Oi De Novo! escrita por katnissberry


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Por favor, comentem qualquer dúvida!



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Seus olhos castanhos estavam fixados naqueles verdes em sua frente. Amora se soltou dos braços de Bento.

–Ah, desculpa... Eu... Nossa! Quanto tempo...

–Nem me diga. –ele disse sem graça. –Você ta... Linda.

–E, você... Ta muito bem. –ela disse lembrando que estava noiva.

Amora olhou bem para o menino: blusa lisa, meio despojada, calça simples e cabelo longo e cacheado, com uma leve barba. Ele estava lindo, e era muito difícil pra ela não admitir isso. Seu sorriso simples e simpático, era o último toque para ele se tornar o menino perfeito. Mas é claro que para Amora perfeição não bastava, ela queria mesmo saber como estava sua conta bancária e sua relação na mídia, coisas que não favoreciam o rapaz.

–E então? –disse Amora quebrando o gelo. –Como é que ta você, a sua vida...?

–Bem. Eu abri uma sociedade de flores na casa verde, e o tio Gilson me ajudou bastante com isso.

–Tio Gilson? Você não foi adotado?- disse Amora depois percebendo a fala de educação que tinha cometido.

–Não, mas achei até melhor, sabe? Assim eu pude ficar com os meus verdadeiros pais: o Tio Gilson e a Tia Salma.

–Mas você nunca se interessou em descobrir quem são realmente seus verdadeiros pais?

–Não... Eu estou feliz desse jeito mesmo... Mas agora me fala de você!

Ele olhou de cima a baixo pra ela: vestido prateado salto de brilhantes que deveriam ter custado uma nota e cabelo arrumado. Ela estava em forma, e realmente bonita. Sua maquiagem impecável e seu sorriso sem graça dava um ar de menina.

–Eu to bem. To na capa de metade das revistas desse mês, eu virei apresentadora do Luxury, e é claro: To noiva!- ela disse sorrindo.

–Noiva?-ele disse assustado.

–É, na verdade você veio entregar as flores da minha festa de noivado.

–Ah, desculpa! Aonde eu ponho?

–Vem cá. –ela disse andando pelo jardim, com Bento segurando uma caixa de flores logo atrás. –Pode por ali.

–Ok.

Ele botou e se virou para Amora.

–Quanto deu?-ela perguntou pegando o talão de cheque de cima de uma mesa com sua bolsa e seu celular.

–Nada, esse é o meu presente para os noivos. –ele disse sorridente.

–Que isso, eu pago.

–Não, eu faço questão.

–Poxa... Obrigada! Então nos vemos daqui a pouco, certo?

–Como assim?- ele perguntou assustado.

–Ué, na festa, ora...

–Festa?

–Claro! Você é o meu convidado. Daqui à uma hora, aqui mesmo.

–Então eu venho sim, até mais. –ele disse entrando na vã.

–Até. –ela falou acenando, e logo depois dando um sorriso apaixonado.

Ela ainda sentia uma forte atração, que os dois tinham desde pequenos.

...

–O que houve, Malu?- perguntou Luz olhando pra cara triste da irmã.

As duas estavam sozinhas no quarto, Cida tinha acabado de sair, e Luz de entrar.

–Nada, não Luz.

–Fala sério, Malu! Você ta triste por causa da Amora?

–Não... –ela disse olhando pra tela do celular em suas mãos.

–Peraí!- disse Luz indo pro lado da irmã e vendo o que ela estava admirando na tela do IPhone. –Maurício? Não acredito! Você é afim dele?!

–Luz! Luz! –ela disse tentando tirar o celular da mão da irmã.

–Você tava vendo as fotos dele?

–Fala baixo!- disse Malu arrancando o IPhone das mãos de Luz.

–Eu não acredito! Vocês vão dar um casal lindo!

–É... Isso se o Maurício fosse solteiro, né?

–Você ta preocupada com a Amora? Malu! Você tem muito mais coração que ela!

–Mas não é ela que me preocupa Luz...

–Então quem é?- ela disse se sentando na cama ao lado da irmã.

–A Cida veio aqui agora mesmo se arrumar comigo. Eu emprestei um vestido, ajudei a arrumar a maquiagem, o cabelo... Mas a gente começou a conversar, sabe? Ela me contou que conhecia o Maurício a muito tempo. Ele tinha sido abandonado pelos pais, e criado por uma moça que o achou. Eles tinham dinheiro, mas aí a moça perdeu o marido e começou a gastar todo o seu dinheiro em compras por pura tristeza, mas depois resolveu se mudar pra Casa Verde, onde o irmão dela, o tio Gilson trabalhava, mas isso logo depois da Amora ser adotada, ou seja, ele e a Cida cresceram juntos.

–Mas eles podem ser só amigos.

–Foi isso que eu pensei até ela me dizer que ele gostava muito dela, até se meteu em algumas confusões com o Fabinho, aquele garoto que eu disse que tava no lar do tio Gilson quando fomos pegar a Amora, sabe?

–Mas se ele ta com a Amora...

–Os dois não veem a um ano, e você sabe como a Amora é manipuladora...

–Mas olha... –ela disse se aproximando. –O Maurício vai perceber que você é a garota certa pra ele.

–Mas a Cida tem um coração tão bom...

–Ela gosta dele?

–Não...

–Então pronto! Agora desce lá e arrasa.

...

Enquanto isso, Maurício e Cida botavam o papo em dia.

–E então... Vivendo a vida de empreguete?-ele disse rindo de leve.

–Pois é... E você agora é um playbinha?- ela disse sorrindo, lembrando que toda vez que ele via um rico na rua chamava assim. Mas na época que o rico era um simples pixador, e o Maurício era Rodinei.

–Como eu mudei Cida... –ele disse brincando. –Eu não sou mais aquele cara com passagem na policia por causa de pixo, aquele que puxa briga com os meninos arrumadinhos na saída da escola, usa um gorro bem encardido e calças sempre sujas de tinta.

“Ah meu deus!” pensou Cida. “Esses eram exatamente os motivos de eu não namora-lo quando éramos pequenos!”

–Mas tem uma coisa que eu penso exatamente como antes. –ele continuou. –O mundo dos ricos é pobre.

Cida deu um sorriso desajeitado.

–Continua desenhando? –ela perguntou.

–Trabalho com isso. Sou responsável pela parte artística e gráfica das propagandas lá na Class Mídia.

–Que legal... –ela disse se derretendo pelo menino, mas nem tanto quanto ele estava por ela.

–Mau! –gritou Amora de longe. –Vem cá!

–Já volto, Cida.

Assim que ele saiu, Malu se aproximou da menina.

–E então... Acha que ele continua o mesmo?

–Não... –ela disse sorrindo. –Ta ainda melhor! É como se todos os seus pontos negativos tivessem acabado, sumido...

–Quer dizer que você ta afim dele? –disse a loira sorrindo, mas por dentro torcendo pelo “NÃO” dela.

–Não, sabe... Tem uma pessoa que eu gosto muito e que eu nunca percebi. Eu precisei de um ano pra notar que aquela relação era muito maior que uma amizade.

–Jura? Quem?- perguntou Malu de sobrancelhas levantadas.

–Bem... –começou Cida se sentando em uma das mesas ao lado de Malu. Estavam muitas cheias já que a festa tinha começado fazia um tempinho. –Tem um garoto, que tem o coração mais puro desse mundo, o sorriso mais alegre, os olhos mais brilhantes e a voz mais bonita. Só que eu não o vejo a um ano e eu não quero simplesmente chegar lá e dizer: “Ei! Eu te amo!” e também... Vai que ele diz não... Vai que isso acaba com a nossa amizade, sabe?

–Olha Cida, siga o seu coração. Se ele acha que é melhor você chegar lá e dizer “Ei! Eu te amo!” então faz isso! –ela disse, fazendo Cida sorrir. –Mas, posso te pergunta quem é esse cara?

–Claro... O nome dele é Bento, lá da Casa Verde. Nós até já tivemos uma sociedade, lembra? A Acácia Amarela?

–Claro...

–Ele era um anjo! Distribuía flores pra todo mundo da rua, elogiava todas as mulheres por pura simpatia, e dava um sorriso... De alegrar qualquer um!

–Peraí! Bento da Casa Verde? Ele tava lá quando a Amora não tinha sido adotada ainda?

–Sim, ele chegou ainda bebê. Eles eram muitos amigos, tanto é que demoraram uns cinco meses até ela falar comigo, ela sempre foi muito chegada a ele, só ficava com o Bento.

–Hum... Por que eu me lembro de ter ouvido ela falando alguma coisa sobre esse cara.

–É, ele era apaixonado por ela, e nunca foi muito afim de mim, a não ser é claro como amigo.

–Olha, Cida. Por mim você ia à luta.

–Ei! Cida!- gritou um rapaz.

–O que foi isso?- perguntou Malu.

–Cida!

Ela reconheceu a voz.

–Não foi nada, eu já volto. –disse a empreguete, indo para perto da entrada.

–Cida!- disse ele. –Quanto tempo...

Quando ela viu seu rosto, finalmente chegou a conclusão de quem era.

–Elano, o que você ta fazendo aqui?


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Notas finais do capítulo

Você chegou até o quarto capítulo, certo? Então não esquece de acompanhar! :)



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