A filha do diretor escrita por The Drama Queen


Capítulo 33
Capítulo 32


Notas iniciais do capítulo

Não sei o que falar aqui, sinceramente. E isso é estranho. Eu sempre tenho alguma coisa pra falar... Estou me sentindo mal agora. Espera! Lembrei se um treco aqui.
Alguém me perguntou quantos anos eu tinha. Eu já respondi em mensagem, mas quero contar para o mundo. Tenho 15 anos. Meu aniversário é em outubro. Quase posso votar haha Isso não é legal. Enfim, depois desse fato super importante que, com certeza, mudou a vida de vocês (sintam a ironia), boa leitura!



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Talvez eu não precise contar tudo, só o suficiente para que ela acredite em mim. Não vou mentir, apenas omitir alguma partes.

– Scott, fala – sussurrou, implorando. Ela quer acreditar em mim, eu sinto isso. E eu preciso que ela acredite em mim. Já estive tão perto de perdê-la tantas vezes, não vou deixar que Peter a arranque de mim dessa vez.

Suspirei mais uma vez e comecei:

– Eu tenho uma ideia de quem possa ter feito isso, essa armação. O Peter.

– Peter? – Incredulidade é a única coisa que eu enxergo no seu rosto.

– Sim, o Peter. Ele não nos quer juntos, eu não sei o porquê. Esses dias ele esteve na minha casa ameaçado, não só a mim, mas a Sarah e os outros. – Alysson olhou para as próprias mãos, que descansam em seu colo. Passei minha mão por sua bochecha e prendi meus dedos em seus cabelos. – Ele está tentando nos separar, Aly. – Ela levantou o olhar e me encarou. – Você acredita em mim, certo?

– Eu quero acreditar – ela disse. Já não chora mais agora.

– Mas não consegue – concluí. Ela desviou o olhar novamente. – Escuta, Aly. Você me perguntou se você se arrependeria se dissesse sim. Me responda você uma pergunta: porque eu te pediria em namoro, se eu não quisesse ficar só com você? Não faria sentido, certo? – Ela assentiu, ainda sem me olhar. Segurei seu rosto agora com as duas mãos. – Eu te pedi em namoro, te pedi que fosse só minha, te pedi que me deixasse ser só seu. Eu não arriscaria o que temos por nada nesse mundo. Você é a única que eu desejo. Não deixe que o Peter coloque essas coisas na sua cabeça, não o deixe vencer de novo – Ela não disse nada. – Tudo bem. – Soltei seu rosto. – Se você quiser, a gente pode ir lá na sorveteria, invadir a sala de vídeo e olhar as câmeras de segurança. Ou... Ou a gente sequestra a Ruby e a tortura se for preciso, até ela dizer a verdade. – Ouvi uma breve e abafada risada escapar dos lábios da Alysson. – Eu faço qualquer coisa para que você acredite em mim. - Ela levantou o olhar e olhou nos meus olhos.

– Me beija?

Não precisa pedir duas vezes.

Sorri e a beijei. Cada vez que eu toco esses lábios é melhor do que a última vez. E dessa vez é melhor ainda, porque foi ela quem pediu, e não poderia ter feito pedido melhor.

...

– Você não contou? – Sarah gritou.

– Contei – respondi. – Uma parte... Uma pequena parte. Mas contei.

– Não acredito, Scott!

– O que você queria? – gritei de volta. – Tenta entender o meu lado, Sarah. Ela já estava magoada comigo, estava achando que eu tinha a traído. Se eu falasse da aposta agora, Alysson nunca mais olharia na minha cara! – Sarah suspirou pesadamente.

– Estou começando a achar que você não vai contar para ela – disse, mais calma.

– Eu não quero contar – admiti. – Mas eu sei que preciso. Por mais que eu saiba que ela vai me odiar pro resto da vida, que vai me deixar e nunca mais olhar na minha cara, eu sei que é o certo e que vai ser muito pior se ela descobrir por outra pessoa.

– É. Espero que seja logo, porque agora com o Peter tentando separar vocês dois, eu não duvido nada que ele mesmo conte, afinal, ele participou da aposta.

– Nem me fala. Eu tenho que arrumar um jeito de me livrar desse cara.

– Boa sorte com isso – desejou.

– Vou precisar.

...

Um mês. Há um mês que Alysson está usando aquele anel. Hoje, 6 de julho, é um dos dias da minha lista de boas lembranças, aquelas que geralmente lembramos na hora do banho. Pensamentos na hora do banho... Isso é discriminação com os pensamentos que vem em outras horas. Eles seriam considerados impróprios, então?

Foco, Scott. O assunto é seu aniversário de namoro, não os pensamentos da hora do banho.

Tudo bem, tudo bem. Me desviei um pouco do assunto.

.. Hoje eu e Alysson completamos um mês de namoro. Ah, sim tenho grandes planos para hoje à noite.

Já liguei para Alysson avisando que a pegaria às 18h. Arrumei a coisas todas sozinho. Deu bastante trabalho, mas valeu muito a pena. A programação é bem simples, na verdade, mas estou muito confiante. Nada pode dar errado, nada vai dar errado.

Em tão pouco tempo nosso namoro já passou por tanta coisa, e ainda temos tanta passou por tanta coisa, e ainda temos tantas outras para passar. A verdade é que essa maldita aposta tem me atormentado todos os dias. Eu não aguento acordar todas as manhãs pensando se será hoje que Peter vai cumprir suas ameaças, ou se vai fazer pior, ou se ainda vai contar sobre a aposta. Tenho a certeza de que isso já passou pela sua cabeça. Talvez ele só esteja esperando a hora certa.

Não posso perder a Alysson.

Voltando minha mente coisas boas agora. Hoje não é dia para sermos negativos. Vou fazer o máximo para tirar todas essas coisas da minha mente. Peter não merece toda essa atenção.

Conferi umas trinta vezes se estava tudo certo. O atendente me mandou à merda todas as vezes. É a vida... Terminei de me arrumar e me olhei no espelho. Uma blusa preta de botões, uma calça jeans escura e meu vans também preto. Não estou tão mal. Olhei as horas: 17:55h. Acho que já posso ir buscá-la, certo?

Caramba, eu estou nervoso!

Eu não quero estar nervoso. O fato de eu estar nervoso, me faz pensar que há possibilidade de eu fazer alguma besteira, o que me deixa ainda mais nervoso. E agora eu já estou falando coisas que não mudaram em nada a vida de ninguém, nem a minha própria. Só vai acrescentar o meu nervosismo.

Saí de casa antes que pensasse mais asneiras.

Dirigi, ansioso, até a casa de Alysson. Parei em frente ao seu jardim e uma questão me veio à cabeça: buzino, mando mensagem ou toco a campainha? Lembro de ter essa mesma dúvida no nosso primeiro encontro. Acabo fazendo a mesma coisa que naquela noite. O meu argumento naquele dia era que eu era o seu “namorado” dela. Hoje o meu argumento é que eu sou o namorado dela. Parece que não, mas essas aspas fazem muita diferença.

A porta se abriu. Alysson está usando um vestido branco, o mesmo que usou na festa da Paris, aquela do início do ano. Sim, eu me lembro. Foi a primeira vez que eu a via chorar, a primeira vez que eu vi alguém chorar por minha causa.

– Alysson Cooper, você está divina! – exclamei.

– Você também não está nada mal, Scott Miller – respondeu sorrindo.

– Podemos ir ou...?

– Podemos.

Ofereci o braço e ela encaixou o dela no meu. Andamos assim até o carro. Abri a porta para que ela entrasse. O céu já está escuro. Algumas estrelas já estão visíveis.

O trânsito está bom, para a alegria da nação! Não demoramos a chegar ao nosso destino. O caminho foi silencioso, muito silencioso. Nenhuma palavra, nenhum murmúrio, nenhum barulho vindo de nenhumas das partes. Mas era um silêncio bom. Não sei explicar, só sei que não era um silêncio incômodo.

– Chegamos! – Estacionei o carro.

– Parque? – Alysson perguntou.

– Isso mesmo. – Um sorriso brotou em seus lábios.

Saímos do carro.

– Quer ir em qual primeiro? – perguntei envolvendo sua cintura com um dos braços. Ela me olhou com um sorriso sapeca, o que me fez soltar uma breve risada.

– Carrinho bate-bate!

– Seu desejo é uma ordem.

E lá fomos nós. Foi constrangedor, devo admitir. Eu sou uma negação no carrinho bate-bate. Já a Alysson, parece que nasceu pra bater nas pessoas. Depois dali, fomos no castelo do medo. Alysson é uma medrosa! Não sabia que ela se assustava assim tão fácil. Vou tirar proveito disso um dia. Ah, se vou!

– Quer um algodão doce? – perguntei.

– Pode ser.

Ela ficou com um rosa e eu com um azul. Sim, somos infantis.

Avistei uma barraca com prêmios.

– Vem cá. – Puxei Alysson até a barraca. Eu só tenho que acertar 5 alvos e levo um bicho de pelúcia qualquer.

Depois dessa incrível experiência, descobri uma coisa muito importante: eu tenho a pior mira do universo. De 10 eu tinha que acertar 5, e eu, como um idiota que sou, acertei 3.

– Acho que eu vou tentar de novo – falei. Alysson revirou os olhos ainda rindo da minha desgraça.

– Me dá isso aqui, Scott. – Tomou a arma da minha mão e começou a atirar antes que eu pudesse protestar.

Vamos lá. Ela errou o primeiro alvo. Acertou o segundo, acertou o terceiro, errou, acertou, errou, acertou, acertou, acertou, acertou. Eu nunca fui tão humilhado na minha vida!

– Quero a coruja – ela pediu. – O nome dele vai ser Tobias.

– Por quê? – Ela deu de ombros.

– Eu gosto do nome. – Assenti.

– Eu nunca mais vou vir numa dessas barracas – declarei. – E me lembre de ficar fora do seu campo de visão quando estiver com uma arma na mão. – Alysson riu.

– Meu tio que me ensinou a atirar – contou.

– Por que raios o seu tio te ensinou a atirar?

– Ele era policial. Só queria me ensinar a me defender.

– Ah, sim. Você nunca me contou isso.

– Você nunca perguntou. – Deu de ombros.

– Tudo bem. E onde ele mora agora? Quero conhecer o seu tio superprotetor que te ensinou a atirar.

– Ele morreu. – Não me atrevi a dizer mais nada por uns bons minutos.

– Sinto muito.

– Tudo bem.

– Vamos na roda-gigante agora? – mudei de assunto.

– Scott? – ela chamou numa tom extremamente baixo.

– Hum?

– Eu tenho medo de altura.

Ela está toda encolhida, abraçando fortemente a sua coruja de pelúcia. Seus olhos parecem maiores e inocentes, sua voz soa infantil e indefesa.

– Eu vou estar com você o tempo todo – garanti. – Confia em mim? – Estendi a mão para ela. Alysson hesitou, mas acabou aceitando.

Entramos na fila, que estava pequena, e logo entramos no brinquedo. A roda subiu devagar e parou bem no alto. Alysson estremeceu enquanto a roda fazia o movimento. Eu passei meu braço por cima de seus ombros de uma forma protetora.

– Estamos mais perto da felicidade – ela sussurrou olhando as estrelas. Nesse momento ela parece uma criança. Inocente e feliz. Gosto de vê-la assim.

– Eu estou sempre perto da minha felicidade, mesmo estando no chão. Basta estar com você ao meu lado. – Ela sorriu e me olhou.

Aproximei nossos rosto para selar nossos lábios, mas nossas testas se chocaram devido ao movimento repentino do brinquedo.

– Isso não está nada parecido com os filmes – Alysson disse rindo, e eu a acompanhei.

– Não. Nossa história é única.

– Somos especiais – ela gabou-se.

– Você é especial.

– E você tem que parar de falar essas coisas.

– Por quê? – perguntei, evidentemente confuso.

– Porque qualquer dia desses meu rosto ainda entra em autocombustão e isso não seria legal. Você não namoraria uma garota com o rosto queimado.

– Alysson Cooper, eu te namoraria mesmo que você não tivesse rosto.

– É melhor parar de falar essas coisas se não eu acabo acreditando.

– Mas é para acreditar, Aly. Estou falando a verdade.

O brinquedo voltou a girar, parando na mesma posição de antes, bem no alto.

– Quer tentar de novo? – perguntei num tom baixo. Ela assentiu.

Sem mais delongas juntei nossos lábios. Um beijo calmo se seguiu. As mãos dela foram para o meu cabelo, como um vício, e as minhas foram para a sua cintura, a puxando mais para mim.

– Feliz um mês de namoro – desejei, assim que separei nossos lábios.

– Feliz um mês de namoro.


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Notas finais do capítulo

Eu acho que estou começando a enjoar de cenas fofas... Estou escrevendo muito disso ultimamente. E tem mais vindo por aí. Mas é Scalysson, então eu perdoo. O que acharam disso tudo? O capítulo foi praticamente só Scalysson.
Estou quase terminando de escrever o POV extra desse capítulo, que vai ser no ponto de vista da Paris. Mas de qualquer forma, vou postar só amanhã.
Ah, se quiserem falar comigo, perguntar coisas, meu amores, podem falar e perguntar. Eu amo falar com vocês. Vocês não incomodam nada, ok? Ok.
Beijos de amora :*