Bizarre Love Triangle escrita por Mila Hepburn


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, espero que gostem, tem um pouco de Scandal na série, mas só uma influência, não é adaptação.



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Capítulo 1

Miss Rachel Berry Weston, era o que a inscrição na aliança dizia. Os votos apaixonados de amor eterno, os beijos, as carícias, promessas, tudo se resumiu em um escandalo nacional assim que o FBI entrou pela porta da minha bela mansão de seis quartos em Park Slope.

Fui rendida com um telofone na mão enquanto ligava para Brody para saber como iam seus negócios na costa leste e dizer o quanto sentia sua falta. Mal sabia eu que meu marido tinha fugido para algum destino até então desconhecido pela polícia que agora me interrogava friamente.

Os agentes engravatados me mantinham nessa sala apertada e com pouca iluminação pelo que parecia horas. Apenas bebi um copo d'agua, esperando que os advogados de Brody á qualquer momento apareceriam para esclarecer o pequeno mal entendido.

Era o homem que eu amava, que eu compartilhei a vida e não podia imaginar que ele fizesse algo tão ílicito como lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, entre outros crimes. seja o que for que acontecesse com ele, eu era sua esposa e apoiaria quando ele fosse preso.

Os agentes não faziam questão de serem gentis, eu não sabia até quando aguentaria essa pressão. Minha cabeça ia explodir e eu só conseguia pensar no paradeiro de Brody.

Eu precisava de um advogado, mas será que teria dinheiro pra pagar? Será que meu marido deixou algo pra mim?

A porta se abriu e todos olharam, inclusive os dois agentes cisudos. Eles pareciam surpresos. Um rapaz desenvolto e sorridente entrou na sala, seu terno era feito sob medida, sua gravata era de seda e ele portava um celular na mão.

- Nem mais uma palavra Rachel.

- Quem é você?

- Ela alertou que você faria essa expressão, sou seu advogado, Rayder Lynn. Minha chefa mandou te buscar. – ele então voltou-se para os dois agentes, parecia seguro do que estava fazendo, apesar da pouca idade. – minha cliente está livre. Acabei de deixar os documentos com o supervisor de vocês. Claramente ela foi uma vítima de um homem que mal conhecia, foi cegada pela paixão e não merece estar aqui.

O mais forte olhava para Rayder com um ódio genuino.

- Ultima vez, Rayder. Se eu te ver por aqui de novo...

- Nos encontraremos no tribunal, Aiden.

- Sem sombra de dúvidas, assim que você deixar de ficar no nosso caminho e encontrarmos o Brody Weston.

- Essa jovem senhora inocente claramente não tem nada pra contar. Vamos, senhorita Berry, ou senhora Weston, como preferir.

Era levantar e ir embora com um estranho ou ficar ali com aqueles policiais intimidantes. Então decidi seguir o meu advogado, me perguntei quem estava por trás da minha liberação. Deve ser alguém bem poderoso a ponto de parar uma investigação. Á ponto de saber que eu estava detida pensei ser algum dos sócios do Brody, mas esses com certeza o odiavam por levar o nome da empresa para o limbo. Pensei serem meus pais, porém eles estavam em Ohio e demorariam a chegar. Meus amigos eram todos amigos do Brody, após me cansar perdi contato com todos. Inclusive os do NYADA onde me formei em teatro musical, do ensino médio só mantive contato com Mercedes e Kurt que estava em Paris exibindo sua nova coleção de roupas.

- Pra onde estamos indo Ryder?

Questionei parando na porta do prédio da agência federal de inteligência.

Algo estava muito errado ali.

- Ao escritório, tenho ordens expressas pra levá-la pra lá.

- Pelo menos me diga quem é sua chefe.

- A senhora nem suspeita? – Neguei com a cabeça. Ele riu da minha ignorância, como se eu tivesse deixado passar algo. – Vamos,quanto mais rápido chegarmos mais rápido saberá quem é sua protetora.

Dei de ombros, eu não tinha muita escolha. Não tinha para onde ir já que minha casa e meus bens foram confiscados.

- Então é mulher, hum.

Quando entramos no táxi seu telefone tocou, ele prontamente atendeu. Sua voz tinha um certo tom de obediência e respeito.

- Sim chefe, foi fácil dobrar o FBI. Estou levando-a sã e salva. Logo logo estaremos aí. Não, ela não tem idéia. – ele então soltou um risinho. Aquilo era irritante. Precisava saber quem era sua superior. E porque ele a temia tanto.

Logo o táxi estacionou num prédio bonito, empresarial, nobre e com fachadas imperiais. Segui Ryder, movida pela vontade de descobrir quem era minha salvadora. Ele mostrou a identificação e me deu uma para passar pela catraca. Subimos no elevador moderno sem trocar uma palavra. Ele apertou o 12º andar.

- Chegamos.

Ele sorriu pra mim e continuou andando, enquanto eu parei na porta do elevador para analisar o lugar, era uma firma de adovacacia.

Lions associates. Estava escrito na logo enorme na recepção bem decorada. A atendente era bem vestida e digitava sem parar em seu notebook de ultima geração.

- Olá Cindy, trouxe a presa para o leão. – os dois riram de uma piada que eu não entendi.

- Sim, bem vinda Miss Berry, é bom associar um nome ao rosto.

- Nos conhecemos? – Questionei intrigada.

- Certamente não. A senhora deve estar com fome, não é? Depoimentos no FBI costumam durar horas, dias. – Cindy levantou-se e me guiou pelo corredor cheio de portas, cada porta devia ser a sala de alguém diferente.

A ultima sala que ficava no fim do corredor era enorme. Provavelmente a sala de reuniões. No lugar principal da mesa enorme havia muffins de todos os tipos, rosquinhas e café que por incrível que pareça era o meu favorito latte machiatto.

- A chefe já vai vir vê-la.

- Como?

Antes que eu pudesse dizer alguma coisa, Cindy sumiu porta afora.

Fiquei sozinha com meus pensamentos confusos. Seja quem for conhecia meus gostos por café e muffins.

Sentei e comi até me satisfazer. Depois fiquei a olhar os arranha céus pela bela manha

Os arranha céus davam a idéia de que eu era grande, mesmo tendo que lidar com minha própria pequenês diante dos meus problemas.

- Eu também me perco olhando pra baixo às vezes.

Aquela voz fez meu corpo estremecer. Não podia ser, depois de anos sem notícias, sem responder meus emails não podia ser.

Respirei fundo e virei-me ainda forçando minha cabeça a negar que era ela. Quinn Fabray. Eu e a loira éramos amigas no ensino médio, assim como todos ali, eu nutria uma queda pela atlética jogadora de vôlei. Porém não foi muito longe por puro medo meu. Quando a escola acabou e eu amadureci, prometi a mim mesma que não a deixaria passar. Fui até Yale, a faculdade a qual ela estudava, contudo não consegui nada além de beber e ter amnésia, Quinn cuidou de mim e me embarcou no trem no dia seguinte. Após isso, zero notícias. Tentei até mesmo conseguir algo através de Santana, contudo ela era irredutível. Quinn escprregou entre meus dedos e só podia ser por algo naquela noite que eu não recordava. E agora ela estava na minha frente, cabelos loiros bagunçados, vestindo um terninho caro e roubando meus pensamentos.

- Eu sei que sumi e queria pedir desculpas. Não foi a atitude mais assertiva.

- Agora, Quinn? A essa altura do campeonato? Eu me casei e você não esteve lá, eu estreei off broadway e você não esteve lá, eu...

- Te mandei meu melhor advogado, Rach. E quanto ao casamento, eu não podia te ver cometendo aquele erro. E eu estive lá na sua peça, de longe. – cruzei os braços e balancei a cabeça, aquelas palavras, aquela voz não ia me convencer de novo, eu aprendi, as coisas seriam diferentes com Quinn Fabray.- eu sei tudo sobre você, te investigo há anos, você casou-se com Brody e eu mantive meus olhos nele. Até que um amigo da polícia federal nos contou um esquema que tinham armado para prendê-lo e eu precisava estar lá pra te proteger.

Quinn sabia de tudo e foi incapaz de avisar que meu marido era um criminoso?

Por que manter seus olhos em mim mesmo de longe? Ela que se afastou, afinal.

- Depois que me formei, eu recebi algumas propostas aqui em Nova Iorque, eu quis me reaproximar de você, mas nunca obtive coragem. Pode me chamar de covarde. Me especializei e então comecei a trabalhar para os figurões, os escritórios eram chatos, então formei o meu próprio grupo, meu time. E seu caso, eu precisava pegar, eu precisava fazer algo que eu não todos esses anos.

- Eu só queria que você fosse minha amiga, não a heroína do dia. – mas confesso que é muito sexy vê-la como a heroína do dia.Apaguei a Quinn sexy da memória quando lembrei da Quinn que podou tudo que eu sentia com o seu cruel afastamento.

- Você não lembra da sua noite em New Hampshire? – balancei a cabeça negativamente.

Então aquele foi o nosso fim? Foi por isso que ela se afastou abruptamente?

Algo mudou no momento que pus meus pés em seu dormitório, seus olhos me diziam isso.

- Não, aquela noite foi apagada da minha mente pela bebida.

- Te falei pra não misturar cerveja com tequila.- ela brincou porém não havia sorriso em seus lábios.

- Quinn, o que houve naquela noite?

Esperei ansiosa sua resposta, mas o que veio foi algo diferente. A porta se abriu e uma Santana trajando terninho sob medida, apareceu. Quase caí pra trás, ela e Quinn do mesmo lado era meio estranho. Eu soube que Santana foi pra faculdade, mas direito? Nunca imaginei.

- Olá Rachel, vejo que não mudou nada.

Quinn entendeu minha expressão interrogativa e explicou.

- Santana trabalha pra mim, ela é persuasiva e intimidadora, dura e fria. Fiel, acima de tudo.

- Obrigada por me definir como um cão. Consegui contato com o Weston, tentei rastrear o celular, mas era pré pago.

Da última vez que vi Santana ela estava radiante com Brittany, mas depois soube que a loira estava com Sam. Sua expressão cansada e derrotada mostrava que ela não estava feliz.

- Então a polícia encontrou Brody?

- Não, nós encontramos.

Quem eram eles e por que tinham informações privilegiadas?

- Como?

- Nossa gente está por aí. Em todo canto. – Quinn sorriu orgulhosa de si mesma. Ela construiu um império.

- Como Gremlins.

Era informação demais para um dia.

- Rach, você está bem?

- Não me chame de Rach, você perdeu esse direito quando me deixou pra trás.

- Prefere Miss Weston? – Santana perguntou ácida. Ok, eu merecia essa.

- San, menos. A Rachel passou por muitas coisas hoje. Ela tem razão, eu sumi por anos.

- E agora reapareceu salvando o rabo dela. – Santana argumentou chateada.

- Eu agradeço por isso, mas agora preciso descansar em...- casa? Eu não tinha mais casa, deveria retroceder e voltar a morar com meus pais em Ohio, mas com o FBI atrás de mim não podia sair da cidade.

- Você ficará no apartamento de Santana, lá é uma fortaleza. Estará protegida do Weston.

- E de si mesma. – Santana acrescentou.

Como assim protegida? Brody não me machucaria, fizemos votos.

- Brody não te machucaria, mas ele deve dinheiro a muita gente e essas pessoas podem te usar como isca ou te ameaçarem pra saber onde ele está.

Quinn parecia genuinamente preocupada. Queria abraçá-la naquele momento, mas ainda estava magoada. Ela me deve respostas.

Santana me levou até a porta, mas antes de sair me virei pra Quinn.

- Eu quero estar a par da investigação, saber onde meu marido está.

Quinn pensou por alguns segundos. Por fim, respirou fundo e respondeu.

- Ok, Rachel vou te deixar a par das investigações. Mas minha prioridade é sua proteção.

Sorri pra minha atual advogada e ex amiga e acompanhei Santana pelo escritório. Do corredor ouvidos murmúrios na recepção que se calaram com a chegada da latina. Eram Ryder, uma garota loira e um garoto loiro, além de Cindy e um rosto conhecido entre todos. Conhecido até demais,

- Puck!

O garoto moreno me abraçou e quase me levantou ali no meio, era bom revê-lo. Puck não fazia muitas perguntas. Era reconfortante.

- É bom te rever baixinha.

- O que faz aqui?

- Eu trabalho aqui.

- Com o que?

- Eu vou te explicar, mas antes queria apresentar o pessoal.Ryder você já conhece e Cindy também. Aqueles são Kitty e Sebastian. Kitty é estagiária, ou melhor, ex estagiária e atual sênior, e Sebastian é advogado também.

- E picareta. – Santana disse fazendo Sebastian rir.

- Prazer Rachel. – Sebastian disse enquanto Kitty nem sorriu, ela não gostava de mim e eu nem dei motivos pra isso.

- Tchau pessoal, sou encarregado de proteger a encomenda.

A encomenda era eu? Eu não entendia a piada interna daquele grupo então fiquei quieta.

Esperei sair do prédio e entrar no SUV blindado de Puck pra chorar. Chorar muito. Porque minha vida estava desmoronando e eu moraria de favor na casa da minha ex colega de escola que me atormentou por anos.

- Oh, Rachel. Não chora. Se Quinn nos ver aqui sou um homem morto.

- Eu confiei nele.

- Eu sei que é duro. Mas ela vai te ajudar, ela é uma ótima profissional.

Quinn Fabray não curava feridas, ela as fez em mim. Portanto nem tudo ela poderia resolver.

- É estranho.

- Eu sei, mas você é uma Berry. Força! – Puck tinha razão, meus pais passaram por discriminação, desrespeito e conseguiram vencer, eu também conseguiria. Tinha que deixar o sobrenome Weston pra trás e escrever uma nova história, porém agora estava cansada demais pra pensar.

No caminho Puck me contou toda sua história, ele virou policial, conheceu uma policial divorciada e achou uma boa idéia se casar. Ela tinha uma filha adolescente que o odiava e um belo dia ela resolveu acusar Puck de assédio, mostrando marcas e tudo. Puck foi preso, demitido e injustiçado. Ninguém acreditou nele além de Quinn que o defendeu e provou que os abusos eram forjados. Segundo ele, a forma que Quinn o defendeu não foi a melhor, pois mostrou sua mulher como uma mãe negligente. Ele mostrou-se grato e usou suas conexões para ajudar Quinn a solucionar casos e a protegia.

- Mas você e Quinn são só amigos?

- Sim, claro. Quinn gosta de meninas, totalmente. Ela é louca por uma mulher que nunca a deu bola.

Engoli seco. Quem seria essa mulher?

- E Quinn está com ela? – Puck riu e em seguida estacionou o carro agilmente em frente a um duplex. - Esse prédio é do irmão da Quinn.

- Irmão?

- Longa história.

- Fabray mora em cima e San embaixo.

Subimos as escadas, Puck abriu a porta dando espaço para eu passar. O apartamento era moderno e sofisticado, apesar dos mil papeis espalhados na sua mesa de centro, era organizado. Não parecia um lar em si, não havia fotos de família ou coisas que remetessem ao passado,

- Vou te mostrar onde você vai ficar. Kitty deixou tudo arrumado.

- Ela parece não gostar de mim.

- Porque ela gosta da Quinn.

- Ciúmes porque eu sou a protegida?

- Mais do que isso.

Novamente segredos.

- Quem é, Puck? – ele se fez de desentendido, - a mulher que Quinn ama.

- Ela se casou e Quinn perdeu as esperanças, fim. Além do mais á odeia.

Esse sim era um belo desafio para Quinn Fabray. E não é que essa mulher tem a ver comigo?

- Vou indo Rachel, seus pertences estão aí, conseguimos pegar da polícia.

- Como?

- Não pergunte, tenho que volta a base. Aqui tem um sistema de alarme muito potente e a Quinn te comprou um celular, com o número de todos da empresa. Está no criado mudo ao lado da cama. Fique bem. Você está sã e salva.

Era como eu me sentia com a proteção da temida Quinn Fabray.


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Notas finais do capítulo

E aí? Comentem pra saber se devo continuar. Beijos.



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