Desabafo de Um Adolescente Confuso escrita por duda_bouvier


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

peço perdao a demora que insiste em me rondar. agradeço aos leitores e os reviews. amo voces



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(...) Na sexta-feira da mesma semana, enquanto eu jogava bola com os meninos, Jamie escrevia algo em seu caderno. Perguntei se tinha prova, ela disse que não. Então relaxei. Duda treinava seus passos de dança. Ela fazia aula de balé na escola.
Quando terminou a Ed. Física, fui pegar minha mochila que estava próximo a Jamie e fui pro vestiário. Tomei um banho e vesti novamente o uniforme. Quando fui guardar minha toalha, vi um bilhete dobradinho num dos bolsos. Abri devagarzinho e fui ler. Dizia assim:
“Ontem...
Ontem, você fez meu mundo desabar
Ontem, você me fez ver que errei
Ontem, vi tudo àquilo que não queria enxergar
Pra mim, foi demais, eu sei.
Olhe pra, me olhe
Não deixe as coisas sem sentido
Pegue minha mão, segure-a
Apesar de tudo estou contigo.
Sei que você vai ignorar
Tudo o que lhe escrevi
Ok, podia por isso esperar
Depois daquilo que ouvi
Ontem...
Ass.: Anônimo
Ps.: Não desisti de você. Te amo!”
Na verdade, ignorei mesmo. Sabia que não tinha sido a Duda que escreveu, pois a letra não era dela.
Era nossa ultima semana de aula, e Duda parecia nos provocar. Eu e David disputávamos amigavelmente, o coração de Duda.
- que fique com ela o melhor. –disse ele.- Mas independente de quem ela escolher, não quero perder a amizade.- completou David.
- Claro.- disse, conformado.
Na quarta-feira, Duda estava séria. Não sei o que tinha com ela. Ela não quis ir nem comigo, nem com David. Só ficava grudada a Charlles. David e eu nem ligamos, pois julgávamos ser falta da mãe dela. Ficamos juntos durante as aulas, aliás, Jamie tinha andado com a gente. Tudo isso ate o recreio. Andávamos nós três juntos, até que Duda nos chamou num canto da escola. Lá estavam Charlles e Pat.
- Meninos... – disse ela.
- Oi Dudinha! – cumprimentou David.
- gente, eu to super ansiosa e nervosa.
- TPM? – perguntou ele de volta, assustado.
- Não... Também não é pra tanto. – respondeu ela, sorrindo.
Os outros meninos sentaram um pouco mais atrás e ela nos chamou. Jamie ficou de lado, ouvindo.
- Dave, Seb... To sem graça de falar com vocês.
- Fica não, Duda. – disse.
Depois de enrolar tanto, ela foi falar:
- Estive esse tempo olhando pros meus sentimentos. E cheguei a uma conclusão. Um de vocês dois vai ficar triste comigo, mas não quero perder a amizade. – disse Duda, extremamente acanhada.
- diga Duda. Já nos preparamos pra isso. – disse David, me abraçando e soltando logo depois.
-que bom.
Ela respirou fundo e disse:
- David. Você é o amigo mais fofo que eu já tive. Do seu jeito, você é o melhor. Sei que posso contar contigo a hora que for, e refleti em cima disso.
David sorriu e afirmou. Agora seria minha vez.
- Seb... Você é meu amigo mais gato, mais gamante. Seus carinhos, seus abraços me derretem. Também refleti em cima disso.
Por um momento, senti que ganhei. David, pelo contrario, se sentiu derrotado. Duda caminhou-se até próximo de mim. Gelei. Ela me deu um beijo carinhoso em meus lábios, mas não chegou a ser de língua. Sorriu sem-graça e beijou David, agora sim de língua (e bem dado por sinal). Segurei o choro. Me afastei. Alguém de longe sorriu com isso. E esse alguém era Jamie.

Fui pro canto mais isolado da escola. Não queria mais ninguém na minha frente. Chorei tudo que tinha pra chorar. Agora vejo o quanto magoa amar e não ser correspondido. Justo a Duda, que eu conheço há tanto tempo? Que eu a conhecia por inteira? Parei de chorar, mas continuei cabisbaixo. Depois de muito tempo, já havia até soado o sinal, alguém sentiu minha falta e veio até mim. Esse alguém passou a mão entre meus cabelos e me chamou pelo nome. Era Jamie novamente.
- J-Jamie?- gaguejei.
- Eu vi tudo, Seb. Eu imaginei o que aconteceria e te contei. Mas como imaginei também, você ignoraria.
- Foi você! Foi você que escreveu o bilhete então! – disse, tirando-o do bolso. Os olhos dela brilharam e afirmou, com um sorriso discreto.
- Do mesmo jeito que eu me magoei te observando as escondidas durante o ano todo, você também ficou magoado com o que ela fez com você. Mas se você precisar de alguém, minha mão continua estendida pra te ajudar.
- Obrigado Jamie. –disse, grato. –mas por curiosidade... Você me ajudaria como amiga ou algo mais?
- O que você quiser.
Senti feliz. Apesar de tê-la desapontado, ela ainda acredita em mim. Ainda estava muito magoado com aquilo tudo, mas ela continuou do meu lado. Segurei sua mão.
- Por que você ta fazendo isso?
- Porque eu te amo. – respondeu ela, sinceramente.
A abracei e deitei em seus ombros. Ela me acariciava amigavelmente. O horário acabou e nós subimos pra sala. Duda também estava triste, mas não quis falar com ela.
Fui embora pra casa, ainda dolorido por dentro. Na ultima folha de todos os meus cadernos, havia o nome dela junto do meu, corações... Meu nome e o sobrenome dela... Pra mim, o mundo não tinha mais graça. Mas não me deixei abater. Tinha uma casa pra arrumar, e uma mãe e uma irmãzinha pra mimar. Apesar de ser eu que precisaria de mimos... Depois de fazer tudo isso, deitei em minha cama um pouco. Já estava quase adormecendo, quando alguém bateu na porta do meu quarto.
- Posso entrar?
Era David.
- Pode.
- Como você ta? – perguntou ele, entrando e ficando próximo a minha cama.
- Nada bem...
- Dá pra perceber. Ta magoado comigo?
- Não. –disse obviamente.
- Sério?
- Sério. Combinamos de não ficar chateados, lembra?
- Lembro, mas não sei se conseguiria.
David sacana!
- Não quero que a nossa amizade seja prejudicada por causa disso. Eu não a pedi em namoro em consideração a você.
- Não David. Entre a gente creio que nada será abalado. Só não sei entre ela e eu.
- Ah...
- Mas vocês podem namorar, vocês se gostam mesmo...
- E você?
- Eu vou ficar bem. Fica tranqüilo e confia em mim.
- Ok. Só vim te ver. Tchau.
David foi embora e a vontade de chorar voltou. Tudo ia se acalmando em minha vida aos poucos. Conversava mais com Jamie pelo MSN, pessoalmente, telefone... Nem parecia que eu tinha levado um fora há dois dias atrás. Eu via Duda e agia normalmente, ainda corroído. Na verdade, na frente dela eu fingia que estava tudo bem. Porque ver ela aos beijos com David me maltratava a cada dia. Ela me abraçava, como se nada tivesse acontecido. Eu claro, tirava uma casquinha, mas tentava não me magoar. Mas sentia que estava me enganando e isso não é justo. Até minha mãe percebeu que eu estava magoado com alguma coisa. Abri o jogo pra ela. Pra minha surpresa, ela riu.
- Isso é coisa da adolescência, Seb. Você daqui a pouco acha uma menina mais bonita e esquece a Duda. – disse ela.
Ah que legal. Minha mãe nem se importa comigo nesse ponto. Nesse ponto, apenas... Ainda bem que ela é uma mãe atenciosa, mesmo esperando outro filho. Ops! Filha! Minha irmã Gabriella.

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