Don't Cry escrita por Artur


Capítulo 2
Capítulo 02 : Sick


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores queridos, sei que muitos não vão ler por causa do feriado, mas estou correndo o risco. Espero que gostem! Lembrando que a fic terá apenas cinco capítulos bjos :*

Ah, será em torno dos acontecimentos da doença na prisão :)



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Don’t Cry

Sick

Pov. Beth Greene

Lá estava ele, o grosso e durão caipira, Daryl Dixon. Sempre com a besta erguida, preparado para qualquer tipo de situação, nasceu pronto para viver nesse mundo devastado. Não sei muito sobre o seu passado afinal, ele nunca toca no assunto! É calado e bastante reservado, acho que tem dificuldades em demonstrar o que realmente sente. Ele se aproxima apreensivo enquanto o acompanho com o olhar, parecia desnorteado procurando por Rick que logo aparece junto a Glenn e os outros.

– Tem zumbis no bloco D ?? - Questionou Glenn nervoso.

– Não sabemos, vamos! – Indagou Rick sendo seguido pelos demais.

Apenas fico ali, simplesmente parada. É como se eu não existisse quando o assunto era sobrevivência e zumbis, tenho que ficar e cuidar de Judith, eu gosto de ficar com ela porque de certa forma, cria uma certa esperança em mim, ter uma criança viva e segura, me lembra todos os dias que realmente estou viva, que ainda não perdi minha humanidade. Mas acontece que as vezes me sinto tão inútil, estou sempre sendo subestimada e eu odeio isso!

Os gritos se multiplicam, e os disparos vem a tona. Fico angustiante, não posso fazer nada, não sei o que aconteceu, não sei se meu pai ou minha irmã estão bem, apenas rezo para que tudo ocorra tranquilamente bem. Anoiteceu, sei disso porque Judith ficou mais sonolenta, noto a presença de Daryl, que caminha em minha direção.

– Já estava ficando inquieta. – Reclamei, Daryl fica calado olhando atentamente para mim, alguma coisa aconteceu e sei que não foi muito bom.

– O que aconteceu lá dentro? – Questionei curiosa.

– O Patrick, ele ficou doente ...

Abaixo minha cabeça, já sabia onde essa história iria acabar, apenas mais perdas, mais enterros, mais lágrimas derramadas, e mais sofrimentos.

– Ele retornou, atacou todo mundo. Foi uma verdadeira chacina entretanto, o que mais me preocupa é o que seu pai e o Doutor S. falaram. – Indagou Daryl, ergo minha cabeça buscando uma continuação.

– O que eles falaram?

– É uma doença contagiosa, todos que foram expostos, estão contaminados. Não sabemos com quanto tempo a morte chega, mas é algo crucial. Alguns irão para quarenta, vamos achar uma solução, eu sei que vamos! – Explicou, dou um sorriso escaldante, ele me encara estranhando.

– Ainda não entendo esses seus sorrisos assim, do nada.

– Estou rindo de você! – Disparei ainda sorrindo.

– De mim? – Ele rebateu rapidamente.

– Sim, você ficou esperançoso! Finalmente consegui te mudar, seu grosseiro! – Expliquei enquanto ele faz um careta de desgosto.

– Não faz isso! Fica mais feio ainda. – Brinquei, ele anda ficando na minha frente, me encara sério. – Seu olhar da medo sabia? – Continuei a brincar, ele não aguenta e cai em gargalhadas, que rapidamente foram cessadas por mim, levei horas para deixar Judith dormindo, não quero que tudo seja em vão!

– Mas também é bem sensual. – Completei, Daryl bufa retirando-se da cela.

Cesso meus risos, era bem estranho nossa convivência. De repente ficamos tão próximos, gosto disso mas eu sei, eu sei que sinto algo a mais pelo Daryl mas não posso dizer o mesmo dele. Talvez ele me veja como uma donzela indefesa, sempre sendo protegida, ou talvez uma criancinha inocente, fico apoiada na parede, apenas revendo os meus pensamentos.

– Não vai valer a pena, um homem como ele não deve gostar de mim... – Pensei em voz alta.

– Que homem? – Maggie me surpreende adentrando a cela.

– Er.. ninguém ! – Tentei despista-la mas sempre acabo me enrolando em minhas próprias palavras.

– Vamos Beth! Somos irmãs, pode me falar .. quem é o sortudo da vez? – Ela insiste agachando-se, Judith começa a chorar diante de tanta movimentação no espaço, levanto-me dizendo:

– Salva pela Judith! Quem diria.

– Ficarei de olho em você viu mocinha? – Disparou Maggie retirando-se indo ao encontro de Glenn .

Fui dormir com um peso no coração. Saber dessa doença é realmente angustiante, não sei como reagir diante do que poderá vir mais à frente, estava tudo na mais perfeita harmonia, como isso pode acontecer? Tudo que vinha em minha cabeça eram perguntas, além de Daryl claro. O seu jeito másculo, seu olhar determinado, sua grosseria ... tudo isso me deixava fascinada por Daryl, ele é incrível. Reviro-me centenas de vezes na cama onde durmo, a insônia ataca novamente. Levanto-me indo em direção ao pátio, definitivamente o sono não chegaria nem tão cedo.

– É hora de menininhas estarem na cama. – Ironizou Daryl, sentando-se ao meu lado.

– Estou sem sono, vim para cá já com o proposito de atrair ele.

– Pensei que você gostasse de ver estrelas. – Estranhou coçando a testa.

– Não, são elas que me dão sono! – Exclamei e Daryl deixa escapar um simplório e encantador sorriso.

– Você fica linda mesmo sem sono. – Não acredito no que acabo de escutar, olho para ele estranhando suas palavras, Daryl arregala os olhos, nem mesmo ele acredita no que acabara de dizer. Fica constrangido tentando se encolher diante da cena.

– O que? Um Dixon me elogiando? Que honra! – Tentei amenizar a situação, era notório o constrangimento de Daryl. Fiquei um pouco boba eu confesso, nunca esperei um elogio vindo logo dele..

– Não se acostuma. – Rebate recuperando-se.

Ficamos ali, parados observando as estrelas como dois completos idiotas, meus olhos brilhavam na maravilha que estava o céu nesse dia. Suspiro forte, relaxando meus ombros, Daryl continua calado, bastante pensativo.

– Tomara que tudo isso passe logo... – Sussurrei.

– Vai passar, o Rick tem algo em mente... logo mais conseguiremos tratar dessa doença e evitar que se alastre ainda mais. – Respondeu sereno, devolvo com um sorriso.

– Isso é estranho, uma doença assim do nada. Só espero que não aconteça nada com ninguém, que nenhum de nós morra, não gosto de ver sofrimento e dor. Espero que possamos viver pelo resto de nossas vidas aqui, e que nada nem ninguém consiga nos abalar. – Desabafei encostando minha cabeça no ombro de Daryl.

Consigo ouvir sua respiração, me arrepio. Ele fica calado, provavelmente deve estar se perguntando : ‘’ O que diabos essa garota está fazendo ? ‘’ mas não liguei, precisava daquele momento entre nós dois.

Um vento gélido chega até nós, acaricio o meu braço tentando me esquentar, Daryl fica imóvel por alguns segundos, até que envolve os seus braços nos meus procurando me aquecer, dou um sorriso de satisfação. Isso foi muito, muito estranho, Daryl solidário e carinhoso? Praticamente impossível de acreditar.

No dia seguinte eis que surge uma noticia crucial que chega aos meus ouvidos, a doença se multiplicou com voracidade, muitos foram infectados ... a Sasha e até mesmo o Glenn!

– Calma, vai ficar tudo bem, eu estou aqui com você. Não se esqueça disso! – Tentei acalmar Maggie que ia aos prantos diante da noticia da infecção de Glenn.

– Pai, onde você vai? – Questionou Maggie separando-se dos meus braços. O papai suspira, parecia que estava carregando um enorme peso nas costas.

– O Doutor S. está doente também, sou o único aqui que pode fazer algo, que pode salvar essas pessoas! Não podemos perder mais nenhum dos nossos. – Respondeu rapidamente.

– Pai! Isso é praticamente suicídio, se você for .. provavelmente a doença sucumbirá em você também! – Exclamei com alvoroço, não posso aceitar isso, não posso perder o meu pai.

– Quando você pisa lá fora, arrisca sua vida. Quando bebe um gole de água, arrisca sua vida. E agora, ao respirar, você arrisca sua vida. No momento atual, não temos escolha, só podemos escolher pelo que arriscar. E se custa a minha vida para salvar a de outras pessoas, eu tenho que faze-lo. Não posso ficar simplesmente parado sabendo que posso ajuda-los, esse é o meu dever! – Exclamou com imponência extrema. Meus olhos já lacrimejando, fixam-se na imagem do meu pai, ao qual demonstra uma determinação majestosa, ele adeja em nossa direção nos abraçando.

– Farei de tudo para manter vocês duas em segurança. – Disse por fim, enxugo minhas lágrimas em sua camisa, enquanto tento aceitar sua posição diante dessa barbaridade em ascensão. Depois de se despedir, andeja em direção aos doentes, vejo que realmente essa era a escolha dele, ninguém fará ele mudar de opinião, definitivamente ele é o meu herói.

Daryl se aproxima timidamente. Ele para na minha frente me encarando.

– Eu pensei que você não chorasse mais. – Indagou sério.

– A situação é outra, minha cabeça está a mil. – Rebati coçando os olhos.

– Fica comigo, fica ao meu lado? - Questionou, fiquei paralisada, não acreditei no que acabei de escutar, tento processar tais palavras em minha mente. Agora eu sei o que realmente estava acontecendo entre nós dois, uma paixão assim, inexplicável.


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Notas finais do capítulo

E então, gostaram? Deixem suas opiniões, é importante para o rumo da fic, poderei até esticar um pouco mais ela... tudo depende de você!

xoxos.