O cão de Caça e a Raposa escrita por Patucio


Capítulo 1
Prólogo - Um sentimento de... Compaixão


Notas iniciais do capítulo

Bem, primeira vez escrevendo um romance então espero que gostem bastante ^^ Podem julgar, não ligo, nem mesmo pros ruins. Divirtam-se.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/491160/chapter/1

Uma garota sorridente andava tranquilamente junta das amigas para a escola. As aulas haviam voltado naquele dia e ela iria começar o semestre de outono do Grau 10. Samantha era uma garota que não gostava de se destacar, porem isso era bem complicado. Ela havia herdado de sua mãe lindos cabelos loiro-prateados que desciam até o meio de suas costas e olhos heterocronomicos de seu pai, o da direita era azul e o da esquerda era vermelho.

Ela não odiava a atenção que recebia dos garotos que se encantavam com ela nem das coisas que algumas garotas falavam às suas costas. Mas também não gostava. Ela era feliz do jeito que era e nada mudaria sua opinião.

A caminhada não era muito longa, mas era perfeita para por os assuntos das férias em dia.

Quando se aproximava da entrada, algo a fez ficar muito brava e irritada. Apenas a visão dele a fazia ficar assim. Erik “The Dog” Miller. Ele era um delinquente da escola... Não, ele era O delinquente da escola. Cabelos pretos e arrepiados, olhos laranja, mantinha uma barba rala que acentuava o seu rosto. Não era feio, porem o fato de estar sempre brigando com alguém o tornava assustador.

Ele arrumava briga com todo mundo que podia, sempre estava na diretoria, mas incrivelmente nunca foi expulso. Talvez fosse o fato dele saber até que ponto podia ir sem que isso ocorresse. Ela, no entanto, achava isso apenas uma forma de “conforto próprio” do que “respeito às regras”.

Ela queria desviar dele, mas ele estava diretamente na frente do portão, então teria que apenas ignora-lo. Não deu muito certo.

Quando se aproximou, ele a notou e deu um sorriso malicioso.

- Olá senhorita Angel, pelo visto ainda continua nessa escola. – Ela ficou muito irritada. Angel era um apelido que ele havia dado a ela pela cor de seus cabelos e não gostava nem um pouco que zombassem da herança que recebeu da mãe. Ela respirou fundo e passou de olhos fechados. – Ora, não vai nem falar oi para mim? Que falta de educação...

- Há! Olha só quem esta falando em educação, você esta sempre comprando briga com todos dessa escola. Me surpreendo que não foi expulso ainda. – Ela havia perdido o controle e tinha se arrependido disso. Ela ficava a flor da pele muito fácil.

Ele a pegou pela gola do colarinho do uniforme. Os olhos laranjas a encaravam de cima com fúria. Ela era quase uma cabeça mais baixa que ele.

- Entenda bem mocinha, eu nunca serei expulso dessa escola e estarei sempre no seu pé. Não me esqueci de quando você quebrou meu braço. – Ela estava assustada, não sabia o que ele faria. Ele estava muito satisfeito com essa reação.

Muitas pessoas assistiam a cena. Erik olhou em volta e sabia que se fizesse algo mais estaria com problemas. Ele resolveu solta-la e saiu derrubando os livros nos braços de um aluno do nono grau.

Ela encarou as costas do rapaz enquanto ele se afastava. Ela estava aliviada de que nada ruim tivesse acontecido, mas ainda estava brava por ter usado aquele apelido ridículo. Suas amigas se aproximaram para tentar acudi-la, mas ela dispensou e as seguiu para dentro.

O problema era que era difícil evita-lo na escola. Eles eram da mesma turma. Ela gostava de se sentar atrás de todos na sala e ele também. Ela ficava na ponta esquerda e ele na ponta direita. Ela passou a aula relembrando o fatídico dia em que começou a odiá-lo.

No primeiro dia de aula, um ano atrás, o garoto havia comprado briga com um amigo de Samantha. Eles estavam perto da escada que levava ao primeiro andar. A garota ficou com medo de que seu amigo Paul saísse ferido e atacou Erik. Ele caiu pelas escadas fraturando o braço direito e acabando com a cara machucada. Ele a odiava desde aquele dia e ela odiava suas ações. Era um caso de ódio mutuo por razões diferentes.

Depois do almoço, a sala seguiu para o ginásio da escola e durante a aula naquele primeiro dia, ocorreu algo que mudaria um pouco as coisas.

Sam era uma ótima jogadora de vôlei. Durante os jogos a chamavam de “Hope”, uma adaptação de seu sobrenome Hooper e porque ela também era a grande estrela do time.

Erik jogava beisebol e também era a estrela do time. Esse era o único momento em que a sala “gostava” dele. Mas no dia de hoje, uma chuva de outono caiu e os garotos tiveram que ficar dentro do ginásio assistindo o treino das garotas.

Enquanto Sam jogava vôlei, Erik olhava as garotas com roupa de ginastica. Ele não ligava muito em assistir jogos de qualquer um que fosse, mas ele adorava ver as garotas pulando e correndo com uniforme de ginastica e ela sabia dessa mania pervertida dele. Ela ainda estava brava com o jeito que ele a agarrou mais cedo. Quando houve a oportunidade de fazer um corte, ela agiu sem pensar. A bola voou com extrema velocidade não na direção do outro time, mas para a arquibancada e ouve um som de golpeamento que se alastrou pelo ginásio. Erik estava caído no chão com uma dor enorme no rosto e a bola voava embora pra quadra. Ela entrou em choque, assim como todos na quadra.

Erik se levantou e arreganhou os dentes em fúria, de uma maneira que o fazia parecer um cão de caça quando avista sua presa. Ele olhou em volta e procurou da onde tinha vindo a bola e como se fosse de proposito, ela quicava de volta a Sam.

Ele avançou correndo pra ela enquanto ela gritava um pedido de desculpas em vão. Ele estava tão focado no seu alvo que nem reparou que pisara na bola. Ele escorreu e caiu por cima dela.

Ela ficou ainda mais em choque. Ele sentiu uma sensação confusa. A raiva se misturou a um sentimento de certa vergonha ao notar que estava a centímetros do rosto da garota. Ele viu o medo nos olhos dela. Na verdade, era a primeira vez que realmente via os olhos de alguém que atacava e era obviamente mais fraco que ele. Ele se levantou se sentindo confuso e saiu do ginásio. Ela se sentou, mas alguns segundos depois desmaiou por causa do choque e do susto. As outras jogadoras correram para levar ela à enfermaria.

O garoto saiu do ginásio e começou a caminhar pela escola e sentou debaixo de uma arvore que adotara como sua, era o único que a usava. Ele estava pensativo. Talvez pensativo demais para alguém como ele.

“Então é assim que alguém fraco fica quando o ataco...?” Não era comum sentir pena de alguém, aprendera isso quando ninguém havia sentido dele quando criança era atacado pelos outros constantemente por ter olhos diferentes do normal. Ele odiava seus olhos por serem a causa de nunca ter dito um amigo na infância. Ele viu um medo descomunal naqueles olhos heterocronomicos. Não era o medo que causava por ser forte e habilidoso. Era o medo que sentia quando criança ao ser atacado pelos outros. “Não... Era minha imaginação. É impossível.”

Mas algo havia mudado no seu jeito. Um sentimento que nunca aprendera o que era, tinha despertado dentro de si.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O cão de Caça e a Raposa" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.