Angeline e Destiny já estavam dormindo, eu estava sem sono. Minha vida era tão normal a dois dias atrás, agora aparece um homem perfeito em minha vida, que é ou vampiro, ou louco. E nenhuma das duas opções de quem é Edward Cullen são boas. Nenhuma.
Eu me virava de um lado para o outro na cama, mas Edward não saia de minha mente. Ele pode ler a minha mente. Não apenas a minha, mas do mundo tudo. Me revirei de novo e meus pés roçaram o meu IPod, levantei as cobertas e o peguei, eu simplesmente o tinha jogado ali quando chegamos. Ele ainda tinha bateria, percorri minha longa lista de musicas, passando por Never Gonna Be Alone, Robot, Kiss & Tell, e parando em Sober.
Tentei fazer com que a musica entrasse em minha mente e me fizesse esquecer os últimos dias, mas eu ainda estava perturbada com tudo o que aconteceu, com toda a conversa com Bella e a dor que sentia dentro de Edward. Levantei da cama, jogando o IPod de qualquer jeito em cima da cômoda, peguei minha bolsa, dentro dela estava meu diário de capa rosa estrelada. Sentei na cama com meu diário em mãos, acendi o abajur, comecei a resumir os últimos dias e tudo o que Edward e sua suposta vampirise causam em mim.

Não sei bem quando adormeci, só sei que acordei com o rosto manchado de caneta. Olhei para o relógio, ainda era cedo. Hoje era nosso último dia em Forks, Edward provavelmente já sabia disso, então esperava por uma visita sua.

— Vamos embora! – Brandon abre com força a porta de nosso quarto, fazendo-a bater na parede, acordando as meninas que ainda estavam em um sono profundo.

— Como assim vamos embora? – pergunto – Combinamos que só iríamos amanhã.

— Brad você quase me matou do coração! – reclama Dés.

— Eu sei, minha mãe ligou ontem a noite, querendo que eu voltasse. Problemas de família.

— Está tudo bem? – pergunta Angy – Ninguém está morrendo, não é?

— Você só pensa em morte, Angeline! – Sam entra no quarto atirando sua mochila no rosto da garota, e pulando na cama de Destiny, amassando-a no processo.

— Não, está tudo certo. Nós já estamos prontos, estaremos no carro esperando por vocês.

Sem mais delongas Brendon sai do quarto, Samuel hesita, mas o segue como um cachorrinho. Não tenho tempo de reclamar, e de repente minha despedida romântica com Edward vai por água a baixo. Talvez nunca mais o veria, por culpa de Brandon, mas nada posso fazer se ele quer voltar para casa, estávamos de carona com ele.

Arrumo tudo lentamente, tomo um banho só para me atrasar, Brad ficaria furioso, e ele fica muito engraçado quando está furioso. Com tudo pronto desço as escadas do hotel, lá fora no estacionamento a um volvo parado, Edward e Bella estão encostados no capo do carro. Olho para Bradon e o vejo extremamente furioso.

Eu disse que ele ficava engraçado quando estava furioso? Acho que me enganei.

— Olá Jenn. – diz Bella assim que me aproximo – Fugindo sem se despedir.

— Não é isso... – engasgo de vergonha – Brandon precisa voltar hoje, assuntos de família.

— Claro que ele precisa.

— Mas como vocês sabiam? – pergunto.

— Alice previu que você estava indo embora. – responde Edward – Gostaria de me despedir adequadamente. – vejo tristeza em seu olhar, tenho vontade de abraça-lo ali mesmo, e socar a cara de Bella por tê-lo magoado. Ele dá risada.

— Você tem que parar com isso. – digo a ele, sei que sua risada foi pelo que pensei.

— Eu cuido disso. – o olhar de Bella se foca em mim – Pronto, agora ele não pode mais ler seus pensamentos. – Edward estremece.

— Obrigada, Bella. – Brandon buzina, impaciente, ouço quando Dés o atinge com um tapa – Bom, acho que preciso ir. Foi um prazer conhecer vocês.

— O prazer é todo nosso. – Bella sorri ao me abraçar – Quando quiser nos visitar, sabe aonde nos encontrar.

— Claro. – sorrio. Abraço Edward e sinto seu corpo enrijecer, ele não esperava por isso – Obrigada por tudo, Edward.

— Eu que agradeço, Jennifer.

Corro na direção do carro, Brad estava muito impaciente, mal entro e ele já acelera. Vejo quando Edward da um soco no vidro do carro, e o mesmo se estilhaça. Não é apenas o vidro que se quebra, tanto Edward como Bella estão com uma expressão terrível. Deve ser difícil olhar para Edward todos os dias sabendo que partiu seu coração.

Não  morávamos muito longe de Forks, nossa pequena cidade, Klarkley City ficava a três horas de viagem. E então trocamos a paisagem chuvosa de Forks, por outra paisagem igualmente chuvosa e mais sombria. Klarkley City era rodeado por montanhas, o que dificultava a chegada do sol a cidade, em grande parte do ano o tempo ficava fechado e chuvoso. Raramente havia sol nessa minúscula cidade.

Sou a primeira a ser deixada em casa. Uso minha chave para abrir a porta, passo por meus pais adotivos e vou direto para meu quarto. Eles mal disseram oi, nem perguntaram como foi o passeio ou porque ligaram para eles dizendo que eu havia sumido. Eles nunca me maltrataram, na verdade me amavam muito quando me adotaram, minha mãe recebeu um diagnóstico de que era infértil, então eu fui sua filha por longos dois anos. Era tudo perfeito, até ela engravidar. Todo o amor recaiu sobre Grace, a filha de verdade deles, e eu fui jogada para escanteio. Nada nunca foi me negado, até recebia uma pequena mesada, e tudo o que Grace ganhava, eu também ganhava. Mas faltava amor, afeto e carinho, coisas muito mais importantes que o dinheiro ou bem materiais.

Passo o resto do dia brincando com Grace, apesar de tudo, ela me adorava. No dia seguinte fui para escola, encontrei Dés toda animada, pulando de um lado para o outro.

— Está com pulgas Dés? – pergunto a ela.

— Tem alunos novos Jenn! – ela sorri alegremente – Diz que tem uns quatro, QUATRO meninos novos.

— Destiny, você é muito tarada. Vamos, temos aula de educação física. – estou prestes a entrar na escola quando ela solta um gritinho de emoção.

Olho para o estacionamento cheio, e vejo um conversível vermelho e um jeep verde entrarem. Quando estacionam e todos saem do carro, posso ver melhor seus rostos. Eram os Cullens e os Halle. Eles eram os alunos novos.