Parte de mim - Clato escrita por Wednesday Addams


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Oiee!
Antes de tudo eu queria agradecer as garotas que comentaram o Prólogo!
Thank you Lindas!!

Enjoy :)



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10 anos depois...

Pov Cato

Passei as mãos pelo cabelo de novo, os deixando mais bagunçados do que já estavam. Minha cabeça latejava e eu sentia que não conseguiria aguentar mais nem um segundo dentro daquele escritório. Afrouxei a gravata e olhei o relógio na minha mesa. Mais um minuto. Só mais uma estúpida volta desse maldito ponteiro e eu estaria livre. Vi o ponteiro chegar ao número doze e sorri, como se aquela fosse a melhor notícia que eu poderia receber no dia de hoje.

E realmente era.

O que mais eu poderia esperar dessa minha vida vazia?

Saí da minha sala e dei de cara com Delly, minha secretária.

– Cato! Eu já ia avisá-lo de que já estou indo. – Ela sorriu de maneira meiga e eu lhe dei um dos meus melhores sorrisos, afinal Delly era realmente uma ruiva gostosa.

– Quer uma carona, Delly? – Perguntei de modo inocente e ela apenas negou com a cabeça. Tentei esconder minha careta de decepção, mas não consegui fazer isso a tempo.

– Não fique assim. – Ela riu de leve e pousou a mão em meu ombro. – Eu combinei de sair com algumas amigas e elas vêm me buscar.

– Tudo bem então. Até amanhã, Delly. – Sorri pra ela e acenei de volta, quando a mesma me deu um tchauzinho ao sair do elevador.

Fui até o meu carro no estacionamento e parti em direção ao meu apartamento.

Apesar de o transito de Nova York sempre ser uma loucura, hoje ele estava calmo. Aproveitei meu momento sozinho com meus pensamentos e me permiti pensar em coisas bobas como por exemplo o fato de Marvel ter me pedido que o ajudasse a arranjar uma secretária que não tivesse a intenção de transar com ele.

Marvel é meu melhor amigo desde a época do ensino médio, quando começamos a ter aula de história, física e álgebra juntos. Ele era horrível em todas as matérias, mas hoje é dono de um dos melhores restaurantes que eu já conheci. Ele é um chef e tanto. Nunca direi isso em voz alta.

Passei em frente a uma boate que ficava no caminho de casa. Nunca nem sequer tinha notado que tinha uma boate ali. Traria Marvel ali um dia.

Diminuí a velocidade e observei o local. Tinham adolescentes que provavelmente usavam identidades falsas, mulheres com corpos maravilhosos e roupas extremante curtas e homens aparentemente bêbados. Nada de mais.

Vi uma mulher ser puxada bruscamente por um homem e ser arrastada contra a vontade pra longe da aglomeração de gente. Ela parecia se recusar a acompanhá-lo, mas o mesmo seguia puxando seu braço e gritando com ela algo que eu não conseguia entender. Estacionei o carro e desci, correndo em direção aos dois.

O homem a prendia contra a parede do beco, gritando com a garota, enquanto a mesma permanecia apertando os olhos fechados, com o rosto banhado em lágrimas.

Puxei o homem e lhe desferi um soco no queixo, fazendo com que o mesmo cambaleasse pra trás. Ele tentou vir pra cima de mim, mas eu fui mais rápido e bati em seu rosto de novo, fazendo com que o mesmo caísse no chão.

A garota ao meu lado estremeceu ao ver o homem loiro gemer e xingar no chão, enquanto rastejava pra longe de mim.

Olhei na direção da garota de cabelos negros que sorria de maneira agradecida.

– Venha, vamos sair daqui. – A tirei de perto do local e fomos pra perto do meu carro, parando embaixo de um poste de luz.

– Obrigada. – Sua voz estava rouca e baixa, mas não pude deixar de notar o quanto sua voz é bonita. Assim como a dona.

Apesar de baixinha, a garota tinha um belo corpo, em evidência nas roupas coladas que ela usa. Os cabelos negros deveriam estar presos em algum penteado antes, mas agora eles estavam meio bagunçados, provavelmente culpa daquele cara.

– Quem era aquele cara? – Perguntei sério. Ela me olhou e eu vi o quanto seus olhos eram lindos: verdes e penetrantes.

– Era meu ex-namorado. Gloss. – Ela retorceu o rosto ao mencionar o nome. – Eu tenho fugido dele faz tempo, mas ele sempre me encontra!

Ela se irritou e seus olhos exalavam fúria. Esses mesmos olhos que por algum motivo me dão uma sensação de conforto que não sinto há tempos.

– Você tá aí, abrindo o coração pra mim e nem sabe meu nome. – Ri e ela me acompanhou, se acalmando. – Sou Cato Ludwig.

Ofereci minha mão pra ela, mas a mesma me encarou surpresa.

– C-Ca-Cato? – Ela gaguejou e olhou pra mim de maneira mais intensa e vi seus olhos brilharem em reconhecimento. Agora eu to confuso. – Oh meu Deus! Cato! Sou eu, Clove!

Minha cabeça deu um giro e eu me vi olhando nos olhos verdes da garotinha que foi minha melhor amiga por anos, que chorou quando descobriu que eu iria me mudar, com quem eu dei meu primeiro beijo.

Sorri e a abracei, escutando uma risada desacreditada da mesma.

– Clove! Eu não acredito que é você! Senti tanto a sua falta!

Ela me abraçou apertado, mas logo me soltou. Senti uma estranha sensação de vazio ao não ter mais o corpo pequeno perto de mim.

– Como você está? E a sua mãe? No que você trabalha? Vamos, vamos! Quero saber de tudo! – Sorri com sua animação. É bom saber que ela não mudou tanto.

– Minha mãe está bem, mora em um chalé a cerca de 2 horas daqui. Ah! E eu sou empresário agora. – Sorri de maneira convencida, do mesmo jeito que eu fazia quando era criança. Clove riu. – Mas e você? Você está bem?

O sorriso de Clove murchou e uma sombra tomou conta da animação em seus olhos.

– Ah, Cato. Minha vida virou de cabeça pra baixo depois que você foi embora. – Ela suspirou e eu me escorei no meu carro, sendo imitado por ela. – Meu pai piorou muito e logo começou a me transformar no que sou agora.

Seus olhos vagaram em direção a algo atrás de mim e me virei pra ver. Uma mulher conversava de maneira provocativa com um velho, que a puxou pela mão até seu carro. Foi fácil entender o que estava acontecendo e me virei pra Clove, que se mantinha séria. Eu queria abraçá-la, mas me conti.

– Eu não podia fazer nada, ele ameaçava tanto eu quanto a minha mãe. – Ela respirou fundo, e pareceu lutar contra as lágrimas. – Eu não podia deixar que ele a machucasse, então obedecia.

Clove parecia esgotada, e eu segurei sua mão, exatamente como fazia há dez anos atrás, quando queria lhe passar conforto.

– Não precisa falar mais por enquanto. Temos tempo. – Sorri compreensivo e ela retribuiu. – Me diz onde você mora e eu te levo.

Ela deu uma risada baixa e olhou pra mim com um sorriso divertido.

– Eu não te vejo há dez anos, mas mesmo assim ainda confio completamente em você. – Sorri e abri a porta do carro pra ela.

– Eu não consigo me imaginar te tratando como uma estranha.


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Notas finais do capítulo

Comentem!!



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