A Beautiful Lie escrita por Letys


Capítulo 3
Who I Am


Notas iniciais do capítulo

Hello, pessoas do meu coração.
Eu prometi voltar, e aqui estou eu ~momento emocionada~ muito feliz com os resultados que ABL está tendo.
Mas vocês demoraram um pouquinho, e nesse tempo, eu fiquei sedenta por reviews, acompanhamentos ou qualquer uma dessas coisas. Não me façam esperar tanto, okay? A autora aqui pode morrer do coração.
Como também prometi, este capítulo está maior e com mais Petniss pra vocês.
Chega de enrolar - nunca fui uma pessoa muito direta, então não me matem - e vamos ao capítulo.
Vejo vocês lá embaixo ;)



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Eu entro na padaria, e mergulho na cozinha o mais rápido possível. Não estou a fim de ver a minha mãe, nem meus irmãos. A única pessoa que me compreende de verdade é meu pai, e nele eu sempre posso confiar.

Não deixo escapar minha decepção quando vejo que ele não está fazendo a massa, como sempre faz nessa hora do dia.

Sem pensar duas vezes, vou para a área da confeitaria. Começo com os bolos já prontos e vejo o que os clientes pediram que estejam neles, comparando ao resultado que eu consegui. Eu realmente sou bom nisso, modéstia parte.

Quando paro pra perceber, já estou confeitando fazem 2 horas. Os meus movimentos são quase robóticos, e não consigo evitar: me dirijo para a faixada da Padaria dos Mellark, e, ligeiramente escondido atrás das cortinas, observo ela descer da caminhonete de Gale, acenar e andar um caminho curto até sua casa... Mas espera, tem algo errado...

Não.

Não, por favor, não.

Merda.

Quando eu reparo no caminho que ela está realmente fazendo, mergulho atrás do balcão. Pelo barulho que fiz, e pelo fato de minha mãe não ter descido as escadas correndo me ameaçando por dar nela um susto "daqueles", vejo que não há ninguém na padaria. Ninguém em casa.

Sou um homem azarado.

Sou um homem de sorte.

No mesmo momento, escuto suas botas baterem contra a calçada e subir a escada de apenas 3 degraus que leva a porta.

– Tem alguém em casa, digo, padaria... Digo, casaria? - Ela diz em tom bobo.

Não posso conter a risada, mais nervosa do que cômica, já que a piada foi realmente um fracasso e rezo para ela não ter escutado.

– Eu sei que tem alguém aí, consigo ouvir você respiran...

Sem mais nem menos, eu levanto. Não sei por que, poderia ficar ali atrás, esperando ela desistir e ir embora, mas não faço nada, só encaro ela pelo tempo que considero ser aceitável então pergunto:

– O que de-deseja? - Não posso evitar gaguejar, o que não costumo fazer, a menos que esteja muito, muito nervoso.

– Bem, primeiro, quero saber se eu sou tão horrível assim a ponto de fazer alguém se esconder atrás do balcão... É Peeta, né? - Diz a Everdeen.

– Sim, Peeta. E não - Digo. Como assim ela não tem certeza do meu nome? Todos aqueles anos quando crianças não significaram nada pra ela? Aquele beijo significou nada pra ela?

– Não o quê? - Diz ela. Vejo que pelo o tempo que estou demorando para formular minhas respostas, ela está ficando impaciente.

– Você não é horrível... - Percebo o leve rubor em suas bochechas, e não consigo imaginar como devem estar as minhas – Eu só estava colocando essas mercadorias no expositor.

– Uhum, sei... Você realmente não mente bem, Mellark. Enfim, vocês fazem bolos aqui né? Tipo, decorados? - Não deixo escapar o pensamento "ela sabe até meu sobremome". É claro que ela sabe.

Está escrito numa placa enorme, na frente da padaria que ela passa todo santo dia.

– Sim, fazemos... Na verdade, eu faço - Deixo outra risada nervosa escapar.

– Ah, então... - Diz ela um pouco desconfortável - Minha irmã, Primrose, vai fazer 15 anos... E eu quero dar a ela o melhor bolo de todos os tempos. Fiquei sabendo que os confeiteiros daqui são bons, digo... Que você é bom - Continua ela. Não posso deixar de estremecer nas últimas três palavras que ela disse - Então... Será que daria pra você fazer um pra mim?

– É, hum, hum... Claro. - Não gagueje, não seja idiota.

– Ah, que bom... Bem, espero que dê tempo, porque eu quero ele pra daqui a 3 dias. Seria possível? - Eu não consigo pensar direito, mas eu começo a pensar em várias outras coisas, no jeito que a boca dela se move enquanto ela pronuncia "possível". Aquilo deu um estalo em mim: sim, uma ideia de "nós" era possível.

– An, uh, claro. É possível sim.

– Obrigada, de verdade. Eu estou sem dinheiro aqui, então posso pagar quando vier buscar? - Aceno ligeiramente com a cabeça, e não posso deixar de escapar minha decepção no momento que ela se dirige a saída - Ah, mais uma coisa: o bolo tem que ser rosa, bem rosa mesmo. De resto, eu deixo nas suas mãos, confio nelas. - Com essas últimas palavras, ela sai pela porta da padaria, sem esperar nenhuma resposta minha.

Eu vou fazer esse bolo.

Ela confia em mim.

Vou atrasar outros milhares de bolos, para fazer um dessa magnitude em apenas 3 dias.

Posso fazer isso.

Vou impressioná-la.

Sim, Mellark. A chance que você pediu tanto, finalmente chegou.

Observo apenas o relance da sua silhueta quando ela entra na curva para o bairro da Costura.

Katniss, um dia, será minha.

* * *

– Qual é panaca - Diz Tresh - Resolveu finalmente sair do armário e começou a pintar as unhas de rosa?

Ignore-os, Peeta. Ignore-os.

Alguns segundos depois, todos os amigos de Tresh estavam rindo de mim. Eu não podia dar uma resposta sensata, até porque minhas unhas estavam realmente rosas. Mas não era esmalte: era cobertura de bolo. Passei a noite toda fazendo ele, e não poderia decepcionar minha querida cliente.

Quando eu achava que já tinha acabado, Cato e Marvel avançaram sobre mim, fazendo todos os meus livros serem lançados da mochila, e depois me jogando contra a parede.

– Eu acho que ele fez uma pergunta, Mellark - Diz Marvel - E está esperando uma resposta.

Eu não posso responder, seja pela minha gagueira ou pelo meu orgulho. Não vou dar esse gosto de vitória para eles.

Vejo uma aglomeração de pessoas em volta de nós, e quando já estou me preparando para levar o soco que Cato está formando com seu punho, vejo uma cabeleira loira atravessar a multidão e puxar Marvel e Cato para trás.

– O que vocês pensam que estão fazendo? Solte ele, Marvel - Pela autoridade de sua voz, eu percebo que ela pode acabar numa enrascada junto comigo a qualquer momento. Mas ele faz algo que me impressiona: me solta, e abraça a garota. Logo percebo que a relação deles não é de coleguinhas.

– Glimmer, não se meta nas nossas brigas. Por favor - Diz Cato, enquanto "metralhava" Marvel com os olhos.

Sem pensar duas vezes, eu saio andando, sem olhar pra trás. Tudo estava saindo bem, até que uma mão encostou no meu ombro dizendo:

– Você está bem?

– Sim, estou - Digo. Não posso deixar de reconhecer a garota que está atrás de mim. Lembro vagamente dela entrando na casa de Katniss, e brincando com ela também, junto comigo em poucas ocasiões... Essas lembranças doem meu peito, então apenas afasto o pensamento. - Me desculpa, mas seu nome é Madge, não é?

–É, é sim - Ela solta um risinho - E você é o filho do padeiro... Drake, né?

– Hum, não - Acompanho a risada dela - Na verdade, esse é o meu irmão mais velho... Meu nome é Peeta.

– Ah sim, Peeta! - Ela estende a mão enquanto continuamos a atravessar o corredor do Prédio 3 da faculdade - Desculpa não ter lembrado de você de primeira... Não costumo ter uma memória muito boa.

– Sem problema, Madge. Escuta... - Não sei o porquê de precisar confirmar minhas suspeitas, mas prossigo - Você é amiga de Katniss, né?

– Sim, somos. Amigas, colegas, irmãs... Melhores amigas, eu diria - Ela se perde facilmente no assunto, enquanto eu apenas sorrio ao pensar que ficar amigo de Madge pode me aproximar da Everdeen, o que não será muito difícil, até porque a loira ao meu lado é muito simpática - Por que pergunta, afinal?

– Nada, na-nada - Eu gaguejo, novamente. Pense, Mellark. Diga algo que não vai te comprometer - Bem, eu estou fazendo um bolo pra irmã dela, Primrose - Levanto minhas mãos cobertas de massa e chantily rosa para que ela veja - Como você pode ver, bem rosa - Nós dois rimos. Tenho que dizer, vá Peeta, fale - Só diga a Katniss que se ela quiser passar na padaria hoje, o bolo já está quase pronto - Esse não é o verdadeiro motivo, já que eu quero simplesmente vê-la. Mas não é uma mentira, quando na verdade passei a noite em claro me sujando de rosa enjoativo. Mereço uma recompensa.

– Ah, okay. Vou avisá-la - Ela já não estava prestando muita atenção, olhando a multidão, provavelmente procurando por um rosto - Clove! Annie! - Ela já está gritando, quando as duas morenas finalmente viraram suas cabeças em direção aos gritos - Preciso ir agora, Peeta. Mas prometo dar a notícia pra ela, ok? Até logo.

– Até, Madge.

Agora a missão mais difícil: sair o mais rápido da escola, e chegar a tempo de terminar o bolo antes dela aparecer.

* * *

– Ora, ora - Drake entra na cozinha e quase me mata de susto - Parece que alguém tem uma encomenda especial, já que comprometeu todos os outros bolos.

– Não enche, Drake - Digo, ríspido. Se ele não me der um tempo, não vai ter como terminá-lo a tempo.

– Olha, se eu não te conhecesse, diria que esse bolo é para um cliente, uma garota qualquer... Mas pelo visto, é algo a mais, não é? - Ele insiste, provocativo - Por acaso, ele seria para a Katniss Everdeen?

Só de ouvir o nome dela, estremeço. Drake não vai me deixar em paz enquanto eu não assumir. É claro que ele já percebeu que eu sou apaixonado por ela, até porque eu falo enquanto durmo e isso não ajuda muito. É claro, Katniss é uma das aparições menos ilustres nos meus sonhos. Mesmo com tanta frequência, a mais especial.

– Na verdade, é para a irmã dela. E por favor, ela vai aparecer a qualquer momento, então me deixe terminar.

– Olha cara, sua sorte é que o Cameron está me esperando lá em cima para jogarmos videogame, se não, eu poderia até me divertir mais um pouco com você - É claro, mais uma vez, eles me excluíram da tarde de jogos. Meus irmãos sempre pegaram no meu pé por ser nerd, mas de todo jeito, eu não iria jogar hoje mesmo.

E assim, Drake sai da cozinha do mesmo jeito que chegou. Rápido e brincalhão, falando coisas como "Oh, Peeta, a Katniss não te mereceria nem em um milhão de vidas".

Pela minha falta de atitude, acredito que sou eu quem não merece ela.

* * *

– Oh meu Deus, Peeta! Ficou lindo!

Não deixo de sorrir. Um pouco depois de direcionar Katniss até a cozinha, ela está estonteante. Dá para perceber que ela não está mentindo: ela realmente gostou do bolo.

– Não foi nada, sério - Digo. Eu poderia ter conseguido um resultado melhor, se ela tivesse me procurado antes. Mas só a chance de vê-la sorrindo por algo que eu fiz, já me torna no momento quase a pessoa mais feliz do mundo.

– É claro que foi! - Ela continua - Eu não poderia imaginar algo melhor. Até porque, você me fez esquecer por um momento meu ódio por rosa! - Então ela libera um risinho tímido.

– Fico feliz que você tenha gostado. Espero que Prim também goste - Meus nervos estão a flor da pele. Como eu estou conseguindo falar com ela sem gaguejar? Por favor, não comece agora, se não tudo foi em vão. Ela vai te ver como um idiota, concentre-se no que ela está falando. Obrigada, consciência.

– ...então, não posso esquecer: quanto eu lhe devo? - Ela pergunta. E pela primeira vez em anos, eu já tinha a resposta.

– Nada - Digo. A confusão eminente em seu rosto me preocupa. Será que ela vai achar que eu sou machista por não cobrar? Espero que não.

– Como assim, nada? - Ela já está ficando tensa. Calma Peeta, calma. É só não entrar em pânico.

– Sério, eu não vou cobrar - Continuo. Não vou voltar atrás agora, e espero que minha mãe não apareça a qualquer momento e a faça pagar o preço que este bolo realmente vale, ou seja, o mais caro que já fizemos.

– Peeta, eu... Não sei o que dizer. Sério, você só pode ser um anjo da salvação a essa altura! - Ela sorri. Eu não posso acreditar que eu sou o único que possa ver esse sorriso agora. Ele é tão perfeito, que poderia pintá-lo, emoldurá-lo e pendurar na minha parede para sempre.

– Não sou nenhum anjo - Digo. É verdade, eu fui bondoso ao não cobrar nada, mas sim, eu espero algo em troca.

– É sim! Obrigada, obrigada, obrigada! - E nesse momento, ela simplesmente se atira na minha direção, me pegando de surpresa num abraço dolorido, mas o melhor da minha vida.

Eu não queria que ela se afastasse, o que aconteceu cedo demais. Katniss não é do tipo muito afetiva, então tenho que me contentar com isso. Pelo menos por enquanto.

– Já que não vou ter que pagar - Ela continua - A única coisa eu poderia te dar é isso - Então ela me entrega um pedaço de papel com uma fita na lateral, como já esperada, cor de rosa - É o convite. Vai ser no sábado, ou seja, depois de amanhã. Espero que você vá.

– Não perderia por nada - Continuo. Vejo que ela ficou meio confusa e sem graça com a minha resposta, então eu prossigo dizendo - Afinal, ainda quero ver a cara de Primrose quando ela bater os olhos no bolo.

– Ok, tenho certeza que ela vai amar... E mais uma coisa, Peeta - Ela diz enquanto caminha para a porta, segurando a caixa do bolo com certa dificuldade - Ninguém hoje em dia diz "bater os olhos".

É, é isso. Eu sou um completo idiota. Aonde eu li essa expressão tão antiquada? Provavelmente em um dos livros de Sherlock Homes.

– Tem certeza que não precisa de ajuda? Posso levar o bolo até a sua casa - Por favor, aceite, aceite, aceite!

–Não, você já fez o suficiente... E além do mais, Gale está me esperando lá fora - Ela termina.

Então, é isso. Nessa altura do campeonato, eu só fui perceber agora.

Só tem uma falha no meu plano de existir um "nós".

Já existe outro "nós".

Katniss e Gale estão namorando.

"I wanna someone to love me

For who I am

I wanna someone to need me,

Is that so bad?

I wanna someone to love me

For who I am"

Who I Am - Nick Jonas (And The Administration)


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Notas finais do capítulo

E aí, meus lindos, o quê acham?
Muahaha, não me matem por esse final. Mas é claro, só estamos no terceiro capítulo, e eu não vou deixar as coisas muito fáceis pro Peeta.
Confesso que a parte mais difícil desse capítulo não foi escrevê-lo, e sim, achar uma música que combinasse com ele.
Por fim, eu escolhi "Who I Am" mesmo, até porque eu amo essa música, e ela passou por várias fases, amores não correspondidos e decepções na minha vida.
Enfim galerinha, é isso. Só pra avisar vocês: o próximo capítulo é de longe o meu favorito até agora.
Então, não me torturem, e me deixem postar... O que só depende de vocês. Como recebi 4 reviews no primeiro e 6 no segundo, nada mais justo que receber (no mínimo) 8 reviews nesse.
É isso. Ainda vem por aí muita gente avacalhando o relacionamento Petniss, e momentos fofos também.
Próximo capítulo cheio de tretas, confusões, festa e tudo que esse shipp perfeito pode oferecer.
Obrigada a todos que estão acompanhando, enviando reviews, favoritando (sério isso, produção? :3), mas não custa nada lembrar:
Reviews = Uma autora feliz = Mais capítulos por semana.
Relembrando, o próximo só sai com 8 reviews, okay?
Amo todos os meus leitores, mesmo sendo poucos, e espero que os fantasminhas deem as caras.
Críticas? Sugestões? Incentivos? Fiquem à vontade.
Nos veremos em breve? Talvez. Só depende de vocês, coisas lindas.
Xoxo, Letys.



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