Filho da Mentira escrita por Sirena


Capítulo 30
Confiança?


Notas iniciais do capítulo

Estou viva!
Sim, pensaram que havia desistido, né? Não!Estou aqui, uma jovem atarefada que não encontra tempo para seu hobby preferido :(
Bem... Espero que ainda exista alguém aqui... Lendo...



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Confiança?

Lion

Loki estava deitado sobre uma grande e confortável cama de um quarto desconhecido e distante.

Ainda inconsciente , o único indicio de vida era sua própria respiração e o movimento das costelas, subindo e descendo num gesto continuo e ritmado, como uma musica, uma canção que não queria ser tocada.

Até aquele momento, estava ocupado cuidando de suas lacerações. Odin pediu-me que cuidasse de seus ferimentos e ofereceu-me algumas das ervas em seu estoque para que fizesse cataplasma e preparasse soluções simples e óleos para que a parte física se restaurasse. Não fora um trabalho complicado ou que necessitasse de amplos conhecimentos na arte da cura. Era o básico, algo que até mesmo alguns plebeus e damas da corte saberiam fazer e repetir.

 Mas não era isso que me preocupava. Não era o que conseguia ver, mas sim o que não enxergava:

 Sua ente e sua alma. Era isso que me preocupava.

—Ele já sofreu de algo semelhante- Perguntei, enquanto passava com cuidado uma essência com um cheiro forte que, além de ser um bom restaurador, era um ótimo calmante.

 Era um pergunta tola, jogada ao vento e a tempestade. Ele jamais... Jamais responderia aquele questionamento abertamente, ainda mais se a resposta fosse positiva.

—Você já terminou o tratamento?- Ele desviou a pergunta, colocando outra em meus calcanhares.

—Está quase acabando, meu rei- Afirmei com os olhos baixos, tentando focar-me novamente no trabalho.

—Acha que foi grave?

 Engoli a saliva, recobrando minha compostura anterior.

—Suas feridas externas foram em modo geral, leves. Não é nada que se deve preocupar demasiadamente.- Acenei, enquanto umedecia o pano com mais um punhado do fitoterápico.

—Bom- Ressoou aquela única palavra com uma tranqüilidade excedente.

—Se não for pedir muito ou mesmo incomodá-lo Majestade, gostaria de passar a noite em seu castelo para que possa cuidar mais adequadamente de teu filho- Murmurei, tentando ser o mais educado e direto possível.

—Você se acha digno de confiança?

 Levantei uma sobrancelha, surpreso.

—Como?

—Confiança é algo que pode demorar para ser conquistado. È como uma botão de uma flor. Pode tanto florescer e se transformar numa magnólia como a planta pode simplesmente se amarelar, murchar e morrer.-Filosofou o rei com os olhos voltados para o filho- Ainda não sei qual desses você, meu caro Lion é.

—Meu rei...

—Permito-o que cuide de meu filho, porém não poderá ficar no castelo. Meus homens o levaram até o estábulo onde poderá ter uma noite de sono que poderá ou não ser interrompida caso meu filho piore. Assim que o sol estiver no centro do céu ou que o primeiro falcão assobiar seu trabalho como Sábio terá inicio.

 Eu pensei em dizer uma dezena de coisas aquele momento. Murmurar palavras compostas tanto de agradecimento como de repulsa pela condição que ele estava me obrigando passar naquela noite.

 Mas eu era um Sábio e, mesmo jovem, deveria usar os princípios do silencio e da inteligência para articular de forma precisa minhas palavras:

—Obrigada, meu rei- Respondi fazendo uma mesura  com a cabeça, os fios escorregando pela tez levemente enrugada.

 Larguei o pano úmido sobre a tigela de porcelana e o recipiente em questão sobre a cômoda. Meu trabalho com as feridas externas do garoto havia terminado. Não havia nada que eu pudesse fazer pelo seu corpo.

 E sem as informações adequadas, nada que pudesse utilizar em sua mente.

—Um dos meus criados o levará até os estábulos- Ainda estava de costas quando Odin disse isso, antes que pudesse pensar ou dizer qualquer frase.

—Com todo respeito, acho que posso ir até lá sozinho. Não quero...

—Sigyn está no quarto ao lado. Se a conheço tão bem quanto acho, ela deixou seus serviços inacabados para conferir o que havia acontecido com Loki. Ela irá ajudá-lo e tu irás me poupar o trabalho de ter que escutar as tagarelices da garota.

—Meu Rei...

—Ela é jovem e tuas madeixas extremamente claras denunciaram quem ela é.-Um suspiro forte, porém abafado como um nevoeiro- Agora se me der licença, preciso ficar um momento a sós com meu filho.

 Era estranho o fato de aquele pedido ser claramente, sem sombras de duvidas uma ordem direta e pouco polida.

—Com toda certeza, meu Rei.

 Minha retirada foi quase instantânea.


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Notas finais do capítulo

Até o proximo capitulo
PS: Gostaria de escrever algo novo, sabe? Alguém aqui tem alguma sugestão de personagem para uma nova fic? o.O



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