Filho da Mentira escrita por Sirena


Capítulo 16
What I've Done


Notas iniciais do capítulo

Sorry, o capitulo está um pouco curto, mas ele será uma introdução para...(seria spoiler se eu contasse rs)
Espero que gostem!
Desde já agradeço os leitores que estão acompanhando a fic. Este capitulo é dedicado especialmente há vocês...



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Capitulo Dezesseis

What I've Done

Loki

Eu estava frente a frente do assassino do meu irmão.

Havia pensado uma vez nesse momento. O que faria ou o que diria se um dia tivesse o privilegio de o encontrasse. O dia que eu teria a chance de ficar frente a frente com seu assassino.

Mas agora que o momento havia chegado tudo que conseguia era encara-lo, não que eu pudesse fazer muito além na minha atual condição, porém até mesmo a fala havia desaparecido. Tudo que consegui foi manter o silencio sublime que reinava como um rei, um governante naquele pequeno e sufocante quarto.

–Loki sei que deve estar confuso com o que está acontecendo e...

–Você devia ter me matado há oito anos- Interrompi. Eu estava cheio dos seus jogos mentais. Cheio do que ele estava fazendo- È um torturador?

–Como?

–Você... Não quer que eu acredite que... Esta me mantendo vivo por nada- Respondi, esforçando-me para a voz parecer dura e firme.

–Não, Loki- Ele respondeu se sentando na cama- Estou tentando me redimir com você. Tentando te ajudar, salvar sua vida.

–Você...Matou...- Comecei, interrompido por uma crise de tosse, meus lábios se manchando com o sangue provindo da minha garganta ferida. Estava me esforçando demais.

–Seu irmão- Ele completou, passando um lenço encardido na minha testa. Levantei a mão, tentando impedir o toque, mas a fraqueza me impediu, obrigando-a abaixa-la novamente- Eu sei disso, garoto. Fui condenado ao Exilio, uma prisão onde cinquenta anos equivalem um. Permaneci sete anos asgardianos ali, trancado num lugar pior do que seu pesadelo mais horrível, pior do que qualquer morte ou condenação. Sete anos o equivalente há trezentos e cinquenta anos. Obrigado a rastejar como um animal, sentido a carne cair dos dedos, se desmanchando em uma massa pútrida. A lutar , morrer e renascer para que a tortura continuasse.- Ele confessou- Mesmo após passar tudo isso ainda acho que minha punição não foi o suficiente. Não estou em igual com você ainda- Ele respondeu, largando o pano sujo ao lado da cama.

–Se tivesse me deixado apodrecer na chuva, talvez meu pai pedisse perdão em publico-Desabafei.

–Não estou fazendo isso por perdão. Não me importo com o que o rei ou o que as outras pessoas dizem. –Afirmou- O que aconteceu aquela noite é entre mim e você. A única pessoa que devo alguma coisa é você, Loki. Não me importo com mais nada ou mais ninguém.

Eu estreitei o olhar.

–Não significa que eu mereço o seu perdão ou algo parecido.- Hoder disse, agarrando um novo rolo de faixas sobre a cômoda- Não sei se estivesse no seu lugar eu o daria. De toda forma, não estou aqui para isso também. Minha missão, meu dever aqui, pelo menos por agora é salvar a sua vida.- Respondeu, desenrolando a faixa úmida da minha mão.

Arfei, sufocado pela dor e pela visão assombrosa e sangrenta dos dedos que por pouco e graças aos cuidados do Hoder não haviam sofrido necrose.

Fechei os olhos, um grito abafado enquanto ele colocava uma nova faixa limpa e grossa. Meu coração acelerou quando o ultimo dedo foi enfaixado, a agonia tomando conta do meu corpo.

–Desculpe-me, Loki.- Ele falou assim que acabou o trabalho, o suor invadindo novamente minha face, deixando-a úmida e pegajosa.- Tenho que fazer isso para que não haja um dano permanente.

Eu acenei, brevemente.

–Posso fazer uma pergunta?- Minha voz estava tão baixa que desconfiei que meu ouvinte poderia escutar.

Seu silencio foi como uma afirmativa.

–Por que... Fez... Isso? Por que.... Você matou meu irmão?Ele não lhe fez nada! Ele não merecia morrer!- Gritei, sentindo a raiva me consumindo por completo, um sentimento preso, que sairá por um rachadura em meu peito. Eu não encontrava respostas para aquela pergunta. Não encontrava um significado para tal ato. Ele não apenas matara um homem aquela noite, mas deixara um garoto defeituoso, um menino com uma cicatriz mental, uma lembrança dolorosa que jamais, jamais iria se curar.

Ele largou as faixas no chão, num canto pequeno e apertado do lado da cama.

–Suspeitei que ia perguntar isso. Uma pergunta impossível de se ignorar.- Concluiu o pensamento, colocando ambas as mãos cruzadas abaixo do queixo, a cabeça baixa- Primeiro preciso que expanda a sua mente. Saiba que tudo que direi para você é verdade, pode não ser o bastante para justificar meus erros, mas é a pura e única verdade. A verdade de um homem que foi moldado pelas trevas, pela escuridão do mundo. Que teve toda a luz, todo brilho que existia usurpado dele.- Hoder murmurou com a voz melancólica.

–Acha mesmo que seu conto será uma justificativa boa o suficiente para os atos que cometerá?

–Você que irá julga-los, Loki. Serás o juiz que determinara isso.

Acenei, prestativo, olhando fixamente para figura encurvada no canto oposto da cama.

–E como um bom acusado,Loki juro-lhe que tudo que lhe contarei aqui será a plena e mais sincera verdade. A verdade sobre o que eu fiz.


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Notas finais do capítulo


Espero que estejam curiosos para ouvir a parte do Hoder. Saber o que ou quem o levou a matar o Balder.
Comentários, reviews, recomendações e etc são sempre bem vindos...