POV. NICO

– Sério? O Leo? Você é amigo do Leo? - Jason bufava pela cabine.

– Eu não sou amigo dele.- respondi com tédio. Aquele desgraçado ainda tinha que mencionar o apelido. Aquela bosta de apelido!

– Aham, vai ver você tem algo com ele... que não quer me contar?- Jason não é do tipo que faz idiotices, mas aquilo era ridículo e me irritava. O tempo todo eu sofri por causa de Percy! Joguei o travesseiro no loiro de pijama do super homem que erguia a escova de dente ameaçadoramente para mim. Nao tive como não rir daquilo. Idiota... Ele estava agindo com o se estivesse com ...

– Você tá com ciúmes. - afirmei divertido. Ele bufou exasperado.

POV JASON

(N/N:Poxa, não posso nem narrar?) (N/A: Acabou seu tempo amigo, sorry).

– Não..eu...quer dizer... droga Nico? Por que não contou?

– Por que não era da sua conta. - Nico respondeu simples, e completou - até agora.

– Quer dizer que alguma coisa mudou?- Jason sorriu internamente.

–Eu não sei- Nico suspirou levantou-se do beliche, estava apenas com uma calça preta de moletom.- Eu...prefiro pensar nisso depois, é que... eu fico com medo da reação deles, dela, dele.. Eu preciso ir embora, nunca tive que ficar aqui, eu não sou um dos sete então...

–Não! Nico, mesmo que você quisesse... estamos presos aqui, indo pra Grécia! Esse navio ta indo muito devagar e tem alguma coisa estranha em volta, não dá! E, também... não quero que você vá!- eu estava ruborizando cada vez mais. Mas Nico não tinha controle e sua auto-estima era horrrivelmente instável. - E não ligue pra eles! Todos vão entender,ninguém vai te...

– Sim, Jason. - Nico disse com pesar- Todos estão mais surpresos que compreensivos, Hazel... ela viveu, assim como eu, numa época que isso era errado, era julgado... tenho medo de que...

– Ela vai te enteder, é sua irmã!

– ... e ainda tem Annabeth! Ela deve estar com raiva de mim!..

– Dane-se a vacabeth.

–... e ele. - Nico baixou a cabeça, tremia levemente agarrado a madeira que apoiava o beliche. - O que ele pensará de mim?

–Nico..

– Que eu sou um...

–NICO, PORRA! ME ESCUTA!- Nico calou a boca. Surpreso levantou o rosto repleto de olheiras escuras. Baixei o olhar como se estivesse me desculpando. - Eu... Nico, não ligue para a opinião deles... E, bem, é Jackson! Ele vai entender mas...- tentei esconder a amargura na voz. - você ainda gosta dele né?

– N-não.- os olhos de Nico marejaram novamente. Ele balançou a cabeça com raiva. -Droga! Por que eu tenho que estar assim? Eu... sou um...- ele não completou a frase.

– Um o quê?- me aproximei, segurando os braços trêmulos do garoto.

– Um frágil.

– Não.

– Sou. - ele levantou o rosto vermelho e tentou se desvencilhar de meus braços. Senti um vazio frio quando seus olhos afastavam-se dos meus, o que mais me doía eram suas tentativas de se manter longe. Mas ele não ia conseguir. Eu ia estar sempre ali, para o encher o saco daquele baixinho depremido. E que, deuses, ele não ouvisse aquilo, mas ele era simplismente a coisa mais fofa desse universo corado.

Não resisti aos meus impulsos e o beijei. Pude sentir o gosto de suas lágrimas.

– Não Nico.- com a mão limpei seues olhos e o abraçei.- Você é a pessoa mais corajosa que já conheci.

Ele não tentou sair do abraço, e senti meu peito arder em felicidade. Quando percebi que ele estava sem camisa, não pude deixar de admirar seu abdomên definido-mas-nem-tanto, mesmo-assim-para-o-jason-babar. Nico percebeu e se encolheu com vergonha.

– Ei. - eu disse em seu ouvido. - Você é lindo, sabia?

– Alguém como eu poderia ser comparado ao filho de Júpiter perfeito?- ele disse baixinho, sorrindo.- Claro, e eu te venço na batalha, super homem. - O abracei enterrando meu rosto na curva de seu pescoço, destribuindo beijos e fazendo o menor arquejar. Ele permanecia agora de olhos fechados, a pele branca era tão convidativa...passei a mão delicadamente sobre sua barriga, ele se contorceu, sentia cosquinha e riu levemente e várias vezes.

– Faz de novo? - eu disse.

– Quê?

– Ri daquele jeito.

– Que jeito?

– O seu.- ele riu nervosamente e eu sorri satisfeito. O beijei calmamente, mas ele parou no meio do beijo, o brilho que surgira desaparecendo de seus olhos.

– Desculpa. - ele disse triste. - Não é justo com você...

– Percy?- resmuguei/perguntei.

– É. - ele cobriu o rosto com as mãos, e pude ver lágrimas escorrendo pela bochecha . - Jason... só pode me fazer um favor?

– Sim, o que?

– Dorme comigo?- ele perguntou corado. Entrou para baixo dos meus cobertores, parecia um gato manhoso.

– O.k.- eu disse, sorrindo maliciosamente. Ele me deu um tapa no braço.

– Não desse jeito, idiota.

– Hum, ok. -ri e entrei na cama também. Por fim seu rosto voltava a tonalidade normal, a última lágrima com um pinguinho em seu travesseiro. Dormindo, ele se aninhou ao meu corpo, e eu o abracei, me sentindo mais feliz que nunca. Queria aproveitar aquilo, antes que Nico erguesse a parede de concreto entre eles novamente.

Suspirou baixinho enquanto ouvia o ressonar calmo do menor.

Definitivamente, eu estava apaixonado por Nico di Angelo.