O cão de Caça e a Raposa escrita por Patucio


Capítulo 10
Capitulo 9 - Pais


Notas iniciais do capítulo

Enjoy Minna-san o/



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O resto da semana passou tranquilamente. Os outros estudantes já estavam mais acostumados com o estranho namoro e pouquíssimos ainda olhava feio para o casal. Porem tinha algo que ainda incomodava Erik um pouco e ele queria resolver isso. Na sexta, enquanto iam embora, ele perguntou a Sam:

– Ei, qual o tamanho do seu anelar direito? – Ele perguntou olhando normalmente para ela, mas ela ficou meio confusa.

– O tamanho do que?

– Seu dedo anelar direito. Quero comprar as alianças e oficializar nosso namoro para nossos pais.

– 17. Meus dedos são pequenos. – Ela tinha um pouquinho de inveja da Ash, a garota tinha dedos grandes.

– Nada, 17 é perfeito pra uma garota pequena e fofa como você. – Sam corou, ela tinha vergonha quando ele falava assim normalmente, mas mesmo assim, adorava.

– Qual o tamanho do seu?

– Não sei. – Ele disse com simplicidade. – Nunca precisei da informação. – Sam deu uma risadinha.

– Você não tem vergonha de nada mesmo eim? – Ele pensou um pouco e disse:

– Talvez de te atormentar por um ano, mas nada mais além disso.

– Talvez apenas?

– Sim, apenas talvez. – Ele riu. – Ainda vou te atormentar muito Angel. – Ele puxou ela e deu um beijo no topo da cabeça dela.

– Ei! Minha boca é mais pra baixo. – Ela ficou emburrada.

– Mas ai é muito longe. – Ele fingiu estar decepcionado. – Tenho que me inclinar e tudo mais. – Ele levou um soco no peito. – Ai! Pra que isso Angel?

– É só você erguer meu rosto, seu babaca. – Ela estava emburrada ainda. Ele riu e fez como ela disse. Ela ficou mais contente.

Eles continuaram o caminho normalmente, e combinaram que no domingo ele iria visitar e passar o dia na casa dela pra pedi-la em namoro. Depois de deixa-la, ele foi a uma joalheria para escolher os anéis. A joalheria era razoavelmente grande, com balcões lotados de anéis e joias pra todo lado. Erik ficou impressionado com o quanto aquele lugar aparentava ser caro. Não que ele não estivesse pronto pra gastar tanto dinheiro, ele só ficou surpreso.

– Olá, poderia me recomendar anéis de namoro? Sou inexperiente nesse assunto. – O atendente olhou para ele e o analisou como se quisesse descobrir se poderia ou não pagar algo na loja. Por fim parecia ter decidido que sim e o pediu para acompanha-lo.

– Este anel aqui é feito de uma liga metálica excelente, além de ser revestido em ouro. – Ele mostrou um anel, mas Erik balançou a cabeça. – Bem, que tal o revestido em prata então? – Ele puxou um anel de mesmo formato, porem prateado. Erik balançou a cabeça novamente.

– Será que eu poderia analisar por um minuto as opções? – O atendente concordou.

Erik ficou olhando os anéis que estavam a mostra, todos pareciam ser a mesma coisa básica, alguns tinham uma pedrinha na ponta, mas isso não chamo a atenção dele. No entanto, um anel mais escondido no canto chamou sua atenção. Em sua frente havia a cara de um cachorro e a cara de uma raposa se encarando.

– Esse aqui. Ele é perfeito. – O atendente pegou o anel e deu para ele examinar. Realmente era o anel perfeito. O cão de caça e uma raposa, no fim das contas, era exatamente eles. – Quanto custa?

– São 75 dólares cada. O par custa 150. – Erik ficou meio indeciso. Era o anel perfeito, mas isso significaria ficar sem todo o dinheiro que tinha economizado. “É uma boa causa, não faz mal.” Ele sorriu.

– Teria no tamanho 17? – O atendente assentiu. – Ãn, tem alguma maneira de descobrir o tamanho do meu? – O atendente tornou a assentir e pegou um instrumento.

– Ponha o dedo aqui, por favor. – Erik obedeceu e o atendente fechou o instrumento. – Seu dedo é tamanho 25 e sim, esse anel esta disponível nesse tamanho.

– Excelente. – Erik sorriu. Ele pagou pelos anéis e foi embora. Tudo que faltava era que domingo corresse bem e então estaria tudo oficializado. Porem, ao acordar no domingo, viu que estaria com dificuldades para fazer isso ser realidade.

Enquanto tomava um café da manha, já todo trocado e pronto, sua irmãzinha Jane apareceu, também trocada e pronta para sair em algum lugar.

– Onde pensa que vai Jane? Você tem 13 anos, mas isso não quer dizer que pode sair por ai a hora que quiser viu? – A garotinha sorriu para ele.

– Irmãozão, eu vou ir te ajudar! Você é desastrado e sempre causou a impressão errada nas pessoas.

– Não, você não vai não Jane. Isso é importante demais para mim e você vai acabar atrapalhando ainda mais. – Ela fez cara de choro.

– Então é verdade, eu realmente sou um incomodo para você irmãozão. – Erik ficou em choque. No fundo sabia que ela não estava tão chateada assim, mas odiava vê-la triste.

– Droga, você promete se comportar Jane? – Um sorriso nasceu no rosto dela imediatamente.

– Mas é claro irmãozão. – Ela sorriu e ele deu uma fungada.

Ele voltou ao quarto e pegou o pacotinho com as alianças. Pegou Jane pela mão e saíram. A caminhada não era longa, mas ele tinha bastante tempo para refletir sobre o que faria la. “Como combinei com a Sam, irei preparar meu curry para o almoço, a tarde irei conhecer um pouco mais os pais dela e a noite encerrarei com o pedido e o doce de banana.” Ele estava bem confiante, porem aquela pessoinha a seu lado o fazia sentir coisas dando errado. Ele afastou a sensação da mente quando chegaram.

Como combinado, a campainha mal foi tocada e Sam já abriu a porta. Ela tinha um olhar quase tão ansioso quanto o dele. Ela olhou para o lado dele.

– Ei, quem é ela?

–Ah! Verdade, esqueci de mencionar, essa é minha irmãzinha, ela quis vir me ajudar a pedir. – Ele olhava meio com um sorriso de desculpas para Sam achando que ela iria se zangar. Se enganou.

– Oh, você é bem fofa por querer ajudar. – Jane olhou para ela e sorriu satisfeita e fez cara de “eu te avisei” para o irmão. Ele suspirou novamente. – Erik, você acha que tudo que planejamos funcionara?

– Eu acredito que ira. Porque é por uma ótima razão. – Ele sorriu para ela e ela se sentiu mais calma e confiante. Ela pediu que entrassem e os conduziu até a sala de estar da casa. Um homem com olhos heterocromicos e uma mulher com um cabelo angelical estavam sentados esperando. Quando o homem avistou Erik ele ergueu uma sobrancelha como se o avaliasse. A mulher deu um sorrisinho ao notar a expressão do marido. Erik chegou perto deles e os cumprimentou.

– O-olá, senhor Hooper. É um praz-prazer conhece-lo. – Ele apertou a mão do homem nervoso. Ele não sabia que sentiria tanto nervoso ao falar com ele. – Olá, madame Hooper. É um pr-prazer conhece-la também. – Ele apertou a mão da mulher que deu uma risada.

– Não precisa ficar tão nervoso querido. Pelo menos não quando se dirige a mim. – Ela deu um sorriso e Erik não sabia se ficava aliviado ou mais nervoso ainda com a informação. Pelo visto, o problema seria o pai dela.

– Minha Samantha me disse que você iria preparar um almoço especial para nós. Qual será o prato? – O homem tinha uma voz grave e lenta, que fazia contraste a da mulher, que lembrava a voz de Sam um pouco mais forte e com menos doçura na fala. Sobre outros aspectos, Erik poderia se acalmar com a voz do homem, ela parecia exalar segurança.

– Eu vou preparar curry senhor.

– Curry é? Interessante. Vamos ver como se sai. – Erik engoliu e sentiu que seria o primeiro teste que enfrentaria.

A preparação estava correndo de forma tranquila. Sem o pai dela na mesma sala que ele e com a ajuda de Sam, Erik preparou um curry que Samantha amou. Ele a viu sorrindo de canto a canto e não aguentou. Ele a puxou e deu um selinho.

– Hmmm, Angel com curry é uma delicia. – Ele sorriu. Ela não sabia se sorria ou se ficava assustada.

– Erik, eu falei que não podemos fazer isso. Meu pai acha que não temos nada ainda! – Jane fez um som de entendimento.

– Jane, não é pra contar nada entendeu mocinha? – Erik olhou com os olhos semifechados pra ela. Ela acenou com a cabeça. – Jane, não toque em nada, eu e a Sam vamos colocar a mesa ok? – Eles tiraram os aventais que usavam.

– Posso experimentar o curry?

– Pode, mas só um pouquinho. – Eles saíram e Jane foi até a panela com o curry. Ela pegou um pouquinho com a colher e comeu.

– Blergh! Ele sempre deixa o curry fraco, não acredito. – Ela pegou um pouco da pimenta que o irmão estava usando e adicionou mais. – Pronto, agora já deve estar bem melhor.

O almoço foi servido. O curry iria acompanhar um arroz branco sem tempero, era uma combinação que sempre dava certo e Erik acreditava que daria agora também. No entanto, algo aconteceu. Quando ele engoliu o curry, sentiu uma ardência pela garganta, muito maior do que a que tinha planejado. Ele começou a tossir e a ofegar. Quando olhou, viu que Sam e o pai dela também faziam o mesmo. A única que comia normalmente era Jane. Ou era o que ele pensou. Quando olhou a mãe de Sam, ela também comia totalmente calma.

– Jane, eu pedi para não tocar em nada. – Ele ofegava bastante.

– Mas você sempre faz um curry ruim e sem pimenta. – O homem olhou para a garotinha e parecia que ia falar alguma coisa. Erik se adiantou.

– Senhor, por favor, não fique bravo com ela, a culpa é minha. – O homem deu um sorriso e olhou para ele.

– Não se preocupe rapaz, como você deve ter reparado minha mulher simplesmente ama comidas apimentadas e fazia um bom tempo que algo não queimava minha garganta tão intensamente. – Ele deu uma risada e Erik ficou entre se sentir mais confiante e mais nervoso.

Depois do almoço, os pais de Sam tiveram que sair da casa para ir ao supermercado. Eles precisavam comprar algumas coisas que faltavam na casa e precisavam. Jane implorou para eles deixarem ela acompanhar e acabou indo junto. Erik e Sam ficaram na casa sozinhos após uma frase do pai dela.

– Vocês ficam, mas lembre-se que ela é minha filha. – E fechou a porta.

Erik ficava lembrando essas palavras a todo o momento. Mesmo estando abraçado a Sam deitado na cama dela, ele não conseguia relaxar.

– Calma Erik, meus pais demoram uma eternidade no supermercado. E além do mais, estamos apenas deitados. – Ela estava passando o dedo no peito dele e ele se arrepiou todo. Ela deu uma risadinha. – Vai, fica calmo. Desde que chegou aqui não tenho podido te beijar nem abraçar direito e sei que você pensa o mesmo.

– Realmente, mas e se ele nos pegasse assim? Não quero estragar tudo Angel. – Ele passava a mão nos cabelos dela. Ela fechou os olhos e apreciou.

– Você vai acabar me fazendo dormir com essa caricia no meu cabelo. – Ele sorriu e a puxou pra cima, ela estava deitada de bruços em cima dele com o rosto a centímetros do dele.

– O que quer fazer agora? – Ela ficou encarando os olhos laranjas com os heterocronomicos. Ela os fechou devagar e se aproximou quando um barulho de carro estacionando foi ouvido. Eles se sobressaltaram e saíram correndo do quarto pra sala.

O resto do dia correu tranquilo. Erik descobriu que Sam herdou o talento em vôlei do pai, que já foi um ótimo jogador e a inteligência e bondade da mãe. No jantar tudo voltou a correr mal. Enquanto Erik preparava o jantar ele mexeu no bolso para pegar o pacotinho e não o encontrou. Ele se desesperou e procurou em todos os lugares e não encontrava. Sam entrou na cozinha e viu um Erik depressivo.

– Que foi Erik? – Ela se aproximou preocupada.

– As alianças que comprei sumiram. – A voz dele estava fraca e desesperada.

– Essa não. Mas, talvez não haja problema certo? Tenho certeza que encontraremos. – Ela sorriu para anima-lo. Ele se ergueu e decidiu procurar de novo, mas dessa vez rondaram a casa toda. Nada de alianças.

Eles serviram um jantar básico. Erik não comeu direito, ainda pensava no que faria. Depois da janta, ele e Sam buscaram o doce de banana. Enquanto pegavam, eles se olharam e Sam o abraçou e sussurrou para ele: “Vai ficar tudo bem, prometo.” Ele deu um sorrisinho e eles entregaram as taças com doce.

Enquanto comiam, o pai de Sam se virou para Erik e perguntou:

– Você não tinha algo para me perguntar rapaz? – Erik olhou para ele, respirou fundo e começou a falar.

– Senhor, eu gosto muito da sua filha já tem algum tempo. Ela é simplesmente incrível em tudo que faz e é linda demais. Eu gostaria muito de poder namora-la com a sua benção. – Erik encarou o homem que o encarava de volta impassível. Sam e sua mãe estavam ansiosas. Jane estava olhando o irmão meio preocupada.

– Primeiro, quero saber se tem alianças com você. Não vou deixar minha filha namorar sem um compromisso serio.

– Bem senhor, o problema é que eu perdi o pacotinho em que guardei as alianças. – Jane fez uma exclamação. Ela se levantou e parou de frente ao irmão.

– Irmãozão, eu tinha achado esse pacotinho e não sabia o que era. Desculpa mesmo. – Ela devolveu o pacotinho e estava com uma cara chorosa. Ela se virou pro homem e pediu. – Por favor, deixa meu irmão namorar a Sammy. Ele gosta muito mesmo dela, ele até comprou umas alianças caras. Ele não parava de planejar tudo para o dia de hoje desde sexta-feira. E agora eu arruinei tudo. Desculpa. – Erik puxou a irmã e deu um abraço um nela.

– Calma Jane, você não fez nada de errado. – O homem avaliou e disse.

– Garotinha, não lhe culpo por nada que aconteceu, muito menos seu irmão. Todos temos dias em que nossa sorte esta meio baixa. Mas devo dizer, se minha filha aceita te namorar, eu deixarei. – Ele estendeu a mão para Erik. O garoto olhou surpreso e apertou a mão do homem sorrindo. Sam começou a rir.

– Eu quero sim papai! – Ela abraçou o pai e depois se atirou em cima de Erik. Ele acabou perdendo o equilíbrio e os dois caíram no chão. Eles se levantaram rindo e ele abriu o pacotinho.

– Olha, essas alianças são perfeitas para nós. Nelas estão gravados um cão de caça e uma raposa. Esses somos nós. O cão de caça e sua raposa. – Ele colocou a aliança no dedo dela e depois colocou a sua. Ela sorriu tanto que esqueceu que estava na frente do pai e o beijou muito fortemente. A mãe sussurrou baixinho “Oh minha nossa” enquanto sorria, Jane ficou muito contente e o pai deu um pigarreio. Os dois se separaram.

– Eu permito esse namora, você é um bom rapaz. Mas ela ainda é minha filha, então maneire, entendeu? – Erik ficou meio tenso, mas Sam cortou o pai.

– Não se preocupe Erik, ele tinha prometido que faria a imagem de um pai super protetor pro primeiro garoto que quisesse me namorar. Ele é uma manteiga derretida. – O homem começou a rir.

– É verdade Erik. Não se preocupe, mas não passe dos limites ok?

– Pode deixar senhor. – Ele sorriu e apertou a mão do homem.

Naquele dia, ao se deitarem em suas respectivas camas, os dois olharam para o teto sorrindo muito e se sentiram as pessoas mais felizes da face da Terra.


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Notas finais do capítulo

Comentarios são aceitos, não sejam timidos ^^ Sou gordo mas não mordo não aushuashuashuuahs



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