Filho da Mentira escrita por Sirena


Capítulo 29
Uma criança especial


Notas iniciais do capítulo

Não me matem!
Explicações primeiro:
Eu estou numa rotina mega louca agora. Tipo quase estou sem tempo de respirar!
Mas encontrei um tempinho (madrugada cof...cof) Para escrever esse cap.
Tá vou parar de falar.
Aproveitem a leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/490297/chapter/29

Uma criança especial

Lion

Você nunca espera encontrar uma criança como Loki.

Eu não tinha muita experiência com crianças. Na verdade, minha experiência com pessoas em geral era extremamente e indiscutivelmente escassa.

Não, eu não era um homem solitário que passou toda sua vida enfurnada em uma caverna tendo apenas um cachorro velho como companhia. Eu convivia com outros seres da minha espécie, porém nunca o suficiente para realmente conhecer alguém ou mesmo ter um vínculo próximo ao que as pessoas classificam como "amizade".

Não que eu esperasse encontrar aquilo com o filho do rei. Não. Longe disso.

Claro, desde o começo, desde a primeira vez que coloquei os olhos sobre ele, senti que ele seria especial.

E isso apenas estava se confirmando naquela tarde.

A entrevista com o Odin fora interrompida próximo ao seu termino. De maneira brusca, uma criada morena e miúda, com grandes olhos cor de mel, destacados pelos cílios grossos e a roupa branca, invadiu de súbito os aposentos do monarca. Com a respiração acelerada e a depressão em sua voz, ela narrou:

–Loki... Ele está com problemas...- Balbuciou, tentando buscar argumentos e palavras.

–Que tipo de problemas?- A tranqüilidade se mantinha intacta.

–Eu não sei como explicar... Eu...não... Nunca vi ninguém naquele estado...

O rei suspirou.

–Desculpe-me o inconveniente, mas tenho que ver o que está acontecendo com meu filho- Odin levantou-se, as pernas rígidas, se preparando para dar o primeiro passo.

–Eu vou junto- Apressei-me a dizer, arrastando dolorosamente a cadeira, meus dedos da mão direita apoiando a mesa no breve processo.

–Não!- O governante supremo surpreendeu-me a colocar a mão em meu punho, tocando a pele e apertando os músculos e os ossos - Não acho que seja uma boa ideia.- Acrescentou, com um olhar direto.

–Eu já fui aprendiz de um Sacerdote da Natureza, um curandeiro.- Eu olhei para ele buscando apoio, uma pequena meche do meu cabelo pesado caindo sobre minha pálpebra- Ele me ensinou muitas coisas. Saberes que podem ajudar seu filho nesse momento de cólera.

A dúvida e a indecisão. Um momento rápido e incomum para o homem de coração de pedra e palavras frias.

–Tudo bem- Cedeu, afrouxando o aperto em meu braço- Mas não acho que pode me ajudar com a moléstia do meu filho.

Ergui uma sobrancelha surpreendido. A criada não havia falado de nenhum sintoma especifico, nem o modo como a criança se encontrava. Tudo que falara era que se tratava de algo atípico, uma situação que jamais havia presenciado.

Poderia ser tantas coisas...

Como ele poderia afirmar algo?

Ao menos, se ele soubesse o que estava acontecido. Logicamente, não falei aquelas palavras em voz alta. Mantive-as em segredo, guardadas dentro de uma garrafa e jogadas no mar dos meus pensamentos. Se ele quisesse me contar algo, ele falaria sem a interferência das minhas palavras.

A morena diminuta ( que em meio a palavras jogadas descobri que se chamava Gerda) fora nossa guia. Ela nos arrastou para o subsolo, onde se localizavam os aposentos dos criados. O ultimo lugar de Asgard onde imaginaria encontrar um nobre, quanto mais o filho do rei.

O local cheirava a mofo e ratos, a poeira, risadas e lagrimas. Era um corredor longo e úmido, onde se enfurnavam pequenos quartos, isolados por paredes finas e portas de madeira não muito novas, mas bem cuidadas pelos seus moradores.

Não fui até o fim. Não precisamos caminhar muito para encontrar o menino.

A multidão foi nosso indicativo.Sete ou oito mulheres, todas jovens, com idade que variavam de talvez dezesseis ou dezessete anos até outras que aparentavam um pouco mais de trinta anos, estavam envoltas de uma figura miúda que, mesmo sem poder ver seu rosto, sabia que era Loki.

–Ele desmaiou, Majestade- Abreviou uma garota com um rabo-de-cavalo alto e ruivo, entremeado de mechas douradas e duas pequenas tranças.

Atropelei meus pés para enxergar a cena, arrastando com cuidado os ombros de uma donzela para que pudesse ver tudo com maior amplitude. No primeiro momento, não me dei conta na presença do monarca, concentrando toda minha atenção no menino desacordado.

No inicio, parecia ser um simples desmaio. Mas os detalhes posteriores demonstraram-se tratar um pouco mais... Complexo. Os pulsos a mostra, com as mangas levantadas, demonstravam sinais de lacerações, arranhões finos manchados de sangue e pintados de vermelho, numa tela de terror.

–Como isso aconteceu?- Perguntei, ajoelhando-me ao lado de Loki, o olhar fixo, nos respingos e marcas carmim.

–Quando cheguei ele estava gritando sem controle- A mulher mais velha falou em cicio- Ele dizia coisas como “morte” e algo como “minha culpa” e outras palavras que não sabia indentificar- Ela jogou os braços para cima, como se estivesse fazendo uma doação aos deuses- E ele se machucava e arranhava, ferindo a si mesmo num ataque histérico.

–Nunca vi nada assim- Interrompeu outra.

–E então ele desmaiou- Retornou a primeira, olhando caridosamente para o menino frágil- Sua consciência se despediu e ...

–Não precisa falar mais nada, Amris- Pediu Odin, deixando sua voz lenta e pausada.-Apenas deixem tudo o que viram em silêncio absoluto- Ordenou.

Duas criadas se afastaram para o governante pudesse passar. Com um gesto simples ele colocou um dos joelhos no chão, e sem dizer nada, colocou os braços envolta do filho inconsciente, levantando-o com cuidado e cautela, enquanto o aninhava em seus braços fortes.

–Podem ir. Eu cuido do menino a partir de agora- Suas palavras eram apenas ordens, seu tom apenas uma caverna de estalagmites .

Levantei-me ambíguo, incerto se deveria ou não seguir essa ordem.

Suas próximas palavras foram à certeza de minhas próximas ações .

–Você virá comigo, Sábio Lion. – Ordenou, caminhando alguns passos à frente com o filho caído nos braços- Isso é uma ordem- Acrescentou.

E eu não tinha outra alternativa a não ser segui-lo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Oiiiiiiiiiiiiii gente!
Estão gostando dessa nova versão? (Estou perguntando pois ainda tenho a velha no pen drive o/ e bem... Se preferirem mais a outra... (Dá de ombros, indiferente) È só falar (escrever ;)
PS: Prometo não demorar tanto a proxima vez o/



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Filho da Mentira" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.