Anoitecer escrita por Letícia de Pinho da Silva


Capítulo 8
Capítulo 8 - Logan




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/491748/chapter/8

Sigo pelos corredores com os Cullens, tento não pensar muito no olhar odioso de Rose sobre mim.

— Com Bella também foi assim. – diz Edward – Agora são amigas.

— Espero que não estejam falando de mim. – diz Rose.

— Não, não! Claro que não! Edward invadiu minha mente.

— Eu posso resolver isso. – Bella concentra-se em mim, sinto minha mente protegida.

— Odeio quando você faz isso. – reclama Edward com um ruído.

— Temos que proteger nossas mentes de você. – diz Fredy rindo. Por um momento imagino como deve ser ler os pensamentos de Fredy, as cenas de amor entre ele e Bella que provavelmente passam pela cabeça dele.

— Seu medo por nós já passou? – pergunta Jasper – Bella não teve medo.

— Se você está perguntando se ainda estou com medo de vocês pularem em meu pescoço charmoso, sim, ainda tenho medo. Mas tento esconder o medo para não parecer tão idiota.

— Você seria idiota se não tivesse medo de vampiros.

— Se todos forem iguais a vocês, acho que os únicos no mundo que devem temer vampiros são os cervos.

— Nem todos são vegetarianos. – diz Alice.

— Bom, aqui é a biblioteca, - abro a porta do recinto, deixando eles entrarem naquele lugar cheio de poeira e livros velhos – imagino que vampiros com cem anos de experiência não precisem estudar para provas de sexta-feira.

— Edward só precisa ler a mente dos alunos e do professor para saber a resposta correta. – Emmet cutuca o irmão.

O último lugar para onde os levo é até o ginásio, Emmet logo pega a bola de basquete e começa a jogar com Jasper, fazendo movimentos nada humanos. Alice os xinga e a partida de basquete assume um tom mais humano.

— Não há muito o que conhecer da escola. Cidade pequena, escola pequena. – digo para eles.

— Forks não era diferente. – responde Bella – Mas sei que aqui as coisas vão ser diferentes, sem confusão, legais, talvez Edward pare de sofrer...

— Eu não sofro. – ele trinca os dentes – Jennifer, gostaria que eu te levasse até o trabalho? – ele toca meu braço e sinto sua mão gelada sobre minha pele, mas não afasto. Gosto daquela sensação, por mais frio que seu corpo fosse, seu toque era quente sobre minha pele.

— Jenn, precisamos conversar. – a voz de Brandon me faz pular de susto, não percebi sua aproximação, quando me viro em sua direção vejo que ele está mais perto do que eu imaginava.

— Claro Brad. Já volto pessoal.

Brandon coloca a mão em meu cotovelo e me arrasta para fora dali o mais rápido possível.

— Algum problema? – começo a ficar assustada.

— Eu não confio neles Jenn. Eles são todos estranhos, e essa história de família adotiva, namoro entre eles, morar na floresta. Você se perdeu e a aonde foi parar? Na casa dos Cullens.

— Coincidência divinva?

— Não existem coincidências Jenn.

— Está querendo dizer que eles fizeram eu me perder na floresta, me manipularam até chegar a casa deles para o que? Me assaltar? Roubar meu rim e meu fígado?

— Não... É só que... Alguma coisa neles não me parece certa, principalmente em Edward.

— Nada para você parece certo. Eu tenho que trabalhar Brad. – começo a dar as costas para ele, pronta para voltar para Edward e sua carona, mas ele me impede.

— Eu a levo, não quero lhe ver sozinha com esses estranhos.

— Ok pai.

Não tive escolha, fui sequestrada por Brandon. Sei que com sua audição vampiresca Edward provavelmente ouviu que tive que partir. Brad me deixou em frente a loja de discos onde trabalhava, com a promessa de me dar uma carona para casa. Levo uma bronca de meu chefe por estar atrasada, depois de murmurar desculpas em vão, ele sai da loja, me deixando sozinha entre os CDs.

Coloco uma música para tocar, meu chefe Gregori não gosta de nada que não seja rock, então aproveito sua falta para tocar algo mais dance. Escolho a música Welcome to the jungle de Neon Jungle, o título soa engraçado para mim, que me perdi em uma floresta e acabei conhecendo Edward por causa disso. Cantarolando a música começo a desembalar as mercadorias novas, e guardá-las em seus respectivos lugares. Ouço o sininho da porta, indicando que um cliente entrou, viro-me com seu sorriso mais sedutor e me deparo com uma arma.

Dois homens encapuzados veem em minha direção.

— Começa a colocar todo o dinheiro na sacola! Agora! – deixo os CDs que estavam em minha mão cair, sei que o álbum novo de Ariana foi perdido para sempre quando a capinha estatela no chão, jogando o disco para fora.

— Si-si-im. – gaguejo e vou correndo para o caixa, mas um dos homens acha meu movimento suspeito e me segura, jogando-me contra uma das prateleiras.

— Vai de vagar mocinha.

Abro a gaveta do caixa. O outro homem está recolhendo os discos e colocar em uma sacola de lona. O que fica de olho em mim está nervoso, seu dedo paira sobre o gatinho, qualquer movimento em falso e BUM! Adeus Jennifer.

— O que você está fazendo? – pergunta ele quando eu tento levantar a gaveta do caixa – Pare com isso! Está chamando a polícia é?

— Não! Não! – tento explicar que havia dinheiro ali em baixo, mas ele não acredita em mim, ele começa a puxar o gatilho e...

De repente não está mais em minha frente, em seu lugar está Edward. Ele bateu com tanta força no homem que ele ficou desacordado. O outro dispara, acertando o ombro de Edward, me encolho atrás do balcão e grito. Meu grito é abafado pelo som de luta. Uma mão toca meu ombro.

— Está tudo bem Jenn.

Abro os olhos, não percebi que os havia fechado com tanta força. Pulo nos braços de Edward, ele acabara de salvar minha vida inútil. Choro sobre o seu ombro, enquanto sua mão sobe e desce pelas minhas costas.

— Está tudo bem. Eu estou aqui, nada de ruim vai te acontecer.

Aquela simples promessa foi o que me acalmou. Pouco tempo depois a polícia e uma ambulância chegaram. Carlisle desce correndo do veículo branco, o jaleco esvoaçando atrás de si.

— Vocês estão bem? – pergunta ele, mas seu olhar analisa apenas a mim.

— Estou. Edward foi baleado.

Calisle nos conduz até a ambulância, onde me envolve em um cobertor, ele dispensa os ajudantes, que vão cuidar dos bandidos, de acordo com ele a bala passou de raspão, mas sei que não foi isso que aconteceu. Observo enquanto ele tira a bala do ombro do filho.

— Acho que você deveria levar a Srta. Fanning para casa. – observa o Sr. Cullen – Ela deve estar muito assustada, conversarei com o xerife para pegar seus depoimentos somente amanhã.

— Obrigada doutor. – digo.

— Por favor, me chame de Carlisle.

Edward me conduz até seu carro, a viagem é silenciosa, sinto o pânico arder em meu peito.

— Como você sabia que eu precisava de ajuda? – pergunto a ele assim que chegamos em casa.

— Alice teve uma visão. Pedi para ela monitorar seu futuro, aquele homem iria puxar o gatilho e você... – ele aperta com força o volante.

— Eu... Obrigada Edward, você salvou a minha vida. Nem sei como agradecer.

— Permaneça viva, só isso já basta para mim. – sorrio para ele.

— Obrigada. – abro a porta do carro.

Começo a caminhar em direção a minha casa, espero ouvir o barulho do motor ligando, mas não acontece. Penso nos pesadelos que terei a noite, até imagino aqueles caras invadindo minha casa para acabar o que haviam começado. O pânico ameaça sair pela minha boca e sinto que meu coração vai explodir de medo

— Edward! – o chamo, quando olho para trás ele está fora do carro, parado ao lado da porta aberta – Você pode dormir comigo hoje?

Capitulo oito/

— Sh, não faça barulho. – digo a ele quando abro a porta do meu quarto e já o encontro perto da janela.

— Vampiros não fazem barulho. – ele sorri, seu sorriso me hipnotiza, logo afasto o pensamento, sabendo que ele pode ler minha mente.

— Bom, mesmo que fizesse, meus pais não dariam bola. – abro a porta do meu armário e escolho a melhor camisola que eu tenho, sigo para o banheiro. Volto pouco tempo depois, Edward me encara com um olhar fascinado - Não acho que uma camisola da Minnie seja sexy, então pare de me olhar assim.

— Acho que tudo em seu corpo fica sexy. – sinto meu rosto corar, rapidamente me jogo sobre as cobertas.   

— Meu quarto não é tão chique quanto sua casa, na verdade não é nem a metade da metade, da metade.

— Um lugar só é bonito quando as pessoas que vivem nele são. A beleza de uma pessoa pode espantar a feiura de um lugar.

— Garanto que você leu isso em algum livro de poesia de mil e duzentos anos atrás. – ele ri enquanto se acomoda em minha poltrona.

— Eu não tenho ml e duzentos anos.

— Que bom, porque eu te chamaria de arte de museu pré-histórico.

— Se isso lhe tranquilizar e afastar da sua mente a lembrança de hoje... Pode me chamar de arte de museu pré-histórico.

— Só a sua presença aqui já me acalma. – ele desvia o olhar, fixando-o na janela.

— Eu te conheço a tão pouco tempo Jennifer, mas já sinto que uma parte minha morreria se você morresse.

— Você pode ser meu guarda-costas, com um vampiro ao meu lado, vai ser difícil morrer.

— Não somos super-heróis Jenn.

— Deixe eu pensar que são.

— Está tarde, você deveria tentar dormir um pouco.

— Estou com medo de fechar os olhos. – meu olhar se fixa no teto, as lembranças de hoje aflorando em minha mente – Mas que merda! – escondo meu rosto com as mãos – Eu sou uma garota durona, e estou me cagando de medo de dormir!

— Até os durões tem medo às vezes. É normal. – sua voz soa mais perto, de repente sinto algo subindo na cama, olho para o lado e lá está ele, muito próximo de mim, mas o mais longe possível que a cama permite que esteja – Se incomoda?

— Não. Me sentiria mal por você ficar como estátua a noite toda na cadeira.

— Posso fazer algo em você que ajudava Reneesme a dormir?

— Claro.

Sua mão começa a acariciar meus cabelos, suavemente, penso que isso não me faria dormir, já que seu toque me despertava, mas em poucos segundos a escuridão tomou conta de meu olhar.

Acordei na manhã seguinte deitada sobre o peito de Edward, por um momento me assusto, mas que diabos eu estava fazendo? Com um pulo levanto da cama.

— Você estava muito agitada durante a noite. – explica ele – Só se acalmou quando puxei você para perto de mim.

— Ah... – sinto meu rosto corar, passo a mão pelo meu cabelo espantado – Você deve estar tendo uma ótima visão neste momento.

— Com certeza estou. – ele sorri.

— Jennifer, está falando com quem? – a voz de minha mãe soa do outro lado da porte.

— É a TV mãe. – respondo.

— Não acredito que você está acordada assistindo TV e não se arrumando para a escola.

— Já vou descer para o café. – reviro os olhos, depois que seus paços se afastam, Edward diz:

— Vou para minha casa, assim dou um tempo para você se arrumar.

— Um tempo para eu me arrumar?

— Sim, hoje vou te levar para a escola. Não quero você andando sozinha pela cidade.

— Obrigada. – sorrio.

Me arrumo em pouco tempo, sem saber que horas ele chegaria. Ansiosa como estava, resolvi esperá-lo lá fora, vejo que ele está parado no gramado. Me aproximo, droga, era minha mente ansiosa me pregando peças, é outra pessoa, um adolescente de aproximadamente vinte anos, os cabelos eram escuros e os olhos azuis, e era tão bonito quanto Edward.

— Desculpe estar assim, parado feito uma estátua em seu quintal. – diz ele se aproximando de mim – Sou Logan Fel, seu novo vizinho. – cumprimento-o.

— Bem vindo a vizinhança Logan. Sou Jennifer Fanning.

— É um prazer conhecê-la, jovem donzela. – ele se curva diante de mim.

— Donzela. – rio – Estou longe de ser uma donzela. É novo na cidade?

— Sou sim, como soube?

— Minha mãe é a melhor amiga da fofoqueira da cidade, e ela sabe de cor o nome e sobrenome dos habitantes de Klarkley City.

— Melhor ficar longe dela então, ou serei a primeira notícia do jornal de amanhã.

— É uma boa ideia. O que o traz até Klarkley City?

— Diversão. – ele sorri – Comida.

— Desculpe decepcioná-lo, mas você veio ao lugar errado.

— Não, acho que estou no lugar certo. – por um tempo ele olha fixo para mim, em seguida seu olhar vaga rua a baixo – Foi um prazer conhecê-la, a varei em breve.

Sem esperar uma resposta, ele sai andando. Mal ele sai, e o carro de Edward para em frente a minha casa, ele salta do carro todo apressado.

— Você está bem?

— Hum, sim, porque não estaria?

— Vamos, entre no carro. – ele me pegou pelo cotovelo e conduziu-me apressadamente até o carro.

— O que foi?

— O que aquele homem queria?

— Era meu vizinho novo. Acho que só queria se apresentar.

— Jennifer, mantenha a distância dele. Já estou começando a achar que você é um radar para problemas.

— Sam sempre disse isso. Mas que problema meu vizinho de vinte anos poderia me causar?

— Ele é um vampiro Jenn.

Lembro de suas palavras e congelo. Diversão. Comida. Edward estremece ao meu lado, com certeza leu meus pensamentos. Edward me busca e me leva a todas as minhas aulas, como se Logan fosse pular na minha frente no corredor apinhado de gente e sugar meu sangue. Fico o tempo todo pensando se Logan seria realmente um perigo, e no final da aula, acho que de tanto pensar nele, o atrai para mim.

Ele estava no estacionamento, conversando com Angeline e Destiny. Corro na direção delas com Edward ao meu lado.

— Meninas, ai estão vocês! Precisamos ir para casa, agora, emergência feminina.

— Jenn! – exclama Dés animada – Vá com calma, estamos conversando com seu novo vizinho.

— É um prazer revê-la. – diz ele, não respondo.

— Podemos ir meninas? Preciso muito da ajuda de vocês.

— Seja o que for, pode esperar até amanhã, - responde Angy – Logan vai nos levar para jantar.

— Você vai trair o pacto divino entre nós?

— Não existe pacto divino entre nós. – ela ri – Qual é, não é sempre que Klarkley City recebe moradores novos, ainda mais com bom gosto. – ela da tapinhas em meu ombro – Edward pode te ajudar.

— Dés, explique para ela que eu preciso de vocês. – coloco ênfase na palavra preciso.

— Foi mal Jenn, - responde ela – mas abriu um restaurante novo, e Logan prometeu pagar o jantar. – aquele olhar estava em seu rosto, ela foi fisgada por Logan, nada que eu dissesse faria ela, ou Angy mudar de ideia.

Eu não deixaria as duas sozinhas com um vampiro cujo motivo de sua vinda a Klarkley City é diversão e comida. Ainda mais quando vão jantar, e Angeline e Destiny podem ser o prato principal, ou a sobremesa.

— Então Edward e eu vamos juntos. – sorrio, Logan não gosta muito da ideia.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentários movem a fanfic a diante! Obrigada por sua leitura ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Anoitecer" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.