A Pedra de Gelo e Fogo escrita por Letícia de Pinho da Silva


Capítulo 2
Capítulo Um




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– Lilían Luna Potter. – disse um homem de cabelos negros e um pouco rechonchudo, que Lilían logo reconheceu se tratar de Neville Longbottom, professor de Herbologia.

A Potter caminhou lentamente até a frente do salão comunal, a diretora Minerva McGonagall se endireitou e sorriu, ao ouvir mais um sobrenome Potter se juntar a Hogwarts.

Lilían se sentou no banquinho e esperou o professor colocar o chapéu seletor em sua cabeça. Ela repetia as mesmas palavras que seu pai disse, há muitos anos atrás.

“Sonserina não, Sonserina não, tudo menos Sonserina”

– É sempre bom ter uma Potter perambulado pelos corredores, espero que não seja tão curiosa quanto o pai. – disse uma voz que apenas Lilían conseguiu ouvir, o chapéu seletor – Grifinória! – gritou então o chapéu, anunciando sua escolha para a pequena Potter.

Aliviada, Lilían se dirigiu para a mesa de sua casa, ao som de palmas. Cumprimentou a prima Rose e sentou-se ao lado dela e de Thiago, seu irmão mais velho.

Todos se silenciaram quando ouviram o nome Hugo Wesley ser chamado para a seleção. Ao contrário da prima, Hugo estava tranqüilo, meio saltitando, meio caminhando, se dirigiu ao chapéu seletor.

– Grifinória!

Alegre, Hugo deixou o banco e dirigiu-se a mesa de sua casa, sendo recebido por Rose com um grande abraço aliviado, pois a mesma tinha medo de o irmão, nada corajoso, fosse colocado em Lufa-Lufa.

Era quase como uma regra, os Potters e os Wesley sempre devem ficar juntos na Grifinória, enquanto os Malfoys que passassem por Hogwarts, teriam como estadia a Sonserina.

– Estou louco para ver que tipo de comida tem em Hogwarts. – disse Hugo, esfregando as mãos uma na outra.

– Hugo, você só pensa em comida. – disse Rose, balançando a cabeça de um lado pra outro, em um gesto de negação.

– Ele é seu pai em vida, - disse Thiago – enquanto você é a sua mãe, da cabeça aos pés.

Após todos os alunos novos terem colocado o chapéu seletor, e estarem acomodados nas mesas de suas respectivas casas, Minerva levantou-se para seu pronunciamento.

– Bem vindos a mais um ano letivo, jovens Bruxos e Bruxas. E aos alunos novos dou minhas mais sinceras, e alegres, boas vindas. Que sejam todos bem acolhidos nesta escola – dizia ela, Thiago não deixava de notar, que a cada ano o cabelo de Minerva ficava mais branco – que encontrem carinho, sabedoria e aventuras, mas sempre com um bom senso. Devo avisá-los que a floresta negra, é proibida para todos os alunos, sem exceção. Perambular pelos corredores após o toque de recolher, não será perdoado, há sempre muitos banheiros que precisam ser esfregados. – Minerva sorriu, exibindo seus dentes brancos – É bom ver a escola cheia e reerguida. Depois da batalha, das perdas, nos reerguemos mais forte do que nunca, com o amor que nos une e fortalece, e que ele nunca morra! Que Merlin esteja com vocês.

Com uma salva de palmas, Minerva se sentou, a diretora sempre sentia um aperto no coração, todos os anos em que ela falava seu discurso de boas vindas, pois ela lembrava de Alvo Dumbledore, seu colega e amigo, de quem ela sentia falta.

Aliás, todos sentiam falta do antigo diretor, para Harry Potter ele havia deixado um espaço vazio em seu coração.

Mas Harry Potter colecionava muitos espaços vazios, por todas as pessoas que perdera em todos esses anos. A alegria que sua família traz, vem cobrindo esses buracos aos poucos.

– Venha Lí, quero te mostrar uma coisa. – disse Thiago se pondo em pé, logo após a irmã ter terminado de jantar.

– Hey, eu também vou. – disse Hugo se levantando rapidamente.

– Hugo! – reclamou Rose – Olhe os modos! Você deve pedir de novo.

Revirando os olhos, Hugo perguntou:

– Posso ir junto, Thiago?

– Claro Hugo. – respondeu o garoto mais velho.

Lilían se levantou, ajeitando a saia que estava um pouco grande para ela. Disse a Rose que a encontraria no salão comunal, e partiu atrás de Thiago. Lilían e Hugo eram conduzidos pelos corredores, ambos olhando de um lado para o outro, absorvendo a atmosfera e a beleza do castelo.

Thiago os levou até os jardins do castelo, onde uma pequena estrada conduzia até um monumento que ficava no topo de uma pequena colina, abaixo dela, lá longe, se encontrava a floresta proibida e uma pequena casinha, que Hugo julgou ser muito assustadora de morar, por causa da sua proximidade com a floresta proibida.

O monumento se tratava de uma pedra grande, no topo estava escrito, “Em homenagem a todos que morreram na batalha de Hogwarts”, em baixo vinha uma série de nomes, muitos desconhecidos para Lilían e Hugo, mas outros, como Fred Wesley, Remo Lupin, Ninfadora Tonks...

E por falar nesses dois últimos, ali esta Teddy Lupin, colocando uma flor na base do monumento, em meio a tantas outras. E não era apenas flores que se encontravam ali, fotos, velas, e até mesmo um ursinho.

– Como está Teddy? – perguntou Thiago quando se aproximou.

– Estou bem Potter, e você? – respondeu Terry se virando – Olá Lilían, Hugo. – cumprimentou ele, assim que viu os outros dois, que acenaram animados e desviaram sua atenção para o monumento.

– Graças a Merlin, estou bem. Todo ano, no primeiro dia em Hogwarts, te vejo aqui, trazendo flores.

– É incrível, Thiago, como podemos sentir tanta a falta de uma coisa que não lembramos. – disse ele, enxugando algumas lágrimas que haviam escapado de seus olhos.

– É porque isso deixa um vazio em nós, - respondeu Potter – um vazio que não pode ser preenchido.

– Seu pai, tem sido um pai pra mim. – disse Teddy, exibindo um sorriso fraco – E nossas histórias começaram do mesmo jeito. Meus pais morreram por culpa de Voldemort, fiquei órfão quando bebê, assim como seu pai.

– E está destinado a grandes coisas também, Teddy.

– Isso é lindo. – disse Lilían, interrompendo os dois – Quero dizer, não as mortes, é claro. Mas essa homenagem, mesmo simples é linda.

– Se não fosse por eles, - disse Teddy se aproximando dela e colocando sua mão no ombro de Lilían – talvez não estivéssemos aqui.

– Eles foram corajosos. – disse Hugo – Papai vive falando de Fred, mesmo não o conhecendo, o amo. Ele era muito engraçado.

– George nunca mais foi mesmo, não é? – perguntou Teddy.

– Papai diz que não. – respondeu Lilían – Travessuras e brincadeiras não faziam mais sentido para ele, sem o irmão.

– Também quero trazer uma flor aqui. – disse Hugo – Para Fred, e seus pais também tio Teddy.

– Por favor Hugo, não me chame de tio. Eu não sou tão velho. – respondeu ele rindo, tirando a varinha da cintura, conjurou um ramo de flores, que entregou a Hugo – Tome pequeno.

– Obrigado ti... Quero dizer, Teddy! – animado, Hugo colocou a flor ao lado da de Teddy. Era incrível como o garoto se espelhava em Teddy, e era bom que Teddy estivesse preparado para ter uma sombra extra o acompanhando pelos corredores, pois Hugo não o deixaria em paz.

Em silêncio, os quatro observaram o monumento, pois ele representava, a cima de qualquer coisa, a cicatriz deixada não apenas em Hogwarts, mas no mundo da magia também.

Muros podem ser reconstruídos, castelos reerguidos, mas as pessoas que perdemos nunca retornarão.


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Notas finais do capítulo

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