Totalmente Opostos escrita por Mari, Miimi Hye da Lua


Capítulo 1
Expectativas Um Tanto Quanto Ruins


Notas iniciais do capítulo

Hey! Então, sentiram falta da Totalmente Opostos? O que acharam da ideia de repostar a fic? Eu fiz com todo o carinho do mundo pra vocês, por isso, boa leitura!



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And I forget just why I taste, Oh yeah, I guess it makes me smile

O refrão exageradamente alto ecoava pelos meus ouvidos. Tal era o transe em que eu estava, que, de olhos fechados tamborilava os dedos no assento da poltrona no mesmo ritmo da batida contagiante(igualzinho aquele drogadinho do Lost, o Chales). Parecia que nada mais existia, apenas eu e a música barulhenta e agitada, que por mais irônico que seja, me acalmava.

Senti um cutucão no meu ombro. Tirei os fones irritado, pronto pra soltar um: ''Qual é? Não se pode ter paz nem nessa droga de avião''. Mas em vez disso, o sorriso mais malicioso de todos se formou no meu rosto ao me deparar com uma aeromoça boazuda com um uniforme bem justo no corpo me lançando um olhar parecido com o meu, ou seja, nada inocente.

–Deseja alguma coisa senhor? - sua voz era aveludada e deu pra perceber que ela fazia um esforço para que soasse demasiadamente sexy.

Reparei bem nela, alta, esbelta, tinha a pele em um tom mais claro, porém não pálida. Seu rosto era levemente coberto por belas sardas, que pareciam se encaixar perfeitamente com seus olhos de um castanho intenso e seus cabelos que eram ruivos e chamavam atenção mesmo estando presos em um coque.

Sorri bem travesso.

–Hum... parece que eu fiz bem em escolher uma companhia aérea que oferecesse um serviço completo - esse momento era decisivo, depois da cantada eu podia levar um belo toco, mas na maioria das vezes o meu charme(convencido eu sou né?)falava mais alto e elas se rendiam. Com essa aí não foi diferente, vi um sorriso brotar em seus lábios.

–Fico feliz que esteja satisfeito senhor - com aquela sua exclamação eu tive a confirmação de que ela era uma vadia. Mas fazer o que? É quase impossível resistir a essas covinhas aqui.

–Por enquanto eu não quero nada doçura - dei uma piscadela que fez com que ela soltasse uma risada. Retribuiu a minha piscada e sussurrou:

–Se precisar de qualquer coisa é só chamar - dizendo isso se virou e começou a empurrar o carrinho pelo corredor estreito do avião. Meu sorriso dobrou de tamanho ao perceber a ênfase que ela deu no ''qualquer coisa''. Se todas as garotas de Buenos Aires fossem como aquela mulher eu estava feito.

Precisava de uma coisa dessas pelo menos a meu favor. Uma pessoa de hábitos noturnos não ficaria muito contente em ter de se mudar de Nova York, a cidade que nunca dorme, pra Buenos Aires, ainda mais se tivesse que morar com seu pai quadrado. Bom, mas eu acho que dessa vez eu devia ter passado da conta, quando eu não passo aliás?

Meus pais se divorciaram quando eu era criança, eu e minha mãe fomos morar em Nova York. Não tive uma infância muito saudável. Sem uma figura paterna, mas apenas uma mãe que vivia a base de compras exageradas e antidepressivos, fiz o que quis. Aprontei de tudo, coisas que não valem a pena nem citar, só posso dizer que era o diabo em pessoa.

A gota d'água pra minha mãe foi eu repetir de ano pela segunda vez seguida e logo depois achar maços de cigarros dentro da minha gaveta de cuecas. Calcule isso. É isso mesmo colega, eu estava ferrado. Mas em vez de fazer como todas as vezes e me dar um sermão, tirar o cartão de crédito por um mês(devolvê-lo em uma semana), minha mãe agiu como uma cretina desalmada apelando pro meu pai. E fui comunicado a uma semana que iria ''passar uns tempos'' com meu o ditador.

Não entendi se ela estava querendo férias de mim, ou que alguém me consertasse. Provavelmente tinha cansado de lutar contra algo irremediável, porque é isso que o meu jeito delinquente de ser é, irremediável. Faz parte de mim, e não é por nada no mundo, muito menos um papaizinho metido a autoritário que ia querer me endireitar que isso aconteceria. Não dizem que quem anda na linha o trem esbagaça?

Preferia aproveitar ao máximo a vida nesse instante, já que o futuro é incerto e não nos pertence. Devemos desfrutar aquilo que estava ao nosso alcance, ou seja, o que poderíamos fazer agora.

A única coisa que eu queria era perambular por aí com minha moto a 100 km/h, era a única coisa que me dava a sensação de liberdade que eu tanto adorava.

Me afundei na poltrona e recoloquei os fones. A música que tocava era do mesmo estilo das outras, barulhenta e agitada, onde se gritava mais que cantava. A última coisa que eu vi antes de fechar os olhos e voltar ao meu transe foi a ruivinha, ruivinha não, ruivona, me encarando com aquele mesmo sorrisinho cínico e descarado. Com um movimento pequeno, quase imperceptível, curvei os lábios e abri um minúsculo sorriso no rosto, e ao fechar os olhos comecei a imaginar como ela seria na cama.

Não fique chocado, esse era eu, León Vargas, a definição em pessoa da palavra canalha.


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Notas finais do capítulo

Então? Estou aprovada? O León é um cafajeste né? Rsrsrs. Desculpe por estar curto ou chatinho, é como se fosse a introdução ou o prólogo. Estou muito insegura, por isso peço a colaboração de vocês com seus reviews, me comprometo a responder todos ok? Muito obrigado por lerem, beijos :) ♥