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Beijo :*

***

Eu o beijei. Segurando meu rosto com ambas as mãos, Giovane correspondeu.

Meus músculos entraram em êxtase. Meu coração acelerado, parecia bombear mais sangue do que bombeou em toda minha vida.

O que eu fiz? O que estava fazendo?

Nossas bocas brincavam, felizes. Nosso beijo não foi calmo ou desesperado. Era mais necessário, como se ambos nascessem esperando por esse momento.

Eu amava Maxon... Certo?

Senti Giovane sorrir. Abri os olhos e encontrei os dele, fitando os meus.

—Você, não pode me culpar por isso? Pode? - Giovane pergunto, ironicamente.

—Não..

Admito que estava pensando na hipótese. Poderia gritar ou até mesmo sair correndo. Mas, escolhas levam a atos e atos geram consequências. Seja qual forem, eu lidaria com as minhas.

—Mas.. - Fitei o chão. - Esse pode ser nosso segredo?

Mordi o lábio inferior e o encarei. "Maxon" foi o pior momento para se pensar nele, mas pensei.

—Vou pensar.

Para meu total desespero, Giovane beijou minha testa e saiu.

Como se fosse um filme, as luzes do estúdio se apagaram logo depois.

#POV GIOVANE

Sim eu estava lá quando meu "querido maninho" e America trocaram juras de amor. Pior de tudo? Foi no MEU quarto.

Sai de lá. Nem sei por que estava lá. O que esperava, afinal os mocinhos tem sempre o mesmo final : "Felizes para sempre".

Desde quando nasci sabia que não teria esse final perfeito. Eu sou um rebelde. Decidi que só gostaria de ter um final feliz, construído por momentos felizes.

***

Vi America olhar por cima do ombro. E ela viu! Maxon, maninho você se ferrou. Por que ele fazia isso? Era cansativo, ele acusou America de muitas coisas. Mas Maxon era inseguro, não sabia que atitude tomar.

Queria reconfortar America, estava a minha frente, arrasada e magoada. Abri minha boca, mas a fechei. O que eu diria?

" -Ah foi só um selinho em outra, Maxon te ama" - Pensei.

Definitivamente, não! Primeiro: Não aliviaria para Maxon. Segundo: Maxon não a merecia. Ouvia certos comentários pelo castelo. Desde de a chegada da francesa..

De repente America me olhou nos olhos, vi medo e certeza se misturando naquele oceano perigoso. E ela.. Me beijou.

Sim eu podia estar apaixonado por Samanta. Mas não havia um jeito de dizer "não" aos lábios de America. Seu perfume me alucinava. Eu entrei em uma frenesia, segurei seu rosto com as duas mãos.

Seus lábios eram frios, delicadamente desenhados. Me perguntei se estava sonhando. Abri os olhos e lá estava novamente o oceano me encarando, agora parecia mais calmo, mas visivelmente nervoso.

—Você, não pode me culpar por isso? Pode? - Falei com a melhor das ironias, mas pareceu não incomodá-la.

—Não..

—Mas.. Esse pode ser nosso segredo?

Ela o amava. Senti o chão tremer, mas percebi que era eu. O que esperava? Uma chance? Sério? Samanta minha única certeza, parecia se esvair quando estava com America. E agora, tive a certeza que ela o amava.

Ah o amor. Que brinca com seus sentimentos, mas o domina de tal maneira que é impossível dizer não.

—Vou pensar. - Falei, beijando sua testa e saindo.

Só fiquei me perguntando o que America estava pensando. O que eu sentia era indescritível, mas sem dúvida era uma coisa boa. Não contaria a ninguém. Por que, acontecesse o que fosse, aquele seria o nosso segredo.

#POV CELESTE

*Flashaback on*

—Pai da pra descansar? - Supliquei.

Meu pai, o senhor "Newsome", era meu fotografo e empresário.

—Sério Celeste? Já? - Me olhou, desaprovando. O mesmo modo como me olhava todas as vezes que tomava alguma atitude. - Certo, 10 minutos.

Duas mil fotos. Vinte comercias televisivos. Sessenta e seis, altidors. Quinze anos de vida. Uma dois. Basicamente minha vida. Se sente inveja, não sinta! Glamour não vem do dia para noite, é conquistado! Muitas vezes não vale a pena.

Corri para beber uma água.

Sempre me senti uma mercadoria, com a única diferença de EU ser o meu instrumento de trabalho. Não via nos olhos de meus pais o amor, via ganancia. Sempre queriam mais e mais. Um exemplo? Nunca ouvira nenhum dos dois pronunciar um "eu te amo" para sua única filha.

Anos vinham e iam, e eu cada vez mais perdia a esperança. Sentia que o casamento era a única solução. Mais nem por isso eu a amava. Eu nunca nasci para ser mandada, um marido seria a solução mais desesperadora.

Então A Seleção apareceu.

***

Assim que pus os pés no avião para Illea, soube que estava em um jogo. Perder significava, voltar para casa e continuar a ser uma fonte de renda. Ganhar? Ter o que quisesse.

*Flashaback off*

Maxon era um bom jogador, mas logo descobri seus pontos fracos.

Bariel era uma aliada. Bonita mas, muito, muito burra. A induzia a fazer coisas inacreditáveis. Cacos de vidro em um sapato? Simples! Quebre um copo e de os cacos de vidro a Bariel.

America Singer. Minha pior concorrente. Maxon estava apaixonado, ficava bobo perto dela. America, aparentemente não tinha uma fraqueza. Mas com tempo eu descobri.

L-E-A-L-D-A-D-E. Sentimento e dever fortemente perigosos. Foi com eles que quase a tirei da competição. Mais uma estratégia infalível: Junte, insultos com uma melhor amiga leal. Resultado: Nós duas brigamos, nós duas ficamos. E hoje constituímos A Elite. Graças a Maxon.

Maxon, tão ingênuo. Hoje mesmo o convenci a me dar um selinho, não foi difícil. Duvidar de sua palavra, a melhor arma para conseguir algo seu.

—Aprenda desde pequena Celeste: Uma Newsome, sempre mantém as aparências e a cabeça erguida. Olhe para frente querida, o que vê? - Minha mãe falara fechando os olhos. Na época estava fazendo meu primeiro comercial. Tinha 13 anos.

Agora no Salão das Mulheres com 18 anos, de olhos fechados eu me via lá na frente... Sentada em um trono.

Por que uma Newosome está sempre olhando para frente.