Bizarre Love Triangle escrita por Mila Hepburn


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Obrigada a todas que comentaram, vou responder cada uma. Só que meu tempo é curto, então se eu demorar é isso. O capítulo 2 está mais melancólico, mas é necessário para o desenvolvimento da história.



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– Rachel, acorda. – uma voz distante masculina sussurrou. No instante que liguei a voz a pessoa, acordei.

Era Kurt, meu amigo e confidente bem ali.abracei-o de súbito, enchendo o rapaz de beijos.

– A polícia foi dura demais com você, querida?

– Nada que eu não possa superar. – seu rosto e sua voz eram calmantes naturais. – Quem te mandou vir aqui?

– Quinn me ligou, imagine minha surpresa ao saber que você está na casa da gladiadora dos tribunais. - minhas sobrancelhas se ergueram.

– É assim que a chamam?

– Sim, é ridículo ne?

– É! - ri do apelido imaginando uma Quinn brava nos tribunais. Era sexy a ideia. Olha eu desejando Quinn de novo, alguns hábitos nunca morrem.

– Vocês ainda estão brigadas?

– Não houve briga,Kurt apenas o longo histórico da minha vida de abandonos.

Kurt me abraçou mais forte.

– Eu e Karofsky estamos aqui pra você.

Karofsky e Kurt se reencontraram em Lima, ele queria fugir da vida pacata e foi atrás de Kurt aqui em NY quando morávamos juntos e desde então não se desgrudam. Dave é corretor da bolsa e Kurt colunista da Vogue US, o emprego dos sonhos de qualquer um.

– Você tem uma vida dos sonhos.

– Não tenho não, ontem Dave reclamou novamente que eu cheguei tarde sendo que deveria ser ao contrário, ele é corretor. Os negócios não vão bem e ele é orgulhoso demais pra falar.

Todos tinham problemas, mas estavam aqui do meu lado. Impressionante e inacreditável.

– Agora vamos levantar e vamos fazer compras.

Olhei pra ele perplexa.

– Eu não tenho dinheiro, minha conta foi congelada.

– Mas eu tenho. E adoraria usar meu crédito corporativo com você. Serà uma ótima terapia.

Kurt tem razão seria uma ótima terapia pra mim as compras. E ele estava ali por mim mesmo tendo m trabalho a fazer.

Tomamos café numa delicatessen ali perto pois não possuía nada comestível na casa de Santana. E em seguida fomos as compras.

– Você está bem com Quinn?

– Não, não estamos bem.

– Ainda o passado, Rachel?

– Sim ela me magoou. Nem deu noticias esses cinco anos. Eu só queria uma amiga, Kurt.

Cinco malditos anos.

– Não, você queria uma namorada.Sempre quis uma namorada.

– Tá, é verdade, sempre quis uma namorada. Mas Quinn me dispensou antes disso.

– Você nem sabe o que disse pra ela naquela noite, pode ter sido algo tão ruim que destruiu a garota e ela não quis mais falar sobre isso.

Kurt tinha razão, eu bebi demais e posso ter feito algo de errado, algo de tão errado que Quinn Fabray não suportou e foi embora da minha vida.

– Você tem a merda da razão.

– Sempre tenho. - ele ajeitou a gola do casaco.

– Você deveria tentar conversar, vá a casa dela.

– É eu deveria fazer isso. Ou tentar.

– Vamos vestir você pra uma conversa com a mulher que você ama ou amava, não sei. - Kurt sorriu e me fez experimentar várias combinações de roupa.

No final da tarde já estávamos exaustos e sentamos num restaurante a beira da calçada para conversar.

– Você soube que Mercedes se casou com o governador Brandon Meade?

– Kurt, eu não vivo num mundo cor de rosa, confesso que fiquei surpresa. O governador de Nova Iorque. Que sonho.

– Pois é. E ele é lindo. Simpático e defende a causa gay.

Parecia que a vida de todos estava bem, menos a minha. A minha era um tijolo a cada dia que eu precisava para construir meu novo lar.

– Eu preciso trabalhar, Kurt. Tomar as rédeas da minha vida.

– Por que não tenta voltar pra Broadway, conheço uma boa agente, posso te indicar.

– Okay.

Um celular começou a tocar na nossa mesa e não era o de Kurt, foi aí que eu percebi que era o meu, o que Q me deu.

– Rachel, onde vocês estão? - a voz dela era preocupada.

– Jantando, por que?

– Só fiquei preocupada.

– Okay, posso ir a sua casa mais tarde? temos assuntos pendentes pra conversar.

– Tá bom! Apareça as oito, já devo ter voltado do escritório. - então nos despedimos. Confesso que não estava pronta pra essa conversa. Ainda.

Respirei fundo.

– Rachel, vocês são mulheres agora, vai dar tudo certo.

Fui para o apartamento de Santana e arrumei as roupas no armário, tentando afastar minha mente de Quinn e do nosso encontro mais tarde. Quase fiz um furo no chão andando para um lado e para o outro esperando a hora passar. Enfim, ouvi o barulho das chaves balançando.

– Berry? Sobreviveu ao extreme makeover do Porcelana? – Santana gritou do seu quarto. – trouxe o jantar, é tailandês, mas fiquei em dúvida se veganos comem frango, acho que sim?

Saí do meu quarto indo até a porta do de Santana. Ela acabara de tirar a calça social e estava apenas de calcinha e uma blusa fina. A visão era boa, o que a fez rir do meu olhar constrangido.

– Olá, gostando da vista?

– S...Não, é...Quinn chegou com você?

– Sim, a big shoes já chegou sim. Vocês tem um compromisso, né?

– Vamos conversar sobre... – suspirei, ela sorriu.

– Esse assunto é um tabu pra ela, pega leve.

Sorri pra Santana, ela era leal a Quinn e se preocupava com a loira, apesar de não expor seus sentimentos abertamente.

– E se você for vestida desse jeito, pega mais leve ainda. – Santana alertou olhando para a saia jeans e a camiseta preta de alças que Kurt me deu.

– Ok.

E fiz meu caminho até o apartamento de Quinn. Meu coração batia mais forte a cada degrau da escada.

– Rachel – ela engoliu seco e eu respirei fundo ao ver seu rosto novamente. Dias difíceis me aguardavam. – Entra.

Senti o cheiro do seu sabonete, algo parecido com sálvia ou alecrim, enfim, era um cheiro agradável e de súbito me veio a vontade de abraçá-la. Trajava uma camiseta do The Smiths que ficava grande demais nela, seus cabelos estavam bagunçados, diferentes de mais cedo, a garota mais linda que eu já vi.

– Bonito apartamento.

– Desculpe o desleixo, gosto de ficar mais eu em casa.

– Tudo bem, você está bonita assim. – deixou escapar.

Ela riu baixo.

– Rachel Berry me elogiando, realmente vai chover hoje. – ficamos em silêncio por alguns segundos. – por favor, sente-se.

Sentei no sofá confortável demais e suspirei, era agora.

– Quer alguma coisa? Fiz uma sopa de aspargo, instantânea é claro, mas é maravilhosa.

– Não, obrigada. Por que você me abandonou?

Quinn ficou tensa, colocou as mãos na frente do peito como fosse se defender. Começou a gaguejar e então percebi que deixei a gladiadora dos tribunais sem palavras.

– uou, Rachel você não gosta de rodeios.

– Não mesmo.

– Por que lembrar do passado? O que passou, passou. Estou aqui agora e... – notei que Quinn suava, seja o que for que aconteceu foi duro.

– Não é bem assim, o passado influencia no que somos e agora somos duas insatisfeitas com a própria vida. Você precisa me explicar, eu mereço saber.

A loira ficou em silêncio por um bom tempo, refletindo. Em seguida foi até o armário que eu acreditei ser de bebidas e pegou uma garrafa de uísque, preencheu o copo e bebeu liquido puro de vez. Depois voltou-se pra mim. Em seus olhos havia uma dor inexplicável.

– Você ainda me ama? – eu não esperava aquela pergunta, desarmada e transtornada fiquei calada. Como ela sabia? Ela não podia saber, eu contaria naquela noite e seriamos uma só alma, estava tudo programado, até que... – você me ama desde a escola, se declarou pra mim e naquele momento eu entrei em pânico, porque nunca seria boa pra você. E agora ainda não sou boa e você é Rachel Berry, queria que fosse uma estrela e uma estrela não é presa á ninguém. Depois da declaração eu te beijei e você dormiu nos meus braços, a mulher dos meus sonhos dormindo nos meus braços foi algo tão sublime que eu não consegui esquecer. E nenhuma outra supriu sua falta, Rachel. Eu te amava o bastante pra te deixar ir, pra te deixar ser. – ela desabou no sofá ao meu lado. – não há uma só noite que eu durma bem, não há um só dia que eu não pronuncie seu nome e meu coração não doa de tristeza.

Estava sufocada com as palavras de Quinn, elas giravam em minha mente, mas não conseguia ordená-las. Ela me amava e mesmo assim partiu?

Tentei imaginar como seria diferente a minha vida se Quinn não fosse uma covarde. Se ela me deixasse amá-la. Não era uma decisão só dela, mesmo assim tomou a responsabilidade pra si e mudou os rumos da nossa história. Era cruel.

– Você ainda me ama? Porque eu te amo apaixonadamente.

Eu queria estapeá-la. Eu queria golpeá-la pra sentir a dor que eu senti todos esses anos. Brody foi o único que chegou perto do que Quinn representava pra mim e mesmo assim, era um pouco longe.

– Eu não vou ficar com você.

– Eu sei.

– Eu não vou me jogar nos seus braços.

– Eu sei.

– Foda-se você. – levantei-me e fui embora dali, não conseguia ficar ao seu lado. Deixei uma Quinn estática no sofá, assistindo minha saída.

O que ela fez era imperdoável, abandonar-me por amor. Por amor. Eu não queria pertencer a ninguém além dela. Sentia ódio por um passado almejado que não foi realizado, sentia ódio por um futuro que eu nem descobri.

Liguei para Kurt que prontamente foi me buscar de táxi, quando o carro parou na porta, me joguei em seus braços e chorei. Ele não fez perguntas.

Quando o pesadelo acabaria?


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Notas finais do capítulo

o que acharam da justificativa da Quinn?
e da reação da Rachel?



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