A filha do diretor escrita por The Drama Queen


Capítulo 29
Capítulo 28


Notas iniciais do capítulo

Demorei de novo. Desculpem, meu amores. Fiquei mesmo sem tempo. Mas eu disse que postaria fim de semana. Pelo menos isso eu não atrasei, não é?
Bom, a partir desse capítulo as coisas vão ficar mais calmas. Podem relaxar. Surpresinha no final do capítulo. Acho que você vão gostar. Tenho certeza de que vocês não esperavam por essa hahaha
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/490814/chapter/29

– Relaxar? - Alysson disse me empurrando levemente. - O que você pensa que vai fazer?

– Eu só... - tentei formular uma frase que fizesse sentido. Eu só quero fazer com que você perca esse jogo. Quero esfregar na cara de Kyle que você ainda é minha. Quero me livrar de uma vez por todas de Peter. Quero ter você na palma da minha mão.

É melhor eu não terminar a frase.

– Você esqueceu com quem está, Scott? Eu não sou a Paris, nem a Ruby, nem qualquer outra dessas garotas que você leva pra cama a hora que quer. Achei que tivesse o mínimo de respeito por mim.

Suspirei e saí de cima dela, me sentando na ponta da cama. Ela fez o mesmo.

– Eu tenho respeito por você, Aly. Mas o Kyle…

– O que o Kyle tem a ver com isso?

Não respondi. Não tem forma de responder sem que eu pareça um idiota, ou que entregue toda a história.

– Scott, você está me ouvindo?

– Estou ouvindo perfeitamente - respondi, suspirando em seguida. - Não posso fazer isso - disse para mim mesmo.

– Fazer o que? - Alysson perguntou.

– Eu tenho que ir. - Me levantei da cama e sai pela porta, sem dar nenhuma atenção a Alysson, que corre atrás de mim enquanto grita o meu nome.

O fato de eu ter saído correndo, só me deixa com mais cara de idiota ainda. Pelo visto, eu não sei fazer mais nada direito. Estou perdendo a prática.

Agora a questão é: eu vou tentar de novo? Eu sei que, se eu souber como agir, a Alysson cai no meu papo e faz o que eu quiser. E quando ela se render, eu mato dois coelhos com uma cajadada só: me livro das ameaças do Peter e viro o joguinho da Alysson contra ela.

Se é que há algum jogo, não é, idiota?!

Eu sei que tem. Tenho certeza… Ou quase certeza.

De qualquer forma, é melhor prevenir do que remediar.

Entrei em casa, dando de cara com Anthony assim que abri a porta.

– Espero que você não tenha feito nenhuma besteira - ele disse.

– Oi pra você também.

Ia subir as escadas, mas uma figura feminina me chamou a atenção.

– Sarah?

– Scott. Posso falar com você um segundo? - Assenti em resposta. Ela se levantou do sofá, onde estava sentada anteriormente, e me seguiu até o meu quarto.

– Anthony, você vem? - Sarah perguntou parando no meio da escada.

– Por que o Anthony tem que vir? - perguntei.

– Só cala a boca e anda, cabeção - Anthony respondeu. Resolvi não discutir e terminei de subir as escadas em silêncio. - Temos um assunto bem sério pra tratar com você - ele falou fechando a porta do meu quarto atrás de si.

– Podem falar.

– Foi tudo armação - Sarah disse.

– Tudo o que? - Dessa vez foi Anthony quem respondeu:

– A mensagem, Kyle no quarto da Alysson, você os pegando “juntos” - disse fazendo aspas com as mãos. - Toda a confusão na casa da Alysson foi pra fazer com que você cumprisse a ordem de Peter.

– Espera aí. Como vocês sabem das ordens de Peter?

– Fácil - Anthony disse.

– É só você saber com quem falar e como ameaçar - Sarah completou. - Já fui amiga da Paris. Sei como funciona o esquema deles, sei quem eles chantageiam e ameaçam, sei dos podres que eles usam para ameaçar. Sei muita coisa.

– Ah - foi tudo o que eu consegui dizer.

– Foi Peter quem mandou a mensagem - Sarah continuou. - Ele pediu a uma tal de Paige que roubasse o celular da Alysson. Depois de desbloqueado, mandaram a mensagem pra você. Claro que queriam que você visse a Alysson e o Kyle sozinhos no quarto, mas você foi lerdo o bastante pra entrar no quarto errado.

– Então só viu os dois saindo do mesmo quarto - Anthony completou. - Não estava nos planos o diretor saber que você estava lá.

– Mas isso não impediu que você surtasse e fazer tudo do jeito que Peter queria.

Fiquei um tempo em silêncio tentando “digerir” toda aquela informação.

– Agora, a questão é: o que você estava fazendo na casa da Alysson? - disse Sarah.

– Não aconteceu nada - garanti. - Ela me parou. - Ambos suspiraram pesadamente.

– Você tem que falar para ela, Scott - Anthony falou. - Tem que contar sobre as ameaças do Peter. Tem que contar tudo.

– Não posso - respondi, lembrando de uma parte crucial das ordens de Peter.

*Flashback on*

– Vim saber como está o andamento da segunda parte do acordo. Algum progresso? - não respondi - Vai dizer que ela ainda não te desculpou por aquele beijo?! Ah, Scott. Você está enferrujado, meu amigo.

– Eu já disse que não vai rolar nada mais do que beijos e um encontro com a Alysson.

– Ainda não entendeu quem está no controle da situação?

– Acha que eu tenho medo de apanhar de novo? - ri exageradamente alto.

– Não. Não acho. Mas, eu estava pensando: será que você se importaria se o Anthony apanhasse no seu lugar? Ou quem sabe o Zac? Ou melhor ainda: a Sarah!

– Você não teria…

– Coragem? Vai pagar para ver?

*Flashback off*

Eles não parecem saber dessa parte.

– Como não pode? - Sarah praticamente gritou. - É a dignidade da minha amiga que está em jogo. A dignidade da garota que você diz que ama!

– Eu posso deixar que ele te machuque! - gritei de volta. Nenhum dos dois disse nada. - Ele ameaçou a vocês dois - falei, agora mais calmo. - Não posso deixar que vocês dois apanhem no meu lugar. Principalmente você, Sarah. Isso é um problema meu. Eu vou resolver sem que ninguém mais se machuque. Se a Alysson souber vai ser pior.

– Não acredito! - Sarah exclamou. - Você vai levar isso adiante?!

– Você vê alguma outra saída?

Ela me encarou durante um tempo e depois saiu do quarto sem proferir nenhuma palavras.

– Nos vamos arranjar outra solução - Anthony garantiu antes de sair do quarto atrás de Sarah.

Depois disso, o que eu posso fazer?

Me joguei na cama e fiquei olhando para o meu teto branco e sem graça.

Quase duas semanas se passaram desde o acontecimento com a Alysson e a conversa com a Sarah. Não falei mais com nenhuma das duas. Aliás, elas não falam comigo, e não é por falta de tentativa minha. Eu tentei falar com elas, me desculpar, mas nada resulta. Parece que Sarah contou alguma coisa para Alysson, e essa coisa fez com que ela voltasse a fugir de mim, me evitar, assim como fazia no início. Sei que talvez eu tenha tomado a decisão errada, mas a Sarah deveria ser um pouco mais compreensiva. Ela não sabe o tamanho do estrago que aqueles três fizeram em mim. E, não é sendo machista não, mas ela é uma garota, muito mais frágil do que eu. O estrago certamente seria muito maior nela. Eu não suportaria olhar para ela todos os dias sabendo que a culpa da dor que ela sentiu é minha. Prefiro que ela fique com ódio de mim, que não fale mais comigo, prefiro usar a Alysson a vê-la machucada. E nem ela nem ninguém tem a mínima noção do quão difícil é fazer essa escolha. Eu já disse e repito quantas vezes forem necessárias: eu gosto da Alysson. Gosto de verdade, como eu nunca gostei de alguém. Arrisco dizer que talvez isso seja mais do que gostar. Eu não sei, só sei que preciso dela feliz e comigo. Não suportaria vê-la com outro.

Hoje é dia 1° de junho. O aniversário da Alysson é depois de amanhã, dia 3. Estou ansioso, não sei bem o porquê. Não sei se vou conseguir me reaproximar dela até lá. Mas sei que não vou desistir assim tão fácil, não só pela segurança da Sarah, mas também por eu precisar dela. Hoje eu vou dar um jeito de abordar Sarah e falar com ela. Preciso ter uma conversa muito séria com ela. Uma conversa em que nenhum de nós dois saia correndo antes do assunto estar encerrado. Anthony vai me deixar com o carro para que eu possa levá-la para algum lugar mais sossegado, para podermos conversar sem sermos interrompidos.

Agora já o final das aulas. Estou no portão da frente, esperando que Sarah passe por aqui, provavelmente acompanhada pela Alysson e pela Lilyan. Mas isso não vai me impedir de falar com a Sarah, ou de sequestrá-la se for preciso.

Não esperei muito até que elas atravessassem o portão. Sem perder mais tempo, fui ao encontro dela. Como já era esperado, ela fugiram de mim.

– Não adianta correr, Foster - gritei. - Você vai me ouvir, nem que seja na marra.

Sarah virou para mim com uma cara nada feliz. Eu esperei ouvir xingamentos, palavras duras, uma lição de moral talvez. Mas nada saiu de sua boca. Ela apenas bufou, virou as costas e saiu andando na frente das meninas, que nem se deram ao trabalho de me olhar. Passei correndo por Alysson e Lilyan e agarrei o braço de Sarah, que já está a uma boa distância das outras duas.

– Você precisa me ouvir - eu disse. - Você está entendo tudo errado.

– Acho que eu já ouvi o suficiente. - Ela ia voltar a andar, mas eu a segurei.

– Acho que vamos pelo jeito difícil então.

Puxei-a para mim, jogando seu tronco sobre meu ombro, e a carreguei até o carro como um saco de batata. Foi um curto caminho cheio de gritos, socos nas minhas costas e olhares divertidos das pessoas a nossa volta. Nada que me importasse. Abri a porta do quarto ainda a segurando, e a coloquei lá dentro com a maior delicadeza possível. Fechei a porta e dei a volta no carro, entrando pela porta do motorista. Encontrei uma Sarah emburrada no banco do carona, com os braços cruzados e a testa franzida. Não pude deixar de rir dessa cena. Sarah por sua vez, limitou-se a revirar os olhos e bufar impaciente.

Decidi não ir para um lugar muito distante. Acabei por escolher a praça. Aquele em que sempre temos uma conversa que acaba mal. Mas tenho certeza que dessa vez vai ser diferente. Tem que ser diferente. Se eu não posso ter a Alysson, preciso pelo menos da Sarah. Já perdi tudo uma vez, não quero que aconteça de novo.

– Achei que todo o assunto já estivesse esclarecido - disse Sarah, enquanto nos sentamos num dos bancos de cimento.

– E está. Mas parece que algumas coisas ficaram mal entendidas.

– Tipo?

– Eu não quero dormir com a Alysson - afirmei.

– Mas vai tentar mesmo assim.

– Porque eu não posso deixar que Peter machuque você ou qualquer outra pessoa por minha causa.

– Isso não é desculpa - argumentou.

– Não é desculpa? Você viu como ficou minha cara? - exaltei minha voz. - Você acha que a sua vai ficar bonitinha igual a minha? Não, Sarah. Ele vai fazer uma plástica gratuita nesse seu rostinho bonito!

– Você está exagerando.

– Você não sabe a droga da dor que eu senti quando apanhei daqueles desgraçados! Eu, Scott Miller, senti dor apanhando de três filhos da mãe. Você pensa que pra você vai ser como a guerrinha de travesseiros que vocês meninas fazem na festa do pijama? Você sabe melhor do que ninguém que o Peter não está aqui de brincadeira. Essa cara tem sérios problemas mentais! - parei um pouco para recuperar o fôlego. - Eu não quero que ele te machuque, Sarah. Eu não sei porque ele faz isso, mas já vi que vai fazer o que for preciso pra conseguir o que quer.

– Mas você sabe que a Aly também pode sair machucada dessa história, não sabe?

– Sei. E é por isso que eu estou tentando fazer o possível pra que nenhuma de vocês duas se machuque - garanti. - Não se preocupe. Eu não vou largar a Alysson. Mesmo que eu tenha que fazer as coisas que o Peter mandar, eu não vou fazer só por causa dele, mas porque eu gosto dela. Sei que eu não comecei muito bem - disse lembrando de quando forcei a situação na casa da Alysson. -, mas as coisas são bem diferentes agora. - Sarah assentiu. - Só que eu vou precisar da sua ajuda.

– Pode contar comigo. - Me ofereceu um sorriso meigo.

Já estava na hora de essa praça me trazer boas lembranças.

Hoje saí com a Sarah para comprar o presente da Alysson. A festa vai ser nessa sexta. Pelo que eu entendi, Diretor Cooper saiu com sua esposa, Marie Cooper. Foram passar o fim de semana em algum lugar bem longe. Imagino que Alysson deve ter implorado durante meses para conseguir esse feito. A festa vai ser na casa dos Cooper mesmo. Tenho a impressão de que vai rolar muita confusão. Mas eu tenho planos para essa festa, por isso, pedi a Sarah que me ajudasse com o presente. Precisava de uma opinião feminina.

Sarah está me apoiando em tudo. Acho que ela finalmente entendeu meu ponto de vista. Isso me deixa bem mais aliviado. Mas o meu problema com a Alysson eu terei que resolver praticamente sozinho. Sarah colocou algumas coisas na cabeça da Alysson. A convenceu de que eu voltei a ser aquele babaca que eu era antes. Agora, eu vou ter que convencê-la do contrário… sozinho. Sarah não pode desmentir tudo o que disse. Seria estranho demais. É tudo por minha conta agora. Pensando pelo lado positivo: pelo menos ela não contou da aposta nem do Peter. Meu trabalho vai ser bem menor.

E não podemo esquecer do nosso querido Diretor, que agora também é um empecilho. Por sorte ele não vai estar aqui na festa.

– Você não vai mesmo, Dylan? - perguntei.

Dylan sempre é convidado para essas coisas, não sei como nem por que, mas é.

– Hoje não. Não estou no clima para festa. Vou na de amanhã.

– Você não está no clima pra festa? - Anthony perguntou, desconfiado. Dylan apenas assentiu. - Mãe! - Anthony gritou. - Dylan está delirando!

Dylan revirou os olhos e eu o acompanhei.

– vamos logo, Anthony. Já são quase 22h.

– Tudo bem, tudo bem. Vamos lá.

Verifiquei se estava com tudo, se não tinha esquecido nada, e fui embora junto com Anthony. Ele foi dirigindo, mas, com certeza, eu é que vou dirigir na volta. Anthony não sabe se controlar quando se trata de bebida.

– Pensei que você e a Alysson estivessem brigados - Anthony disse do nada.

– E estamos.

– E você está indo para a festa dela.

– Desde quando alguém se importa com quem é o dono da festa? - essa pergunta fez com que ele calasse a boca.

Chegamos na festa em 20 min. A aparência é a mesma que se encontra em qualquer outra festa do tipo. A cabeça de Alysson deve estar a mil. Fazer uma festa grande assim, depois de tanto tempo, e depois do que aconteceu… Não deve ser fácil. Fico feliz que ela esteja finalmente conseguindo superar aquela história.

– Você veio! - Sarah exclamou.

– É.

– Achei que não viria mais. Chegou tarde.

– Tive uns contra-tempos. Nada muito importante.

– Tudo bem - ela disse. Se aproximou do meu ouvido e sussurrou: - Alysson está nos fundos. - Assenti e segui para a cozinha.

Preciso de uma bebida antes de fazer isso. Bebi uma mistura qualquer que estava em cima da mesa, e segui pela porta que dá para os fundos.’

– Alysson Cooper. - Percebi o pequeno pulo de susto que ela deu ao ouvir minha voz.

Ela está usando um vestido rosa claro de alças finas, sandálias brancas com salto não muito alto e seus cabelos caem sobre os ombros. O ambiente está escuro, logo, não consigo ver bem a sua maquiagem. Nem preciso. Tenho a certeza de que ela está incrivelmente linda!

– Scott. - É a primeira vez que ouço a sua voz em muitos dias. Sinto minha pele arrepiar e meu coração bater ainda mais forte do que já estava batendo. - Você veio - repetiu as palavras de Sarah.

– Vim - afirmei.

Ficamos num silêncio constrangedor. Me senti um idiota por não conseguir dizer mais nada. É como se as palavras fugissem da minha boca.

– Você… Você precisa de alguma coisa? - Alysson perguntou.

Me senti mais idiota ainda por ter sido ela a quebrar o silêncio.

– Preciso - respondi. - Preciso de você. - Ela arqueou uma das sobrancelhas.

– De mim?

– Alysson, eu não aguento mais ficar assim com você. Eu acordo todo dia pensando em como o meu dia vai ser uma porcaria só por que você não vai estar nele. Eu sei que eu sou um completo idiota, sei que eu só faço besteira, mas sei que posso melhorar. E eu preciso de você para fazer essa mudança acontecer.

Ela não disse nada, o que me fez ficar ainda mais nervoso.

– Scott, eu não sei se eu…

– Namora comigo? - as palavras simplesmente saíram.

– O que?

Tirei o anel do bolso da calça e repeti:

– Namora comigo, Alysson?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu fiz de novo. Acabei na melhor parte. Me matem!
Por essa vocês não esperavam, não é?! hahaha Vou deixar você morrendo de curiosidade sim. Vou tentar terminar o cap 29 até hoje a noite, mas não prometo nada. Vou fazer o possível.
Comentem vossas opiniões. Acham que a Aly vai aceitar? Acham que ela deve aceitar? Comentem tudo. Aaahhh, estou sem criatividade para fazer perguntas. Mas aconteceu bastante coisa. Comentem tudo, hein... Ou só o que vocês mais gostaram. Enfim, vou parar de falar.
Beijos de amora :*