o tio fechava a porta às suas costas, deixando-se, então, suspirar com pesar.

Estava realmente começando a enlouquecer.


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