O dia havia nascido novamente. A família esta mais dividida, ou melhor dizendo, quebrada que um espelho que havia sido jogado no chão. A culpa não era de Maria Fernanda , a culpa era do passado. Na verdade, todos estavam vivendo suas vidas como deveriam ser vividas. Se todos ficassem sendo plateia da grande briga entre Maria Fernanda e Maria Sófia todos iriam estar jogando a sua vida fora. Até porque essa briga não termina hoje, nem amanhã ela é para sempre. Para sempre mesmo...

—Pensei que não chegaria tão cedo. —Maria Fernanda fala assustando Maria Sófia. Era de madrugada , o que ela estava fazenda na casa da sua maior inimiga.

—Ficou infeliz porque a sua família foi embora com medo de você? —Maria Sófia pergunta provocando a pouca paciência de Maria Fernanda.

—Na verdade eu mandei a minha família ir embora. —Maria Fernanda fala se levantando da poltrona com a maior calma do mundo. Quando ela ficava calma por fora era porque a raiva a rasgava por dentro. —Porque ao contrario de você eu tenho uma família. Eu tenho o que amar e quem me amar. —Era um golpe sábio para se dar na inimiga. —Você matou o seu amor. Pai da sua filha...

—O que de verdade você veio fazer aqui? —Maria Sófia pergunta entre os dentes.

—Apenas vim atrás da minha felicidade, que é a causa sua insônia. —Maria Fernanda responde entrando na imensa biblioteca de Maria Sófia. Eram inimigas mais tinham o mesmo gosto pela leitura. Passava seus dedos sobre as prateleiras vendo o titulo de casa livro ali colocado. —Você tem a ultima edição de Anjo Pecador... —Ela fala deslumbrada. —Eu ainda não li. Sabe me falar se Natália matou Esmeralda no final?

—Natália no final foi feliz. Ela não matou Esmeralda, não se sabe o que aconteceu com Esmeralda. Ela simplesmente apareceu no final chorando para uma porta que a deixava trancada em um quarto de sanatório. Dizem que quem a olhava era Natália. —Maria Sófia reponde a pergunta. —Porém se você olhar a ultima folha de cabeça para baixo você vê o que realmente aconteceu com ela. —Fala e Maria Fernanda vira o livro de cabeça para baixo e arregala os olhos. —Eu nunca soube decifrar. —Ela fala decepcionada. Maria Fernanda dá um sorriso maligno para a inimiga.

—‘’E a rosa foi dada a responsável que supervisava o quarto onde Esmeralda estava trancada. Aquele sanatório era sombrio. A rosa vermelha com espinhos foi jogada para Esmeralda e ela assim viu o que aquilo significava...Um destino pior que a morte.’’ —Maria Fernanda lê a ultima estrofe do livro depois de endireitar o livro. —Permiti-me leva-lo?

—Se você veio ate aqui para pegar um livro deveria ter me falado antes. Agora saia da minha casa... —Maria Sófia exige e Maria Fernanda passa lentamente por ela. Mas antes elas se olham olho no olho e o inevitável acontece. Maria Fernanda dá um soco na cara de Maria Sófia.

—A agressão física é apenas o começo. Te atacarei ate economicamente, Esmeralda. —Fala saindo e comparando Maria Sófia com a Esmeralda do livro.

POV Maria

Era de madrugada e Maria Fernanda não esteva em casa. Victória ligava para o seu celular mais ele sempre dava fora da área. Onde deve estar a nossa filha? Será que algo de muito ruim aconteceu com ela? Será que ela deve star com Christiano a essa hora da noite? Maria Fernanda não poderia estar fazendo o que eu penso. Não gravida e noiva do meu filho!

—Ainda acordadas? —Escuto Maria Fernanda perguntar e Victória me olha incrédula. Maria Fernanda estava com um livro em mãos.

—Não há nenhuma biblioteca aberta ate essa horas, filha. Onde estava? —Pergunto e ela sorri.

—Fui visitar uma colega e acabei levando um livro dela. —Fala folheando o livro tranquilamente. —Maria Sófia.

—Como assim?! —Pergunto incrédula. —Você vai na casa dela a essa hora da noite e sozinha?

—Eu sei me cuidar, mamãe. Apenas sai... —Maria Fernanda fala tranquila. —Agora vamos dormir. Vocês duas não merecem ficar acordadas por minha causa.

(...)

Eu chorava. Eu não conseguia parar de chorar um minuto se quer. Estevão tentava me acalmar, mas por mais que ele me abraçasse mais eu me sentia fragilizada. Foi dai que eu percebi o quanto Estevão também estava chorando por tudo o que estava acontecendo.

—Maria Fernanda esta tirando toda a paz de Maria Sófia. Mas também esta tirando a nossa junto com a nossa felicidade. —Falo chorando. —Estevão, quando é que isso vai acabar? —Pergunto chorando e me debatendo e ele me segura com força para que eu me acalme.

—Maria, se acalme! —Ele exclamava nervoso e logo eu percebi que Victória entrava no quarto apavorada.

—Maria? O que você tem? —Ela pergunta e eu continuo me debatendo em cima da cama. Era como se eu estivesse sentindo nojo de mim mesma. Nojo por tudo o que estava acontecendo. A culpa não era de Maria Fernanda, era minha por não ter criado ela da forma adequada!—Maria, irmãzinha...Por favor, olha para mim! —Pede segurando o meu rosto e Estevão teme com a sua esperança para que eu volte ao normal. —Olhe para mim e esqueça do que você esta pensando.

—Eu quero ir embora. Eu não quero mais ficar aqui! —Exclamo e os dois se olham incrédulos. —Eu não aguento ver a nossa filha se destruir... —Assim que falei senti uma cala forte dentro de mim.

—Vão. —Victória fala ainda segurando o meu rosto. —Vão embora daqui. Eu aguento tudo sozinha.

—Victó... —Estevão fala mais ela o interrompe.

—Eu exijo que vão embora. Quando tudo isso acabar todos nós vamos ser felizes. —Fala e eu tento falar mais ela me interrompe também. —Apenas vão! Eu tenho que aprender a ser mãe de Maria Fernanda. —Fala e eu engulo um seco. Victória...

Eu apenas preciso começar a ser o que nunca fui. Eu apenas preciso aprender as lições que me deram e eu deixei de lado. Eu apenas preciso usar a responsabilidade que tenho. Mas antes disso preciso dar um ultimo adeus para as pessoas que eu amo...(A Autora).