– Juliet Price - uma médica me chama.

Me levanto e vou em sua direção, ela sorri e pede para que eu a acompanhe até a sua sala. Por mais que eu esteja triste e quebrada por tudo o que está acontecendo, não posso deixar de me cuidar, ainda mais agora que meu filho depende de mim. E é por isso que eu estou aqui, em uma consulta com uma obstetra que o doutor Phillip me recomendou.

– Eu sou a doutora Tessa Irvine, mas pode me chamar só de Tess. Por favor, sente-se. - ela me pede indicando uma cadeira e eu prontamente o faço.

– Desculpe a pergunta, mas você é parente do doutor Phillip? É que, sabe, tem o mesmo sobrenome.

– Ele já andou fazendo propaganda, não é? - ela sorri. - Ele é meu marido.

– Ah. Ele disse que você é a melhor obstetra de Nova York.

– Se ele está dizendo... - ela ri e eu a acompanho. - Bom, vamos começar. É a sua primeira consulta, certo?

–É sim.

– Então vamos começar com a ultrassom.

Ela me encaminhou para uma mesa de ultrassom e pediu para que eu levantasse a camiseta. Depois colocou alguns lenços na barra da minha calça para não sujar e colocou um pouco de gel na minha barriga. Ela pegou uma aparelho e começou a espalhar o gel. Apareceu uma imagem meio borrada na tela ao meu lado.

– O que é isso? - perguntei, pois não dava para entender nada.

– Aqui é o colo do útero. - ela deslisou o aparelho para o outro lado da minha barriga - E aqui.. - ela apontou para a tela quando ela ficou mais focada. - é o embriãozinho. Olha que bonitinho. - ela aproxima mais a imagem. - E vai ficar mais bonitinho quando ele já estiver formado.

– Esse pontinho é o meu filho? É o meu bebê? - perguntei chocada e feliz ao mesmo tempo.

– É sim.

– Woont. - percebi que lagrimas rolavam pelo meu rosto.

– Agora eu vou medir. - ela aperta alguns botões e mexe com o mouse sobre a imagem do meu bebê - Treze milímetros da cabeça ao bumbum. Você está de sete semanas e quatro dias.

Estou pensando no quão pequeno ele é quando um som de batidas preenche a sala.

– Que som é esse?

– Esse é o som do coração do seu bebê. - meu Deus, é tão lindo. Nesse momento uma cachoeira escorre pelos meus olhos. - Cento e quarenta e oito batimentos por segundo, ta muito bom.

– Já dá para saber o sexo do bebê?

– Ainda é muito cedo para saber. Só é possível ver o sexo do bebê precisamente depois de dezesseis semanas de gestação. Isso depende da posição do bebê. Já tive uma paciente que só conseguiu descobrir que era um menino no sétimo mês, porque o bebê estava sempre de perninhas fechadas. - nós rimos. Só espero que o meu bebê coopere.

Ela faz mais alguns exames e depois me entrega alguns lenços para que eu me limpe.

– Você vai querer uma foto?

– Sim, por favor. - digo sorrindo, e então um pensamento me vêm a cabeça. - Er... pode ser duas fotos? - pergunto meio sem graça, mas ela sorri gentil.

– Claro. Só um minuto. - aperta um botão e logo ela imprime duas fotos. Ela me entrega e me encaminha novamente até à sua mesa.

–Bom, Juliet, sei que está passando por um momento difícil, mas você não pode deixar de se cuidar, principalmente por causa do bebê. - ela me entre um papel. - Aqui estão algumas coisas que você deve ou não comer. Você deve se alimentar de três em três horas, coma bastante frutas, porque tem muitas vitaminas, legumes e verduras no lugar de produtos industrializados, biscoitos caseiros e cereais. Beba bastante água e sucos naturais para hidratar. Evite o excesso de sal, bebidas cafeinadas, adoçantes artificiais, doces e frituras. Não tome bebida alcoólica.

– Tudo isso? - pergunto chocada.

– E ainda tem mais. Nessa folha também está uma lista de exercícios que você deve fazer durante a gravidez. - ela se vira e pega algumas cartelas de remédios de uma gaveta. - Tome esses comprimidos todos os dias, são vitaminas.

E a sua próxima consulta é no mês que vem.

– Obrigada. - me levanto e pego a minha bolsa.

– De nada, querida.

Ela se levanta e me acompanha até à porta.

– Se cuida, Juliet. Até mais.

– Vou me cuidar. Até mais doutora.

Saio da sala da doutora Tess e vou direto para a ala hospitalar onde Steven está internado. Quero deixar uma das fotos com ele. Fico triste por ele não poder ter vindo. Tudo isso é culpa daquele idiota que estava dirigindo bêbado, atravessou o sinal vermelho e bateu no carro do meu Steven. E o desgraçado só teve alguns arranhões. Se não fosse por ele, Steven estaria aqui comigo, feliz porque seu sonho está se realizando. Seu sonho se ser pai.